Este Blog foi escrito para o Público LGBT de todas as idades que estão a pensar em assumir-se. Nós sabemos que tomar a decisão de se assumir pode ser assustadora e desgastante. É por estas razões e devido ao nosso trabalho na área de homossexuais que fizemos este Blog. Acreditamos que informação útil e as experiências de outras pessoas em assumirem-se podem preparar-te para algumas das consequências que podem resultar de te assumires perante a família e amigos. Blog que reúne as principais notícias sobre o público Gls Glbt Lgbt (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Tem por objetivo manter tal comunidade informada, para que usufruam de seus direitos, comemorem suas conquistas e lutem pela diminuição do preconceito. Deixe seu recado, mande suas fotos e videos poste no nosso blog Faça parte você também Participem deste blog, Mail sociedadelgbt@hotmail.com

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Turismo GLS

Com bom gosto e mais dinheiro no bolso do que a população hetero que, quando opta por ter filhos, tem que arcar com o alto custo de sua criação, os homossexuais masculinos e femininos divertem-se viajando muito, sozinhos ou com seus companheiros(as), tornando-se um público respeitado pelas agências governamentais de turismo do mundo todo. Diversas delas, como a Maison de la France, por exemplo, publicam cadernos especiais com dicas e os melhores endereços de interesse do público GLS.
No Brasil existe a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes, cujo site inteligente oferece muitas informações interessantes, links e matérias sobre destinos turísticos no mundo todo. Existem também diversas agências voltadas para esse público. As Gay Pride Parades estão acontecendo em praticamente o mundo todo, muitas apoiadas por orgãos oficiais de turismo. Somente a Pride Gay de Jerusalém foi abolida (ao menos por ora) em razão da oposição de certos grupos religiosos evangélicos e muçulmanos e de algumas organizações direitistas judaicas. Afinidades fundamentalistas…

Mikonos: um dos destinos procurados pelo público GLS
Por razões culturais ou religiosas, em alguns países (América Latina, Norte da África, centro-oeste dos Estados Unidos, países muçulmanos etc.), é aconselhável que viajantes homossexuais assumam uma postura discreta (não andar de mãos dadas em público, não solicitar cama de casal na recepção do hotel etc.).

Buenos Aires, outro destino favorito
Paradas do orgulho GLS
São festas de rua, coloridas e muito divertidas em que não apenas os gays, lésbicas, bissexuais e transexuais participam, mas também o público hetero mais cabeça aberta: grandes eventos que acontecem em diversos países do mundo.

Aprovação do casamento gay torna Portugal “um exemplo internacional” no combate à discriminação, dizem Associações

Vários representantes de associações defensoras dos direitos lésbica, gay, bissexual e transgénero presentes num almoço no Palácio de São Bento defenderam que o casamento entre pessoas do mesmo sexo torna Portugal “um exemplo internacional” no combate à discriminação.
 Para assinalar o dia em que foi publicada em Diário da República a lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, o primeiro-ministro, José Sócrates, promoveu um almoço na residência oficial.

Na iniciativa estiveram presentes a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, o deputado independente eleito pelo PS, e homossexual assumido, Miguel Vale de Almeida e representantes da ILGA, da Opus Gay, da Rede Ex-Aequo e da Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual (AMPLOS).

A nível internacional, estiveram presentes Pedro Zerolo, antigo presidente da Federação Estatal de Lésbicas, Gay, Transexuais e Bissexuais de Espanha e membro do PSOE, e Evelyne Paradis, da ILGA Europa.

Para o presidente da ILGA, Paulo Corte-Real, este dia “significa o início de um novo estádio de luta contra a discriminação, que vai exigir muitos passos adicionais e uma grande mobilização”, como a parentalidade.

“Todas as lutas em relação à parentalidade, que já existem há muito tempo, naturalmente que continuam, temos vindo sempre a chamar à atenção para a necessidade de olhar para as crianças que já existem hoje em Portugal e já são criadas por casais de pessoas do mesmo sexo, sem terem a protecção de verem ambas as pessoas reconhecidas legalmente enquanto pais e enquanto mães”, sublinhou.

Corte-Real sublinhou que esta lei coloca Portugal como “sexto país da Europa e oitavo do mundo” na igualdade de acesso ao casamento.

Já Margarida Faria, presidente da AMPLOS, rejeitou que Portugal seja um país homofóbico, mas considerou-o conservador: “As pessoas não se dão conta do efeito negativo desse conservadorismo, porque as pessoas verbalizam coisas que ofendem muita gente, ofendem-me a mim como mãe, ofendem os nossos filhos, os nossos amigos, os nossos irmãos”.

“Não imaginam quanto ofendem cidadãos que estão mesmo ao seu lado, cidadãos que estão neste processo a tentar ao máximo que isto se naturalize”, disse, apelando às novas gerações para uma mudança de atitude.

Pedro Zerolo, por seu lado, manifestou o seu orgulho por poder desfrutar de “um dia histórico”: “Portugal entra pela porta grande no mapa da liberdade, da igualdade e da diversidade, graças ao trabalho das organizações LGBT, graças a uma maioria política de esquerda, de progresso, mas sobretudo graças à valentia do presidente Sócrates, é um presidente valente”.

Evelyne Paradis, da ILGA Europa, apontou o dia como “um marco”, saudou a “coragem política” do Governo, mas disse esperar que este “seja apenas o primeiro passo na adopção de outras medidas que precisam de ser tomadas”.

“O casamento é um passo crucial para a igualdade mas há mais a ser feito em termos de direitos parentais e os direitos dos transexuais, é uma discriminação diferente que precisa de ser abordada de forma específica”, apontou.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Meu Marido Pode Ser Gay – E Agora, Onde Foi Que Eu Errei?


casado gay Meu Marido Pode Ser Gay   E Agora, Onde Foi Que Eu Errei?
Tenho chorado muito, por isso preciso de ajuda. Tenho 31 anos, sou casada com um homem de 34 anos há quase 9 anos e temos 2 filhas uma de 10 anos.e outra de 4 Antes de casar, algumas pessoas diziam que meu marido era “mulherengo” e outras diziam que era gay, pela sua forma de gesticular muito ao fala. Até eu mesma achava isso um pouco antes de namorarmos, mas como ele era divorciado e já havia casado com uma mulher, achei que não fosse. Vale ressaltar que ele disse que não transava mais nos últimos dois anos dos sete em que esteve casado com a primeira esposa.
Bem, há 2 anos que ele não me procura mais, não transamos! No  início, ele ficou seis meses sem nem me procurar, nem tocar no assunto. Até que eu não aguentei mais e passei a perguntar se ele tinha uma amante ou se era gay! Ele afirmava que estava cansado, trabalhando muito… Sou uma pessoa vaidosa, as pessoas dizem que sou bonita, vejo vários homens me olhando, se interessando por mim e só meu marido não me deseja! Depois desse questionamento, começaram as brigas, pois toda noite, antes mesmo das brigas, ele dormia no sofá, esperava eu dormir e ia para cama pé ante pé para não me acordar. Eu via tudo e chorava escondido a noite toda. Eu colocava lingerie nova, comprava óleos de massagem e ele sempre dizia que não conseguia pois estava cansado. Ah, ele fez exames periódicos e não tem problemas de ereção ou qualquer outro!
Hoje, ele me ameaça dizendo que  caso eu me separe, tirará meu filho de mim e fica muito nervoso quando eu digo que posso provar que ele é gay. No fundo, tenho 90 % de certeza de que ele é gay e quer ficar comigo para manter a aparência. Sua família do norte não aceitaria!  Várias pessoas da minha família dizem que ele é gay, e ninguém sabe do que passamos!
Estou me sentindo tão triste, vivo pelo meu filho… Abri mão da minha felicidade, da minha juventude, perdi a esperança de ainda ser feliz, pois tenho medo do meu filho ser criado por ele e pela família dele, que é toda problemática, mas é um outro caso à parte!
Precisava tanto de conselhos de alguém de fora! Por favor, parece um tanto piegas, mas me ajude!
Esposa Triste
Eis um assunto espinhoso e difícil de ser tratado. O que fazer quando se descobre/desconfia que seu companheiro é gay? Como viver com essa situação, como acreditar que você não conseguiu estar à altura do seu parceiro a ponto dele procurar satisfação no mesmo sexo?
Eu adoro os e-mails e as dúvidas que recebo aqui no Diva Diz. Sempre me deixam pensativo e me fazem olhar para minhas próprias experiências para que, dando minha opinião, possa (ou não) ajudar aqueles que me escrevem. E tenho de agradecer à Esposa Triste por essa oportunidade de falar sobre esse assunto. É tabu, mas aqui eu sou lusho e, com puro glamour toco nos mais intocáveis assuntos. Aloka!
Antes de tudo, vamos deixar uma coisa bem clara para a Esposa Triste: o problema não é você e sim, seu marido! SEMPRE e isso é regra. Nada de entrar numa de o que você fez para seu marido se tornar gay ou algo do tipo. A realidade é que você casou com um hipócrita que, por não se conhecer e não se aceitar, preferiu ser um babaca e se meter num (segundo) casamento para se esconder de si mesmo e de seus desejos. Conheço DIVERSOS casos semelhantes de homens, que procurando ter uma vida ‘normal’, aprisionam seus sentimentos e desejos e embarcam em relacionamentos fadados à infelicidade (sua e de suas parceiras). Triste, egoísta, mas MUITO comum.
Falo por experiência própria: ser gay não é fácil. Quem, em sã consciência, escolheria viver de forma diferente da maioria, ter desejos diferentes, ser apontado como ‘aberração’ e sofrer preconceitos e discriminações? Apesar de vivermos em pleno século XXI e as novas gerações, pouco a pouco, trabalharem melhor a questão da homossexualidade (ainda bem!), não é fácil ser diferente. Nunca é. Então, não é de se estranhar que muitos homens escolham viver como seu marido, negando a si mesmos e vivendo histórias e casamentos ruins em prol de uma aceitação da sociedade.
Pelo seu email você não tem dúvidas de que ele seja gay. E, eu costumo dizer, se há fumaça, há fogo. Aliás, desculpe-me a sinceridade, mas não é normal viver dois anos sem sexo. Ou ele abstrai MUITO ou é um assexuado. Porque, my darling, sexo é humano e nossos desejos nos movem. Você tem vontade, eu tenho, o seu marido deve ter. Como extravasamos isso é o que nos diferencia.
Sobre sua situação específica, é bem delicada. Pelo que me parece, seu casamento é um inferno. O que você prefere: criar um filho num casamento de mentira, apenas por aparência ou correr atrás da felicidade de ambos?
Esse papinho de que se vocês se separarem ele tirará o filho de vocês é balela de homem com medo de enfrentar a realidade. Sinceramente acho que o que ele mais deseja é que você tome a iniciativa e acabe com esse casamento. E se não for assim, me diga, que juiz hoje em dia cairia nessa conversinha fiada de homem que quer roubar a guarda do filho da mulher?
Meu conselho é que você avalie onde reside a sua felicidade. Eu já disse: a culpa não é sua. O ‘problema’ está na hipocrisia do seu marido e na sua ingenuidade de não ter ouvido seus instintos e casado com um provável gay.
Aliás, deixo um conselho para a maioria das mulheres: vocês quase nunca erram quando acham que um homem é gay. Brinco com minhas amigas dizendo que quase todas as mulheres são equipadas com um gaydar, o radar que apita quando um homem é gay. O que vocês devem fazer é dar ouvidos a esse radar. Porque, sinto lhe dizer, não é possível ‘converter’ um gay em hétero. Ele pode se relacionar com mulheres, ele pode se casar com uma, mas o desejo por homem vai continuar nele. E nossos desejos são nossos maiores monstros e uma hora precisam ser alimentados. Então, por maior que seja o seu ego e a vontade de ficar com um gay, avalie: vale a pena lutar por uma batalha perdida?
E a você, querida Esposa Triste, desejo sorte e coragem. Para colocar as verdades na mesa e correr atrás da sua felicidade. É a felicidade quem deve nos mover. Viver aprisionado num casamento de conveniência não é o ideal de ninguém e nem deve ser o seu. Boa sorte!

Hormonios - transforma-se com cuidado

O texto a seguir foi encontrado na internet, sem haver a identificação de sua autoria. Supõe-se ter sido elaborado por um médico.
A auto medicação é muito comum, e com esse texto é possível entender a complexidade do tratamento.
Tomar hormonios aleatoriamente pode causar danos irreversíveis a saúde.
Um médico endocrinologista deve ser consultado para indicar o melhor tratamento, e poder obter o exito desejado.

Principio da Terapia Hormonal


Em princípio existem vários tipos de terapia, cada qual para uma idade da pessoa.

Os tratamentos para jovens antes dos 18, e para adultos após os 35 são um pouco diferentes, e nesses casos, somente um médico poderá ajustar o tratamento, pois a terapia para adolescentes e pessoas depois dos 35 sofre muita variação, sendo portanto diferente e mais específica para funcionar completamente. No entanto, apesar dessas variações, se aplicam os mesmos remédios, apenas variando-se a dosagem padrão.
Na terapia MTF (Macho genético Torna-se Femea) são usados necessariamente três tipos de medicamentos mais os complementos vitamínicos:
1 - Antiandrógeno - Responsável pela castração química (inibição da produção ou eliminação de testosterona), que gera menor intensidade nos pelos androgeno dependentes e caracretísticas secundárias femininas, além de esterilidade
2 - Progestogênio - Responsável pela maturação da glãndula mamária e seios, além de ser possivelmente atuante como fator anti-carcinogênico na utilização do estrogênio
3 - Estrogênio - Responsável pela redistribuição de gordura, maturação dos seios, clareamento da pele e outras características secundárias femininas
Como complementos, devem ser usados aqueles que possuem vitamina B12, ácido Fólico e ferro. Dosagens:
ÁCIDO FÓLICO - (1 a 2 mg por dia)
VITAMINA B12 - (em torno de 5 mcg por dia)
FERRO - (10 a 15 mg por dia)
Atenção: Cada um desses remédios DEVE ser usado, pois a castração química é muito importante na mudança física do corpo. A progesterona deve ser utilizada para se evitar possibilidades posteriores de tumores de mama. E o complemento é fundamental para o crescimento ideal dos seios, redistribuição de gordura e assimilação metabólica do estrogênio.

Funcionalidades da terapia MTF*


O melhor tratamento, com as mudanças mais profundas, é obtido quando o paciente tem entre 18 e 28 anos, não sendo tão profundas quanto se começado até 38, e menos ainda após os 48. Sobre o tratamento, ele é totalmente reversível até os primeiros quatro meses, e depois desse tempo, começa a se tornar irreversível.

Os efeitos da mudança física podem ser sentidos em grande maioria nos primeiros dois anos, quando a quase totalidade das mudanças pode ser notada, e termina em 5 anos, quando as mudanças físicas se completam, e praticamente mais nenhuma alteração pode ser notada.
A utilização dos hormônios é para a vida toda, mesmo depois de ser operar, no entanto, após a cirurgia, os níveis são diminuídos dramaticamente.
O tratamento hormonal gera:
01- diminuição da fertilidade até a esterilidade completa
02- diminuição do tamanho do pênis
03- aumento gradual dos seios
04- redistribução de gordura para regiões tipicamente femininas
05- mudança metabólica nos pelos. o crescimento de pelos no corpo se torna mais lento, e os pelos podem se tornar ligeiramente mais claros ou menos intensos.
06- diminuição do metabolismo corporal pela perda de massa muscular, gerando mais dificuldade em emagrecer
07- mudanças na epiderme. a pele se torna mais clara e fina, e a sensibilidade ao toque aumenta ligeiramente
08- mudança nos odores corporais . na urina e na pele
09- amplificação das emoções, tornando a pessoa mais sucetível a descargas emocionais, choros e outros sentimentos
10- atuação menor das glândulas sudoríparas, gerando menos suor

O tratamento hormonal não gera:

01- mudança na voz ou Pitch vocal.
02- redução dramática dos pelos faciais
03- mudaça no formato ou tamanho da ossatura do corpo
04- mudança no tamanho do pomo-de-adão
05- diminuição do tamanho dos pés, mãos e ombros

Administração dos Hormônios


Sobre a administração dos hormônios, é sabido que os melhores são os hormônios injetáveis, na medida em que eles tem apenas uma passagem pelo fígado, sendo metabolizados sem maiores problemas pelo organismo e gerando menos feitos colaterais.

No entanto, os hormônios administrados via intramuscular (injetáveis) geram muito desequilíbrio no balanço sérico, e acredito que a melhor utilização seja um tipo de hormônio injetável associado a um hormônio oral diário, evitando mudanças hormonais drásticas.
O início do tratamento leva em conta a ADMINSITRAÇÃO das MENORES DOSES dos hormônios e antiandrógenos, que depois aumentam GRADATIVAMENTE com o tempo até chegar a dose-padrão.
Isso é muito importante para evitar tromboses, embolias, desmaios, avitaminoses e depressão profunda.
O primeiro a ser administrado é o antiandrogênio, seguido da progesterona e estrogênio. Numa segunda etapa, administra-se o segundo estrogênio via intramuscular (injetável), transdérmico ou oral (não muito recomendado como segundo estrogênio).
Primeiros dois meses - Administração de um antiandrógeno
Terceiro a quarto mês - Administração de um progestogênio, do primeiro estrogênio e do complemento vitamínico
Quinto mês em diante - Administração de um segundo estrogênio
Essa ordem deve ser rigorosamente seguida, sob risco de causar problemas graves de saúde.

Diversos tipos e dosagens dos hormônios para "transexuais não operadas" MTF Tipos de Antiandrógenos

Droga: espironolactona
Nome comercial: Aldactone
Segurança: excelente
Eficácia: boa
Administração: oral
Dosagem Inicial Recomendada: 50 mg /dia
Dosagem Padrão: 100 a 200 mg /dia


Droga: finasterida

Nome comercial: Finasterida
Segurança: excelente
Eficácia: boa
Administração: oral
Dosagem Inicial Recomendada: 1 mg /dia
Dosagem Padrão: 1 a 5 mg /dia

Droga: acetato de ciproterona

Nome comercial: Androcur
Segurança: ruim
Eficácia: excelente
Administração: oral
Dosagem Inicial Recomendada: variável
Dosagem Padrão: variável


Tipos de Progesteronas:

Droga: acetato de medroxyprogesterona
Nome Comercial: Cycrin ou Provera
Segurança: médio
Eficácia: variável
Administração: oral
Dosagem Inicial
Recomendada: 2,5 mg /10 dias no mês
Dosagem Padrão: 5 a 10 mg /10 dias no mês*
Depo-provera é o nome comercial de um progestogênio a base de acetato de medroxyprogesterona, injetável. como o provera oral é avaliável, desaconselho a injeção visto alguns casos ocorridos de mal estar pelo uso intradérmico.

Tipos de Estrogênios

Droga:17-beta estradiol
Nome Comercial: Hormodose Gel
Segurança: excelente
Eficácia: excelente
Administração: transdermico
Dosagem Inicial Recomendada: 2 doses do disparador /dia
Dosagem Padrão: 2 doses do disparador /dia

Droga: valerato de estradiol

Nome Comercial: Elamax, Climene, Cicloprimogyna
Segurança: bom
Eficácia: excelente
Administração: oral
Dosagem Inicial Recomendada: 2 mg / dia
Dosagem Padrão: 4 a 6 mg /dia

Droga: valerato de estradiol

Nome Comercial: Gestadinona
Segurança: bom
Eficácia: excelente
Administração: injeção
Dosagem Inicial Recomendada: 1 /mês
Dosagem Padrão: 2 a 4 /mês

Droga: enantato de estradiol

Nome Comercial: Perlutan
Segurança: bom
Eficácia: excelente
Administração: injeção
Dosagem Inicial Recomendada: 1 /mês
Dosagem Padrão: 2 /mês*

Qualquer outro anticoncepcional a base de etinilestradiol (Diane35) ou estrognênios cunjugados (Premarin, Premelle) NÃO SÃO RECOMENDADOS por não serem eficientes.


Sugestão de tratamento

O Tratamento básico de muitos institutos europeus e norte-americanos priorizam algumas drogas que são ótimas devido a um baixo risco e uma alta eficácia.
Como ANTIANDRÓGENO, são usados:
ESPIRONOLACTONA em conjunto com FINASTERIDA.
Como PROGESTOGÊNIO, usa-se o ACETATO DE MEDROXYPROGESTERONA, e
COMO ESTROGÊNIO, usa-se ESTRADIOL NATURAL, 17-BETA ESTRADIOL OU VALERATO DE ESTRADIOL.

primeiro mês

DROGAS E DOSAGEM:
- 50 mg de aldactone diário + 1 mg finasterida- nenhum progestogênio - nenhum estrogênio - complemento vitamínico diário

segundo mês

DROGAS E DOSAGEM: - 100 mg de aldactone diário+ 2 mg finasterida- nenhum progestogênio- nenhum estrogênio- complemento vitamínico diário

terceiro mês

DROGAS E DOSAGEM: - 100 mg de aldactone diário+ 2 mg finasterida- 2,5 mg diários de cycrin durante 10 dias no mês- 2 mg de cicloprimogyna ou elamax diário- complemento vitamínico diário

quarto mês

DROGAS E DOSAGEM: - 150 mg de aldactone diário+ 3 mg finasterida- 2,5 mg diários de cycrin durante 10 dias no mês- 2 mg de cicloprimogyna ou elamax diário- complemento vitamínico diário

quinto mês

DROGAS E DOSAGEM: - 150 mg de aldactone diário+ 3 mg finasterida- 5 mg diários de cycrin durante 10 dias no mês- 4 mg de cicloprimogyna ou elamax diário- 1 dose diária do disparador de hormodose gel- complemento vitamínico diário

sexto mês

DROGAS E DOSAGEM: - 200 mg de aldactone diário+ 4 mg finasterida- 5 mg diários de cycrin durante 10 dias no mês- 4 mg de cicloprimogyna ou elamax diário- 2 doses diárias do disparador de hormodose gel- complemento vitamínico diário

sétimo mês

DROGAS E DOSAGEM: - 200 mg de aldactone diário+ 5 mg finasterida- 10 mg diários de cycrin durante 10 dias no mês- 6 mg de cicloprimogyna ou elamax diário- 2 a 3 doses diárias do disparador de hormodose gel- complemento vitamínico diárioMESES: oitavo mês em dianteDROGAS E DOSAGEM: manter dose do sétimo mês sempre!Essa tabela deve ser seguida exatamente como foi descrito. Não se deve aumentar as doses ou modificá-las. Caso o médico opte por outra medicação ou hormonios injetáveis, este deve ser escolhido com muito critério.
*MTF (macho genético torna-se fêmea)

Apesar dos riscos que a auto medicação pode trazer, considero válido os depoimentos de quem faz uso desses medicamentos e suas reações.

Dicionario crossdresser

CD - Crossdresser - O único consenso para a definição desse termo é o de um indivíduo de um sexo que se veste com roupas do sexo oposto. Geralmente um crossdresser não assume publicamente a sua identidade feminina por RAZÕES SOCIAIS. (Aliás, nossa posição dentro de uma EMPRESA, é um dos grandes motivos para fazermos isso! rsrsrs...)

CDing ou CDismo - Abreviaturas usadas para a palavra Crossdressing, que define as atividades - públicas ou clandestinas - de uma CD. É muito importante deixar BEM CLARO, que não existem vínculos absolutos entre crossdressing e sexualidade, uma coisa não depende nem um pouco da outra.


CD M2F e CD F2M - Ou CD Male to Female (um menino que se veste e se comporta como menina) e CD Female to Male (uma menina que se veste e se comporta como menino). Talvez a proporção entre CD´s M2F e CD´s F2M seja igual a 1, mas isso não é muito perceptível para a maioria das pessoas, porque é muito mais fácil para uma mulher usar roupas masculinas e passar praticamente despercebida socialmente do que acontecer o contrário. Em outras palavras: uma mulher consegue usar calças numa boa e sem ser importunada, agora um homem andando de saia ou vestido na rua já é outra história...


CD de ARMÁRIO - Nem sempre uma CD tem a necessidade de se expor publicamente. (Isso é para as mais exibicionistas!) Aliás, a maior parte acaba mesmo se realizando entre quatro paredes e, muitas vezes, sozinha. A saída do armário depende de diversos fatores condicionantes, tais como segurança ou manutenção do sigilo e cada CD geralmente tem consciência dos seus próprios LIMITES.


CDing X Fetiche - Um homem pode sentir-se excitado sexualmente ao vestir uma calcinha, meias 7/8 e sapatos de salto alto durante uma relação, quer seja para agir ativa ou passivamente. Entretanto, esse tipo de ato deve ser considerado apenas como fetiche e não é suficiente para caracterizar um crossdresser. Por isso, é bom separar bem as duas coisas: Fetiche é fetiche enquanto Crossdressing É UMA FILOSOFIA DE VIDA.


TG - Transgender ou Transgênero - É o termo corrente utilizado para ROTULAR todas as diversidades que não coincidem com o PADRÃO convencional de gênero e engloba transexuais, travestis, crossdressers, drag queens e, EM ALGUNS CASOS, homossexuais masculinos (gays) e homossexuais femininos (lésbicas).


TV - Travesti - A maior diferença entre as travestis e as crossdressers, é a de que as travestis não têm nenhuma necessidade de preservar socialmente a sua identidade masculina, encontrando assim uma forma de viver cotidianamente (em 24/7 - vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana) como mulheres. Entretanto, essa diferença é resultado apenas de uma escolha individual e cada uma dessas opções tem um custo pessoal diferente.


TS - Transexual - Entre todos os transgêneros, podemos afirmar que as transexuais encontram-se no degrau mais elevado na escala do desejo (e da necessidade) de READEQUAÇÃO sexual, pois, enquanto travestis e crossdressers, por exemplo, conseguem encontrar um certo ponto de equilíbrio entre suas características masculinas e femininas, para as transexuais esse CONFLITO DE IDENTIDADE é praticamente impossível de ser solucionado de outra forma que não passe pela anulação completa e definitiva dos seus compontentes indesejados, inclusive através de cirurgias para mudança de sexo.


DQ - Drag Queen - As Drag Queens estão muito próximas das CDs, mas ambas não podem ser confundidas umas com as outras porque fazem uma abordagem diferente do universo feminino. Geralmente as Drag Queens procuram realizar-se através de uma caracterização EXAGERADA para se definirem como mulheres, o que faz com que elas tenham grande destaque por onde quer que passem, enquanto uma CD, simplesmente sempre tem o desejo de ser confundida no meio da multidão e passar despercebida.


GG - Genetic Girl - Conforme tradução literal, as GGs são apenas mulheres genéticas e, portanto, têm sua identidade sexual determinada através dos cromossomos, em oposição às CDs, que têm sua identidade "de gênero" determinada através de outros fatores, inclusive psicológicos, e que as fazem considerar-se simplesmente mulheres NÃO-GENÉTICAS.


S/O - Significant Other - Desde pequenina, uma mulher APRENDE a ser mulher através do convívio com as outras mulheres. A S/O é uma mulher genética que não apenas compreende e aceita uma CD, mas ainda lhe oferece todo o apoio (suporte) para que a CD possa aprender todas as coisas que nunca lhe foram ensinadas. Algumas pessoas pensam que S/O é sinônimo de esposa de crossdresser, mas isso não é verdade: a S/O pode ser uma amiga, prima, vizinha, namorada, esposa, amante, mãe, filha, tia, avó, noiva, irmã, etc... As S/Os geralmente são mulheres maravilhosas, compreensivas, sensíveis e muito muito muito ESPECIAIS, sendo que a maioria delas só podem ser comparadas com os ANJOS-DA-GUARDA!!!


URGE - Se uma CD for obrigada, por algum motivo qualquer, a ficar muito tempo sem se montar, logo logo ela entra em um estado de EXTREMA ansiedade, delírio, desejo e uma vontade praticamente incontrolável de se produzir. Essa condição de verdadeira URGÊNCIA em satisfazer o lado feminino só pode ser "curada" através da participação em uma CD Session, por exemplo, ou em um outro evento qualquer, desde que isso seja feito RAPIDAMENTE, para evitar maiores prejuízos psicológicos.


PURGE - A PURGE é exatamente o inverso da URGE e pode acontecer, em determinados momentos, que a CD tenha o desejo e a necessidade de ficar um certo tempo sem se MONTAR. Entretanto, convém salientar que, sob determinadas condições, a purge pode até durar bastante tempo, mas ela NUNCA é definitiva.


SAPO - É a contra-parte masculina de uma CD. Geralmente é o sapo quem segura todas as barras, procurando proteger e evitar que a "MENINA" possa passar por situações constrangedoras. O SAPO da Veronika, por exemplo, é um sujeito frio e calculista, racional e equilibrado... (será mesmo??? rsrsrs) Se bem que, quando estamos montadas, o nosso grande desejo - ao qual é muito difícil resistir - é simplesmente mandar o sapo para o ESPAÇO, e passar a viver definitivamente como uma mulher... mas se isso acontecesse realmente, a gente deixaria de ser crossdresser...


CD SESSION - Acontece quando duas ou mais meninas CD´s se encontram para se montarem juntas, trocar experiências, apoiarem-se mutuamente, fortalecendo-se através dos laços de amizade entre as IGUAIS. Eventualmente, após uma CD Session, elas podem sair juntas para alguma balada ou até mesmo um passeio por locais publicos com maior segurança, porque estando em grupo, uma pode proteger a outra.


EN FEMME - Estar "en femme" e sentir-se mulher e feminina é um momento sublime e - acima de tudo - uma CONQUISTA. Nesses momentos, você se sente como se tivesse passado por uma verdadeira metamorfose e por um renascimento que lhe dá a oportunidade de viver instantes de intensa felicidade, que são INFINITOS enquanto duram !!!


MONTAR - Muitas CD´s consideram a montagem como uma verdadeira ARTE ou um DESAFIO que nos leva sempre a buscar a PERFEIÇÃO. Tudo é uma questão de prática e evolução, mas eu, sinceramente, acredito que nós NUNCA conseguimos ficar totalmente satisfeitas com nós mesmas...


DESMONTAR - Ao contrário da montagem, a DESMONTAGEM já é um momento desagradável, né?! Significa que simplesmente chegou a hora de voltar a representar o papel social numa peça que não é você quem dirige... A única forma de não entrar em depressão nessas horas, é ficar imaginando que muito em breve você vai estar fazendo TUDO novamente... de preferência, de um jeito melhor !


HEF - HOLIDAY EN FEMME - Quando um grupo de CD´s faz a reserva de um HOTEL - ou algo parecido - só para elas, podendo assim passar um final de semana inteirinho "en femme" sem correr o risco de serem importunadas e, assim, ter a oportunidade de, entre outras coisas, fazer comprinhas num shopping, tomar banho de sol, dançar, ficar bem à vontade e AINDA ter a SATISFAÇÃO de poder voltar para casa bronzeada e com a marquinha do biquini !!!


CDÔMETRO* - Pequeno aparelho ABSTRATO, instalado em alguma parte do consciente e que serve para medir a qualidade de vida de uma CD, baseando-se para isso, no equilíbrio entre tudo aquilo que se deseja e se fala e aquilo que se faz e se realiza.


CDÍGRADOS* - Escala utilizada para medir a intensidade de uma exposição pública, em graus. Uma CD simplesmente CONGELA em ZERO graus CDígrados e FERVE em CEM graus CDígrados.


ADREMENINA* - É um hormônio produzido pela parte "DESLUMBRANTE" do super-ego de uma CD, muito semelhante à adrenalina, e que provoca diversos efeitos no organismo, tais como: frio na espinha, taquicardia, e dor de barriga, principalmente quando a CD decide se submeter a uma exposição de risco, abusando de elementos tais como a imprudência ou a ousadia.


FEMIMÔNIO* - É a designação genérica das substâncias exaladas por todas as CD´s e que servem de meio de comunicação entre indivíduos da mesma espécie ou, ainda, como um elemento de atração sexual, a exemplo do feromônio, produzido pelas FÊMEAS de algumas espécies.


CLOCKDRESSER* - O TEMPO exclusivamente reservado pelas CD´s para a prática do crossdressing.


HOME PINK* - É a home-page de uma crossdresser.


CDBUTANTE* - É a CD que estréia na "VIDA FEMININA", através de uma primeira participação em uma CD Session, por exemplo, ou em outro evento qualquer relativo ao crossdressing.


ABOBORANCOLIA* - Logo após o DESMONTE, uma CD pode entrar nesse estado mórbido de tristeza e depressão, que pode ter graus variados e provocar sensações de incapacidade, perda de interesse pela vida, podendo ainda evoluir para ansiedade, insônia e, eventualmente, delírios de auto-acusação por ter que voltar para o cotidiano do SAPO.


PORTAL - Dentro do MEU ponto de vista o "masculino" e o "feminino" são dois universos DISTINTOS e PERPENDICULARES, que se cruzam formando uma única linha de contato. Uma crossdresser tem a capacidade de transitar livremente, atravessando de um lado para o outro e passando por essa linha, que pode basicamente ser definida como um PORTAL. Mergulhar profundamente no UNIVERSO FEMININO é o grande objetivo de toda CD, mas o grande problema (ou a grande solução???) é que você pode gostar tanto do outro lado e acabar decidindo-se, um dia, por não voltar NUNCA MAIS... Isso pode muito bem acontecer...

Sexo anal: além do mito

Antes de carinhosamente introduzir esse assunto, gostaria de fazer um parênteses: como é que, com o tempo, nós pudemos regredir tanto no quesito sexual? Sexual relacionado ao sexo em si, não ao machismo das civilizações… Quando se trata de sexo, tinha-se uma naturalidade muito maior nas civilizações antigas.
Na Mesopotâmia, por exemplo, os assírios faziam sexo anal até em cultos religiosos. Na Roma Antiga, na noite de núpcias, muitos maridos preferiam o sexo anal a tirar logo a virgindade da esposa. Na Grécia Antiga, onde já começavam muito bem por não julgar a sexualidade de ninguém, a prática era bem comum quando o intuito era o prazer, não a reprodução. Depois, não preciso nem dizer, né? Veio a Inquisição e resolveu queimar todo mundo que fizesse sexo como se deve…
Bem, aula de história à parte, vamos ao que interessa.
Por que os homens gostam tanto de sexo anal?Além de a contração da região retal ser involuntária, causando maior pressão no pênis, existe todo o psicológico da coisa. O fato é que colocaram o anus num pedestal. Por isso essa obsessão.
Por que as mulheres têm tanto medo de sexo anal?
Porque não conhecem bem o assunto. Você já leu “A Casa das Budas Ditosos”, do João Ubaldo Ribeiro? Se não leu, compre agora esse santo livro pela internet e aguarde o sagrado dia em que ele chegará a sua casa, pois sua vida sexual nunca mais será a mesma.
Trata-se da história de uma mulher que experimentou uma vida sexual pra lá de intensa. Sem nenhuma hipocrisia, fez tudo o que teve vontade. E foi com ela, e só com ela, que descobri o bendito segredo dessa arte. Segue trecho do livro:
“Primeira coisa: no começo, na iniciação, por assim dizer, tem que ser de quatro, requisito absoluto para a grande maioria. Segunda coisa: tem que dizer a ele que venha devagar. Ou, melhor ainda, dizer a ele que espere a gente ir chegando de ré devagar, sempre devagar. Terceira e mais importante de todas: relaxar, relaxar, mas relaxar de verdade, soltar os músculos, esperar de braços abertos, digamos. É um milagre. Foi um milagre, na primeira vez em que eu segui essa orientação simples. Daí para gozar analmente – não sei nem se é gozo propriamente anal, só sei que é um gozo intensíssimo – foi só mais um pouco de vivência, with a little help from my friends, ha- ha”.
Entenderam? Por isso que as mulheres têm medo: não sabem que o músculo deve estar completamente relaxado pra não doer. E se vão tentar com ele minimamente tenso, ficam traumatizadas. E pensar no anal sem pensar em trabalhar outras regiões simultaneamente também é pouco. Cadê a criatividade, meu povo? Assim não dá mesmo! Ah, não posso deixar de citar: outro fator que impede que grande parte das mulheres tenha intimidade com o assunto é o intestino preso. Se não estiver tudo bem regulado, não tem como ter confiança. Infelizmente, está tudo relacionado.”
Segredos, mitos e verdadesExistem dois segredinhos que contribuem para maior segurança e tranquilidade no sexo anal: o primeiro é lavar a região (com soro fisiológico ou água) uma hora antes do ato. O outro é usar um bom lubrificante na hora, pois a região não tem lubrificação natural. Um mito muito comum no qual você não deve acreditar é que sexo anal causa hemorróidas. Ele pode agravar a situação se você já estiver com a área inflamada. Agora uma verdade: sexo anal exige caminisinha sempre. A região anal é super irrigada e pode haver o contágio de DSTs. E quando for migrar do sexo anal para a vagina, a camisinha deve ser trocada sim, para que as bactérias daquela região não sejam trazidas para essa, mais sensível, causando possíveis infecções.
Caro colega, espero que este texto tenha ajudado a clarear sua visão sobre o sexo anal, que, como qualquer outra prática, se feita com carinho e entrosamento, tem tudo para fazer bem a ambas as partes.

Orgasmo anal é possível?

O assunto é meio polêmico mas há um monte de gente que chega ao extremo do prazer com o sexo anal. Gozar pelo ânus é possível. Mas a maioria confunde com o ejacular sem se masturbar. Não há secreção de nada, na verdade, o certo seria dizer orgasmo anal, mas o pessoal chama de gozo mesmo. As sensações deste momento ápice do prazer são arrepio, pernas bambas, visão embaralhada, taquicardia, sensação de leveza, entre outras, muito parecidas com as do orgasmo convencional e podem variar. A diferença é que não existe a estimulação frontal e é muito mais intenso. É possível também gozar pelo ânus e pelo pênis ao mesmo tempo, com a diferença de que a libido passa logo depois da ejaculação.

Quem já experimentou diz que não há nada melhor. Difícil foi achar quem tivesse passado por tal experiência, ou que assumisse que passou por ela. A medicina explica que a estimulação da próstata, nos homens, gera uma sensação ímpar. Mas e as mulheres que também afirmam sentir prazer a ponto de atingir o orgasmo no sexo anal? As terminações nervosas da região do ânus e dos esfíncteres são os responsáveis por boa parte do prazer naquela zona tida como super erógena.

Seria lenda ou verdade? Quem já passou pela experiência afirma que a sensação é rara e é preciso um parceiro que saiba o que está fazendo. Agora, atenção! É possível algo que aos homens é quase impossível pelo pênis: atingir orgasmos múltiplos. Calma, se você já está curioso ou desesperado por nunca ter tido uma experiência tão forte assim, as pessoas que passaram por ela afirmam que não acontece sempre, mas em sua maioria já tiveram mais de uma vez a mesma experiência.

O nível de excitação e satisfação precisa estar bem alto, pelo menos assim que descreveram a situação aqueles que conseguiram o tal feito. Há posições que facilitam tal resultado, como a de frango assado e a de quatro. A estimulação da região nas chamadas preliminares também é fundamental. Por isso, uma das dicas, é dedicar bastante tempo para esta prática.

Alguns fatores são observados como comuns a quem conseguiu atingir o orgasmo anal. A grossura do pênis do parceiro parece ser importante, o tamanho nem tanto. É preciso atingir um ponto específico, que muitos descreveram como sendo o ponto G masculino, que pesquisas indicam ser a própria próstata este tal ponto. A estimulação da região entre o ânus e o escroto também ajuda no aumento do prazer. Beijos, carícias nos mamilos e orelhas também facilitam a chegada ao ápice. Há aqueles que se excitam com palavreados sujos ou sexo violento. É preciso conhecer o parceiro.

O importante é os dois chegarem juntos e se amarem intensamente. O orgasmo anal é uma experiência única. Se você já viveu esta experiência, que tal compartilhar com os outros leitores, deixando um comentário?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Menino de 12 anos faz sucesso como drag queen


Um menino de 12 anos é uma das principais atrações do vilarejo de Sticker, na Cornualha (Inglaterra). Usando sutiã com enchimento, vestido rosa, peruca loura e salto alto ele se tornou "Naughty Nora" e venceu um concurso local de drag queens

Para derrotar os adultos, Redvers Stokes se apresentou ao som de "Thriller", de Michael Jackson, e sucessos de Dolly Parton (esta mais apropriada à indumentária usada pelo menino). 

Os pais de Redvers se disserammuito contentes com a vitória do filho, segundo reportagem do "Small World". O filho desfilou até em carro aberto pela cidade.
O menino diz ter começado a usar roupas da mãe quando era bem menor

"Não acho que haja algo errado nisso. Acho que é realmente divertido. E os meus amigos acham que é legal. Sempre estive aberto a coisas novas. Eu posso até gostar de me vestir com roupas de mulher, mas gosto de garotas. É apenas um hobby meu", disse "Naughty Nora".
A pequena cidade começou o concurso de drags dois anos atrás porquepoucas meninas estavam se candidatando ao posto de rainha do carnaval.

A cada 15 dias, uma pessoa troca de sexo no Brasil

Cirurgia ganha espaço no SUS; “É uma violência viver em um corpo que não é seu”, diz Carla Amaral, há 13 anos à espera da técnica

Quando ela passa, os homens esticam os olhos para tentar acompanhar por mais tempo o andar cheio de gingado, que tenta equilibrar a cintura fina, o quadril largo e os seios fartos. O corpo feminino de Carla Amaral não desperta só interesse. A mesma “gatona” também já escutou que é uma “aberração”, só um dos exemplos de violência que enfrentou.
Carla não nasceu Carla, mas sempre soube que era mulher, apesar do registro indicar “sexo masculino”. O último resquício que carrega da identidade que nunca assumiu é o pênis, que garante ser usado, de forma desconfortável, só para urinar. “Hoje está até atrofiado”, diz. Ela, há 13 anos, espera que o bisturi torne mais adequada a anatomia que reconhece como errada desde a maternidade.
A cada 15 dias, o procedimento cirúrgico tão aguardado por Carla é realizado em um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). A chamada cirurgia de mudança de sexo foi um dos últimos atos cirúrgicos reconhecidos pelo governo brasileiro e entrou para a lista de procedimentos gratuitos só em 2008. De lá para cá, 73 cirurgias foram realizadas, sendo 10 no primeiro ano, 31 em 2009 e 32 até novembro de 2010. A estatística é crescente, mas ainda irrisória perto da fila de espera formada por pessoas que, assim como Carla Amaral, sentem ter nascido  no corpo errado.
Mulheres na alma
Eles não são travestis, homossexuais, drag queens ou transformistas. O nome é transexual, condição reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um transtorno de gênero. Não há nenhuma doença psíquica associada. Os que fazem parte deste grupo nascem com um órgão sexual que não condiz com a sua personalidade, explica o psiquiatra da PUC de São Paulo Alexandre Saadeh, coordenador do Ambulatório de Transtorno de Identidade, de Gênero e Orientação Sexual.
São “mulheres na alma” (dizem todas), mas que têm pênis. “Homens na cabeça” que nascem com vagina, tentam explicar assim. Desde que o mundo é mundo, eles tentam corrigir o equívoco de nascença com técnicas arriscadas, que envolvem automutilação, silicone industrial, hormônios proibidos e isolamento social. Carla Amaral foi vítima de todos estes perigos nos anos 80, 90 e 2000.
Carrinhos, bonecas e princesa
Era a segunda gravidez da mãe que já tinha um primogênito. A vontade de um “casalzinho” fez Maria Amaral desejar uma menina durante os nove meses da gestação. O nascimento, em 1973, trouxe ao mundo mais um varão aos Amaral. Mas daquela vez parecia ser diferente. A confirmação das diferenças veio com a chegada do terceiro filho, mais um menino. As semelhanças só surgiram após o nascimento da quarta filha, desta vez uma garota. “Eu era diferente dos meus dois irmãos e muito parecida com a minha irmã", conta hoje Carla.
"Usava modelos de roupa unissex, cabelos na altura dos ombros e quando ouvia a pergunta 'o que você quer ser quando crescer/?', imaginava sempre uma mulher alta, com seios grandes, feminina e poderosa.”
Se quando criança, o problema maior era ter de brincar com carrinhos e bola quando a vontade era ninar bonecas e vestir-se como princesa, na adolescência a vida ficou ainda mais complicada. O nome de batismo – que Carla se nega até hoje a pronunciar – foi virando ofensa. O relacionamento com o pai já havia “subido no telhado”. Ele não aceitava ter um filho tão parecido como uma filha. A mãe já não assistia à postura feminina do seu segundo garoto com naturalidade, mas a vontade de ser mulher parecia aflorar em Carla. A entrega sexual precoce aos 13 anos para um vizinho só reforçou que a homossexualidade não era explicação suficiente para aquela condição.
“Mais do que gostar do sexo masculino, eu queria morar num corpo parecido com a minha mente.”
Sem dinheiro e sem apoio, Carla procurou o silicone industrial e passou a tomar doses de hormônio por conta própria. “Sabia dos riscos, sabia que podia morrer por causa daquilo, mas juro que tudo parecia menos ofensivo do que continuar com o corpo de homem.”
Menos mistério na medicina, mais tormentos pessoais
Nas duas últimas décadas, a medicina passou a prestar mais atenção aos pacientes com transtornos de gênero e a cirurgia de troca de sexo deixou de ser feita só na clandestinidade. Os estudos também evoluíram.
“Até a metade dos anos 70 e início dos anos 80 só existiam pesquisas sobre a transexualidade que abordavam a influência psicológica e do meio externo”, afirma o psiquiatra especializado Alexandre Saadeh.
“Hoje, as pesquisas mensuram os fatores químicos existentes no processo. Já existem evidências de que não só a genética, mas componentes químicos interferem no desenvolvimento do cérebro (enquanto o bebê ainda está na barriga da mãe) e culminam nesta condição. É claro que não existe causa única, mas não é só o meio que interfere.”
Naquela época a ciência, aos poucos, começava a desvendar as razões para os cérebros incompatíveis com os corpos. As pesquisas faziam com que as técnicas, inclusive cirúrgicas, evoluíssem. Mas, no Paraná, Carla Amaral ainda era vista como um erro da natureza, uma afronta aos bons costumes. Perto dos seus 15 anos, os pais cortaram – à força – os seus cabelos. A mãe gritava o nome de batismo aos quatro cantos para agredi-la e, na escola, colegas de classe e professores reforçavam que ali não era lugar para aquela “coisa” indefinida.
“Aos trancos e barrancos terminei a 8ª série, mas não consegui mais voltar para o colégio. Ao mesmo tempo, sabia que sem o apoio da minha família, tinha que contar só comigo. Sem estudo, fui procurar emprego.”
Ônibus, prostituição e cobaia
Primeiro Carla foi atendente de farmácia, depois cobradora de ônibus – local em que, além de ser hostilizada, sofria assédio sexual diário – e, enfim, auxiliar de escritório. “O preconceito sempre permeou a minha vida profissional. Era mandada embora sem justificativa, assim como não me contratavam quando, após a entrevista cheia de entusiasmos e expectativas, eu mostrava meu RG e lá aparecia o gênero masculino na informação sobre o sexo.”
No final dos anos 90, o Conselho Federal de Medicina (CFM) classificou a cirurgia de mudança de sexo como um procedimento médico reconhecido no País. Carla, nestes tempos, se candidatou para passar pela cirurgia ainda que de forma experimental e vivia um período de desemprego absoluto. “Foi aí que me tornei profissional do sexo”, lembra.
A prostituição como um meio de sobrevivência fazia com que os dias terminassem com banhos longos. Carla sentia-se tão suja após se entregar por dinheiro que passava a bucha e sabão até machucar a pele. “Mas a vontade de fazer a cirurgia (de mudança de sexo) era tão forte que superava qualquer coisa.Precisava de dinheiro, precisava pagar as contas, precisava ser operada.”
A operação
A cirurgia de adequação do sexo masculino para o feminino consiste, em linhas gerais, na retirada do pênis, na construção de uma cavidade parecida com a da vagina com capacidade de substituir o trato urinário, em uma operação que supera 12 horas de duração. Já a “criação do pênis” é mais complicada, ainda tida como experimental e com riscos mais altos de complicação. Os movimentos de defesa dos transexuais do Brasil estimam que menos de cinco cirurgias do tipo foram feitas no País. Para cada caso, são em média 15 microcirurgias para o procedimento ser completo.
Hoje, de forma legalizada, apenas quatro centros universitários estão autorizados a fazer estas cirurgias, sendo um em São Paulo, um em Porto Alegre, um em Goiás e o último no Rio de Janeiro. Uma norma recente do CFM – datada da semana passada – deu margem para que, a partir de agora, as clínicas particulares também realizem o procedimento.
Dedos cruzados
A expectativa é com a nova resolução do CFM mais unidades fiquem aptas a absorver a demanda de pacientes que cresce a cada dia. Ainda assim, a comemoração vem com um tom de preocupação. “É uma luta nossa ampliar o número de unidades capacitadas (para a cirurgia de mudança de sexo), mas o meu receio é que ao perder o caráter experimental, clínicas sem condição e sem gabarito passem a atrair as meninas, que são tão agredidas pela vida que topam qualquer tratamento”, diz Cristyane Oliveira, uma das pioneiras a ser submetida a cirurgia de mudança de sexo no País há nove anos.
Hoje, para a pessoa conquistar vaga em um destes 4 centros cirúrgicos, é preciso ter mais de 21 anos e um laudo médico que comprove a necessidade da cirurgia. Por isso, ao menos dois anos de acompanhamento terapêutico são exigidos. Já com este documento em mãos, a estimativa é que 200 pessoas estejam na fila de espera. Uma delas é Carla Amaral. No dia seguinte do anúncio de que a cirurgia chegara aos hospitais públicos, ela já estava na fila para o cadastro . “É uma violência diária viver em um corpo que não é seu”, conta.
A possibilidade de ser operada faz com que Carla Amaral cruze os dedos todos os dias. “É a última vitória”, diz ao contabilizar suas conquistas recentes. “Via justiça, pedi para mudar meu nome e o gênero no RG. Minha mãe foi testemunha jurídica a meu favor. Este ano, consegui a mudança oficial no documento e a relação familiar voltou a ser ótima.”
O engajamento no “movimento trans” permitiu que Carla arrumasse emprego e deixasse de ser profissional do sexo. A cirurgia, considera ela, é o toque final para que a gata borralheira, finalmente, vire a tão sonhada cinderela.

Peguei meu marido com roupa de menina, o que está acontencendo?

Meninas CDs que me desculpem, mas esse post é pra nós mulheres S/Os ou não num dos momentos mais difíceis de  nossas vidas, quando descobrimos que o homem que nós amamos é diferente ou talvez não seja totalmente um homem. Claro que as CDs que quiserem ler pra entender o que se passa na mente de suas companheiras ou mesmo como suporte à introdução desse assunto com elas sintam-se bem vindas.

Você pode ter descobertos fotos estranhas no computador, um perfil no orkut com outro nome, roupas escondidas, enfim, isso acontece das mais diversas formas. Mas com certeza uma coisa é real, você deve estar completamente chocada e em dúvida sobre o que está acontecendo. Será que ele é gay? Será que ele sai com homens? Por que ele se casou comigo? O que eu fiz de errado, será que não fui  uma boa esposa? Entre tantas outras coisas, um turbilhão de pensamentos ruins e medo de que esse seja o fim do seu casamento.

Primeiro, queria pedir pra você respirar bem fundo, pegar um suco ou um refri bem gelado e então ler esse post com calma pois ele é bem denso, mas com certeza vai te ajudar.

Eu vou tentar abordar esse problema por partes, em diversos posts, pra lhe ajudar a entender o que está acontecendo de verdade para que você possa decidir como lidar com essa situação.

1) Separando questões de gênero da orientação sexual: Ele provavelmente NÃO É GAY.
Pra começar a compreender o que é o crossdressing e o que motiva alguns homens a se vestir de mulher primeiro é preciso desmistificar uma coisa: a diferença entre gênero e orientação sexual. 
O que é gênero? Basicamente gênero é dividido em  masculino e feminino. Além do gênero de nascença, ou seja, se você nasceu homem ou mulher existe a identidade de gênero que pode ou não corresponder ao seu gênero de nascimento. Gênero sempre se refere a nossa relação com a nossa identidade e independe de com qual gênero nos relacionamos. A identidade de gênero pode não ser absoluta, pode ser intermediária, masculina E femina ao mesmo tempo. O caso clássico são as travestis que tornam seu corpo feminino, comportamente feminino mas mantem e usam seu órgão genital masculino pois isso faz parte da sua identidade. Vamos ao longo dos posts nos aprofundar muito sobre essa questão.
Exemplificando: Você nasceu mulher e se vê como mulher, ou seja, seu gênero é feminino esua identidade de gênero também. Agora peguemos como exemplo uma transexual que nasceu homem mas desde sempre percebeu que estava "no corpo errado" rejeitando suas formas masculinas e galgando um caminho pra se tornar como um todo uma mulher ela tem o gênero masculino mas a identidade de gênero feminina. O mesmo pode acontecer com quem nasce mulher e se enxerga como homem.

O que é orientação sexual? Orientação sexual diz respeito, então, a forma com que você se relaciona com o outro, ou seja, por qual ou quais gêneros você sente atração sexual e afetiva.
Exemplificando: Você é uma mulher, gênero feminino, identidade de gênero feminina, heterossexual, ou seja, é uma mulher que gosta de homens, uma classificação enorme pra algo que você vê todo dia e que te ensinaram que é o normal. Mas tão normal quanto isso é uma pessoa de gênero masculino, identidade de gênero feminina, homossexual, ou seja, uma transexual (que nasceu homem e se tornou mulher) que gosta de mulheres. Ou seja meninas, indiferentemente do seu gênero ou da sua identidade de gênero você pode ser heterossexual, homossexual ou bissexual.

E eu com isso? O que você quis dizer com todas essas informações?
Simples, ele pode ter uma identidade de gênero feminina ou intermediária, mas isso não quer dizer que ele goste de homens. Ele pode sim, e na maioria dos casos é assim, gostar de mulheres e ser completamente fiel a você. E tem mais, muitas CDs gosta e admira tanto as mulheres que quer se tornar uma, gosta muito mais de mulheres que homens que não se travestem.
Não estou dizendo que não existem CDs que gostam de homens, mas ser CD não é determinante para isso, assim como existem homens com a identidade de gênero masculina que gostam de mulheres e tem os que gostam de homens e tem os que gostam dos dois o mesmo vale para as CDs.

Agora que passamos da questão mais complicada, no próximo post vamos entender melhor o que é o crossdressing.

Meninas fiquem completamente a vontade de deixar suas dúvidas nos comentários. Se não quiser se expor e preferir me mandar e-mail também pode, é cherry.bru@gmail.com .
Outra coisa, meninas que estão deixando comentários como anônimas coloquem pelo menos um apelido, alguma coisa pra que eu possa responder, saber quem são ou diferenciar uma da outra ;)

OS 10 "D" DA TRANSGENERIDADE

Crises pessoais são inevitáveis na vida de qualquer pessoa que se aventura mais fundo na descoberta de si mesma e aceitar-se como transgênero é a crise mais profunda que um homem pode experimentar.

Todo mundo sabe que, uma vez "aceso o sinal" da transgeneridade, ele jamais se apaga. O desejo de se travestir pode variar em intensidade e frequência, mas não desaparece. Quando eu pensava que jamais voltaria a me travestir, vivendo uma purge que já durava mais de quinze anos, um trauma existencial grave fez com que esse desejo ressurgisse em mim com força total. Assim como um terremoto remexe as camadas do solo, os traumas normalmente "remexem" todas as camadas de "lixo" existencial acumulado em nosso inconsciente. E tudo que parecia estar definitivamente sepultado, volta à superfície, tornando-se "ferida exposta" a exigir cuidado e atenção.


O desejo de se travestir é um fenômeno psicossocial que deve ter nascido junto com a civilização. Há relatos da sua presença nas mais diversas culturas e das mais variadas formas. Em alguma delas, o travestismo sempre foi considerado uma manifestação do sagrado. Trata-se de uma manifestação extremamente complexa, cuja verdadeira origem ainda permanece bastante obscura, e que acarreta repercussões extremamente graves e profundas na vida de uma pessoa.


Qualquer homem movido pelo desejo de se tornar, ainda que temporariamente, membro do gênero oposto, está experimentando o que chamamos de disforia de gênero, isto é, um sentimento de inadequação relativamente ao enquadramento de gênero (masculino ou feminino) que recebeu da sociedade ao nascer. Esse "mal-estar" que pode variar de um simples desconforto com a própria aparência (masculina) até uma profunda insatisfação com a própria genitália. Em qualquer grau de intensidade, a disforia pode produzir níveis assustadoramente altos de dor e sofrimento psíquico.


O problema é que a maioria das pessoas supostamente ou realmente transgêneras começam a lidar com o travestismo num clima de total oba-oba, olhando apenas para as “pingas” sem se ligarem nos inevitáveis “tombos”; entregando-se à sedução inebriante que a figura feminina pode exercer sobre um homem, em todos os sentidos, sem avaliar as inúmeras armadilhas envolvidas nesse mergulho. A maioria se traveste como se isso fosse tão somente um simples e delicioso passatempo, fazendo tábua rasa da quantidade absurdamente alta de "energia vital" concentrada nesse desejo.


O aviso que sempre dou às pessoas que repentinamente “se descobrem” transgêneras é CUIDADO COM O QUE COMEÇAM E COMO COMEÇAM pois, se você não tem idéia clara do terreno onde está pisando, inevitavelmente os tombos vão se tornar muito mais frequentes dos que as pingas. Mais cedo ou mais tarde, todo CD acabará descobrindo o “lado sinistro” da força descomunal que é a transgeneridade.


Longe se ser um “vício de caráter”, perverso e leviano - como a maior parte das pessoas ainda o consideram - o travestismo representa uma carga existencial tão pesada que, se mal administrada, PODE FACILMENTE DESTRUIR A SAÚDE FÍSICA, MENTAL E A VIDA SOCIAL DE QUALQUER PESSOA!!! O índice de suicídios entre transgêneros é muitos pontos superior à média da população cisgênera.


Descobrir, processar a descoberta, aceitar o desejo, superar os bloqueios e transformar a transgeneridade em algo perfeitamente ajustado à rotina de vida de cada um é uma longa e penosa jornada, que eu tentarei resumir nos dez "D" a seguir:


1 – Descoberta


Para a grande maioria de nós, a descoberta da condição transgênera ocorre ainda na primeira infância, quando as roupas, objetos, brinquedos, passatempos e posturas do universo feminino começam a exercer sobre nós um extraordinário fascínio, uma atração invulgar, considerando a nossa condição de meninos. Usar as roupas da mãe, da irmã, maquiar-se, brincar de bonecas ou simplesmente querer ficar em casa, sonhando, em vez de ir para a rua jogar futebol, coloca quase todas nós diretamente na "linha de fogo" dos nossos pais. Ainda que uma criança não tenha a menor noção de estar fazendo algo "culturalmente proibido", podíamos reconhecer, pela expressão de repulsa dos nossos pais, estar fazendo algo que "não era do agrado do mundo exterior". Entretanto, inexplicavelmente, mesmo sujeitas à ira e repúdio dos outros, era, para nós, a única coisa que "fazia sentido" fazer...


É na infância que a gente começa a se sentir dividida entre as demandas sociais que nos são impostas pela nossa condição de homens e o desejo que move o nosso corpo e a nossa psiquê. Para a maioria das pessoas transgêneras, esse conflito jamais será nem ao menos equacionado, quanto mais superado!


Já na fase adulta, a descoberta em geral se manifesta através de uma curiosidade intensa pela vida de homens que conseguiram cruzar a barreira da masculinidade e ingressar no universo feminino. Crossdressers e Travestis assumidos, assim como Transexuais, exercem um desmedido fascínio nas pessoas transgêneras. E não se trata do mesmo fascínio que essas personagens, pela sua ambigüidade, exercem sobre o público masculino em geral. Trata-se da vontade de íntima de se tornar um deles. A descoberta é dura, sob todos os aspectos e sob todos os pontos de vista, pois representa, do ponto de vista social, algo completamente absurdo um homem querer abrir mão da condição de homem, ainda que temporariamente.


Poucos se deixam levar, ainda na infância, pelo impulso de se identificar com a mulher, assumindo abertamente sua inclinação pelo universo feminino e vivendo, ainda muito cedo, todos os numerosos conflitos acarretados por esse desejo. Por todas as dificuldades, bloqueios, preconceitos e incompreensões envolvidas, a maioria da população transgênera, ao se perceber "transgênera", recalca inteiramente o impulso natural de querer viver de outra maneira. Ou seja, desistem no mesmo momento da descoberta, antes mesmo de tentarem qualquer outro passo, empurrando o impulso transgênero para as profundezas do seu inconsciente.


Já na fase adulta, mais alguns poucos se rendem, em algum momento de suas vidas, baixando as espetaculares “defesas” que constroem para protege-los dessa inexplicável motivação em querer vestir-se e/ou comportar-se como mulher, sendo homem. A maioria, entretanto, passará toda a sua existência mantendo essa motivação duramente recalcada, sem se permitir jamais trazê-la à tona.


2 - Descompressão


Quando a pessoa se rende à descoberta da sua transgeneridade, invariavelmente sua primeira ação é vestir-se como mulher e olhar-se no espelho. Muitas se masturbam, ao se verem numa condição em que sempre desejaram secretamente estar, produzindo orgasmos da maior intensidade. Embora quase todos os homens tenham, vez por outra, uma eventual curiosidade a respeito de como seria vestir-se e portar-se como mulher, o transgênero começa a fazer isso como um ritual, de maneira compulsiva, na fase de descompressão. Ele passa a associar o “estar como mulher” a um estado de intenso prazer existencial, que não se esgota no simples orgasmo. Começa a sentir um desejo de continuar nesse estado pelo máximo de tempo possível e de repetir essa experiência com freqüência cada vez maior, que pode evoluir para um desejo intenso de permanecer para sempre nesse estado.


Para um transgênero, o travestismo não tem o caráter puramente fetichista que pode ter para um homem qualquer ao se ver no espelho travestido de mulher. Ele quer, necessita, deseja ardentemente ir além do espaço do espelho. Precisa apresentar-se como mulher ao mundo e quer que o mundo o reconheça como tal.

Portanto, um desdobramento natural da fase de descompressão é a “saída do armário”, quando o transgênero se arrisca a ganhar o mundo. A sensação de sair “montada” às ruas, “com todo mundo te olhando” (ainda que, na verdade, ninguém esteja nem aí pra você...) é uma das coisas mais recompensadoras e fascinantes na vida de um CD. Como constam de todos os depoimentos de quem sai montada pela primeira vez, não há como descrever a sensação sentida, assim como todos dizem que valeram todos os preços e sacrifícios que pagaram para chegar a fazer isso.

Aqui existe uma outra distinção radical entre o impulso eventual de qualquer homem em se vestir como mulher e o desejo profundo de um homem transgênero em ser/estar mulher: - fetichistas invariavelmente mantêm suas atividades em regime isolado e solitário, jamais pensando em sair do armário.


Pode-se avaliar a dor imensa de uma pessoa, verdadeiramente transgênera, “prendendo” esse desejo indefinidamente, em nome da manutenção de uma fachada social aceitável. É tanta energia represada que um dia ela pode se manifestar na forma de um câncer ou de um surto psíquico.


3 - Deslumbramento


É a fase de "conto de fadas" que se segue à saída do armário, quando tudo são flores e a incrível sensação de bem-estar parece que vai durar para sempre, mesmo que as saídas aconteçam apenas em caráter furtivo e eventual.


As “deslumbradas”, adjetivo comumente dado às CDs recentemente saídas do armário, deleitam-se com tudo que vêm e que estão vivendo pela primeira vez. Por falta de direcionamento, de saber realmente quem são e o que estão vivendo, a maioria se deixa levar pelo prazer intenso propiciado pelo crossdressing, misturando, inclusive, satisfação sexual e transgeneridade, como se fossem uma coisa só.


Baladas, saídas, encontros, fotinhos e comprinhas tornam-se o centro da vida da pessoa, que não consegue pensar em mais nada além da maravilhosa sensação de ter as pernas e as axilas depiladas ou na roupa maravilhosa que vai usar na próxima saída.


Na fase do “deslumbramento”, a maioria exagera mais do que pode e deve . Como diz o ditado, “quem nunca comeu melado"... Em geral, o “deslumbramento” leva a crossdresser a sentir-se “poderosa” demais - e totalmente invulnerável. Poucas cuidam para viver a fase de deslumbramento com algum planejamento e organização. Assim, vão deixando rastros e “pelos-na-cerca”, dezenas de “pequenos problemas” que, a médio prazo, poderão se transformar em verdadeiros “infernos de Dante”.


Em pleno deslumbramento, a maioria tem a convicção de que, se fizer “tudo direitinho”, nunca será descoberta. Nem a mulher, nem a namorada, nem a família nem os amigos notarão “nada de diferente”. O problema é que, praticando crossdressing, não há como fazer “tudo direitinho” sem deixar nenhum vestígio...


O deslumbramento pode durar muito tempo ou acabar rapidamente, mas sempre "tenta" a crossdresser a estender ao máximo a sua duração. Para isso, muitas recorrem ao uso de estimulantes, álcool e até drogas pesadas. Em pleno oba-oba, vale tudo, até sexo inseguro e uso indiscriminado de hormônios.


4 - Decepção


Muito deslumbramento acaba invariavelmente em muito desgosto.


A decepção é um “choque de realidade” e pode se originar das mais diversas fontes, nos momentos mais insuspeitos. Na grande fantasia de um homem transgênero em querer ser mulher, a primeira fonte de decepção é sempre o espelho. Paradoxalmente, a imagem projetada no espelho e as fotos das montagens, que foram as grandes fontes de satisfação na fase de deslumbramento, tornam-se terríveis carrascos de uma hora para a hora. A gente se olha no espelho e não encontra mais aquela antiga satisfação de se ver “vestida de mulher”. Não há mais aquela incrível sensação de bem-estar que havia no início da fase de deslumbramento, em que uma simples “saia com blusinha”, um tamanquinho de madeira, e um batom, comprados na C&A, eram capazes de fazer a festa.


Na realidade, a fonte da decepção não é o espelho nem são as fotos "em si", mas o “olhar crítico” da nossa “mulher interior”, representante implacável do ideal de mulher que cada homem carrega dentro de si e que o transgênero, por razões inexplicáveis, vê-se compelido a vivenciar “na própria pele”:

- como me falta cintura!
- onde estão os meus seios?
- essas sobrancelhas...
- como minhas pernas são musculosas!
- e esse “cinza” que ficou sob a maquiagem? Que vergonha!
- pra que tanto ombro!
- olha só os meus lábios... fininhos...
- e essas “ruguinhas” na testa?...

Essa decepção com o próprio corpo, junto com a tentativa de recuperar o antigo deslumbramento, leva a CD, quase sempre, à intensificação da compra de roupas, calçados e adereços, à realização de laser e/ou ao uso ou à intensificação do uso de hormônios, ingenuamente tomados como "solução milagrosa para todos os "aspectos faltantes” do nosso “corpo de mulher”. No caso dos hormônios, a maioria se vale de contraceptivos e anti-androgênicos (remédios anti-masculinizantes) “receitados” em algum site da internet ou aprendidos de alguma “menina veterana”. As conseqüências desse uso inadvertido pode ser uma decepção mais dramática ainda.


A decepção também pode ser provocada pela descoberta casual, por terceiros, da nossa condição de travestista. Nessa hora, todo o nosso castelo de ilusões vem abaixo, com muito choro e ranger de dentes. A decepção é ainda maior se há uma esposa ou namorada ou parente ou colega desumano e incompreensivo, disposto a transformar a ocasião num grande “rebu”. Depois de serem apanhadas em flagrante, muitas CDs voltam assustadas para o armário, num processo de recolhimento voluntário que chamamos de “purge” - ou purgação. O problema é que, passado algum tempo, o “purge” acaba se transformando em um “urge” - o desejo ardente e incontrolável de se montar que caracteriza a vida de uma CD - e tudo começa de novo, com novas fases de deslumbramento e decepção, num processo interminável de convivência totalmente neurótica e insatisfatória com a própria transgeneridade.


Mas as CDs que enfrentam as decepções de peito aberto também não ficam em melhores condições do que as que retornam apavoradas para a segurança dos seus armários. Diante da decepção, tanto voltar para o armário quanto seguir adiante vai sempre causar muita depressão.


5 - Depressão


Depressão é o sofrimento provocado por uma aguda sensação de impotência e menos-valia. Num quadro depressivo, a pessoa se sente um lixo, totalmente incapaz de lidar com suas próprias dificuldades e limitações, de reconhecer seus talentos e méritos, de levar adiante qualquer empreendimento pessoal e, pior ainda, indesejosa de faze-lo.


Os que voltam para o armário, recebem a depressão de modo totalmente conformado, como um preço a ser pago para recuperar a segurança e evitar seguir adiante, uma vez que potencialmente poderiam ter que enfrentar decepções ainda maiores.


A CD que compreende o estado de depressão como mais uma fase a ser vencida na sua caminhada rumo à aceitação da própria transgeneridade, terá que se haver com uma série de novos desafios para os quais, quase sempre, está totalmente despreparada. É nesse momento que muitos CDs procuram apoio médico-psicoterápico. Poucas, entretanto, conseguem encontrar a ajuda adequada de que realmente necessitam, seja pela dificuldade de se abrirem com o médico ou terapeuta a respeito da sua condição, seja pela total inépcia da maior parte dos profissionais de saúde (física e mental) para lidar com a condição transgênera, por total desconhecimento do que esse fenômeno realmente é e representa na vida de uma pessoa.


Porém, a saída da depressão, para os que desejam seguir adiante, saindo definitivamente o círculo vicioso de “urges” e “purges”, é ter que atravessar e sobreviver a uma fase ainda mais terrível do que a depressão.


6 - Desespero


Todas as CDs que resolvem seguir adiante, a despeito da depressão, terão fatalmente que enfrentar o “inferno astral” de toda pessoa transgênera. O desespero é um momento em que vemos tudo ruir à nossa volta. Nossas antigas crenças e valores já não nos servem mais e ainda não temos idéia nítida do que realmente somos ou poderemos vir-a-ser. É uma fase de total desestruturação, em que são muito comuns as crises existenciais agudas, os surtos momentâneos de raiva e, naturalmente, até a vontade de acabar com tudo de uma vez só. Mesmo vivendo a fase de desespero ao lado de uma S/O inteiramente solidária e participativa, e com o apoio honesto e seguro de uma analista freudiana, minha fase de desespero foi o pior momento que já passei em toda a minha vida. Havia dias de eu não ter certeza, pela manhã, se à noite eu ainda estaria vivo e inteiro.


7- Desmistificação


A única saída para o desespero é a desmistificação total e radical do significado da transgeneridade em nossa vida. Desmistificar é enxergar a realidade sem véus de qualquer espécie. É o momento da verdade na vida de um transgênero. Reconhecer e aceitar a minha transgeneridade significa renunciar aos conceitos, rótulos, interditos culturais e proibições morais que me foram impostos desde a minha mais tenra infância.



Desmistificar é desmascarar, parar de mentir pra gente mesmo e encarar a realidade, a despeito de tudo que isso possa representar de desconforto, pra gente e para os outros. A vida é minha e só eu posso decidir como eu quero e vou vive-la. Tenho que arcar com o peso das minhas escolhas, por mais que elas me conduzam a becos sem saída ou sejam do total desagrado das outras pessoas. Eu sou assim e pronto! E que se danem os novos rótulos que me impuserem!


8 - Depuração


A aceitação da transgeneridade é uma simples conseqüência da desmistificação do que ela é, do que representa e de como se manifesta no nosso contexto existencial.


Depuração é uma fase de separação do “joio do trigo”: - o que eu quero do que eu não quero; o que eu posso do que eu não posso; o que eu sou do que eu não sou; o que eu gosto do que eu não gosto; o que eu estou disposto a enfrentar do que eu desejo me resguardar; o risco aceitável do risco inaceitável; o que é meu e o que é do outro, etc., etc. A partir dessas decisões não é necessário mais nenhum esforço adicional para me mostrar aos outros do jeito que eu sou, sabendo, inclusive, que eu tenho total direito de me mostrar apenas para quem eu queira.


Feita a depuração, com a limpeza e eliminação de tudo que está “sobrando” dentro do processo, eu me torno apta para dar um grande salto qualitativo na vivência da minha transgeneridade.


9 - Definição e decisão


A minha grande e inspiradora amiga Jorgete del Rio adverte a toda CD em começo de viagem que procure, antes de mais nada, definir, com a máxima clareza possível, o que realmente pretende ao se travestir.


Definir o crossdressing é estabelecer os alvos e os limites da jornada. Uma boa maneira que encontrei de fazer isso, foi utilizando a velha e boa regra de planejamento, que consiste em se estabelecer o “que, quando, onde e como”.


1 – Que: Com que propósito você se traveste? Você quer apenas representar o papel de mulher, de vez em quando, como expressão da sua ambigüidade, ou o seu desejo vai mais longe, ao ponto de querer ser e viver como mulher em tempo integral? Você pretende ser uma “lady” ou uma “vagaba”? Seu negócio é o glamour das altas rodas ou a “pista”? Você quer “dar” ou “impressionar”?


2 – Quando: Quando você deseja se travestir? De noite? De dia? Sempre? 24h por dia, 360 dias por ano?


3 – Onde: Onde você quer se travestir? Na rua? Em casa? Só em certos locais e eventos? Em quais eventos?


4 – Como: De que forma pretende se travestir? De maneira aberta e escancarada, pra todo mundo ver e saber? De modo mais do que restrito, apenas para você e o seu espelho? Abrindo o jogo inteiramente para a esposa, aceite ela ou não, ou escondendo tudo dela, indefinidamente? De modo temporário ou de modo definitivo? Usando apenas recursos superficiais de roupa e maquiagem ou empregando laser, eletrólise, hormônios e cirurgias feminilizantes?


Uma fez feita a definição do seu crossdressing, é tomar a decisão de fazer - e fazer!


Lembre-se que escolhas condicionam escolhas. Se você define que quer se travestir 24h por dia e 360 dias por ano vai ser totalmente impossível manter isso em sigilo absoluto: - tem que abrir o jogo. Da mesma forma, se você decide que quer ter seios – e decide usar hormônios para isso – vai ter que abrir o jogo com um médico basicamente confiável, como também vai ter que se conformar em ter os seios aparecendo sob a camisa se, simultaneamente, decidiu que não vai viver 24h/360 dias como mulher.


10 - Desenvolvimento


Apesar de ser o último item da minha lista, esta não é, de maneira nenhuma, uma fase de culminância do travestismo, da mesma forma que jamais poderá ser vista como uma etapa totalmente isenta de problemas e dificuldades.


Basicamente, a fase de desenvolvimento do crossdressing é uma permanente reedição de fases anteriores, onde há, inclusive, lugar para aquela sensação inigualável do período de deslumbramento. A única diferença é que agora existe consciência do que está sendo feito, consciência do preço a se pagar para viver o que se deseja e, sobretudo, aceitação da transgeneridade como um aspecto básico da própria personalidade.


Agora eu sei que é impossível separar o ato de me travestir do restante do meu ser: - não se trata de duas pessoas separadas e em conflito uma com a outra, mas de dois aspectos de um único ser, que sou eu. Um ser integral, de carne, osso, mente e espírito.


Aliás, é apenas a falsa separação entre esses dois aspectos do meu ser, imposta a mim pela sociedade, que motivou toda essa difícil jornada de descoberta e aceitação da pessoa que eu realmente já sou.

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