Este Blog foi escrito para o Público LGBT de todas as idades que estão a pensar em assumir-se. Nós sabemos que tomar a decisão de se assumir pode ser assustadora e desgastante. É por estas razões e devido ao nosso trabalho na área de homossexuais que fizemos este Blog. Acreditamos que informação útil e as experiências de outras pessoas em assumirem-se podem preparar-te para algumas das consequências que podem resultar de te assumires perante a família e amigos. Blog que reúne as principais notícias sobre o público Gls Glbt Lgbt (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Tem por objetivo manter tal comunidade informada, para que usufruam de seus direitos, comemorem suas conquistas e lutem pela diminuição do preconceito. Deixe seu recado, mande suas fotos e videos poste no nosso blog Faça parte você também Participem deste blog, Mail sociedadelgbt@hotmail.com

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

“Terapia de conversão” põe em perigo a juventude LGBT e deve parar, aponta relatório

Nos últimos tempos, os esforços para proibir os pais de submeterem seus filhos e filhas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) à “terapia de conversão” tiveram um impulso com a divulgação de um relatório do governo dos Estados Unidos que afirma que a prática é perigosa e deve ser extinta. A administração de Barack Obama apoiou uma petição em abril para proibir a prática em todo o país e este relatório do Departamento de Abuso de Substâncias e Serviços de Saúde Mental (SAMHSA, do inglês Substance Abuse and Mental Health Services Administration) dá ainda mais respaldo científico para a causa.

cura gay terapia de conversão
“Acreditamos que a terapia de conversão para os jovens não está em seu melhor interesse e os fatos e as evidências [científicas] apoiam isso”, declarou em coletiva de imprensa a conselheira sênior da Casa Branca, Valerie Jarrett, segundo reporta a agência de notícias Reuters. “Gostaríamos de apoiar, e temos apoiado [esta posição], tornando a prática ilegal para os jovens”, disse aos repórteres, observando que, no caso de adultos, eles podem “tomar suas próprias decisões” quando se trata de sua saúde.

Quatro estados americanos e Washington proibiram a prática entre menores e adultos vulneráveis desde agosto deste ano e mais 21 estados e Congresso têm considerado ou estão considerando a proibição. Um grupo de defesa LGBT, Human Rights Campaign, elogiou o relatório, dizendo que ele deve levar a uma proibição em todos os 50 estados.

O que é?

Segundo especialistas, a terapia, que visa alterar a orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero, é muitas vezes, realizada por profissionais sem licença e que têm treinamento religioso, não médico. A diretora de relações governamentais da Associação Psicológica Americana, Judith Glassgold, explica que tal terapia pode desencadear depressão, ansiedade, pensamentos suicidas, ferir a autoestima e levar ao abuso de drogas e comportamentos sexuais de risco.

“Terapias de conversão ou outros esforços para mudar a orientação sexual, identidade ou expressão de gênero não são eficazes, reforçam estereótipos de gênero nocivos e não são tratamentos de saúde mental adequados”, afirma a Especialista Especial de Assuntos LGBT do SAMHSA, Elliot Kennedy.

“Cura gay”: apenas parem

No Brasil, a prática foi batizada de “cura gay” e é informalmente realizada em diversas igrejas que pregam que orientações sexuais, identidades de gênero e expressões de gênero não-hetenormativas são anormalidades e uma forma de pecado.

O termo foi popularizado em 2013, quando a bancada evangélica da Câmara dos Deputados e o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), à época presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, aprovou a proposta do deputado Anderson Ferreira (PR-PE) anulando trechos de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proíbe os profissionais da área de colaborar com eventos e serviços que ofereçam tratamento para a homossexualidade e que também veda manifestações que reforcem preconceitos sociais em relação aos homossexuais.

À época, a medida foi condenada pela Ordem dos Advogados do Brasil e pelo próprio CFP que proibia, desde 1999, que o profissional da área trate a homossexualidade como doença ou desordem psíquica.

Em junho de 2013, a revista “Veja São Paulo” percorreu dez igrejas evangélicas da capital paulista para saber o que os pastores pregam sobre a homossexualidade.

“No universo dos templos visitados, ninguém usou o termo ‘cura gay’ ou demonstrou ter um programa específico para tal finalidade”, diz a reportagem. “Nove dos dez pastores consultados, entretanto, sugeriram algum tratamento espiritual para a pessoa se livrar do que consideram um pecado grave. Para eles, a prática homossexual é condenável e precisa ser mudada imediatamente, sob o risco de o transgressor acabar no inferno.”

“Com muita oração, renegando os amigos homossexuais e tirando a influência de qualquer magia negra, é possível um gay se casar e ter filhos. Já vi muitos pastores convertidos”, teria garantido o pastor André Luís, da Igreja Universal do Reino de Deus, ao repórter, que se passou por um gay que queria virar heterossexual.

Não deu certo

Na contracorrente, também começam a surgir no universo das igrejas protestantes algumas dissidências, como é o caso da pastora Lanna Holder, lésbica e fundadora da igreja inclusiva Comunidade Cidade de Refúgio. Depois de ter se casado com um pastor, com quem teve um filho, e viajado pelo Brasil contando a história da sua “cura” da homossexualidade, tudo mudou em 2002, quando, nos Estados Unidos, conheceu Rosania Rocha, também mãe de um menino e casada com um pastor.

“Quando fui pra Boston, eu já estava conformada, achando que teria que viver minha vida toda escondendo minha verdadeira orientação sexual”, contou Lanna em entrevista ao portal Vírgula, do UOL. “Eu mentia, pois tinha certeza de que a minha orientação sexual era imutável, ao contrário do que eu fazia as pessoas acreditarem. Fiz tudo o que a igreja mandou fazer para deixar de ser lésbica: quebra de maldição, cura interior, desligamento de alma, quebra de vínculo. Depois de tudo, minha orientação sexual não mudou e então cheguei à conclusão de que fazia parte da minha natureza”.

Depois de sofrerem muito com a homofobia das pessoas que as conheciam e da comunidade da igreja que frequentavam, as duas se casaram e fundaram a Comunidade Cidade de Refúgio, em São Paulo, que recebe gays e lésbicas de portas abertas. “Se alguém entrar aqui sem saber que é uma igreja inclusiva vai achar que é uma igreja evangélica como qualquer outra. Sexo é só depois do casamento, temos dízimos e ofertas, louvamos a palavra de Deus… A bíblia do gay é a mesma do hétero, a única diferença é que interpretamos diferente a questão da homossexualidade. Não somos ativistas gays, mas acreditamos na inclusão”, explica Lana.
No Rio de Janeiro, a experiência da igreja inclusiva se repete na catedral da Igreja Cristã Contemporânea, fundada pelo casal de pastores Marcos Gladstone e Fábio Inácio de Souza. Ao portal G1, Souza afirma acreditar que, se voltasse à Terra, Jesus não discriminaria os gays. “Em todo o tempo, Ele esteve ao lado dos excluídos. A mulher adúltera, o cego, o leproso. Jesus veio para quebrar algumas leis. Os negros também já foram discriminados, não podiam ir à igreja. A Bíblia não condena a homossexualidade, quem condena é o homem”, disse.

Culpa cristã

Recentemente, o polonês Krysztof Charamsa, que foi padre da Igreja Católica por 17 anos, foi afastado do cargo ao assumir sua homossexualidade e relacionamento com o catalão Eduard Planas. O anúncio foi feito no início deste mês, às vésperas do Sínodo de Bispos, reunião em que líderes da Igreja Católica discutem, até 24 de outubro, questões relacionadas à família.

“Um sínodo que quer falar da família não pode excluir nenhum modelo familiar. Homossexuais, lésbicas e transexuais têm direito ao amor e a construir famílias”, declarou à BBC Brasil o padre que pede pelo fim da discriminação LGBT dentro da Igreja Católica.

“[A admissão pública] foi um gesto dramático, quase de desespero diante de uma igreja que considero homofóbica, cheia de medo e ódio. Eu vivi o pesadelo da homofobia da minha igreja. [A igreja] ainda não é capaz de encarar a realidade, não deu o passo dado pela medicina e leis de alguns Estados. Não há nada o que curar na homossexualidade, não é delito ser homossexual. Não se pode viver toda a vida no armário, numa quase esquizofrenia de não aceitação de si mesmo. Você não pode imaginar o sentimento de culpa de um gay crente! A mentalidade cristã fundiu em nós que ser homossexual é pecaminoso e diabólico”.

Mundo "gay"

Em 1982 a então deputada Natália Correia reduziu os argumentos mais conservadores em relação à sexualidade com um poema venenoso, dirigido ao deputado do CDS João Morgado, opositor da liberalização do aborto: "O acto sexual é para ter filhos - disse ele/ Já que o coito - diz Morgado - tem como fim cristalino,/ fazer menina ou menino;/ e cada vez que o varão/ sexual petisco manduca/ temos na procriação/ prova de que houve truca-truca./ Sendo pai só de um rebento,/ lógica é a conclusão/ de que o viril instrumento/ só usou - parca ração! -/ uma vez. E se a função/ faz o órgão - diz o ditado -/ consumada essa excepção/ ficou capado o Morgado." Um livro recentemente publicado nos Estados Unidos surge na mesma senda do poema de Natália Correia, ao compor uma lista exaustiva de exemplos de comportamentos homossexuais entre os animais.

A ancestral visão bíblica do dilúvio universal, em que Noé constrói uma arca para salvar um casal de cada espécie animal, parece ser muito redutora. É cada vez mais reconhecido que muitos animais - pelo menos, mamíferos e pássaros - têm relações homossexuais. Um livro publicado nos Estados Unidos analisa extensivamente toda a literatura publicada sobre o assunto, e apresenta 470 exemplos deste nosso mundo "gay" - ou, pelo menos, bissexual. "Biological Exuberance: Animal Homosexuality and Natural Diversity" (Exuberância Biológica: Homossexualidade Animal e Diversidade Natural) é um livro de 750 páginas, publicado pela St Martin's Press, em que Bruce Bagemihl, um investigador de Seattle (Washington, EUA), relata os resultados de uma pesquisa realizada em dez anos. Durante uma década, leu todos os artigos publicados em revistas científicas que indiciassem casos de relações homossexuais entre os animais, e conversou com outros investigadores, para conhecer mais detalhes que tivessem ficado de fora dos artigos. As opiniões dividem-se: há quem considere a homossexualidade animal um disparate à luz da teoria da evolução de Darwin e não a aceite, mas também há outros investigadores que louvam o gigantesco levantamento de dados feito por Bagemihl, que trazem para a ribalta uma faceta do comportamento animal que permanece muito ignorada. "A beleza do livro é ter tanto dados. Fiquei impressionado com bestiário de comportamentos homossexuais realizado por Bagemihl. Fica claro que atravessam o reino animal", disse Paul Harvey, um biólogo da evolução da Universidade de Oxford, no Reino Unido, à revista de divulgação científica britânica "New Scientist", que dedicou um longo artigo a este livro na sua edição de 7 de Agosto.Os exemplos recolhidos por Bagemihl mostram que o comportamento homossexual entre os animais não é um fenómeno único e uniforme. Por vezes, os preliminares às relações homossexuais são semelhantes às heterossexuais, como acontece entre os pinguins e as morsas. Mas, em alguns casos, são completamente diferentes, como entre as avestruzes: os machos tentam cativar outro macho com uma dança de piruetas, de uma forma diferente do que fazem quando procuram atrair as atenções de uma fêmea. Quanto às fêmeas dos macacos "rhesus", brincam às escondidas umas com as outras, num comportamento exclusivo do cortejamento entre fêmeas. Em cerca de um quarto dos casos descritos, há apenas aquilo que Bagemihl chama comportamentos afectuosos, sem contacto genital directo, "mas com contornos claramente sexuais ou eróticos". Os leões esfregam narizes e rolam abraçados, enquanto alguns morcegos ficam com erecções quando animais do mesmo sexo os lambem e limpam. As girafas machos acariciam-se mutuamente, no rosto e no pescoço, e as carícias muitas vezes culminam em orgasmo. Mas também há comportamentos sexuais mais explícitos: as fêmeas de ouriço fazem sexo oral e os orangotangos machos também. "Quase todos os tipos de actividades sexuais entre parceiros do mesmo sexo praticadas pelos seres humanos têm um equivalente no reino animal", diz Bagemihl. A mensagem que quer fazer passar é simples: a homossexualidade é tão natural como a heterossexualidade, e não uma coisa que apenas os estranhos seres humanos fazem. Só que, apesar de ser aparentemente tão comum, a homossexualidade animal é pouco conhecida, até mesmo entre os cientistas. "Embora os primeiros artigos sobre comportamentos homossexuais entre primatas tenham sido publicados há mais de 75 anos, quase todos os principais livros de primatologia a ignoram", afirma o primatólogo Paul Vasey, da Concordia University, em Montreal, no Canadá.Os motivos para isto, diz Bagemihl, são uma mistura de preconceitos individuais e ansiedade profissional entre os zoólogos. As soluções mais comuns para lidar com a questão são dizer que os animais se enganam - não sabem bem se estão a fazer sexo com uma fêmea ou um macho - ou que a penetração de um macho por outro não é mais do que o estabelecimento de uma relação de supremacia. Um exemplo desta última desculpa foi confessado pelo biólogo Valerius Geist, que estudou carneiros de montanha nas Montanhas Rochosas. "Arrepia-me pensar que aqueles magníficos animais eram homossexuais. Oh, meu Deus!" Durante dois anos, tentou convencer-se a si próprio de que quando viu um macho penetrar outro estava apenas a ver uma forma agressiva de estabelecer uma relação de domínio. "Nunca publiquei essas desculpas esfarrapadas e estou contente por não o ter feito. Acabei por chamar os bois pelos nomes e admitir que os carneiros vivem numa sociedade que é essencialmente homossexual."Mas as objecções intelectuais são mais profundas. A homossexualidade parece ser uma perda de tempo, numa perspectiva darwiniana: para quê perder tempo em relações deste tipo quando se podiam estar a fazer bebés e a perpetuar a espécie? Um dado adquirido é todos os animais serem uma espécie de máquinas biológicas cujo objectivo é espalhar os seus próprios genes. Por isso, alguns cientistas não acreditam em animais homossexuais.O que Bagemihl responde a estas objecções é que os comportamentos homossexuais existem, seja qual for a sua explicação ao nível da evolução biológica ou função social. "Só porque um comportamento é de cariz sexual, isso não quer dizer que não possa cumprir um papel social", diz o canadiano Paul Vasey.Linda Wolfe, que hoje é catedrática de Antropologia na Universidade da Carolina do Leste, em Greenville (Carolina do Norte), em meados dos anos 70 estudava macacos no Japão e descobriu que as fêmeas faziam sexo entre si, tem uma explicação simples. Tendo comida e tempo livre, "fazem-no apenas para ter prazer." Nos anos 70, Wolfe teve de enfrentar os olhares de lado de muitos outros investigadores, que lhe perguntavam porque é que ela se interessava por coisas esquisitas. E, mesmo hoje, encontra comentários do mesmo género: "Há três anos, numa conferência de primatologia, apresentei esta ideia e fui expulsa da sala." Os comentários eram do género: "Bem, se assim fosse, estávamos todos a fazer sexo no corredor."Mas este argumento tem uma expressão reconhecida pelo menos entre os bonobos ou chimpanzés-pigmeus. "Se o que se pretende é sexo homossexual, não é os humanos que devemos observar, mas os bonobos. É escandaloso", comenta, divertido, o primatólogo Robin Dunbar, da Universidade de Liverpool, em declarações à "New Scientist". "Eles fazem sexo com qualquer um, de qualquer sexo ou idade." É fácil ver fêmeas abraçadas de frente, para se estimularem genitalmente, ou machos a beijarem-se com amplo uso da língua. Mas, no caso dos bonobos, que vivem em grupos sociais muito grandes - com 20 ou mais animais -, o sexo funciona como uma forma de construir relações e evitar conflitos. E a estratégia parece funcionar, pois a sua sociedade é muito mais harmoniosa do que a dos seus primos mais próximos, os vulgares chimpanzés. Ainda que os bonobos sejam o caso mais espectacular, Bagemihl está convencido de que os casos que apresenta no seu livro são apenas a ponta do icebergue. Afinal de contas, é raro observar actos sexuais entre muitas espécies. Acasalamentos heterossexuais de chitas, em ambiente natural, por exemplo, só foram vistos cinco vezes. "O facto de em muitas espécies nunca terem sido detectados comportamentos homossexuais não quer dizer que não existam. Pode significar apenas que ainda nunca foram observados", conclui Bagemihl.

Mundo gay é culpado de gordofobia - mas também criou remédios para esse mal

O culto ao corpo é intenso na cultura de hoje em geral, mas a comunidade gay é conhecida por exercê-lo com ainda mais afinco. Essa semana o LADO BI discute como o ideal de corpo afeta a vida cotidiana e como os padrões do corpo "ideal" podem variar de grupo para grupo. No estúdio, Chris Martinez, autora do blog Cansei de Ser Gorda, e Marcelo Cia, assessor de imprensa que há quatro anos investe várias horas de seus dias a cultivar um corpo saudável. Eles discutem acusações de que preocupar-se com a forma física é sinônimo de gordofobia: "Muita gente me acusa de gordofobia no meu blog. Dá sim pra ser feliz sendo gordo, mas buscar entrar em forma não é preconceito", afirma Martinez. "Ao mesmo tempo em que existe uma idolatria pelos musculosos no mundo gay, existe muita gente que aprecia gordos, por razões estéticas ou afetivas", lembra Cia. Ele também acredita que muito dessa fixação por um tipo de corpo deve-se à vontade de pertencer a um grupo: "as pessoas buscam ter um corpo que seja aceito pelo grupo do qual querem fazer parte. Mesmo dentro das baladas dos musculosos tem o grupo dos ursos, dos afeminados coloridinhos. A gente acha que não é democrático, mas dentro da comunidade existem grupos que permitem que você tenha outras estéticas. Acontece uma certa segregação, mas também há muita intersecção entre esses grupos." Martinez compara a vida gay com a da mulher hétero: "É claro que entrar em forma melhora não só sua saúde, também traz autoconfiança. Na balada gay isso é mais explícito, mas também vale pra gente. Quando você está seguro, pode vir a mulher mais linda do mundo, tô nem aí, eu arraso.

Minha mulher quer que eu fique usando calcinhas!

Me diz o que faço, temos mais de 30 anos de casados, minha esposa sempre foi fiel, nunca percebi nada, dias desses ela começou a pedir que eu pusesse uma calcinha fio dental, que ela comprara errada, (pois nunca usou) tentou vários dias até que um desses eu pus, confesso que gozamos muito alem do normal, agora ela diz que vai comprar uma preta de rendinha, só pra mim, eu disse que jamais vou usar, ela falou… se vc quiser eu uso uma cueca sua, mas adoraria te ver com um fio denta de rendinha (pois tenho a bunda bem redondinha), não sei que passa na cabeça dela,. agora o que faço? tenho receio que vire rotina, ela dia aki entre 4 paredes ninguem vai saber amor… e ai…?

Sua esposa é uma tremenda de uma espertinha! Tá na cara que ela já comprou a dita calcinha de caso pensado, ou seja, ela comprou com a intenção de convencê-lo a usar. Entendo que, de início, a proposta dela pode parecer assustadora para um homem sexualmente pacato.
Mas isso que sua mulher está lhe propondo é mais comum do que se imagina e já tem até nome: cross-dressing, prática que consiste em usar objetos ligados ao sexo oposto por diversas razões que podem ir desde motivos profissionais até a simples obtenção de prazer sexual durante uma transa, como é o caso de vocês e eu até me arriscaria  dizer que o prazer disso tudo se encontra justamente em poder se sentir no outro através do uso de um objeto que está diretamente ligado ao seu sexo. É como se através dessa troca de peças de roupas vocês estivessem psicologicamente trocando de sexo e talvez esse seja o grande barato embutido nessa prática para muitos casais.
Apesar de achar estranho, você parece ter gostado e muito da novidade. Prova tal foi que gozou como se estivesse em lua de mel. O que parece estar te afligindo apenas é o fato de isso fugir ao convencional. Mas em trinta anos de casados, sua esposa já deve estar cansada de fazer apenas o tradicional, e provavelmente esteja querendo apenas oxigenar, dar uma sacolejada na vida sexual de vocês. Parece que deu certo e embora você não se sinta psicologicamente à vontade para repetir a dose, você não precisará ficar usando peças intimas femininas (se não quiser) sempre para apimentar a relação se também tomar atitudes para movimentar a vida íntima de vocês, já que, ao que tudo indica, é o que sua esposa pretende com essa proposta.
Então, por que você não a chama para fazerem uma visitinha a um sex shop e lá escolherem produtos que nunca tenham usado? Garanto que essa peregrinação sexy a uma loja dessas mexerá e muito com a libido de vocês. Se não quiser fazer esse passeio com ela em uma sex shop para ela não cair na tentação de querer comprar outra calcinha para você (rsrsrsrsrs), por que não vai sozinho a uma dessas lojas e compra algum acessório do seu agrado e manda entregar juntamente com um bilhetinho bem safadinho com a assinatura de algum pseudônimo, só para criar um clima engraçado como se fosse algum admirador secreto dela, mas que pela letra ela saiba que se trata de você e manda entregar na casa de vocês? Garanto que quando você chegar, ela vai estar pegando fogo e louca para usar os tais acessórios.
Poderia também em um fim de semana propor a ela assistirem a um filme sensual como De Olhos Bem fechados, Último Tango em Paris completamente pelados como se fossem dois adolescentes. Acho que só o fato de serem duas pessoas que já estão na meia idade fazendo coisas íntimas como se fossem dois adolescentes já pode dar uma sacudida e tanto na vida sexual de vocês, pois poderá trazer à tona muita coisa boa do início do relacionamento.
Também poderia criar um ambiente especial no quarto ou na casa de vocês para fotografar sua esposa de lingerie para compor uma espécie de álbum erótico só de vocês. Tenho certeza que ela se sentiria incrivelmente sexy com todo esse clima. Mas se for fazer isso, cuidado para não deixar as fotos vazarem.
Digo tudo isso para você demonstrar à sua esposa que também deseja apimentar o relacionamento de vocês, e passe a oferecer a ela novas experiências e sensações que possam fazê-la esquecer desse fetiche de querer vê-lo vestido com as peças íntimas do vestuário feminino. Essa talvez seja uma boa maneira de você se livrar dessa saia, digo, calcinha justa (rsrsrsrs) de forma sutil, sem magoar sua esposa e com grandes chances de otimizar a relação de vocês.

Minha filha é lésbica!

Levei um susto! Foi uma total surpresa para mim, mas diferente da maioria, o que me veio à cabeça naquele momento foi imaginar o sofrimento da minha menina desde os 12 anos, idade em que se descobriu lésbica, antes disso, ela só sabia que era diferente”.
O depoimento é de Angela Moysés, mãe de Thaís, de 21 anos. A jovem assumiu ser lésbica aos 16 anos. Antes de saber o que estava acontecendo de fato, Angela observava um comportamento estranho da filha - sempre calada, chorando a toa e usando a desculpa que estava estressada pelo excesso de atividades, que na verdade se tratava de uma válvula de escape.
“Um dia, após chegarmos do cursinho, eu disse a ela que enquanto não me contasse qual era o problema não levantaríamos da mesa. E foi aí que ela me relatou que gostava de meninas e não de meninos”. Na mesma hora, a mãe fez a seguinte pergunta: "Filha, você tem idéia de que seu caminho será muito sofrido?" E ela respondeu: "mãe, se fosse opção você acha que teria escolhido o caminho mais difícil para viver?"
A partir daí, Angela começou a ler sobre o assunto, além de se preparar para falar com o seu marido e sua filha mais nova, Tatiana, que na época tinha 13 anos. Para a sua surpresa, ele encarou a situação normalmente. “Inclusive ele disse que iria entrar no mundo gay pela porta da frente, de mãos dadas com ela e que não era necessário continuar vivendo uma vida dupla. Nós queríamos conhecer as pessoas com quem ela estava andando, e assim foi. Sabíamos que essa nossa postura traria problemas - já sofremos com o preconceito - mas enfrentamos tudo juntos”.
Angela passou a convidar amigos gays e lésbicas da filha para a sua casa e percebeu que grande parte deles tinha histórias tristes para contar. Certo dia, a filha trouxe uma cartilha do Grupo de Pais de Homossexuais (GPH), ONG que promove reuniões presenciais ou virtuais e conta com o apoio de psicólogos. Edith Modesto, a fundadora do grupo, compilou alguns depoimentos e os reuniu no livro "Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais", lançado este mês.
“Foi um grande passo participar da ONG. Queria mostrar a eles que é possível sim ter um filho ou filha homossexual e ser feliz. É extremamente gratificante, principalmente quando conseguimos ajudar um pouquinho aquela mãe que está um farrapo, destroçada, e que passa a enxergar uma luz no fim do túnel!”, diz.
Sobre a falta de leis que reconheça a união de homossexuais Angela é enfática: “Eles trabalham, pagam impostos, vivem toda uma vida juntos e na hora que um deles morre, não há direito a pensão e nem a herança. Isso é injusto. Temos que reconhecer de direito o que já existe de fato!

Meu filho é gay. O que fazer?
Quando se descobre que o filho é gay, a primeira certeza que todos os pais devem buscar é a clareza de que homossexualidade é espontânea.
Não existe de forma alguma a opção ou escolha de ser gay e esse conceito é bastante errado. Os filhos não escolhem serem gays e não existem elementos externos suficientes que possam nos influenciar a tomar esse tipo de decisão. Não se decide ser gay. Decide-se se assumir ou não.
Não nos tornamos gays se convivemos com gays, mas andamos com gays porque em alguma medida nos identificamos. O que não quer dizer, de forma alguma que, se o seu filho anda com alguns amigos gays, ele seja. A juventude de hoje está cada vez mais disponível à diversidade e esse conceito é bastante louvável. Evoluído, melhor dizendo.
No momento que o filho se assume gay ou os pais descobrem a real sexualidade do filho, o mais importante é batalhar pela absorção desses conceitos, novos conceitos. Em paralelo, é fundamental entender que não existe culpa dos pais pois não existe uma fórmula de educação, trato ou comportamento durante o processo de vida e socialização que levem o filho a se tornar gay. Não existe o “tornar-se gay”. Existe o revelar, se encontrar ou se aceitar.
Muitos pais de filhos gays ficam horrorizados quando a verdade vem à tona. Alguns sugerem que o filho “seja gay mas não se relacione com nenhum outro homem” – a exemplo do meu pai no começo. Outros ameaçam, rejeitam e ao mesmo tempo se punem com o velho pensamento: “Aonde foi que eu errei?”. Outros pais buscam pesquisas e estudos a respeito enquanto as mães vivem entristecidas, deprimidas, procurando por uma luz emocional que não vem. Esperam uma luz de fora, mas a luz – na realidade – virá de dentro. E claro que hoje há aqueles pais que absorvem essa realidade de maneira mais digna com todos os envolvidos, incluindo eles mesmos.
A melhor dica para os pais de filhos gays é que peguem todos valores e tentem se desprender do que a sociedade diz ou do que o próximo pode dizer. O fundamental, nesse processo de aceitação e clareza entre filhos gays e seus pais, é rever os próprios valores.
Lembra da piada que fizeram sobre gays outro dia? Pois é, esse hábito pode continuar mas precisa mudar de sentido. Lembra do filho do amigo que se falava “pelas costas”? Olha aí mais um hábito para se mudar!
Lembra que pais idealizam nos filhos seus sonhos e expectativas? As idealizações podem continuar mas não será exatamente do jeito que se espera. Aliás, quando é exatamente como se espera? Eis um ponto importante: sabemos que os filhos esperam bastante dos pais e essa necessidade é até bem clara na relação familiar. Já os pais também esperam algo dos filhos, não é verdade?
Bem ou mal, certo ou errado, os pais também são “vítimas” de uma sociedade historicamente heterossexualizada. Heterossexualidade é o que se chama de padrão, é o modelo dito como correto, da retidão religiosa, do machismo ou da tradição familiar. Mas no momento em que se descobre que o filho é gay, são essas reflexões que devem ser levantadas: “afinal de contas por que heterossexualidade é o correto?”. Não existe uma linha restritamente correta quando o assunto é sexualidade e quem disse que há, basta olhar para o mundo e, se não vê, está cego ou voltado para dentro.
A religião nos impõe doutrinas, regras firmes e quase absolutas e, nessa toada, diz que homossexualidade é pecado. A tradição familiar fala da questão dos descendentes, da importância de herdar valores de pais para filhos e seguir por uma linha de conduta. E quem disse que homossexualidade está a parte da conduta? A avó, a bisavó, o imaginário da tradição familiar?
Essa linha nada mais é do que o apego por regras e padrões. Regras e padrões duram para sempre?
Como seguir essa “linha” se, novamente, a homossexualidade é espontânea? Das duas uma: brigar e impor uma postura rígida (em vão) porque o filho pode até se submeter à força da tradição (ou de ameaças), assumir uma vida heterossexual, ter uma esposa e filhos, mas em sua essência – em sua intimidade – sempre vai morar o desejo pelo outro do mesmo sexo e você, pai e mãe, que impõem condições pela tradição terão que assumir pelo resto da vida (ou pelo tempo que o filho viver no padrão de conduta esperado) o egoísmo, a frieza e até a amargura por ter priorizado a ideia de que “filho meu não pode ser gay”. Priorizar os valores do ego desse jeito, com a intolerância, são coisas de pessoas cujos adjetivos não são dos melhores. Para vocês que são pais e pensam assim, sinto em dizer que aprenderão sobre a tolerância vivendo e sofrendo muito da intolerância. Esse caminho tende a armagurar. Mas quem sou eu para dizer como PAIS devem fazer?
Ou, como segunda opção (e isso sim é uma escolha), romper com a rigidez da tradição. As vezes nem se pensa ou se entende de onde vem a tradição familiar. Por que se faz tanta questão com a tradição referenciada na sexualidade? Talvez nem você saiba direito a resposta e dizer “porque ter um filho bicha é inconcebível” é o mesmo que uma criança imperativa pedindo por bala!
Quebrar paradigmas, reatribuir valores na relação de pais e filhos e perceber que para a homossexualidade deve existir a tolerância – se o objetivo é que seu filho seja realizado – são as oportunidades que a vida traz a todos, pais e filhos, de viver sem fardas, hipocrisia e imaturidade. Porque poupar a si da realidade homossexual de filhos, sinto muito, não é amor. Querer que filhos sigam doutrinas e valores tradicionais não é amor. Cadê a tão comentada “compreensão” que exigimos, inclusive, de nossos próprios filhos no processo de educação?
(Pais viram crianças quando se descobre que o filho é gay, não é isso? Muitos viram! Porque a mim essa coisa de intolerância é deveras infantil!).
Devemos aceitar a espontaneidade das pessoas mesmo que essa espontaneidade seja diferente do rigor do que, para pais, lhes foram ensinado. Aliás, pais rigorosos seguem por regras da tradição por escolha, mas a escolha nem sempre quer dizer uma consciência da mesma. Lembrando que pessoas amadurecidas e capazes, hoje em dia, se desprendem de valores herdados com muito mais flexibilidade para a conquista dos próprios valores. Temos que ser cada vez mais capazes e mais adaptáveis. Não é isso que, inclusive, os pais esperam dos filhos?
“Capacidade de adaptação” – tão lógico e claro quando os pais se referem ao desenvolvimento profissional ou até mesmo humano dos filhos. Tão obscuro quando o assunto tange a homossexualidade. Tradição, no meu sincero ponto de vista, não pode ser o efeito de um muro, mas sim a base para que filhos se fortaleçam e vivam o hoje com segurança.
Naturalmente, os “bons filhos gays”, muito preocupados por essa “deficência social” buscam compensar de outras maneiras mesmo que inconscientemente. E os bons pais que se deparam com essa “deficência social”? Onde colocam suas virtudes nesse momento de aceitação?
Mais uma vez, queridos pais, a homossexualidade é espontânea e não se opta. Opção vocês têm de viver com o sofrimento ou com a plenitude de poder amar seus filhos sem barreiras. Pais normalmente mal entendem porque são intolerantes com a homossexualidade e, tal qual crianças, despejam autoritarismo em cima dos filhos quando o assunto é homossexualidade!
“Porque filho meu tem que ser macho”. “Porque não aceito um filho viado”. “Porque essa coisa de ser gay é falta de vergonha na cara!”. Estou para ver pais que lancem essas frases ao ar diante dos seus filhos gays e saibam explicar essas ideias de maneira clara como se espera de pais.

Nossa Postura

Gente gostaria de compartilhar com vocês alguns pensamentos que considero muito importantes principalmente para a classe LGBT e a todos aqueles que lutam por respeito, dignidade e igualdade. Meu objetivo aqui através dessa publicação é manifestar meus pensamentos relativos as Paradas Gays que acontecem por todo país. 

Depois de analisar essas imagens respondam: É assim que pretendemos lutar por respeito e igualdade? É esse o caminho? Será que atitudes como essas não só fazem manchar ainda mais nossa imagem, e atribuir de certo modo nossa sexualidade a algum promiscuo e vulgar? E olhem que essas fotos são das mais leves que encontrei, existem coisas piores, muitas vezes até uma falta de respeito a símbolos religiosos extrema! É através de atitudes como essas que buscamos o respeito da sociedade? Onde estão nossos princípios? Onde esta nossa moral? Pra que enfim Parada Gay? O objetivo é esse que vemos nas fotos?

Gente, nossa imagem, é nosso cartão de visita, se desejamos ser bem vistos, é necessário que esse cartão de visita esteja apresentável, não quero aqui criticar aqueles que fazem a Parada Gay, cada um faz de sua vida o que bem entender, só não consigo encontrar em ações como essas algum que favoreça a categoria, muito pelo contraria, até eu que sou homossexual me envergonho em ver cenas como essas, a impressão que tenho, é que as Paradas Gays deixaram de ser um evento em combate a violência e a homofobia ( se é que alguma vez já foram ) para se tornar uma festa, onde gays e cia se reúnem para afirmar a sociedade que somos isso que vemos nas fotos, não preciso nem descrever, quero que cada um reflita se o que digo não faz sentido... 


O combate ao preconceito e a homofobia somente terá expressão real e verdadeira quando os membros da comunidade LGBT desenvolverem suas qualidades a beneficio do grupo, e pararem de promover eventos que só mancham mais ainda nossa imagem como pessoas. Precisamos rever nossos conceitos, precisamos de pessoas com postura, princípios, visão e acima de tudo seriedade para que enfim possamos alcançar aquilo que mais almejamos: Liberdade, dignidade, respeito e igualdade. Mais isso só vai acontecer, se deixarmos de brincar, e levarmos as coisas a serio. Fica aqui minha critica a organização das Paradas Gays de todo Brasil.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Parceiro fixo é o maior motivo para sexo sem preservativo por público de Parada

Metade das pessoas não tinha usado preservativo na relação sexual anterior ao evento.

Participantes se beijam durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT na Avenida Paulista.
Metade do público da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo neste ano não tinha usado preservativo na relação sexual anterior ao evento, ocorrido no dia 7 de junho na avenida Paulista. O dado é de pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde com 239 participantes entre 14 e 24 anos. A maioria deles (69%) eram gays e lésbicas e os demais, bissexuais.

Motivos 
A justificativa mais frequente dos entrevistados foi a de que possuem parceiros fixos (28%). Em seguida, a de que a pessoa só mantém relações com mulheres (26%), caso das lésbicas. Outros participantes alegaram não gostar de preservativo (11%), não ter tempo ou ter esquecido (10%) e não ser preciso (5%). O governo reforça o alerta: todos os tipos de relação sexual têm que ser seguros.

SP terá abrigo exclusivo para travestis e transexuais, segundo coordenador LGBT

Centro de acolhida será primeiro do gênero no Brasil, diz Prefeitura. Tempo máximo de permanência no espaço é de dois anos.
Transexual Aline Marques relata violência sofrida por causa do preconceito e diz que abrigo será um grande avanço.
A cidade de São Paulo irá ganhar no mês de agosto o primeiro abrigo destinado para travestis e transexuais. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29) por Alexandro Melchior, coordenador de políticas LGBT da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, durante a inauguração da primeira unidade móvel que irá orientar o público LGBT.

"Eu acho que é um grande avanço para São Paulo. Isso é mais uma vitória para conscientizar as pessoas que estamos aí. Nós GLBT precisamos de uma assistência, a morte do GLBT não é uma morte natural como das outras pessoas, mas é uma morte com ódio e preconceito e isso precisa acabar", afirmou Aline Marques, de 37 anos, que diz que passou parte da vida se prostituindo por falta de oportunidades. Agora, ela participa do programa da Prefeitura que dá bolsas de estudo para travestis e transexuais estudarem.

O imóvel que irá receber o abrigo está localizado no bairro Bom Retiro, no Centro da capital paulista. O local, que está passando por reforma, terá capacidade para abrigar 30 pessoas.

"Ele será o primeiro do gênero no Brasil", afirmou Melchior.

"Em outubro do ano passado, a gente inaugurou uns quartos LGBT na Zaki Narchi, foram os primeiros espaços de acolhida LGBT no Brasil e tem demanda. Então a gente tinha um projeto de criar um exclusivo".

Para concorrer a uma vaga, as pessoas interessadas devem passar por uma triagem na Assistência Social. "A prioridade das vagas no abrigo é para as pessoas do Transcidadania", disse.

Bolsas de estudo 
A Prefeitura de São Paulo oferece bolsas de R$ 840 para travestis e transexuais completarem seus estudos ou fazerem cursos profissionalizantes.

As medidas fazem parte do programa Transcidadania, que será lançado pela Prefeitura ainda neste mês. A ideia é atender inicialmente cem pessoas, mas ampliar o programa no segundo semestre. Das cem primeiras bolsas, a taxa de desistência foi de apenas 3%.

O investimento total previsto é de R$ 2 milhões para 2015. A bolsa de R$ 840 será oferecida por um período de dois anos, e as pessoas participantes terão que comprovar presença nas aulas para receber o valor.

Pessoas em SP relatam LGBTfobia por meio de frases que ouvem com frequência

"Homem ou mulher da relação" e "Nada contra, tenho até amigos que são" são frases mais comuns.
Os alunos da ECA (Escola de Comunicação e Arte) da USP (Universidade de São Paulo), que fazem parte do Jornalismo Junior, desenvolveram um projeto no qual membros da comunidade LGBT relatam por meio de frases o preconceito no dia a dia.

A iniciativa teve inspiração em um projeto semelhante feito por uma aluna de antropologia da UnB (Universidade de Brasília), que retratou, também por meio de frases, situações de racismo vividas pelos alunos da instituição.






Transexual adota novo gênero e nome no RG após um ano de burocracia

"Agora sou uma mulher de verdade", disse Cibely, ao retirar o novo documento no Poupatempo Sé, em São Paulo.
Depois de mais de um ano de burocracia, Cibely Christina Batista Ferreira, 30, conseguiu tirar uma nova carteira de identidade. Não se trata apenas de uma segunda via, mas de uma atualização com novo nome e gênero. "Agora sou uma mulher de verdade", disse Cibely, ao retirar o novo documento no Poupatempo Sé, em São Paulo.

Desde a infância, vivida em Barro, município do Ceará, Cibely se sentia mulher. Com toda razão, ela não revela o nome antigo "nem morta". "É um passado que prefiro esquecer, pois sofri muito sem poder ser eu mesma, enfrentando situações de imenso constrangimento."

Após assumir a nova identidade, na idade adulta, continuou a enfrentar preconceito quando precisava mostrar o RG com o nome masculino. Com a ajuda de advogados voluntários do Centro de Referência Trans, da Secretaria de Saúde de São Paulo, Cibely trilhou um longo caminho até conseguir um documento com a identidade que sempre sonhou.

"Agora posso voltar a estudar, sem o risco de sofrer bullying na hora da chamada. Vou tirar uma nova carteira de trabalho e voltar ao mercado", falou Cibely, que trabalhou até recentemente como monitora de qualidade de uma empresa de call center.

Aos que também querem mudar o nome no registro civil, ela recomenda coragem e disposição para vencer a luta. "São inúmeras certidões para pedir em cartórios, muitos documentos e taxas, mas vale a pena para quem quer se sentir verdadeiramente feliz com a própria identidade."

"Recebi o apoio total da minha família, que me ajudou a conseguir os documentos. O apoio dos familiares e dos amigos é importante, mas, acima de tudo, o que conta é o sentimento e a liberdade de escolha do ser humano. Agora ajudo uma amiga que também sonha em oficializar sua nova identidade. O documento deve se adequar à pessoa, e não o contrário."

A cada sete dias, uma pessoas LGBT relata agressão em São Paulo

Injúria e lesão corporal por discriminação de orientação sexual e identidade de gênero são os delitos mais cometidos.

A cada sete dias, a Polícia Civil registra ao menos uma ocorrência de violência física ou verbal contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais na capital paulista, segundo dados deste ano da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Para evitar a subnotificação de delitos, todas as delegacias do Estado agora são obrigadas a informar a motivação discriminatória e os nomes sociais e de registro das vítimas.

Um levantamento feito pela reportagem mostra que, dos 133 boletins de ocorrência da Decradi registrados neste ano, 42 estão relacionados a vítimas LGBT. Entre 2010 e 2014, foram 880 crimes - 218 deles, ou 24,7%, por intolerância. Os delitos mais cometidos são injúria e lesão corporal por discriminação de orientação sexual e identidade de gênero: 50,4% e 19,7%, respectivamente.

Segundo o secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, com a possibilidade de colocar no boletim de ocorrência a motivação e o nome social das vítimas em todos os distritos policiais, São Paulo poderá mapear e aumentar as notificações de ataques motivados por intolerância. Caso um LGBT seja agredido, por exemplo, o escrivão e o delegado responsáveis pela elaboração do documento devem colocar no tópico "natureza" que a lesão corporal foi causada por preconceito.

"Todo crime ligado a motivação sexual, a uma discriminação sexual ou orientação, sempre tem uma subnotificação maior que os demais crimes. Exatamente por isso, nós usamos mecanismos para tentar diminuir cada vez mais essa subnotificação", afirmou Moraes, ontem, durante o anúncio da mudança, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo.

O secretário garantiu que os distritos que não adotarem a medida serão punidos. "A delegacia não tem de querer. Aquele que faz o registro segue as determinações administrativas do governo do Estado. A partir de hoje, a pessoa vítima de violência verbal e física em virtude de discriminação tem direito de constar seu nome social e da motivação do crime. Se não houver isso, pode procurar a Corregedoria da Polícia Civil."

Capacitação 
Para o advogado Ariel Castro Neves, ex-secretário do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), a medida é positiva desde que os policiais sejam capacitados. "Podem ocorrer situações de constrangimento se o policial estiver despreparado ou prevaricação", afirmou.

Segundo ele, o uso do nome social pode facilitar a obtenção de testemunhas. "Muitas vezes, as vítimas não são conhecidas ou reconhecidas pelos nomes do RG", disse.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Martim de Almeida Sampaio, disse que "a mudança nas delegacias vai aprimorar o trabalho dos funcionários". "É um ato positivo porque a tradicional falta de respeito que essas pessoas vivem em prédios públicos as afastam do Estado e permite que todas as formas de preconceito se manifestem", afirmou. Ele disse que a OAB vai fiscalizar o cumprimento da nova medida. 

Bar só para homens faz sucesso e garante continuação pós Parada LGBT do Rio

Seven Bar no centro da cidade maravilhosa é destino certo para quem visita o Rio de Janeiro.
Está no Rio de Janeiro? A cidade maravilhosa está cheia de homens de todo o país e do mundo que desembarcam para a 20ª Parada do Orgulho LGBT de Copacabana, que acontece no próximo domingo, 15. E você não pode deixe de incluir nos seus planos para o fim de semana algumas visitas no Seven Bar de Cabines - Seven Crusing Bar, point especial para homens que curtem a companhia de outros homens.

“Muitos homens solteiros e casais vão para a parada para mostrar visibilidade, dar apoio a militância mas também (por que não?) conhecer gente nova, beijar na boca e ver o que rola depois. Mas ao invés de ficarem na rua até tarde, expostos a toda sorte de perigos e problemas, muitos irão no Seven aonde podem aproveitar ainda mais e com conforto”, diz Pedro, um dos gerentes do local.

O Seven Cruising Bar está preparadíssimo para receber dezenas de homens e a curtição já começa na sexta-feira, 13, com 'o dia dos Sedentos', sábado, 14, rola a festa Esquente e só termina com o último cliente do domingo, 15, dia da festa Safado, com blackout total de 30 em 30 minutos.

A entrada vale o dia todo, possibilitando que os clientes possam sair e voltar quantas vezes quiser durante todo o dia.

Uma coisa super legal do Seven é que no bar os clientes podem ficar super a vontade. Muitos caras ficam só de cuecas, outros ficam totalmente pelados e alguns preferem ficar vestidos: é uma loucura, no melhor sentido da palavra.

Se programa e domingo dê um pulo lá depois da parada, a diversão é garantida! Cerveja barata e homens bonitos entrando o tempo todo. 

Serviço
Endereço: Praça da República 141. Segundo andar
Centro. Rio de Janeiro - RJ
Referência: Em frente ao Campo de Santana.

Tel: +55 21 2242-2550
WhatsApp: +55 21 96506-9136
E-mail: sac.sevenbar@gmail.com
http://sevencruisingbar.blogspot.com.br/

Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro completa 20 anos em Copacabana

Secretaria Municipal de Saúde e Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual marcam presença no evento desde o início do dia.
A Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS-Rio) e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), estará presente na 20ª Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro. O evento, cativo no calendário de celebrações da cidade, acontecerá no dia 15 de novembro, domingo, na Avenida Atlântica, em Copacabana.

Por mais um ano, a CEDS-Rio montará o Espaço Rio Sem Preconceito, na altura do Posto 5, próximo à rua Sá Ferreira. Por lá, entre 10h e 16h, a população poderá conhecer um pouco mais da campanha atual do órgão municipal, intitulada “CEDS – A Sua Voz Na Luta Contra o Preconceito”. O material, que faz parte do Programa Rio Sem Preconceito, foi lançado em julho, no Circo Voador e amplamente divulgado na mídia com exibições na TV, nos cinemas, em jornais e nas redes sociais.

“Se um de nós não tem direitos civis então nenhum de nós tem direitos civis”

Com nomes como Thiago Martins, Bettty Lago, Bruno Gagliasso, Antônio Pitanga, Glória Pires, Mateus Solano, Marcos Pasquim, Stênio Garcia, Alexandre Borges e Paolla Oliveira, a CEDS traz ao público um entendimento doloroso do mal causado pela homofobia, lesbofobia e transfobia. 


“Genes Gays”: A ciência está no caminho certo, nós nascemos assim.

Em um artigo recente no Guardian, Simon Copland argumentou que é muito improvável que as pessoas nascem gays (ou presumivelmente com qualquer outra orientação sexual). A evidência científica diz o contrário. Ela aponta fortemente para uma origem biológica para as nossas sexualidades. Encontrar evidências de uma base biológica não deve nos assustar ou prejudicar os direitos de gays lésbicas e bissexuais (os estudos a que me refiro não incluem indivíduos transgêneros, por isso vou limitar meus comentários a lésbicas, gays e bissexuais). Eu diria que a compreensão de nossa natureza biológica fundamental deve nos tornar mais vigorosos na promoção dos direitos LGB.


Vamos pegar alguns fatos e perspectivas sobre o assunto. Evidências de grupos de pesquisa independentes que estudaram gêmeos mostram que fatores genéticos explicam cerca de 25-30% das diferenças entre as pessoas na orientação sexual (heterossexual, gay, lésbica, bissexual). Os estudos com gêmeos são um primeiro olhar sobre um traço genético a dizer-nos que existem coisas como “genes para a orientação sexual” (Eu odeio a frase “gene gay”). Três estudos de genes encontrados mostraram que irmãos gays compartilham marcadores genéticos no cromossomo X; o mais recente estudo também descobriu marcadores compartilhados no cromossomo 8. Essa mais recente pesquisa supera os problemas de três estudos anteriores que não encontraram os mesmos resultados.
Os esforços em desvendar o gene têm problemas, como Copland argumenta, mas esses são técnicos e não erros catastróficos na ciência. Por exemplo, traços psicológicos complexos têm muitos genes causais (não simplesmente “um gene gay”). Mas cada um desses genes tem um pequeno efeito sobre essa característica, assim sendo, não atingem níveis tradicionais de significância estatística. Em outras palavras, muitos genes que influenciam a orientação sexual podem não ser rastreados. Mas as técnicas científicas acabarão por apanhá-los. Na verdade, existem problemas mais urgentes que eu gostaria de ver abordados, tais como a investigação inadequada sobre a sexualidade feminina. Talvez isso se deva ao estereótipo de que a sexualidade feminina é “muito complexa” ou que as lésbicas são mais raras do que os homens gays.

Genes estão longe de ser toda a história. Os hormônios sexuais na vida pré-natal desempenham um papel. Por exemplo, as meninas nascidas com hiperplasia adrenal congênita (HAC), o que resulta em aumento natural dos níveis de hormônios sexuais masculinos, mostram índices relativamente altos de atração pelo mesmo sexo, já adultas. Outra evidência vem de machos genéticos que, através de acidentes, ou nascidos sem pênis, foram submetidos à “mudança de sexo” e criados como meninas. Já adultos, esses homens eram, tipicamente, atraídos por mulheres. O fato de que você não poder fazer um macho genético ser sexualmente atraído por outro homem quando “transformado” em uma menina, faz qualquer teoria social da sexualidade um fracasso. Genes podem se deslocar em direção a uma determinada orientação sexual ou os genes podem, simplesmente, interagir com outros fatores ambientais (tais como hormônios sexuais no ambiente do útero) para influenciar a orientação sexual, posteriormente.

Os cérebros de pessoas gays e heterossexuais também parecem estar organizados de forma diferente. Por exemplo, padrões de organização do cérebro parecem semelhantes entre homens gays e mulheres heterossexuais e entre mulheres lésbicas e os homens heterossexuais. Os homens gays parecem, em média, ter respostas-padrão nos cérebros,“tipicamente femininas”, e as lésbicas, um pouco mais “tipicamente masculinas”. As diferenças na organização do cérebro significam diferenças de psicologia e estudo apósestudo mostra diferenças na cognição entre pessoas heterossexuais e homossexuais. Assim, as diferenças gays não são apenas sobre quem você gosta. Eles estão refletidos em nossa psicologia e nas formas como nos relacionamos com os outros. A influência da biologia é executada ao longo de nossas vidas sexuais e de gênero, e essas diferenças, essa diversidade, sem dúvida, devem ser comemoradas.

Homens que usam calcinha são destaques da revista

Homens que usam calcinha (e não se sentem menos masculinos por isso) são tema de reportagem do nº 9 da revista A Capa, lançada em dezembro de 2007. A edição pode ser conferida na íntegra e totalmente de graça.
Também nesta edição, você confere uma matéria sobre o PLC 122, que criminaliza a homofobia, e um perfil do ator pornô Peter Berlin, o deus nórdico do sexo. E ainda: uma entrevista com Charlie David, protagonista da série gay "Bump", e uma reportagem de William Magalhães sobre a resistência de muitos jovens ao uso da camisinha.
O empresário Ricardo Leitte estampa a seção "Seu Espaço" e conta de onde vem sua obsessão por gatos.
Homens que usam calcinha. Você encara?
Nada de cueca tradicional. Agora, a moda é homem usar peças íntimas com laços, bordados, estampas de coração
Pode parecer preconceituoso da minha parte. Pode até ser preconceito meu. Mas, sinceramente, não conseguiria me aventurar sexualmente com um homem que usa calcinha ou qualquer outra lingerie criada especialmente para o público masculino. Descobri que existe esse mercado pelo Facebook. Um amigo publicou sem perguntar nada, só esperando a reação dos amigos, acho.

Eu fui atrás da informação. Sim, as roupas íntimas para nos são muito semelhantes àquelas que as, mulheres, usam em ocasiões especiais. Têm transparências, laços, rendas, babados, estampas de coração… Vários adereços para impressionar, sensualizar. Até bustiê agora para eles, do mesmo estilo das calcinhas: com muita renda, muito laço, um capricho.

Não é piada. Os homens querem calcinha. Ai, Reginaldo Rossi… E os sites que vendem essas peças devem fazer concorrência às lojas especializadas em artigos masculinos, aquelas que vendem cuecas.

Um dos sites é americano e tem nome sedutor, Homme Mystere. Lá, o interessado fica sabendo que a empresa não está interessada se você é gay, hétero, pan, seja lá o que for. Ela quer apenas oferecer calcinhas supertransadas para homens. As peças têm reforço na frente para acomodar tudo direitinho. Uma ideia que combina modelagem com estilo. No Brasil, tem o site HS Men’s Underwear, por onde qualquer homem pode comprar roupas íntimas diferenciadas. Mas há outras empresas que apostam nisso, como a Intima Cor e a Trendnu Webstore.

Trata-se de um negócio, portanto. Cueca tradicional não tem. Esquece. Sério, se um dia eu cruzar com um homem que goste dessas peças e a gente estiver em uma situação íntima, não vai dar certo. Com certeza, vou cair na gargalhada.
E agora? Loja online oferece linha de lingerie exclusiva para homens
Há quem diga que uma mulher pode conquistar qualquer homem: basta escolher a lingerie certa. Claro que nós sabemos que as mulheres são muito mais do que a roupa íntima que elas escolhem. Mas e se a lingerie não fosse exclusividade das mulheres? Pois bem, agora não é.
A marca de lingeries norte-americana HommeMystere criou uma linha exclusiva para homens. A marca, conhecida no país de origem por vender peças em lojas de varejo, está ganhando a atenção do mundo pelos produtos inusitados. As opções são muitas: tem calcinha, sutiã, camisolas e até cinta liga para os mais ousados. Os preços variam de US$ 22 a US$ 54, algo em torno de R$ 57 a R$ 142.

O site da marca informa que o objetivo é proporcionar divertimento com lingeries confortáveis e únicas para homens, que “podem descobrir o conforto de uma cueca no estilo lingerie”. Na loja online da marca, estão disponíveis todos os produtos da linha. Por alguns dólares a mais, a loja envia as peças para qualquer lugar do mundo. Eles prometem “respeitar a privacidade  do cliente ser o mais discreto possível”.

Descoberta base epigenética associada à homossexualidade em homens

A biologia da orientação sexual tem sido uma das mais complicadas – e politicamente carregadas – questões da genética humana. Pela primeira vez investigadores encontraram associações entre homossexualidade e marcadores ligados ao DNA que podem ser influenciados por fatores ambientais.
Estudos com gêmeos e árvores genealógicas fornecem fortes evidências de que a orientação sexual é, pelo menos parcialmente, genética. Quando um gêmeo idêntico é gay, há cerca de 20% de chances de que o outro também será¹. Mas o motivo desta taxa não ser 100% é devido aos fatores ambientais que desempenham um papel importante. Um dos mais caracterizados problemas é o do ‘efeito do irmão mais velho’: a chance de um homem ser gay aumenta em 33% para cada um irmão mais velho que ele tem². A razão não é clara, embora exista uma hipótese que diz que o sistema imunológico da mãe começa a reagir contra antígenos masculinos e a alterar o desenvolvimento do feto.

Para procurar fatores que podem mediar a relação entre ambiente e genes, o geneticista Eric Vilain da University da California, Los Angeles (UCLA), e seus colegas analisaram marcadores epigenéticos – mudanças químicas no DNA que afetam a forma como os genes são expressos, mas não as informações que eles contêm. Estas “epi-marcas” podem ser herdadas, mas também podem ser alteradas por fatores ambientais, como tabagismo, e nem sempre são compartilhadas por gêmeos idênticos.

Os pesquisadores coletaram amostras de DNA na saliva de 37 pares de gêmeos idênticos em que apenas um dos gêmeos era gay, e 10 pares em que ambos eram gays. Ao digitalizar os epigenomas dos gêmeos, os investigadores encontraram cinco epi-marcas que eram mais comum entre os homens homossexuais do que em seus irmãos heterossexuais geneticamente idênticos. Eles desenvolveram um algoritmo, com base em cinco epi-marcas, que poderiam predizer corretamente a orientação sexual dos homens no estudo em 67% das vezes. O geneticista computacional Tuck Ngun (UCLA) vai apresentar o trabalho no dia 8 de outubro em um encontro na Sociedade Americana de Genética Humana em Baltimore, Maryland.

Vilain não ficou surpreso ao descobrir que a epigenética está associada com a orientação sexual, embora ele afirma que é muito cedo para tentar vincular diretamente as epi-marcas a qualquer exposição ambiental particular ou a expressão de um gene específico. Ngun diz que os pesquisadores querem replicar o estudo em um grupo diferente de gêmeos e também determinar se as mesmas marcas são mais comuns em homens homossexuais do que em homens heterossexuais em uma população grande e diversificada. As associações que foram encontradas em pequenos estudos são propensas a evaporar quando testadas em grupos maiores.

Incógnitas Biológicas

Vilain reconhece certas limitações no estudo – por exemplo, os marcadores epigenéticos diferem entre os tecidos no corpo, e aqueles no cérebro são, provavelmente, as mais relevantes para a orientação sexual.

Mas os pesquisadores acolhem a adição dos dados esparsos sobre a biologia da orientação sexual. “Eu acho que ele certamente tem o potencial de adicionar um pouco de conhecimento”, diz o geneticista psiquiátrico Alan Sanders no Instituto de Pesquisa NorthShore em Evanston, Illinois.

Os pesquisadores também alertam que, assim como as associações genéticas conhecidas oferecem uma visão escassa sobre os mecanismos de orientação sexual, pouco se pode concluir a partir dos locais das epi-marcas. Uma marca foi associada com um gene no sistema imunológico, um segundo com o desenvolvimento do cérebro. As outras três estavam em regiões do DNA que não estão associadas com qualquer gene.

“Nós já sabemos que não há ‘gene gay’”, diz William Arroz, geneticista evolutivo da Universidade da Califórnia, Santa Barbara. Se houvesse, diz ele, teria aparecido em um dos estudos maciços que digitalizar todo o genoma para variantes comuns entre pessoas homossexuais. O maior estudo sobre, liderado por Sanders, olhou para 409 pares de irmãos gays incluindo alguns gêmeos não-idênticos. Os pesquisadores descobriram que os homens gays compartilham semelhanças em duas áreas do genoma: o cromossomo X e cromossomo 8³. Mas Sanders diz que ele e seus colegas ainda estão tentando determinar quais genes particulares ou outros componentes nestas regiões contribuem para a orientação sexual.

Da mesma forma, os pesquisadores vão querer determinar o significado biológico destas associações epigenéticas, diz Rice. Muitas pessoas querem entender mais sobre as raízes de sua orientação sexual, diz ele. “Quando a biologia for mais desenvolvida, nós seremos, pelo menos, capazes de entender.

Pais em famílias homoafetivas dedicam muito mais tempo a seus filhos, segundo estudo.

Já está ficando repetitivo, mas o batalhão pró-família-de-margarina é ainda mais monocórdio com seus temores sobre “o que será das criancinhas”, então a gente não perde a oportunidade de bater na mesma tecla para desancá-los. Um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa de População da Universidade do Texas descobriu que famílias formadas por casais homoafetivos dedicam muito mais tempo a seus filhos que casais heterossexuais, segundo o jornal britânico The Independent.


O estudo analisou informações fornecidas pelo Censo norte-americano a respeito de mais de 40 mil casais. Pares de duas mães passavam em média 100 minutos por dia com seus filhos, e pares de dois pais pouco menos que isso. Em comparação, os pais em casais heterossexuais dedicam em média apenas 50 minutos por dia com seus filhos.

Contabilizadas nessas análises estão horas gastas em atividades que envolvem as crianças: ler para elas, brincar com elas, ajudar na lição de casa, dar banho, levar ao médico. Atividades passivas como assistir televisão ou fazer faxina com o filho por perto não entraram na conta.

Kate Prickett, autora desse trabalho, declarou: “Nossas descobertas corroboram com a ideia de que casais homoafetivos investem tanto tempo quanto – ou até mais – em seus filhos que casais heterossexuais.”

Esse estudo não se preocupa em esclarecer as razões para esse fenômeno, mas Prickett tem algumas especulações a fazer. “Em primeiro lugar, é possível que isso se deve em grande parte à seleção das pessoas. Ou seja, pela maneira como forma-se essas famílias, seja porque o casal se formou quando um dos parceiros já tem um filho, seja por meio de inseminação artificial, barriga de aluguel, ou adoção, todas essas opções realizam-se quando há um desejo muito grande de se ter filhos. Além disso, criar os filhos continua a ser um processo sexista. Homens que formam casais com mulheres ainda tendem a serem os responsáveis pelo ganha-pão, enquanto suas parceiras encarregam-se da maioria das responsabilidades domésticas.”

Jane Czyzselksa, editora da revista Diva, voltada para mulheres homossexuais e bissexuais, considera algumas outras razões: “Pais homoafetivos tendem a investir mais tempo planejando como terão seus filhos – nada acontece ‘por acidente’, afinal de contas. O medo da discriminação na escola vinda de pais e professores heterossexuais também deve fazer que alguns desses casais se esforcem ainda mais.”

Tor Docherty, executivo-chefe da organização New Family Social, que promove a adição por casais LGBT, complementa: “Para todos os pais adotivos, dedicar tempo à criança é fundamental para se desenvolver os laços familiares. Pessoas LGBT são forçadas a desenvolver a própria autoconfiança e autoestima, o que as torna adequadas para ajudar uma criança que precisa encontrar seu lugar no mundo.”

Essa pesquisa vai de encontro com outra, realizada pela PriceWaterHouseCoopers em conjunto com a Families and Work Institute e divulgada em junho, que constatou que casais homossexuais comunicam-se melhor e compartilham as tarefas domésticas de forma mais igualitária que os casais heterossexuais. Parece que a família tradicional tem bastante a aprender com os homoafetivos.

Por que existem homossexuais?

Ao contrário do que os mais preconceituosos pensam, homossexualidade não é doença. E mais, é um comportamento bastante comum na natureza. Em 1999, o pesquisador americano Bruce Bagemihl fez um levantamento amplo e descobriu que nada menos que 450 tipos de mamíferos e aves têm hábitos homossexuais, em maior ou menor grau. Isso vai desde espécies que se exibem para indivíduos do mesmo sexo até aquelas que de fato formam casais homossexuais, chegando até a cuidar de filhotes juntos, passando, é claro, pelas relações sexuais.

Em seu livro, Bagemihl derruba teorias que afirmam que a homossexualidade surge por falta de opção ou porque os animais se confundem. Para ele, os animais homossexuais são assim por um motivo muito simples: porque apreciam o fato de ter parceiros do mesmo sexo que eles.

Outros indícios sugerem, no entanto, que a orientação sexual da pessoa é definida no útero materno. Em mamíferos, o sexo do bebê é definido pelo pai, que traz o cromossomo X ou Y para o filho. No entanto, há um senão aí, como lembra Carlos C. Alberts, da Universidade Esta-dual Paulista (Unesp) de Assis. Entre 4 a 8 semanas depois da fecundação, a mãe grávida libera um hormônio sexual no embrião – hormônio que só vai ter efeitos mesmo durante a adolescência.

É essa substância que, segundo alguns pesquisadores, seria responsável pela orientação sexual da pessoa. Se a combinação entre sexo do embrião e hormônio bater, o indivíduo será heterossexual. Se não, será gay. Por exemplo, um embrião do sexo feminino que receber hormônio feminino vai crescer e passar a ter atração por homens. Se o embrião feminino, no entanto, receber hormônio masculino, as chances de virar homossexual são maiores. É difícil afirmar que esse mecanismo, sozinho, possa controlar toda a complexidade que é o comportamento sexual humano. E, por isso, as bases biológicas da homossexualidade seguem sob debate.



Se os hormônios da mãe controlam o comportamento sexual do bebê, o que a faz “trocar” e dar hormônios masculinos para um bebê feminino, e vice-versa? Alguns cientistas acreditam que isso ocorre durante situações de grande estresse. “Uma pesquisa revelou que, dentre as pessoas que nasceram durante o cerco de Stalingrado [na atual Rússia, na 2ª Guerra Mundial], até 30% assumiram ser homossexuais na vida adulta”, diz Alberts. Tal dado talvez seja muito importante.

É que, de acordo com a chamada Teoria da Seleção de Parentesco, em épocas de grande crise não vale a pena para o indivíduo gastar energia tentando se reproduzir – é mais fácil ajudar a criar os filhos de irmãos ou primos, que possuem uma porção significativa dos próprios genes dele (veja quadro nesta página). Fazendo a conta, é como se o organismo gay estivesse se reproduzindo da mesma forma, o que talvez explique por que a seleção natural não elimina essa característica aparentemente prejudicial do ponto de vista genético. De fato, em muitas espécies existe a categoria dos helpers, que apenas ajudam a cuidar da prole de seus parentes.

O problema, claro, é que muitos gays são filhos únicos e têm irmãos que também são gays. O fato é que, apesar da seleção de parentesco, a homossexualidade ainda continua com aura de mistério.

“Por 2 irmãos ou 8 primos” foi a resposta dada pelo biólogo J.B.S. Haldane (1892-1964) sobre que pessoas ele morreria para salvar – porque assim preservaria todos os seus genes.

Lésbicas que fizeram história e que você provavelmente não conhece

Quando pensamos em mulheres lésbicas, possivelmente pensamos em mulheres como Ellen DeGeneres e Billie Jean King.

Mas além dessas, queremos mostrar a vocês algo especial sobre a sua história para honrá-las pela sua importância histórica. Abaixo, deleite-se com esse grupo de damas destemidas que trilharam o caminho para as mulheres no seu amor por outras mulheres.

Safo

Nascida na ilha grega de Lesbos cerca de 615 A.C., esta poeta escreveu sobre seu desejo por mulheres. O nome e lugar de seu nascimento tornaram-se sinônimos de mulheres apaixonadas por mulheres.
Rainha Cristina da Suécia

Esta integrante da família Royal da Suécia foi coroada rainha em 1644, embora ela tenha renunciado ao trono uma década mais tarde. A Rainha Cristina, amplamente reconhecida como lésbica pelos seus biógrafos, foi interpretada por Greta Garbo no, apropriadamente intitulado, filme de 1933 filme “Rainha Cristina.”

rainha cristina

Jane Addams

Sendo uma das líderes pioneiras do movimento pelo sufrágio feminino, Jane Addams – que nunca foi confirmado, mas cujo rumor diz que ela foi lésbica – fundou a Hull House (uma casa de abrigo e atividades sociais) em Chicago, em 1889, e a Liga Internacional de Mulheres pela Paz e pela Liberdade, em 1915. Como se isso não bastasse, ela ainda ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1931.

jane adams

Rita Mae Brown

Uma das novelas com temas lésbicos mais importante na história é a de Rita Mae Brown Rubyfruit Jungle, publicada em 1973. A ativista, autora na lista dos mais vendidos do New York Times e ícone feminista – que diz ter sido expulsa da Organização Nacional para as Mulheres – lutou para conseguir que o movimento feminista aceitasse as lésbicas.

rita mae brown

Gladys Bentley

Dizem que a cantora de blues Gladys Bentley se casou publicamente com uma mulher em 1931. Sem mais.

gladys bentley

Barbara Gittings

Aclamada por ser uma das ativistas mais destemidas da comunidade lésbica e a que serviu por mais tempo, Gittings fundou uma sede do The Daughters of Bilitis (Filhas de Bilitis) em Nova York, marchou na Casa Branca nos anos 60 e dava orientação aos gays que sofriam discriminação pelo governo. Ela morreu em 2007.

barbara gittings

Audre Lorde

Ela mesmo se declarava negra, lésbica, mãe feminista, poeta, guerreira, e com essas identidades a Sra. Lorde lutava pelas injustiças contra os marginalizados durante meados do século 20 através dos seus venerados trabalhos literários. Embora vários tentassem silenciá-la, ela abraçou sem medo as suas identidades.

audre lorde

Del Martin & Phyllis Lyon

Um dos casais de lésbicas mais conhecido nos Estados Unidos, Martin e Lyon, estavam juntas desde o início dos anos 50 até a morte de Martin em 2008. Em 1955 elas fundaram o Daughters of Bilitis – a primeira organização social e política para as lésbicas nos Estados Unidos.

del martin phyllis lyon

Patricia Highsmith

Em 1952, a novelista Patricia Highsmith publicou a novela O Preço do Sal – a inspiração por trás do tão antecipado drama da lésbica “Carol” que estrelou Cate Blanchett e Rooney Mara. Também faz parte do seu conjunto de obras as famosas novelas A Garota no Trem, que mais tarde se tornou um filme de Alfred Hitchcock e O Talentoso Ripley.

patricia highsmith

Barbara Jordan

Em 1972, Jordan, nascida e crescida em Houston, Texas, tornou-se a primeira negra do Sul dos Estados Unidos a ser eleita para a Câmara de Representantes. Embora ela nunca tenha se assumido publicamente, o seu obituário no jornal Houston Chronicle mencionou o seu relacionamento de 20 anos com Nancy Earl.

barbara jordan

Via: Brasil Post

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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Entenda a bissexualidade

Se uma garota em um bar diz a um cara que ela é bissexual, há uma chance significativa de sua reação ser uma sobrancelha levantada e uma série de cenários de filmes pornográficos passando em sua mente. Se um cara diz a seus amigos que ele é bi, a reação tende a ser um “ah, então você é gay”. Numa época em que a compreensão e aceitação da homossexualidade está lentamente se tornando conhecimento geral, muitas pessoas ainda pensam que a bissexualidade é apenas um hobby sexy ou coisa de “gente sem vergonha”.

Antes de julgar, é melhor a gente entender do que realmente se trata esta opção sexual.

A maioria das pessoas parecem pensar que a bissexualidade não é real

3,1% dos adultos dos Estados Unidos se identificam como bissexuais, em comparação com apenas 2,5% que se identificam como gays ou lésbicas. Por outro lado, enquanto que cerca de três quartos de todos os indivíduos gays já saíram do armário, apenas 28% de todos os bissexuais se assumem, e apenas 12% dos homens bi se identificam abertamente como tal.

Apesar de ser a maior parte da comunidade LGBT, os bissexuais também são os menos confortáveis com sua sexualidade. E isso acontece devido ao fato de as pessoas simplesmente não acreditarem neles.

Por exemplo, em um estudo que foi pago por ninguém menos do que o famoso jornal The New York Times, com o título (em tradução livre) “Direto ao ponto: Gay ou não?”, pesquisadores decidiram testar se os homens bi estavam ou não dizendo a verdade usando uma máquina projetada para medir a sua excitação e mostrando-lhes pornôs gays e pornôs héteros.

Eles descobriram que todas as pessoas que afirmavam ser bi ficavam significativamente mais excitadas por um ou outro vídeo e, assim, aparentemente, estaria provado que eram gays ou não.

Claro, um terço dos homens não ficaram excitados com nenhum dos vídeos. Mas nem por isso foram identificados como assexuados.

Então por que os pesquisadores se permitiram tirar conclusões com um mínimo de dados? Afinal, convenhamos: esse parâmetro não diz lá muita coisa.

É assim que funciona a percepção de bissexuais

Ela simplesmente não funciona. Na consciência coletiva, existem coisas como a fusão de duas criaturas mitológicas existentes, como uma sereia, em vez de uma combinação real que existe, como um garfo. As pessoas definitivamente gostariam de rotular umas as outras em parâmetros simples, tipo preto ou branco, quando na verdade existem alguns 50 tons de cinza entre esse intervalo.

Obviamente, a comunidade bissexual ficou muito sentida com a “pesquisa” promovida pelo jornal. Isso, então, levou o New York Times a fazer um artigo que tinha como missão provar que bissexuais existem sim. Em última análise, o artigo concluiu que os bissexuais existem (obviamente – porque eles existem) e estão por aí – na verdade, por toda a parte.

Bissexuais não estão apenas lutando contra a ciência do reconhecimento. Mesmo dentro da comunidade LGBT, bissexuais são largamente marginalizados e ignorados.

Tem gente que acha que os bissexuais são pessoas que “topam qualquer negócio”

Se um personagem de novela é bi, há uma boa chance de que ele esteja fazendo mais sexo do que qualquer outra pessoa (como o personagem de Olivia Wilde na série House). E por que não? Como os bissexuais podem se divertir com praticamente qualquer pessoa, é apenas lógico que eles saiam por aí fanfarrando com todo mundo, certo?

Claro que não. Infelizmente, algumas pessoas acreditam que bissexuais topam qualquer negócio, a qualquer hora, sem tempo ruim. Outras acham que ter um relacionamento com uma pessoa bi não é sustentável porque essa pessoa não seria confiável – já que ela poderia estar dando em cima de qualquer um.

Essa corrente de desconfiança está errada

A maioria das pessoas veem a sexualidade feminina, por exemplo, como algo maleável. Há um tipo de insegurança de que como a pessoa pode desfrutar de relações íntimas com ambos os sexos, então ela tem que obrigatoriamente desfrutar do sexo com ambos os sexos. Como se isso fosse algo natural e subentendido.

E depois há a suspeita de que com todo o sexo promíscuo que os bissexuais fazem, eles devem ser uma verdadeira fonte de doenças sexualmente transmissíveis. Não é à toa que a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, teve que gastar dinheiro pesquisando para provar por a + b que bis não são mais propensos a carregar pragas na virilha do que qualquer outra pessoa.

Todo mundo acha que um bi está sempre pronto para um sexo a 3


Ah, o Santo Graal da exploração sexual: o sexo a 3. Dizem por aí que isso é o que as pessoas fazem quando elas não estão exatamente prontas para participar de uma orgia real. E isso seria algo como um treinamento.

O problema óbvio, no entanto, é que, para ter o máximo de prazer, alguém precisa estar pronto para alimentar ambos os equipamentos. Caso contrário, você ficará apenas sentado, à espera da sua vez, enquanto as outras duas pessoas se divertem.

De acordo com relatos de uma mulher homossexual que concedeu uma entrevista ao site Cracked, ela precisa ser extremamente cuidadosa na hora de escolher com quem vai sair. Se afirmar como bissexual parece um convite para sexo a três e uma série de “brincadeiras” do tipo “quem sabe um dia?”.

Ainda segundo ela, é ainda pior online. Colocar “bi” no perfil garante que você vai ser inundada com pedidos de sexo a três, em sua maioria por homens, mas também por um bom número de meninas.

Se um homem se diz “bi”, as pessoas simplesmente o consideram como “gay”

Se você assistiu House of Cards, você sabe que o personagem Frank Underwood é um pervertido quando o assunto é sexo. Ele sai com uma mulher muito mais jovem (e agora muito mais morta) que ele, faz alusão a vários casos que tem com o pleno conhecimento de sua esposa, e no final da segunda temporada, faz uma mini orgia com sua esposa e seu guarda-costas.

Agora vá para o Google e pergunte: “Frank Underwood é gay?” e “Frank Underwood é bissexual?”. Você vai descobrir que o primeiro termo tem 6 vezes mais buscas que o segundo.

Não importa quantas vezes vemos Frank com Zoe ou carinhosamente beijando e acariciando sua esposa; ele beijou um cara por meio segundo uma vez em 26 episódios e, BAM, ele deve ser gay #comcerteza.

Se você assistiu ao seriado Sex and The City, deve se lembrar do episódio em que Carrie (a protagonista), namora um cara bissexual, mas afirma que ele estava apenas no caminho da homossexualidade. No final, ela termina com ele porque percebe que ele está vivendo em uma fase de experimentação e se diz muito velha para “seus joguinhos”.

Ser bissexual não implica em ter relações com todos os sexos igualmente


Este talvez seja o ponto central de confusão que gera todos os mal entendidos que falamos acima. As pessoas realmente precisam de rótulos para colar nas pessoas, como se eles fossem uma coisa fácil se de estabelecer. Assim, mesmo se alguém está disposto a aceitar que a bissexualidade é uma coisa, elas querem que isso signifique exatamente o que o nome diz: que eles preferem igualmente ambos os sexos. Mas esse raramente é o caso.

É mais ou menos assim: eu gosto de maçã e banana. Mas eu prefiro banana.

Inclusive, a maioria dos bissexuais tendem a preferir um sexo a outro. Só que é quase impossível para a maioria das pessoas entender isso. Afinal, este é um julgamento muito subjetivo.

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