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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Lingerie promete fazer a festa do público gay

O mercado gay realmente a muitos anos merecia uma linha de lingerie direcionada, e a exploração desse mercado com certeza tem retorno.  Leia matéria abaixo. 
Empresa aposta em público gay e cria a "cuelcinha" a calcinha para homens.
Foi para presentear um amigo que a jovem estilista Beatriz Rouce, 21 anos, fabricou sua primeira peça de lingerie masculina. “Eu tenho vários amigos homossexuais, e um dia um comentou que seria interessante se houvesse um produto como esse”, conta a empresária de Americana, no interior de São Paulo.“Ele gostou, mais amigos pediram, e eu abracei a ideia”, diz Beatriz, que viu no interesse do amigo uma oportunidade de se especializar e abrir a própria empresa.
Peças têm modelagem feita para o corpo masculino. (Foto: Flavio Moraes)
Peças têm modelagem feita para o corpo masculino.

“Não é um produto para homens heterossexuais, para o namorado de nenhuma mulher. É para um nicho dentro do público gay, e vi que em alguns momentos isso não foi compreendido. Mas não vou me esforçar para que isso seja entendido, quem é o público sabe”, diz Beatriz.
Empresária aplica tendências femininas para criar a lingerie para homens. (Foto: Flavio Moraes/G1)
Empresária aplica tendências femininas para criar a lingerie para homens.
 Peças são embaladas discretamente. (Foto: Flavio Moraes/G1)Peças são embaladas discretamente. Justamente pelo inusitado dos produtos que fabrica, Beatriz entende que a seriedade na produção e no relacionamento com os clientes é fundamental para o crescimento da empresa. “É um trabalho sério, é muita responsabilidade. De não fazer feio, de não vulgarizar, de não me denegrir, nem aos meus clientes”, afirma a empresária.

TRAVESTISMO: COMPREENSÕES PSICOSSOCIAIS

O termo travestismo foi criado por Magnus Hirschfeld, médico alemão que escreveu o livro "The transvestites" no começo do século XX.

Segundo o dicionário "Aurélio" (Ferreira,. 1995), travesti diz respeito ao disfarce no trajar, ou o "indivíduo que, geralmente em espetáculos teatrais, se traja com roupas do sexo oposto".

O psicanalista americano Robert Stoller (1977) definiu o travestismo como "condição na qual um homem se torna genitalmente excitado ao vestir roupas íntimas femininas".

John Money (1993) define o travestismo incluindo todo aquele que vista-se como se pertencera o sexo oposto, fazendo parte do rol das parafilias.


Outro nome utilizado para estas preferências sexuo-eróticas (ou apenas expressão social) tem sido "eonismo", em referência ao denominado cavaleiro Eon, pois vestia-se de roupas femininas.
A prática de vestir-se igual ao gênero oposto era muito comum na antigüidade clássica greco-romana e veio a ter mais relatos nos séculos XVI e XVII.
Nas culturas mais antigas o travesti tinha funções equivalentes a "deuses", ou deveríamos chamar "deusas", como refere a escritora travesti Linda Phillips (1996). Phillips hipotetisa que uma primeira forma de travestismo deve ter ocorrido quando do início do uso de peles de animais ao dividirem-se os homens das mulheres, por exemplo, usando o homem a pele pendurada no ombro direito, e a mulher no ombro esquerdo; ao usar a pele de animal no ombro esquerdo, o homem teria se identificado com a mulher pela inversão da norma social desenvolvida (!).
À época de William Shakespeare, os papéis femininos no teatro eram todos desempenhados por homens que costumavam travestir-se. As mulheres eram proibidas, na Inglaterra de antanho, de participar das peças de teatro por indicação dos líderes religiosos da época. Um exemplo foi o ator Edward Kynaston, o qual se fazia acompanhar fora do palco constantemente de uma mulher, e em momento algum existem referências a um comportamento homossexual, mas em sendo o melhor "atriz masculino" de sua época (Phillips, 1996). Àquela época o vestir-se com as roupas do outro gênero era muito comum e não obtinha reações negativas por parte das outras pessoas.
Phipllips (1996) aponta o quanto o travesti tem sido confundido com o homossexual até nas décadas recentes. O termo "queen" já era usado na Inglaterra vitoriana, a exemplo de duas "queens" julgadas devido a uso de banheiros femininos, amplamente noticiados nos jornais e revistas da época. O julgamento durou por mais de uma semana. "Stella" Boulton e "Fannie" Park foram cuidadosamente despidas e cada peça do vestuário foi listada pela polícia à época para ser noticiado nos jornais.

Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, na virada do século temos várias descrições de travestismo. Alguns tornaram-se ,famosos com o teatro, outros foram perseguidos pela polícia. Denominados de "queers", promoviam grandes festas onde participavam travestidos. Homens ricos participavam destas festas, que aconteciam, por exemplo, na cidade californiana de Long Beach, famoso balneário próximo de Los Angeles (Ullman, 1995).
O travestismo aparece costumeiramente associado a outras parafilias: fetichismo, exibicionismo, masoquismo; também coexiste com orientações e escolhas objetais diversas: homossexual, heterossexual e bissexual. A maior parte das pessoas crêem que todos os travestis são homossexuais
Havelock Ellis esforçou-se, no início do século, em diferenciar o travestismo da homossexualidade. Magnus Hirshfeld, na Alemanha, também no início do século, esforçou-se para que as diferentes práticas não fossem confundidas, empenhando-se em campanha para que não fossem perseguidos (Moré, s/d).

Henry Havelock Ellis, médico e psicólogo inglês (1859-1939)
que diferenciou travestis de homossexuais na Inglaterra vitoriana.

Magnus Hirschfeld (1868-1935) estudando 3000 homossexuais (1910)
descobriu que muitos deles se travestiam.
  • Etiologia
Os estudos sobre formas alternativas de vivências sexuais, de obtenção de excitação e prazer sexuais tem recebido grande ênfase pelas formulações psicanalíticas. Com as formulações psicanalíticas afirma-se que um determinado traumatismo teria provocado a fixação em determinada fase anterior do desenvolvimento da pessoa. Estas posturas são bastante discutíveis e, na maioria das vezes generalizadas a partir de observações clínicas.
Newman (1979) aponta para meninos, na infância, que podem desenvolver o travestismo. Quando o comportamento de travestir-se ocorreu em uma ou duas situações, e fora de caráter lúdico, se o menino não sofre desapontamento ao desistir do ato, e se não houver qualificação de excitação sexual associada, não deve ocorrer futuros desenvolvimentos para o travestismo, algumas formas de homossexualidade ou mesmo transexualidade. Newman reforça a idéia de que o menino usando roupas de menina na infância pode ser uma atividade benigna, mas que também pode representar um transtorno de identidade sexual. Diferencia as situações pela freqüência e intensidade. Saghir e Robins (1973) apontam que 23% dos homens solteiros passaram por situação de travestismo menos de uma vez ao mês na infância e na adolescência, geralmente em teatro na escola ou Halloween. Arndt Jr. (1991) não considera desviante o travestismo ocasional na infância.
O início da prática travestida ocorre em 91% dos casos antes dos 18 anos (Buckner, 1979). Situações externas, a exemplo de depressão pós-separação podem desencadear a prática do travestismo (Buckner, 1979).
Buckner (1979) aponta que em muitas situações o travestir-se representa uma forma do homem afirmar que está sendo exigido demasiadamente de seu papel masculino social. Esta ameaça da masculinidade pode ocorrer, também, segundo este mesmo autor, na proximidade da aposentadoria, provocando vontades deste homem se travestir.
O travestir-se depende de caracter"isticas individuais da identidade da qual se fala. Esta identidade se forma, e continuadamente se metamorfoseia em contato bidirecional entre o mundo subjetivo e o mundo obejtivo. Para definirmos as "causas" pelas quais as pessoas se travestem, necessitamos conhecer e considerar a história de vida desta pessoa, reconstituindo o trajeto em seu todo e, através de sua auto-identidade, considerar o projeto de vida que desenvolveu sobre este histórico.
O travesti é a expressão da identidade da pessoa em seu contato com o mundo, expressa-se solicitando ser identificada pelo resultado desta expressão.
  • Tipos travestis
A utilização de roupas do gênero oposto pode ter várias funções e formas de apresentação. Não se pode tomar como iguais estas várias formas, as quais exigem motivações diferentes e diferentes apresentações de identidades.
  • Fetichismo - a motivação erótica
Nesta situação o travesti delicia-se com a sensualidade dos trajes femininos. Diferencia-se do fetichismo usual que elege uma determinada peça ou categoria do vestuário. No caso do travesti erótico, o prazer advém do uso de todo o contexto feminino com todas peças e adereços que tragam o significado feminino, incluindo lingeries, cintas-ligas, meias, espartilhos, camisolas sedutoras, corpetes, baby dolls, negliges, saltos altos...
Meyer (1979) relata o caso de um homem de 38 anos que considerava o coito com a esposa somente gratificante se vestisse roupas íntimas femininas enquanto estivesse envolvido em atividades sexuais. Neste caso o homem não apresentava problemas eréteis ou orgásmicos. Muitas parceiras mulheres se mostrarão condescendentes e mesmo estimularão a prática; porém a maioria das mulheres se oporão à prática.
O elemento fetichista não seria comum a todos os travestis (Stoller, 1977; Person e Ovesey, 1978), pois alguns travestidos usariam a roupa do gênero oposto para diminuírem as ansiedades sobre a identidade de gênero e papel de gênero (Person e Ovesey, 1978).
Aurioles e Téllez (1994) descrevem o fetichismo travestista que consistiria em fantasiar ou vestir-se realmente com roupas do gênero oposto, visando experimentar excitação e com a ajuda para chegar ao orgasmo na masturbação ou no coito. Afirmam estes mesmos autores que é típico que o travestismo se inicie na infância ou na tenra adolescência, podendo vir a desejar viver permanentemente como pessoas do outro sexo. Neste travestismo fetichista, o homem teria comportamentos femininos quando vestido com roupas femininas, o que seria ocasional ou situacionalmente claro, diferente do cotidiano no qual teria ocupação bastante masculina e atitudes e vestimentas muito masculinas no dia-a-dia. Em termos de características de personalidade variariam desde o solitário, deprimido e com sentimentos de culpa até o egossintônico membro sociável de uma subcultura.
Stoller (1982) afirma que o travestismo feminino é pouco freqüente e adquire outros sentidos daquelas formas masculinas. A principal diferença encontrar-se-á na não necessidade de busca de excitação sexual com o vestir-se com roupas do outro gênero. Sem apresentarem orientação homossexual, teriam, desde a infância, uma identificação masculina. Nestes casos femininos dever-se-á promover um diagnóstico diferencial relacionado a distúrbios de identidade de gênero e transexualidade (Stoller, 1982).
Stoller (1993) dedica todo um capítulo somente discutindo "As origens do travestismo masculino". Stoller descreve a necessidade de uma família coerente com o desenvolvimento da prática da inversão de vestimenta. O travesti é um menino que desenvolveu uma identidade de gênero nuclear masculina (uma convicção, uma aceitação, um conhecimento corporal de que ele é um homem), mas desenvolve masculinidade mais vulnerável à ameaças do que outros meninos. Pode depender de identificações negativas advindas da mãe como compensações e culpas sentidas por esta na tentativa de superá-las. "Se um menino com um sentimento comprometido de integridade e valor é então travestido - especialmente depois de dois anos por uma menina com impulsos transexuais - ele é um alto risco de travestismo" (Stoller, 1993:202)
O travestismo fetichista ocorre, geralmente, na intimidade e com relativa privacidade. Alguns travestis necessitam da participação do grupo para receberem o reconhecimento de sua identidade apresentada; este reconhecimento é o elemento de manutenção desta identidade travestida, portanto a necessidade do grupo; nestas situações não existe a condição fetichista, a necessidade de obtenção de excitação sexual com o travestir-se, a busca dirige-se a encontrar uma identidade reconhecida e aceitação de desejos individuais por um grupo e pessoas externas ao eu.
Kolodny, Masters e Johnson (1982) afirmam que muitos travestis somente conseguem ereção peniana quando travestidos, sendo sexualmente "impotentes" em condições adversas.
Morrison (1994) afirma que o travestismo fetichista, a exemplo de outras formas de fetichismo, gradualmente fica no lugar do "sexo normal". Morrison afirma, ainda, que muitos destes homens sentem um conforto crescente vestidos de mulher que se tornariam transexuais. Naturalmente esta afirmação não é aceita pela maioria dos que estudam as condições transexuais, a exemplo de Stoller.
Este eroticismo margeia o narcisismo.
O travesti, em geral, já gosta bastante de passar um tempo longo em frente ao espelho, seja para saber se está tudo certo, ou simplesmente para admirar a própria beleza através da bela mulher que o está olhando pelo espelho...
O conceito do exibicionismo também é aplicado aqui. Não o exibicionismo para o outro ou para encobrir algum outro comportamento. Aqui falamos do exibicionismo de estar em público passando-se por uma fêmea, vestida de modo completo como uma mulher. Assim, para o mundo ele é ela! O resultado é uma expressão sexual sentida mais cerebralmente do que de forma tátil.
A motivação erótica, embora mais comum, pode ser a mais maligna. Ë bom lembrar que não interessa o quão forte são os impulsos sexuais sentidos, não deve haver culpa ou vergonha associados ao travestir-se. Se o travesti não se encarar tendo uma expressão sexual que possa ser saudável, sentirá culpa, vergonha e outros sentimentos e expressões destrutivos.
No ano de 1993, veio a público a acusação de que o todo poderoso e temido Diretor do FBI (polícia federal americana), John Edgar Hoover, era um travesti e bissexual (O Estado de S. Paulo, 1993). Este é um bom exemplo de que os papéis masculinos não interferem com os desejos de travestir-se ou de relacionamentos com pessoas de ambos os sexos.
Morrison (1994) aponta para a formação de uma subcultura travesti que envolve os praticantes em vídeos, revistas especializadas e locais de encontro. Desta forma muitos travestis desenvolvem-se mais e mais.
O travesti fetichista pode apenas vestir roupas de baixo a exemplo de calcinhas, meias, até mesmo sutiãs, sob a roupa masculina cotidiana e isto produzir a excitação sexual procurada. Esta é uma prática vivenciada por muitos homens que chegam a afirmar, justificando-se, que "as calcinhas femininas são muito mais gostosas de serem usadas do que as cuecas masculinas, mas ásperas, mais incômodas".
Prince e Bentler (1972), pesquisando 504 casos de travestismo chegaram à seguinte tabela sobre o uso de peças de vestuário por homens durante o coito:
ROUPA
PERCENTUAL(N=504)
camisola
27
calcinhas
20
sutiã com enchimento
18
meia calça
17
sapato de salto
11
vestimenta completa
20

Sagarin (1979) crê que sejam pouquíssimos os que se travestem e não tem interesse homossexual consciente. Sagarin crê que seja um fetichismo indumentário que esconda, como defesa, aquilo que a pessoa receou fosse um desenvolvimento homossexual.
Money (1993) refere o termo Travestofilia para significar o prazer sexual obtido com o vestir-se com roupas do gênero oposto
  • Drag Queens
O termo "Drag Queen" já é usado na literatura técnica há algumas décadas (Sagarin, 1979). Poderia ser traduzido por algo como "rainhas fantasiadas", embora esteja sendo usado em português de modo bastante difundido nos últimos poucos anos.
Homens que, geralmente tem outras atividades durante o dia, vestem-se, à noite, com roupas femininas, mas de modo a imitar, satirizar, sem poder, realmente, serem confundidos com uma mulher.
Por serem muito extrovertidos e não praticarem a prostituição tem recebido maior aceitação e divulgação por parte da mídia no Brasil. Muitos, assim, tornam-se artistas ou participam de performances artísticas.

Drag Queen em desfile por ruas americanas,

Homem travestido à moda Drag Queen
participa de manifestação de rua nos Estados Unidos.

  • Motivação erótica na prostituição
Muitos travestis, talvez os mais conhecidos, apesar de desejarem mostrar-se e parecerem ser mulheres, usam esta condição para obterem dinheiro através da prostituição. Estes travestis dependem de homens que desejem fazer sexo com homens que se assemelhem a mulheres, mas que, lá dentro, saibam de que se tratam de homens.
Estes homens que procuram travestis para obterem prazer sexual são atualmente conhecidos como ginandrofílicos. A ginadrofilia é uma parafilia, uma denominação para classificar este tipo de homens e seus prazeres diferentes. Money (1993) utiliza o termo ginemimetofilia.
Destes travestis, muitos iniciaram sua vida de travesti pelo prazer em se vestirem como mulheres e desejarem passar-se por mulheres. Com a dificuldade em conseguir um emprego, pois não tem condições sociais de explicarem-se por usarem roupas e maneiras de mulher, muitos passam a se prostituir. Vender o sexo e p prazer sexual a outras pessoas passa a ser uma possibilidade, pois sem emprego não conseguem alugar um local para morar, sem onde morarem, sem dinheiro e sem emprego, prostituir-se é o caminho aparentemente mais "fácil". O travesti aprende mais técnicas de como seduzir e se tornar mais apreciado e desejado. Noturnamente vende o corpo para obter algum dinheiro, o qual tem que dividir com seus administradores, cafetões e cafetinas, que os protegem e conseguem algum local para morarem.
Maria José Benites, assistente social em Blumenau (SC) produziu um estudo sobre as condições sócio-econômicas dos travestis prostitutos naquela cidade. Trata-se de uma cidade considerada "boa para trabalhar", onde os fregueses são bons pagadores, gentis e discretos. Dentre os fregueses existem muitas "mariconas", homens que solicitam serem penetrados durante o "programa". Os travestis pesquisados preferem ser penetrados, deixando de fazer o programa se ao contratarem o programa o freguês solicitar ser penetrado.

Os programas são realizados em motéis, saindo o travesti e o freguês do centro da cidade, buscando maior privacidade e sigilo; somente quando o freguês solicita um sexo oral ("boquete") o programa é feito no carro. A Polícia Militar, encarregada do policiamento noturno, não os incomoda, exceto quando travestis de outras cidades invadem Blumenau, o que gera tumultos entre os dois grupos. Pesquisando 12 dos 14 travestis em ação na cidade de Blumenau, Benites encontrou idades entre 17 e 39 anos ( o de 39 anos é considerado "velho" e faz poucos programas), com grau de instrução variando entre o nível I do primeiro Grau e o universitário incompleto (apenas dois travestis tem mais que o primeiro grau, nenhum analfabeto, e sentem que não podem continuar os estudos devido ao preconceito que recebem das outras pessoas e o fato de terem saído da casa dos pais). Os travestis identificaram-se como católicos romanos (10/12), sendo comum terem em casa santos e santas, e 8/12 rezam após o término do trabalho pedindo proteção. ¾ são fumantes desde a idade de 10-12 anos. Os travestis que "batalham" em Blumenau vem de 6 Estados, sendo o mais significativo o Paraná e o próprio Estado de Santa Catarina (2/3 são provenientes dos três Estados sulinos), porém nenhum de Blumenau. Somente um travesti reside em Blumenau há menos de um ano; ¾ residem em casas alugadas (numa casa moram 5 travestis que dividem o aluguel). Benites descobriu apenas 4/12 dos travestis não usando algum tipo de drogas, tendo 2 sido usuários por 10 anos até um ano anterior.


Os travestis tem qualificação profissional (7/12: cabeleireiro, datilografia, torneiro mecânico), e 9/12 fazem shows para completar os rendimentos mensais, o que ocorre após o trabalho nas ruas, geralmente à 1 hora da manhã (dublagens, imitações, strip tease, pelo que recebem de R$50 a R$70 por espetáculo). A renda mensal varia de R$150,00 a R$1500,00, sendo que a metade dos estudados percebe de R$800 a R$1500,00. Sete travestis referem ter bens imóveis (herdados dos pais) ou móveis (telefone, carro). O medo da "Tia" (pseudônimo usado para a AIDS) parece estar afastando os fregueses segundo estimativa dos travestis, mesmo que afirmem que somente fazem programas com o uso de preservativos, penetrando ou sendo penetrados. Somente dois fizeram implante de silicone nas mamas, o restante fez injeções de silicone, o que faz com que haja dor se forem batidos (sic). Estes travestis não se identificam com outros termos usados em outras cidades ou que indicam outras funções, a exemplo de transformista ou "drag queen"; porém admitem o termo "gay", usando raramente a palavra homossexual. Os travestis estudados por Benites aproximam-se mais do conceito de transexuais, pois referem "sentirem-se mulheres" e não se sentirem homossexuais. A identidade do travesti advém mormente do grupo, no qual cada um procede a um suporte mútuo, o que inclui a busca da transformação uns dos outros com as injeções de silicone por meio de seringas aumentando as mamas, quadris, coxas e rostos e usarem hormônios femininos.
O romance de Adelaide Carraro (s/d), "O travesti", descreve a vida de um travesti, nomeado Jaqueline, na cidade de São Paulo, seu cotidiano na prostituição, as maneiras de se produzir par o trabalho e outras técnicas utilizadas pelos travestis, a exemplo do manuseio dos genitais para esconder o escroto/testículos e pênis. Embora escritora famosa, não se trata de um livro com farta distribuição e edições múltiplas.
  • Motivação de liberdade de vestir-se
Esta motivação tem a ver com a habilidade do travesti em seguir os diferentes parâmetros sociais, tanto o masculino quanto o feminino: liberdade de vestir-se, ou a aprovação social (ou ao menos a aceitação) em vestir-se de modo pessoal de acordo com qualquer dos gêneros.
Embora haja uma tendência unissex desde a década de 70 no mundo ocidental, ainda sobram divisões definidas entre o vestir-se dos homens e o das mulheres. A habilidade de mulheres usarem roupas masculinas tem uma aceitação social muito maior do que quando homens se vestem de mulheres. A liberdade da inveja e a falta de regras rígidas servem de motivação para o travesti, mesmo contra uma grande população que não lhes é simpática.
Mesmo com outras direções seguidas pela moda geral, a moda para os travestis continua seguindo uma única direção. O travesti escapa da conformidade emocional produzida pela moda.
No carnaval brasileiro, é muito comum o homem travestir-se, mostrando-se não necessitado em aderir ao vestir-se convencional masculino. Porém, devemos considerar outras motivações individuais, inclusive homossexuais declaradas ou encobertas pelo fantasiar-se de mulher.
  • O meio artístico
Muitos travestis com outras motivações, em especial o prostituto, trabalham como "transformistas", fazendo espetáculos nas boates das cidades de médio e grande portes.
Muitos são "drag queens", fazendo destes espetáculos sua segunda jornada de trabalho.
David Bowie, cantor inglês, sempre aproveitou-se com apresentações travestido.
Um cantor que auferiu bastante fama na década de 80 travestindo-se foi o inglês Boy George. Apresentando-se sempre com esdrúxulas formas femininas atingiu bom sucesso, até que, recentemente, deixou de usar os aparatos travestis em suas apresentações musicais.
Poucos mostram-se como travestis/transformistas profissionais, como é o exemplo do grupo Companhia Baiana de Patifaria, que já se apresentou com grande sucesso nas grandes capitais brasileiras e retorna no ano de 1996, em São Paulo, com uma peça teatral "Noviças rebeldes", musical onde todos os atores homens personificam freiras que montam um musical para sobreviver (Revista da Folha, 1996).
Em telenovela da Rede Globo de Televisão, neste ano de 1996, "Explode coração", a autora, Glória Perez, incluiu uma personagem que, nascida homem, convive harmoniosamente com todos vestido de modos femininos constantemente. Embora tratado pela mídia, inadequadamente como "drag queen", ou mesmo travesti, a personagem Sarita Vitti, traz uma forma do público em geral conviver melhor com esta idéia (Amaral, 1996). Aparentemente não se deixa claro suas preferências sexuais objetais ou motivações para travestir-se. Porém, podemos afirmar, que o ator Floriano Peixoto traveste-se por motivos profissionais, o que talvez devesse fazê-lo receber a classificação de transformista, referindo-se ao travesti que assim se veste em prol de espetáculos, teatro, televisão, cinema...
Muitos atores participaram de filmes em que se apresentavam travestidos e obtiveram fama com isto. Nomes como Fatty Arbuckle, Mickey Rooney, Dustin Hoffman, Robin Williams, Wesley Snipes, Patrick Swayze e John Leguizamo fizeram grande sucesso em papéis desde importantes comédias a dramas envolventes.
  • Motivação de expressão emocional
O papel social masculino em nossa cultura tem seguido um padrão muito rígido, sem saídas e baseado num grupo de falsos conceitos. A noção de que o homem não pode ser carinhoso, ou mover-se de modo lânguido e gracioso, força o homem a viver numa prisão emocional, à qual foi sentenciado desde o nascimento.
O travesti busca refúgio temporário das demandas sobre o masculino em suas roupas e feminilidade. Assim o travesti foge das ansiedades provocadas pelos papéis de marido, de pai, de provedor da família e da casa, das exigências no trabalho, de ter que ser macho nas brincadeiras feitas pelos amigos... Quando se veste de mulher e passa algum tempo fazendo o papel feminino afasta-se das pressões cotidianas dos papéis sociais que vive e é obrigado a viver.
O travesti não procura ser exatamente uma mulher, mas o que a sociedade determina que é próprio da conduta feminina de modo a se equiparar com a população feminina.
Esta liberação de tensão, mesmo que por pequeno período de tempo, geralmente recarrega as energias e permite ao travesti retornar às demandas sociais determinadas por uma cultura machista. Assim o travesti retorna como se tivesse tido férias, com novas forças.
O Tiffany Club, na cidade americana de Natick (Massachussets), reúne apenas homens heterossexuais, que travestidos, passam as tardes ou festas a conversar sobre aspectos masculinos da vida. Este clube é apoiado por uma entidade denominada International Foundation for Gender Education, que se ocupa de oferecer apoio a clubes semelhantes e promove publicações neste sentido nos Estados Unidos, abarcando cerca de 10 mil homens (Pinto, 1993).
Assim, aqui temos o travestismo como uma forma saudável de expressão da sexualidade, além de manter o equilíbrio mental da pessoa, permitindo que este homem possa continuar vivendo e convivendo com as pressões sociais exercidas sobre ele.
  • Motivação de mudança de identidade
A oportunidade de existir como outra pessoa de forma íntegra, vivendo de forma completamente oposta ao que sempre se foi pode servir de motivação muito forte para uma pessoa se travestir.
O travesti se compromete, ao se aventurar em público como mulher, a conseguir usar toda a habilidade que tem em atuar, usar maneirismo e se preparar como mulher.
A maioria dos atores de teatro, televisão e cinema obtém prazer com seu trabalho personificando outras pessoas.
O travesti consegue uma satisfação semelhante durante o tempo que vive sob outra personalidade, seja um tempo pequeno ou por várias horas.
Muitas pessoas confundem a motivação para mudança de identidade com a personificação feminina. O travesti sai em público com o objetivo expresso de parecer uma mulher completa. O performista, ou transformista precisa de uma situação especial para mostrar-se, para atuar, um palco. Embora ambos possam usar uma forma semelhante de motivação, tem objetivos diferentes a serem atingidos.
A motivação de mudança de identidade associa-se ao conceito de transexualidade. É importante ressaltar que o transexual não apenas representa-se a si mesmo como mulher, mas também para experimentar o sentir-se mulher o mais completamente possível. Nesta motivação de mudança de identidade teremos muitos outros fatores a considerar nos transexuais.
  • A visão psicopatológica
Referir-se ao travestismo de forma psicopatológica sempre foi o ponto de vista mais comum no que se refere discursos oficiais na psiquiatria e psicologia. Antes da formação e distinção da psiquiatria e da psicologia, enquanto práticas definidas dentro da ciência, o travesti não era visualizado como uma psicopatologia; antes apenas como uma pessoa diferente.
No DSM-IV (Morrison, 1994), existe a referência ao travestismo fetichista sob o código 302.3, definidos como o vestir-se com a roupa do gênero oposto com o objetivo de obter excitação sexual com critério definido pela repetição, pelo mínimo de seis meses, de um heterossexual tendo intensos desejos, fantasias ou comportamento que implique o uso de roupas do gênero oposto. Caso haja desconforto com a identidade de gênero ou o papel de gênero, a classificação deve ser de "disforia de gênero".
Os praticantes do travestismo sentem-se renegados pelos profissionais de saúde, pois, em geral, existe a não aceitação de seus desejos e referência a seus comportamentos serem abjetos e inadequados.
  • A subcultura Travesti
A identidade grupal tem sido desenvolvida pelos praticantes a ponto de criarem termos especiais para se autodenominarem. Nos Estados Unidos as letras "TV" são utilizadas nas revistas especializadas e em anúncios para que sejam identificados dentro do grupo e dos interessados em travestis.
A quantidade de homens envolvidos em travestismo é grande o suficiente para que uma subcultura se forme e se mantenha a si e a um mercado crescente no mundo ocidental nas grandes cidades.
Na cidade de São Paulo, existe o Atellier Eliana, cujo dono pratica o travestismo erótico na intimidade com a própria esposa, tem à venda lingeries em números que servem às mulheres e aqueles especiais para homens, incluindo sapatos de números grandes. Questionados, os donos da loja confirmam que os clientes não são os travestis profissionais e prostitutos, mas homens comuns que sempre ficam à espera de que o empresário retorne de suas constantes viagens ao exterior trazendo novidades para seu, autodenominado, "erotic shop". As roupas mais vendidas para homens são espartilhos e peças semelhantes. A maioria dos homens que se travestem na intimidade, com ou sem a participação da esposa, buscam comprar calcinhas, sutiãs, espartilhos e cintas-ligas com meias em lojas especializadas em lingeries para mulheres. A desculpa utilizada pelos homens é que estão comprando roupas para suas esposas e/ou namoradas. Os vendedores geralmente percebem a diferença do tamanho das roupas pedido, tamanho grande! Também mostram-se muito discretos, pois reconhecem que o freguês não pode ser desmascarado, e poderá sempre retornar par comprar as roupas que tanto lhe dão prazer.
Um mercado especial foi se desenvolvendo para produzir roupas e adereços especiais para homens que desejam travestir-se. Apetrechos simulando mamilos femininos ingurgitados podem ser encontrados no Brasil em alguns Sex Shops. Adereços mais sofisticados, não paródias grosseiras, tem sido desenvolvidos, a exemplo do "Tube Top Tits" (Buddy, s/d, pag. 10-11). Outras formas de apetrechos com o formato de mamas são anunciados amplamente nas revistas especializadas (Buddy, s/d, pag 13)O uso de aparelhos de vácuo para dilatação das mamas tem sido vendidos com o objetivo de aumentá-las (Mulheres também as compram. "Calcinhas" especiais são vendidas: tem acopladas, em borracha, uma "vulva" para trazer a aparência física feminina, e enchimentos nas nádegas (Buddy, s/d 12-3).
Em New York, um grupo de travestis, denominado The Imperial Court, anualmente promove um baile beneficente especial chamado "Night of 1000 Gowns" (a noite das mil camisolas).
Revistas especiais tem sido publicadas há décadas nos Estados Unidos e Europa. No Brasil o travesti tem acesso a revistas e filmes sobre travestis e transexuais, mas não existem publicações nacionais que estejam voltadas para ensinar, vender ou mostrar aos desejosos as orientações para atingirem seus almejados objetivos. No mercado mundial, revistas do tipo TV Guy, Dragazine e Transformation dedicam-se a serem materiais de suporte para aqueles desejos travestis.
O travesti considera feias as roupas masculinas. Buscam nas roupas femininas algo que os faça confortáveis em seus ideais estéticos. Para acompanhar a nova vestimenta devem raspar/depilar as pernas (para aqueles que desejam o travestir-se ocasional o aparelhos de lâminas usado para as barbas é o mais indicado, para aqueles que desejam um efeitos mais completo ou duradouro, a depilação com cera é o mais indicado). A alternativa são meias mais grossas que impeças os pelos de serem vistos. Sutiãs podem ser os comuns, mas aqueles com suporte, com barbatanas ou mesmo os com enchimentos especiais. O pênis tem que ser escondido adequadamente. Os travestis profissionais desenvolvem técnicas através das quais conseguem introduzir os testículos sob a pele do púbis e o pênis verticalmente à frente do púbis ou para trás em direção ao ânus. Uma alternativa são "calcinhas" de látex que mantém o pênis bem apertado e não aparente após vestir-se completamente com roupas femininas. Estas peças de látex são especiais e não tão difundidas no Brasil. Então vêm meias, vestido/saia, pulseiras, braceletes, colares, brincos, maquiagem, unhas (talvez postiças, mas com certeza esmaltadas) e... perucas (se o homem não tiver cabelos compridos ou compatíveis com um penteado feminino).
  • Tentando finalizar
Embora tenhamos entre os profissionais de saúde a impressão de que sabemos tudo o que ocorre sobre a vida das pessoas, existem muitos aspectos ainda por serem melhor compreendidos e aceitos. De nossa aceitação e compreensão virão a aceitação e compreensão do mundo leigo, serão criadas representações sociais maios próximas de uma realidade humana útil e permissiva de melhor entendimento e convivência entre as pessoas em geral.
Infelizmente, existe uma fatia da população que vive com preocupações hostis com relação aos travestis, fato determinante de muitas mortes destes cidadãos (1200 de 1985 a 1995, segundo depoimentos à imprensa - Fernandes e Noronha, 1995). Felizmente eles mesmos tem tomado a dianteira e procurado demonstrar estas perseguições preconceituosas, por exemplo, através de passeatas e manifestações públicas (Seidl, 1992; Folha de S. Paulo, 1994).
A busca da cidadania e respeito ocorre, no Brasil, por parte dos travestis prostitutos, fazendo com que promovam encontros para discutirem, por exemplo, a legalidade da prostituição, visando o direito à aposentadoria (Noronha, 1995), ou a busca da auto-preservação, desenvolvendo cartilha especial para ensinar aos outros travestis como lidar com a AIDS (Stycer, 1995).

A moda gay



Tenho visto muita moda masculina nos últimos tempos. Algumas fotos e vídeos de desfiles compartilhados aqui com você internauta. Muitas produções, looks e shapes que estão pipocando nas passarelas que certamente irão para as lojas para tentar vender. Só que também percebi que muito do que é mostrado não é exatamente a moda que um heterossexual usaria.
A moda masculina tem mostrado  modelos de roupas que os gays gostam de usar. Os cortes são mais ousados, as cores mais alegres. Não que todo gay saia por ai todo colorido, não é isso. Mas é fato que os gays se vestem super bem.
Tem muito gay discreto que respeita antes a profissão. Eu diria que é como um executivo ou um parlamentar que no exercício da função precisa usar costume, mas no fim de semana relaxa e veste bermuda e sandália para ficar a vontade. Normal. Como também tem gay danoninho, que se veste com regata, shorts e chinelinho.
Vamos relembrar alguns fatos do processo da moda masculina-gay.
Que o gay tem uma personalidade singular não se discute. Ele passeia pelo lado masculino e feminino com a maior facilidade. No passado, precisou se vestir de maneira mais viril para esconder a homossexualidade, mas para liberar o lado gay teria que assumir o jeito sem ser marginalizado, vestindo os coloridos e os acessórios da moda. Daí veio a onda “ eu sou gay e demonstro através do meu comportamento e pela minha roupa”. Foi uma verdadeira farra, reccorreram às roupas masculinas por falta de opção, valia de tudo para contrapor: brinco e tamancos.
Só para você se situar estamos falando da década de 70.
Com o surgimento da Aids as coisas tomaram outro rumo. Ser gay, magrinho, fininho, queimadinho do sol virou sinônimo de doença. Então os moços começaram a recorrer para as academias: a regra era tornar o corpo mais fortinho, comer mais e ficar com cara de mais saudável. Magreza e cara branquinha, pálidos, estavam fora das características de fragilidade que já estavam sendo confundidas com o aspecto de doença.
Mas a mudança se estendeu até a forma de se vestir, muitos preocupados com os comentários voltaram a se vestir com roupas masculinas, com isso a caricatura de mulher estava descartada.
Já nos anos 80 ninguém mais falava do gay mulherzinha, afeminado, ficou totalmente fora de moda.
Com os corpos definidos e a pele bronzeada, o visual ficou com cara de macho. Só que os amigos criativos deram um jeitinho de não serem tão durões assim. Na prática os tecidos eram estampados e listrados, na cartela de cores prevaleceram os tons sur tons.
Um estilo mais andrógino que para completar os nossos amigos passaram a usar bigodes.
Apesar de tudo isso temos que lembrar que os melhores estilistas nacionais e internacionais de moda são gays, eles tem um papel fundamental na moda. Com isso passaram a divulgar a moda gay em bairros como Village, ao Norte de Nova York. Daí para frente a moda homossexual foi se expandindo até virar em centenas de lojas que não só atendiam ao público gay mas também aos simpatizantes.
Ainda nesta década não posso deixar de relembrar que o gay começou a usar aquelas roupas de couro, lenços no pescoço, adereços como brincos…emfim tudo para se distanciar daquele gay dos anos 70.
Hoje mesmo o “rapaz alegre” procura se vestir de maneira mais simples: jeans e camiseta. Mas não dá para negar que a moda masculina hoje é sugerida para o homem gay.
O fato é que o gay vai sempre se diferenciar, seja num echarpe jogado no pescoço ou um brinco bacana.
Não que o brinco seja um adereço gay, mas uma forma de o homem brincar com a moda masculina.
Por fim, hoje até a publicidade é feita com casais gays, em situações rotineiras como comer um salgadinho a beira da piscina com seu amor.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mercado gay cresce no Brasil e há muito espaço para expansão, mas os empreendedores precisam se livrar de preconceitos e clichês para aproveitar as oportunidades

Neste mês, mais precisamente no dia 6 de junho, a cidade de São Paulo será palco da maior Parada do Orgulho Gay do mundo. A expectativa é que mais de 3 milhões de pessoas participem da comemoração, sendo que aproximadamente 600 mil serão turistas vindos de todas as regiões do Brasil e de outros países. No ano passado, a Parada movimentou R$ 200 milhões em um fim de semana, ficando atrás apenas da Fórmula 1 no ranking dos eventos mais lucrativos, segundo dados da São Paulo Turismo (SPTuris), órgão oficial de turismo da capital paulista. A grandiosidade do evento e dos números não deixa dúvidas sobre o crescimento e a consolidação do universo – e do mercado – LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
O chamado pink money tem atraído a atenção de empresas de diferentes segmentos. Além do já consagrado roteiro de boates, bares e saunas, a cada dia surgem novos negócios voltados aos homossexuais, incluindo loja de roupa, editora, companhia de seguro, restaurante e até mesmo um pet shop. Mas, para se tornar gay friendly, não basta hastear uma bandeira do arco-íris na porta do estabelecimento. De acordo com especialistas, é preciso investir em produtos e serviços inovadores, planejados sob medida para as necessidades e desejos do público-alvo. O atendimento também deve ser priorizado: mais sensíveis ao desrespeito do que a média da população, os consumidores homossexuais também são conhecidos por serem exigentes, fiéis às marcas e bem informados.
Pesquisas indicam que o público LGBT também costuma consumir mais que o heterossexual. Como a maioria não tem filhos, sobra mais dinheiro – e tempo – para gastar com artigos culturais, produtos de grife e lazer. A indústria do turismo foi uma das primeiras a perceber essa oportunidade e, não por acaso, é a mais bem preparada do Brasil para atender à demanda LGBT. Segundo a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS), existem aproximadamente 50 agências e operadoras de turismo voltadas aos gays no País. Grandes redes hoteleiras – como Pestana, Othon, Accor e Golden Tulip – também se declaram gay friendly. “É evidente o crescimento do mercado e do turismo LGBT no Brasil e há um amplo terreno a ser explorado por empresas que queiram e saibam trabalhar com o segmento”, afirma Almir Nascimento, presidente da Abrat-GLS.
Reconhecido internacionalmente co­mo destino gay friendly, o Brasil – e mais especificamente a cidade de Florianópolis – será sede do maior evento de turismo internacional LGBT do mundo. Trata-se da 29ª Convenção Global da IGLTA (International Gay & Lesbian Travel Association), principal entidade do segmento turístico LGBT do mundo. Agendado para 2012, o evento deve reunir 450 congressistas, sendo 70% estrangeiros vindos de todo o mundo. A capital catarinense, que foi eleita pelo jornal The New York Times como destino “Party & LGBT” de 2009, destacou-se perante as concorrentes – Berlim e Madri – e será a primeira cidade da América Latina a sediar o evento. A expectativa da Embratur e da Abrat-GLS é que a ocasião seja um marco no mercado turístico gay do Brasil. “A tendência é aumentar cada vez mais a demanda por produtos específicos e profissionais habilitados para atender esse público”, diz Nascimento.
Lançada no fim de 2009, a Câmara de Comércio LGBT do Brasil é outra iniciativa que reflete o crescimento do mercado gay no País. Inédita no País, a organização sinaliza novos tempos para os empreendimentos LGBT. “O mercado gay sempre existiu, mas agora é que estamos começando a abrir as portas novamente. E o primeiro passo é unir os empreendedores que se dedicam ao nosso segmento”, avalia Douglas Drumond, presidente da entidade. Atualmente com 100 associados, a Câmara tem como objetivo promover trocas de experiências, ações de marketing e eventos, entre eles o 1º Festival Gastronômico GLS de São Paulo, que acontecerá durante a semana da Parada do Orgulho Gay e terá participação de bares e restaurantes gay friendly da cidade.
Mas, afinal, o que caracteriza uma empresa gay friendly? Para Douglas Drumond, trata-se simplesmente de uma questão ideológica ao alcance de qualquer marca ou organização. “Uma borracharia, por exemplo, pode ser gay friendly, não precisa vender pneu nas cores do arco-íris”, exemplifica. Dessa forma, as organizações gay friendly se diferenciam pela ausência de preconceitos e clichês associados aos homossexuais. “Muitas vezes a discriminação acontece de forma sutil, mas não menos ofensiva, como olhares de lado. Se eu estou dentro do seu estabelecimento, disposto a gastar meu dinheiro, eu exijo bom atendimento”, explica Drumond, que também é empresário do ramo hoteleiro e de entretenimento.
Evitar a homofobia e banir toda e qualquer forma de preconceito no ambiente corporativo é um processo que ocorre “de dentro para fora”, segundo Laura Bacellar, coautora do livro Mercado GLS – Como obter sucesso com o segmento de maior potencial da atualidade (Ed. Ideia & Ação). “Ser gay friendly significa ter políticas de treinamento para que todos os funcionários saibam como tratar as minorias sexuais, além de ter políticas claras e explícitas de não-discriminação de seus funcionários gays e lésbicas, pois nenhuma empresa será gay friendly se discriminar seus próprios colaboradores”, diz Laura.
Na avaliação da autora, o mercado LGBT no Brasil ainda não está consolidado, apesar da crescente expansão. “Os empresários nem sempre aproveitam as oportunidades e só se lembram de fazer alguma ação específica às vésperas da Parada Gay, por exemplo. Sendo que esses milhões de pessoas estão por aí o ano inteiro, consumindo.” Além de escritora, Laura Bacellar também é uma empreendedora pioneira na edição de literatura LGBT no Brasil. Em 1998, ela deu início às Edições GLS, com a proposta de ocupar um espaço esquecido pelas grandes editoras. “Minha ideia era ter uma atitude aberta a respeito das minorias sexuais, já que o mercado editorial não se assumia diretamente. A Editora Record tinha um selo voltado aos gays, chamado Contraluz, mas era tão secreto e mal divulgado que eu devo ser uma das poucas pessoas que sabe disso”, comenta.
Dez anos mais tarde, em 2008, Laura fundou a primeira casa editorial lésbica – não só a única do Brasil, mas de toda a América Latina. Mais do que pioneira, a ideia de abrir uma editora com foco na literatura lésbica foi estratégica. “Em 2007, por exemplo, entre os mais de 30 mil títulos novos lançados no País, nem um tinha temática lésbica. Não é incrível ignorar um segmento que inclui 9 milhões de mulheres, 3 milhões se considerarmos as economicamente ativas e consumidoras de cultura?”, reflete a empresária. De olho nesse mercado, ela deu início à operação da Editora Malagueta, com o objetivo de “romper as barreiras e os preconceitos e abrir espaço para mostrar as lésbicas como realmente elas são: pessoas comuns, normais, legais, porém com a particularidade de gostar de outras mulheres”. Em dois anos de mercado, a editora – que aposta nas vendas on-line – já lançou cinco títulos próprios e comercializa uma média de 60 livros, praticamente tudo o que existe em catálogo sobre lesbianismo.

Empresa aposta no público gay e cria 'cuelcinha', a calcinha para homens

Jovem começou a desenhar e vender lingerie masculina com ajuda dos pais.
Marca quer atender filão pouco explorado no Brasil, diz empresária.

Foi para presentear um amigo que a jovem estilista Beatriz Rouce, 21 anos, fabricou sua primeira peça de lingerie masculina. "Eu tenho vários amigos homossexuais, e um dia um comentou que seria interessante se houvesse um produto como esse", conta a empresária de Americana, no interior de São Paulo.
"Ele gostou, mais amigos pediram, e eu abracei a ideia", diz Beatriz, que viu no interesse do amigo uma oportunidade de se especializar e abrir a própria empresa.
A estilista Beatriz Rouce, 21 anos, criadora das "cuelcinhas". (Foto: Flavio Moraes)A estilista Beatriz Rouce, 21 anos, criadora das "cuelcinhas".
Nasceram daí as "cuelcinhas" (de cueca + calcinha), batizadas assim por serem criadas para se adequarem à anatomia do homem, mas com todos os babados, rendas e delicadezas das tradicionais lingeries femininas. Hoje, ela contabiliza a venda de cerca de 50 peças por dia, confeccionadas por uma empresa de costura terceirizada. É dela, no entanto, a escolha dos desenhos, tecidos, aviamentos, acabamentos e moldes de toda a produção.
O empreendimento contou com o total apoio dos pais de Beatriz. Donos há 23 anos de uma metalúrgica na cidade, eles financiaram a abertura, em outubro do ano passado, da Comum de Dois, empresa criada para a filha. Hoje, a mãe de Beatriz cuida também da administração da empresa ao lado de seu outro filho, Rodrigo, que é responsável pelos estoques, logística, emissão de notas fiscais e envio da mercadoria aos clientes.

"Meus pais viram uma oportunidade de crescimento e resolveram investir". Abriram um site na internet, procuraram quem fabricasse as peças e já começaram a receber pedidos e encomendas. As vendas acontecem por Skype e MSN e os produtos são entregues pelos Correios - tudo com a máxima discrição, garante a empresária. Os preços variam de R$ 40 a R$ 55.

A reação ao lançamento da marca, conta Beatriz, foi imediata - tanto dos consumidores quanto dos críticos. Nas primeiras semanas, a "cuelcinha" repercutiu nas redes sociais e o site chegou a cair por conta do alto e inesperado número de acessos. "Não precisamos nem fazer propaganda. Logo já estávamos em blogs e recebendo muitos comentários", conta a estilista.
Peças têm modelagem feita para o corpo masculino. (Foto: Flavio Moraes)Peças têm modelagem feita para o corpo masculino.


A mãe de Beatriz e gerente da Comum de Dois, Edy Rouce, diz que o filão de homossexuais que gostam de usar peças de roupas femininas existe e é praticamente ignorado no Brasil. "Como empreendedores, é claro que pensamos no resultado. Mas tudo isso surgiu porque esse mercado é carente de coisas exclusivas para eles", diz Edy que, junto com a filha, planeja lançar uma nova linha de produtos no início de fevereiro, sempre ligada ao universo das roupas femininas. "Vamos manter esse conceito".

Tanto na opinião da mãe quanto da filha, grande parte das críticas ao produto vem de pessoas que não entenderam o conceito da marca, destinada a atender um nicho específico de consumidores.
"Não é um produto para homens heterossexuais, para o namorado de nenhuma mulher. É para um nicho dentro do público gay, e vi que em alguns momentos isso não foi compreendido. Mas não vou me esforçar para que isso seja entendido, quem é o público sabe", diz Beatriz.
Empresária aplica tendências femininas para criar a lingerie para homens. (Foto: Flavio Moraes/G1)Empresária aplica tendências femininas para criar a lingerie para homens.
Segundo Edy, a gerente, a marca oferece produtos que se diferenciam de itens vendidos em sexshops, dedicados a fetiches, porque a ideia é que as calcinhas sejam usadas também no dia a dia, a exemplo das mulheres. "Tem a vertente da noite, a que você usa para a balada. E tem aquela de usar para o escritório que não vai marcar nada, não vai denunciar nada. Um executivo, por exemplo, não vai gostar que apareça um lacinho. Tem modelos mais básicos", diz.
Peças são embaladas discretamente. (Foto: Flavio Moraes/G1)Peças são embaladas discretamente.
A jovem empreendedora, que até então acumulava no currículo alguns cursos técnicos e trabalhos pontuais na costura, diz que precisou pesquisar e aprender para desenhar as lingeries masculinas. "É difícil porque você tem que aplicar o conceito masculino, com a anatomia diferente, mais a parte da sensualidade". As redes sociais e a internet são as principais fontes de inspiração da empresária para saber das preferências do público e até do que é tendência nas lingeries femininas para aplicá-las às coleções. "É um público exigente, detalhista, que presta atenção no acabamento e vê para onde está indo o dinheiro dele".
Justamente pelo inusitado dos produtos que fabrica, Beatriz entende que a seriedade na produção e no relacionamento com os clientes é fundamental para o crescimento da empresa. "É um trabalho sério, é muita responsabilidade. De não fazer feio, de não vulgarizar, de não me denegrir, nem aos meus clientes", afirma a empresária.

Novas agências para atender ao público GLS

16/10/2007: São Paulo, 17 de Outubro de 2007 - Com poder aquisitivo acima da média, este consumidor movimenta R$ 150 milhões por ano. Um público crescente, com alto poder aquisitivo e renda disponível acima da média para gastar em produtos e serviços, merece um tratamento especializado. E de olho na mina de ouro surgem agências especializadas para atender esse público, denominado GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) ou GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais).
Pesquisa realizada entre fevereiro e junho deste ano pela Inserch, empresa especializada em comportamento de consumidor, dá a medida do poder de consumo desse público. A enquete ouviu 5,315 mil gays, em 52 cidades de 17 estados e constatou que 39% pertencem as classes A e B (com a renda média de R$ 2,150 mil), 84% compram, em média, dois CDs por mês e 94% lêem revistas.
Existem 18 milhões de pessoas declaradamente do público GLTB no Brasil, ou seja cerca de 10% da população, e esse público, que movimenta cerca de R$ 150 milhões por ano, tem um poder de consumo 30% maior em relação ao heterossexuais. Oitenta e três por cento da comunidade pertencem às classes A e B e 57% têm curso superior, informa o Censo GLS, do Instituto de Pesquisa e Cultura GLS e do IBGE.
"É um mercado fantástico com potencial de consumo ótimo, maior que a média da população, e que precisa de um trabalho de criação especializado", diz o diretor executivo da Seu Expedito Publicidade, Leonardo Gmeiner. A agência, criada em agosto deste ano com um departamento denominado Sex, focado no público GLBT, atende a ONG Ação Brotar Pela Cidadania e Diversidade Sexual (ABCD’s).
O objetivo da agência é ganhar mais três ou quatro contas até o final do ano. A empresa negocia com casas noturnas, empresa de roupas íntimas e bebidas, entre elas uma de energéticos (Refresco Bebidas) e a marca Pink Bier, que Gmeiner garante que produz uma cerveja cor-de-rosa.
A agência de comunicação Cartaz e a Agência Norte, de eventos e
ações promocionais, prevê crescimento de 50% e 70% neste ano, respectivamente. Boa parte dessa expansão é apoiada em trabalhos e eventos voltados ao público GLS. "É um mercado muito atraente, o poder de consumo desse público é alto, são pessoas que não tem gastos com filhos e são preocupados com moda, estética, roupas e atividades físicas", diz o sócio-diretor das duas agências, Leandro Matulja.
A Cartaz realiza há três anos a comunicação do Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual, que acontece há 15 anos; do Clube Glória, de São Paulo, que promove uma badalada noite gay às sextas-feiras; e realizou o trabalho de divulgação da revista GLS Junior, recém-lançada. A agência acaba de fechar contrato para fazer a comunicação no País da aussieBum, marca australiana de roupas masculinas (sungas, cuecas e regatas), muito apreciada pela comunidade gay e que vai ingressar neste mês no País. Matulja observa que o fato do Brasil ter a maior parada gay do mundo, realizada anualmente em São Paulo, têm chamado a atenção do País para marcas globais voltadas a esse público. "O Brasil vêm sendo percebido como um novo mercado ‘pink’ no exterior."
A Norte produz eventos voltados ao "público moderno", o que inclui a comunidade GLS, entre eles o festival de cultura pop Resfest e o Nokia Trends Mob Jam, evento de música eletrônica que acontece em boates do Rio e São Paulo.
Fundada em maio deste ano, a Pink Penguin, agência de criação para empresas que atendem o público GLS, foi criada pela percepção da necessidade de material específico para esse público. "Nós (as três sócias) temos contato com esse público e sentíamos a falta de material de qualidade voltado para ele. O material tinha uma linguagem distorcida", diz a designer Julia Dranger.
Ela observa que fato das três sócias serem homossexuais as faz entender melhor ainda o público das empresas para as quais trabalham e as aproximam dos
clientes. "É um mercado com alto poder aquisitivo e que está em crescimento, as empresas começam a se preocupar com esse público e algumas, como de turismo, abrem até departamentos."
A agência, que realiza trabalhos para eventos da Associação Brasileira de Turismo GLS (ABRATGLS) e negocia obter a conta de editoras, casas noturnas e até companhia de aviação, acertou uma parceria com os editores da Revista Odyssey e irá desenvolver o novo projeto gráfico da publicação, procurada pelo público gay e focada em música, moda, coluna social, eventos e festas.

Rob Halford: coleção de roupas e público Gay no Metal

A comunidade de gays, lésbicas, bissexuais e transsexuais PlanetOut recentemente conduziu uma entrevista com o frontman do JUDAS PRIEST, Rob Halford, onde o tema principal foi a nova coleção de roupas que o Metal God está lançando.

Rob, você é uma espécie de ícone do estilo. Como você desenvolveu o que se tornaria o "uniforme" do Metal?
Rob Halford: "Muito dele foi na experimentação. Como eu me lembro, toda a imagem veio de uma música chamada 'Hell Bent for Leather'. Tivemos a ideia de trazer uma motocicleta no palco e fez sentido que se eu montava na moto eu deveria usar uma jaqueta de motociclista. Caiu bem. Elvis estava fazendo isso e ele era o Sr. Rock 'n' Roll. Era algo duro, coisa de macho, e nós tinhamos coisas em volta que eu senti que deveriam ser usadas, como nossos designers de moda na época, que levaram uma jaqueta e uma camiseta e encheram de rebites em todos os lugares. O som estava lá, alto, ousado e agressivo, mas o visual não estava no lugar. Isso é o que há de fantástico na jornada em que nos metemos. Depois que estabelecemos um visual, você apenas olhava a si mesmo no espelho antes de ir ao palco para certificar-se que suas vestes estavam abotoadas. Nós finalmente estavamos nos parecendo com o que a música soava, e todos pegaram e se tornou o visual".


Por que você decidiu lançar uma coleção de roupas (Metal God Apparel)?
Rob Halford: "Nos meus anos de ouro eu estava procurando completar muitos sonhos e ambições que eu já tinha. Uma era estar no mundo das roupas. Eu tenho que confessar, eu não sou como 'As donas de casa de Orange County' - eu não estou na (loja de departamentos) Neiman Marcus a cada dois segundos, mas eu adoro moda. Eu acho que isso é divertido e importante culturalmente, e eu coloquei meus olhos neste lado do mundo. Conectado à vida do rock 'n' roll eu pude ver como você pode ir das raízes das botas de cowboy e essas coisas tipo Ralph Lauren, para algo como algumas das extremamente extravagantes roupas como as do Elvis, na última noite do 'American Idol'. É o que estamos fazendo. Eu sempre me diverti com trocas de roupas com o JUDAS PRIEST e meu trabalho solo e eu queria ver o que aconteceria nesse novo negócio. É apenas outro projeto com a minha companhia. Eu tenho minha gravadora em pé e funcionando, uma linha de roupas prestes a ser lançada com muito mais coisas do que nós conversamos. A vida é grande... eu amo a vida... eu apenas queria ver o quanto eu poderia tirar dela realmente. E é bom ter esse contato musical com as pessoas".
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Qual foi a reação até agora da coleção de roupas?
Rob Halford: "Eu mostrei alguns designs e amostras aos meus amigos e eles estão sempre dizendo: 'Eu levarei seis de cada, eu levarei quatro dessa'. Ela (a coleção) definitivamente se encaixa no nicho desse tipo de visual. Até agora a reação está sendo encorajadora, então estou com meus dedos cruzados de que quando tivermos o lançamento oficial será um sucesso".
Você acha que o público gay será atraído por essas roupas?
Rob Halford: "Eu acho que sim. Acho que a comunidade gay tem a mente muito mais aberta do que o resto da sociedade... mas eu sei o que você está dizendo... Uma camiseta é uma camiseta, e em termos de visual, o público gay, como podemos ver, também pode se ligar a isto. Eu acho que enquanto ela estiver fresca e irascível, ela terá um lugar".
Nesta mesma linha, eu amo o Metal, mas eu raramente encontro homossexuais que sejam amantes do METALLICA. Então estou curioso, você acha que o Heavy Metal é uma arena apenas de homens heteros?
Rob Halford: "Em primeiro lugar, eu acho que é ótimo que você seja um metaleiro. Eu também acho que fomos muito longe estereotipando nós mesmos. Como se você é um gay, você tem que usar couro. Eu não entendo o motivo disto pois nós já temos um monte de dificuldades. No fim do dia, é a liberdade de escolha, mas nós não deveríamos estar bicando uns aos outros. Não há dúvidas que há metaleiros GLBT em todo o mundo, pois eu os vejo jogando sinais nos meus shows. Sim, somos uma minoria dentro de uma minoria, mas o Metal é para todos, é um grande estilo do rock 'n' roll".

Valesca Popozuda homenageia público GLS com roupa de show

Valesca Popozuda posa com os rapazes do grupo  'Avassaladores'. Foto: Divulgação Valesca Popozuda posa com os rapazes do grupo 'Avassaladores'
Na noite desta terça-feira (6), o grupo Gaiola das Popozudas se apresentou para cerca de cinco mil pessoas em São Gonçalo (RJ), de acordo com informações da organização do evento.
As integrantes do 'Gaiola das Popozudas' vestiam roupas em homenagem ao público GLS. No camarim, as garotas aproveitaram para tirar fotos com o grupo 'Avassaladores' e ainda posaram para fotos mostrando a vestimenta com as cores do arco-íris.
Em um show na noite de terça-feira (6) em São Gonçalo (RJ), o grupo Gaiola das Popozudasse apresentou para cerca de cinco mil pessoas, de acordo com a organização. No camarim, as garotas aproveitaram para tirar fotos com o grupo Avassaladores  Foto: DivulgaçãoEm um show na noite de terça-feira (6) em São Gonçalo (RJ), o grupo 'Gaiola das Popozudas'se apresentou para cerca de cinco mil pessoas, de acordo com a organização. No camarim, as garotas aproveitaram para tirar fotos com o grupo 'Avassaladores'
 
As integrantes do Gaiola das Popozudas vestiam roupas em homenagem ao público GLS  Foto: Divulgação
As integrantes do 'Gaiola das Popozudas' vestiam roupas em homenagem ao público GLS

Brinque no Carnaval GLS de Pernambuco


Território da diversidade de ritmos, cores e sexos
Tem uma palavra que define bem o Carnaval: diversidade. Outra rima com esta última: liberdade. Em Pernambuco ele tem mais uma definição: multicultural. É esse clima de mistura de ritmos e cores que transforma a festa no território da aceitação. Todos os sexos fazem sentido e ninguém será castigado.

Com mais de um milhão no Galo da Madrugada tem alma gêmea pra todo mundo. Mas lá, na avenida Guararapes, em frente ao antigo bar Savoy, a turma da diversidade se entende melhor, paquera, troca beijos e namora muito. É só um ponto porque em muitos outros recantos do Galo os iguais estão encontrando uma cara metade, inclusive nos camarotes.

O bloco do homem com homem e mulher com mulher elegeu duas ruas como apoteose. Uma delas no bairro do Recife Antigo. É na Rua da Moeda que gays, lésbicas, bissexuais e simpatizantes adoram. Neste Carnaval, existe um motivo a mais: a boate Cabaret da Moeda voltada para a turma GLS e movida à música eletrônica.

A outra rua da diversidade está nas alturas, no sítio histórico de Olinda. A 13 de Maio (foto) é a rua mais GLS do Carnaval de Pernambuco. Uma ferveção movida a relações com o mesmo sexo sem nenhuma censura. Os solteiros ficam na paquera e beijam muito. Também brincam quando passa um maracatu ou orquestra de frevo.
O que ninguém pode é ficar entre fronteiras, já que elas não existem. Se rolou uma paquera na rua, na esquina, no meio do bloco, existe um caminho a ser trilhado que não é o percurso do Galo, nem uma ladeira de Olinda. Os olhos vão dizer, as bocas vão beijar.

Delimitadas e pagas são somente as festas das casas de diversão dirigidas ao público GLS. A música eletrônica vira trilha sonora desse Carnaval entre quatro paredes. Todas as boates criaram uma programação especial e o roteiro ainda inclui cinemas e saunas com shows e labirintos descobertos
rapidamente nesses dias de folia.(
veja detalhes)

FESTA GLS TAMBÉM NO INTERIOR - As máscaras não precisam cair. No Carnaval de Bezerros, a pouco mais de uma hora do Recife, o personagem é o Papangu, gente mascarada e que não se revela por nada. De tão famosa a festa, a cidade virou uma espécie de mini nova Olinda do Carnaval de Pernambuco, com casas alugadas, muito agito e gente bonita.

Os mascarados têm fama também de fazer o que o coração manda sem revelar a identidade. E assim acontecem as paqueras, o pega-pega e as máscaras só desabam quando a brincadeira ficar na base do beijo ou seguir mais adiante.

A noite, quem brilha são os foliões comuns mesmo, os visitantes. A praça central se anima com vários shows e conquistar alguém do mesmo sexo depende somente do olhar correspondido. Nesse caso, nenhuma máscara vai atrapalhar o ritual.

Carnaval de Florianópolis terá 1º Concurso Gay da região continental da cidade

A prefeitura de Florianópolis, em parceria com a Associação de Cultura Esporte Lazer e Turismo (Acelt), promoverá no Carnaval deste ano o 1º Concurso Gay da região continental da cidade. A competição será realizada no dia 14 de fevereiro (domingo de Carnaval) na avenida Santa Catarina, no Balneário do Estreito, às 21h.

O concurso é aberto à participação de qualquer pessoa, independente do local de nascimento e residência ou orientação sexual. O evento não substitui o tradicional Pop Gay, que será na segunda-feira de Carnaval na Praça Trancredo Neves, no Centro da Capital.

O Concurso Gay do Continente será dividido em três categorias: Drag Queen, Beauty Queen e Melhor Apresentação Artística de Drag Queen


Garoto Molhado
Outra atração no programa da folia na região continental de Florianópolis é o Concurso Garoto Molhado. A competição será realizada no mesmo dia do Concurso Gay do Continente para aproveitar o público no local.
Os participantes a Garoto Molhado 2010 deverão ter idade superior a 18 anos. No dia da competição, o traje obrigatório é composto por sunga e camiseta branca.

Garota Molhada
A programação carnavalesca do Continente também contempla aqueles que apreciam a beleza feminina. No dia 12 de fevereiro, sexta-feira de Carnaval, às 21h, é a vez do Concurso da Garota Molhada.

As canditadas deverão ter mais de 18 anos e usar biquini e camiseta. O organizador do evento, Silvio Sousa, afirma que "o Carnaval do Continente não será só de música, mas também um desfile da beleza brasileira".

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