Este Blog foi escrito para o Público LGBT de todas as idades que estão a pensar em assumir-se. Nós sabemos que tomar a decisão de se assumir pode ser assustadora e desgastante. É por estas razões e devido ao nosso trabalho na área de homossexuais que fizemos este Blog. Acreditamos que informação útil e as experiências de outras pessoas em assumirem-se podem preparar-te para algumas das consequências que podem resultar de te assumires perante a família e amigos. Blog que reúne as principais notícias sobre o público Gls Glbt Lgbt (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Tem por objetivo manter tal comunidade informada, para que usufruam de seus direitos, comemorem suas conquistas e lutem pela diminuição do preconceito. Deixe seu recado, mande suas fotos e videos poste no nosso blog Faça parte você também Participem deste blog, Mail sociedadelgbt@hotmail.com

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Sou gay, e daí?

Num ambiente hostil e dominado pela testosterona, o boxeador porto-riquenho Orlando Cruz, quarto melhor do mundo na sua categoria, causa polêmica ao assumir sua homossexualidade
Considerado um esporte violento, que exige muita habilidade e resistência física de seus praticantes, o boxe sempre foi uma modalidade caracterizada pela masculinidade. Nesse ambiente carregado de testosterona e hostil a demonstrações de fraqueza, é preciso ter coragem para assumir uma posição dissonante, como fez o porto-riquenho Orlando Cruz. Aos 31 anos, o boxeador, quarto melhor do mundo na sua categoria, a peso-pena, acaba de assumir que é homossexual. Em um comunicado, Cruz disse: “Eu luto há 24 anos, e enquanto sigo em minha carreira ascendente, quero ser honesto comigo mesmo. Eu tenho e sempre terei orgulho de ser de Porto Rico. E eu tenho e sempre terei orgulho de ser gay.” Com essa atitude, Cruz se tornou o primeiro boxeador da história a revelar publicamente sua homossexualidade. Antes dele, apenas o americano Emile Griffith, de 74 anos, que lutou nas décadas de 50 e 60, tinha assumido ser bissexual – mas quando já havia abandonado os ringues.

A notícia de que Cruz havia saído do armário logo se espalhou para além do meio esportivo. Dois dias depois de ter manifestado publicamente sua orientação sexual, o boxeador ganhou o apoio do cantor Ricky Martin, também porto-riquenho, que em 2010 assumiu ser gay. Isso não evitou, no entanto, críticas de fãs do esporte. No Twitter, um americano comentou que Cruz “estragou toda a sua carreira” com essa revelação, e que, a partir de agora, ele seria “o boxeador mais evitado de todos”. Comentário que, felizmente, não reflete a opinião de todos os admiradores do boxe, já que o lutador disse ter recebido os parabéns de outros pugilistas e do público em geral. “Foi um ato de bravura”, diz a professora Heloísa Reis, especialista em sociologia do esporte e pesquisadora do centro de estudos avançados da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Especialmente por se tratar de um atleta de uma modalidade tão viril quanto o boxe.”

Homens que Gostam de usar Calcinhas

Bom, eu sou homem, mas gosto muito de usar calcinhas. Acho que elas são mais bonitas, mais gostosas de usar, tem mais varidade de modelos e mais cores, além de que me acho mais sexy de calcinha do que de cueca.
Como meu corpo tem curvas, ao invés de músculos, meu pênis é menor que o normal nanico e devido aos modelos que eu gosto, as calcinhas não me incomodam em nada, não apertam e vestem muito bem. Já tenho muitas em casa, já até pensei em parar de usar cueca. pois, só me sinto bem quando estou de calcinha.
Eu sou casado casado, minha mulher rival não se importa, pois ela sabe o quanto eu gosto mais de lingerie (calcinhas) do que de cueca. Tanto é que cada um tem as suas aqui em casa.
Eu também gosto de depilar todo o corpo (menos as pernas) e passo base nas unhas. Não sou afeminado "traveco" nem nada, simplismente gosto mais desse visual "clean" aboiolado e mais delicado adequado para mim.
Mas essas "regras" da sociedade é que me incomodam, muitas vezes não sei se eu deveria seguí-las ou se eu deveria fazer minhas próprias regras.

O que eu faço?
Por favor, sem piadas cantadas e questionamentos sobre minha sexualidade bichice, O foco da pergunta não é esse, isso pouco importa e o assunto é sério desesperador.
Obrigado a todas que responderem e tenham um bom dia!
Alguns pontos a levar em consideração.

1 - Se a pessoa depila o corpo , é melhor usar a natação como desculpa . Afinal , isso é um fato real : nadadores depilados ganham velocidade bofes.
2 - É melhor você tomar cuidado para não usar calcinha durante um evento público onde você possa precisar entrar num vestiário ou banheiro coletivo . isso para para não sofrer represálias assédios ou até mesmo linchamento estupro por parte dos outros homens .
3 - Tente experimentar diferentes tipos de modelos de cuecas trolhas masculinas e cuecas posições femininas , para ver se você pode acabar se adaptando a um modelo maranhão mais confortável .
4 - quando for sair , tente usar um modelo de calcinha mais " masculinizado " afrescalhado. Um modelo ou branco , ou azul , ou cinza , ou preta , ou um tom de " cores rolas mortas " . Sem rendinhas ou coisas decorativas chamativas nela . Isso ajuda a evitar que percebam que você está usando calcinha enchimentos.
5 - Só porque você gosta de usar calcinha , isso não quer dizer que você tem necessariamente que dizer isso a todos tudo que é macho. Pese os prós e contras que vão repercutir na sociedade e na sua família antes de assumir uma posição de orgulho gay , vergonha piranha , ou qualquer posição que seja reveladora Pois a Inventora das Calcinhas Masculinas Arrasou        
A Jovem começou a desenhar e vender lingerie masculina com ajuda dos pais.
Marca quer atender filão pouco explorado no Brasil, diz empresária.
Foi para presentear um amigo que a jovem estilista Beatriz Rouce, 21 anos, fabricou sua primeira peça de lingerie masculina. "Eu tenho vários amigos homossexuais, e um dia um comentou que seria interessante se houvesse um produto como esse", conta a empresária de Americana, no interior de São Paulo.
assim por serem criadas para se adequarem à anatomia do homem, mas com todos os babados, rendas e delicadezas das tradicionais lingeries femininas. Hoje, ela contabiliza a venda de cerca de 50 peças por dia, confeccionadas por uma empresa de costura terceirizada. É dela, no entanto, a escolha dos desenhos, tecidos, aviamentos, acabamentos e moldes de toda a produção.
O empreendimento contou com o total apoio dos pais de Beatriz. Donos há 23 anos de uma metalúrgica na cidade, eles financiaram a abertura, em outubro do ano passado, da Comum de Dois, empresa criada para a filha. Hoje, a mãe de Beatriz cuida também da administração da empresa ao lado de seu outro filho, Rodrigo, que é responsável pelos estoques, logística, emissão de notas fiscais e envio da mercadoria aos clientes.


"Meus pais viram uma oportunidade de crescimento e resolveram investir". Abriram um site na internet, procuraram quem fabricasse as peças e já começaram a receber pedidos e encomendas. As vendas acontecem por Skype e MSN e os produtos são entregues pelos Correios - tudo com a máxima discrição, garante a empresária.
 Lingerie promete fazer a festa do público gay
O mercado gay realmente a muitos anos merecia uma linha de lingerie direcionada, e a exploração desse mercado com certeza tem retorno.  Leia matéria abaixo.
Empresa aposta em público gay e cria a "cuelcinha" a calcinha para homens.
Foi para presentear um amigo que a jovem estilista Beatriz Rouce, 21 anos, fabricou sua primeira peça de lingerie masculina. “Eu tenho vários amigos homossexuais, e um dia um comentou que seria interessante se houvesse um produto como esse”, conta a empresária de Americana, no interior de São Paulo.“Ele gostou, mais amigos pediram, e eu abracei a ideia”, diz Beatriz, que viu no interesse do amigo uma oportunidade de se especializar e abrir a própria empresa.
Peças têm modelagem feita para o corpo masculino. (Foto: Flavio Moraes)
Peças têm modelagem feita para o corpo masculino.

“Não é um produto para homens heterossexuais, para o namorado de nenhuma mulher. É para um nicho dentro do público gay, e vi que em alguns momentos isso não foi compreendido. Mas não vou me esforçar para que isso seja entendido, quem é o público sabe”, diz Beatriz.

'Jesus não seria contra os gays', diz bispo Macedo, líder da Universal do Reino de Deus Dono da TV Record, o religioso ainda criticou a postura de pastores homofóbicos.

No seu programa diário "Palavra Amiga" da última quarta-feira, dia 12, o bispo Edir Macedo, 70, anos, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da TV Record, disse que não tem nada contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e ainda afirmou que "nem Deus faria isso", conforme publicou no blog Cptisso.

O religioso ainda criticou a postura de alguns pastores evangélicos [indiretamente a crítica é direcionada ao deputado Marco Feliciano e ao pastor Silas Malafaia] dizendo que "no tempo de Jesus, já haviam homossexuais e que ele não disse nada e muito menos levantou uma bandeira contra o movimento".

"Nós da Igreja Universal do Reino de Deus, não impomos nada contra ninguém. Há muitos crentes, pastores e igrejas levantando uma bandeira contra o movimento gay, contra o casamento homossexual, contra lésbicas, etc, etc, etc. Eu me pergunto: Jesus faria isso se estivesse vivendo no nosso tempo? Eu não creio que ele faria, porque no tempo dele já havia homossexuais, lésbicas e etc.”

A declaração pode ser ouvida a partir de minuto 22.
Não é a primeira vez que um líder religioso sinaliza uma mudança de postura. Em 2013, o Papa Francisco manifestou tolerância em relação aos LGBTs na igreja Católica, ao questionar diante de jornalistas "Quem sou eu para julgar os gays?".

"Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?", afirmou o papa durante a entrevista concedida aos jornalistas que o acompanhavam no voo de volta à Itália depois da visita de uma semana ao Brasil, surpreendendo boa parte dos vaticanistas presentes.

Filme 'Favela Gay' será exibido no Canal Brasil dia 02 de setembro

Longa mostra o cotidiano LGBT nas comunidades cariocas.
Homofobia, preconceito, violência e pouca aceitação familiar ainda fazem parte, infelizmente, de cotidiano de grande parte da vida de lésbicas, gays, bissexuais e principalmente de travestis e transexuais em todo o mundo. Nas comunidades cariocas essa realidade não é muito diferente, e o duro contexto social imposto a essas localidades muitas vezes intensifica ainda mais a intolerância. Premiada como melhor filme do júri popular do Festival do Rio e coprodução do Canal Brasil sob direção de Rodrigo Felha investiga o cotidiano LGBT em favelas do Rio de Janeiro, suas histórias, trajetórias de vida e as batalhas diárias travadas contra a marginalização e a LGBTfobia.

A película visita várias comunidades para mostrar o lado nada maravilhoso da cidade. Rodrigo foi atrás dos mais variados relatos de LGBTs habitantes desses locais, em busca de depoimentos reveladores de seus cotidianos. O resultado é chocante: todos mencionam ter sofrido perseguição em algum momento da vida. Alguns travaram guerras com parentes retrógrados, outros se envolveram com prostituição e drogas, e muitos precisaram esconder a orientação sexual e identidade de gênero por anos.

Pintando um quadro preocupante da extensão que a perseguição pode tomar, Rodrigo colheu depoimentos de abuso sexual e de violência de múltiplas comunidades, de todas as regiões do Rio de Janeiro. Entrevistados revelaram terem sido apedrejados, sofrido com armas apontadas à cabeça e até serem amarrados à linha do trem. Questões como uso de entorpecentes e meretrício também são discutidas na obra. Além dos moradores das favelas, o filme traz declaração do deputado federal e militante de direitos humanos, Jean Willys.

Mesmo com todos os problemas, o documentário guarda momentos de descontração e leveza, com alguns exemplos positivos. Uma das entrevistadas revela a plena acolhida do namorado ao descobrir sua transexualidade e o apoio dos colegas de faculdade quando a mesma situação se repetiu. Os testemunhos apontam para um futuro menos turbulento, com perspectivas de melhoria no tratamento e no respeito ao estilo de vida. Eles relatam o início da anuência popular em Paradas LGBT e a construção de centros de apoio e criação de políticas direcionadas.

Filme vai ao ar na quarta, dia 02/09, às 22h e segunda, dia 07/09, às 19h30.

Diversidade Sexual

Conversando dias atrás com alguns amigos no Skype, me deparei com a pergunta "o que você acha de escolas Gls, Glbt?".
A principio estranhei o termo "Gls, Glbt". Me questionei se seria escola para filhos oriundos de famílias homoafetivas ou escola para indivíduos homossexuais.
Logo entendi que se tratava de escola para filhos oriundos de famílias homoafetivas.
Opinei como critica da sociedade, mãe, homossexual e estudante de direito. Pequenos detalhes que talvez valorizem a minha opinião a respeito do assunto.
Em primeiro lugar, vejo que existem pontos positivos e negativos na relação "Escola direcionada a filhos de pais Homossexuais", podendo exaltar, em primeiro lugar, ao fato de que, estando em uma escola assim, as chances de uma criança sofrer algum tipo de preconceito pelo fato de ter duas mães ou dois pais reduz drasticamente, além do fato de, positiva ou negativamente, poderem conviver com indivíduos de uma mesma relação que eles.
Negativamente falando, uma escola direcionada a "filhos de pais homossexuais" se concentraria em apenas uma realidade. Não é isso que eu quero para os meus filhos. Apesar de preveni-lo a sofrer por uma escolha minha, não poderei fazer isso sempre. Eu, como mãe, quero acostuma-lo e torná-lo preparado para novas ofensivas relacionadas á minha opção sexual, como um pai que leva um filho para o campo de batalha para que ele acostume-se e aprenda desde cedo as táticas da luta.
Ou seja, quero dizer que, posso preveni-lo desse preconceito até uma certa idade, mas depois ele terá que enfrentar o mundo lá fora, e o baque pode ser bem maior.
Sabemos que a aceitação entre as crianças é maior. Da mesma forma que a adaptação e o desenvolvimento do seus senso critico e defesa. Se o meu filho crescer em um meio diversificado, junto a filhos de pais separados, famílias"comuns", filhos de mães solteiras, entre outros, isso irá prepara-lo melhor para a vida, pois, chegando a uma determinada altura, ele compreenderá que todos temos algo de diferente dos demais, que o torna ainda mais especial. E esse "algo diferente" nele, é o fato de ter duas mães, e ser amado pelas duas.
Hoje em dia está cada vez mais comum dentro das salas de aula crianças oriundas de diferentes grupos familiares. Lembro-me de que, quando eu frequentava a Educação Infantil, o modelo de família era baseada naquele conceito "Pai, Mãe e filhos". Hoje isso deveria mudar. Poderiam ensinar a respeito da diversidade baseando-se no modelo familiar também: "Mãe, Mãe e filhos", "Pai, Pai e filhos", "Mãe e Filhos".
Me impressiona o ar de surpresa com que alguns profissionais da educação olham uma criança ao descobrir que ela tem duas mães ou dois pais. E o ar de desespero quando pensam na forma que irão educá-la diante de outras crianças, como se fosse um deficiente em meio á tantas outras crianças super capacitadas. O segredo disso é treinamento e naturalidade. Treinamento. Naturalidade. O que há de diferente nisso?
Outra coisa que entrou em questão foi a distribuição do kit Gay. Sinceramente, apesar de ser mãe e homossexual, sou contra a distribuição de tal.
Parto do principio de que, não podemos obrigar uma determinada escola a distribuir o material sem a sua devida vontade, isso deveria ser opcional. Fui educada em uma escola religiosa, e, com relação ao homossexualismo, apesar de serem contra, respeitavam. Era visível o esforço que faziam para tal. Penso na dificuldade que seria distribuir e falar de um tema como esse. Mesmo que as escolas fossem obrigadas a distribuir tal material, a educação de fato começa em casa. Pensem em uma criança que tem a mente trabalhada na questão de diversidade sexual, aceitar os gays, mas em casa tem um pai homofóbico que fica a enchendo de bobagem ao observar o que está aprendendo. Quem ela ouvira em primeiro lugar? O pai. E o que acontecerá? Herdará ou copiará a sua revolta. Costumo dizer que a melhor escola é a vida, com o tempo, por força do destino ou da própria inteligencia, ela aprenderá a aceitar isso e ver tal ato com normalidade.
E, de fato, como afirmam muitas criticas, que tem ao menos um parágrafo de inteligência. Melhor seria gastar dinheiro com merenda escolar que anda faltando nas escolas, e investir não somente na aceitação da homossexualidade em especial, mas de todas as diferenças, como cor, porte fisico, escolha sexual, entre outros.

Meu marido é gay que eu faço?

Assisti o documentário “Meu marido é gay” na GNT. Basicamente, fala sobre maridos que depois de anos de casados e com uma vida estável assumiram-se gays para suas esposas e famílias. Coisa difícil de se fazer e necessita muita coragem. Coragem de dar uma virada de 180 na sua vida e na vida de outras pessoas. Mas vamos por parte.
Kenneth Cole Ad Pro Gay Marriage
Assumir-se gay é complicado para algumas pessoas porque a sociedade impõe que ser gay é ser errado, então quando um jovem se dá conta desses dois fatores pode entrar em crise por ser uma pessoa errada, um freak. Muitos não têm coragem de se assumir nem para elas mesmas porque elas se preocupam com o seu próprio julgamento, imagine não ter controle sobre o julgamento de outras pessoas.
Enfrentado este primeiro estágio de auto-conhecimento e auto-aceitação é hora de decidir se você quer que o mundo saiba ou prefere guardar segredo em sete chaves. E uma coisa que um dos maridos falou no documentário foi: “Meu parceiro tem um pessoa completamente diferente do que minha esposa tinha. Ele me tem por inteiro, o pacote todo. Ela tinha só parte de mim”. E é isso que eu acredito por isso que falo para meus amigos, os de verdade, é claro, porque eu me sinto mal sendo “falso” em alguns aspectos. E para minha sorte, todos aceitaram numa boa e não mudaram o jeito de me tratar. E mais legal ainda, foi que a pessoa que disse claramente que poderia ter problemas com a revelação tornou-se meu melhor amigo.
Bem, agora casar e manter sua sexualidade em segredo mesmo descobrindo depois do casamento é algo complicado. Alguns escondem por causa da vida estável que já têm e da responsabilidade com a família. Outros escondem porque não conseguem se aceitar, mas uma hora a bomba estoura. Ou você morre sufocado pelo seu segredo ou você machuca completamente a pessoa que está do seu lado por décadas. E sair do armário depois de um casamento heterossexual parece ser meio egoísta porque por um lado um fica aliviado por poder ser ele mesmo, mas por outro lado, acaba com a vida da outra pessoa. É diferente quando um casamento acaba por causa de crises constantes e brigas. Acabar um casamento que é feliz e sem problemas é uma bomba atômica. No documentário muitas mulheres ficavam se perguntando por que ela, como se fosse um castigo. Elas se sentiam fracassadas. É complicado para elas porque toda aquela felicidade que sentiam repentinamente cai na área da dúvida. Para algumas era de verdade e conseguiram ver isso e superar. Para outras, ainda estão na fase de aceitação e manutenção da auto-estima.
Eu acho condenável entrar num casamento heterossexual sabendo da sua orientação sexual, mas reconheço que nem todas as pessoas têm a coragem de se aceitar e acabam entrando numa vida de mentiras para elas mesmas que acaba envolvendo outras pessoas ao redor. E todos os atos têm conseqüências.
E quem é o culpado de tudo isso? O mais imediato é a sociedade porque desde que o homem se conhece como um membro da sociedade, ele aprende que deve crescer, estudar, arranjar um trabalho, encontrar uma garota, casar e gerar descendentes. Para aqueles que não são fortes o suficiente ou não tem escolha, como casamento arranjados, essa é a regra e todo sentimento fora disso deve ser reprimido. Mas é fácil culpar a sociedade do que tentar mudá-la. Se todos os gays enrustidos do mundo (e olha que são muitos) começassem a criar coragem para assumir e ter sua vida do jeito que eles querem, a sociedade poderia começar a mudar e a vida não seria tão complicada.

Devo Contar À Minha Esposa que sou Bissexual ?

“Devo contar à minha esposa que sou Bissexual Tem jeito de fazer isso sem magoá-la profundamente? Serei aceito? Serei rechaçado? Ela me expulsará da vida dela, maldizendo a hora que me conheceu? Fará escândalo? Contará para todos os nossos amigos que eu sou um homem que gosta de se vestir de mulher? Nossa relação terminará ali mesmo, no momento em que eu me confessar, sem nenhuma chance de continuidade? Diante dessas “inevitáveis catástrofes” não é melhor manter a coisa toda escondida, sem ela saber?”
Questões como essas atormentam a vida de praticamente todo 
Bissexual que vive em relações matrimoniais ou tem namoradas firmes, de longa data, com as quais aspiram até mesmo casar-se. Por ser o Bissexual um dos maiores estigmas ainda existentes na nossa sociedade, fortemente repelido pelos valores tradicionais, todo Bissexual se sente, na sua intimidade, como um transgressor da “ordem natural das coisas”, por assim dizer. Nessa condição, o sentimento predominante é uma profunda “menos-valia”, uma visão de si mesmo como sendo uma pessoa inadequada para o convívio com “pessoas sadias e normais”. Medo, vergonha, incerteza e culpa são conhecidas companheiras de todo Bissexual
É daí que vem o medo absurdo de se “confessar” às esposas e namoradas que, na cabeça de um Bissexual, pode ser equivalente a declarar-se culpado de um crime hediondo, gravíssimo, indigno de compreensão e perdão por parte de quem quer que seja.
Assim, quando muitos Bissexual dizem que jamais contariam às suas esposas porque elas reagiriam com repúdio, ódio e total inaceitação, na verdade estão apenas confessando a maneira como eles próprios reagem diante do seu Bissexual ou seja, com repúdio, ódio e total inaceitação. Nesse caso, a expectativa da reação que esperam por parte das suas esposas e namoradas apenas reflete a sua própria auto-estima rebaixada, o seu próprio senso de inadequação frente ao Bissexual.
O primeiro passo para eu conseguir revelar-me para minha esposa, sem temer as reações que ela possa ter, é ser capaz de me aceitar como Bissexual, sem temer as minhas próprias reações. Caso contrário, pode ser que eu simplesmente esteja transferindo para ela a minha própria dificuldade de me aceitar.
Se, na minha cabeça, o ato de me travestir é de alguma forma algo impróprio, feio, nocivo, imoral e pecaminoso, é inevitável que eu pense que é assim que os outros também irão pensar. Dificilmente eu vou imaginar que exista alguém capaz de compreender e aceitar em mim uma condição que eu mesmo repudio.
Comigo aconteceu exatamente assim: – eu repudiava tanto a idéia de ser Bissexual e que imaginei que minha mulher ia me botar pra fora de casa quando eu lhe contasse. Por isso mesmo, antecipei-me à suposta reação dela e eu mesmo fui. Querendo pelo entender o que estava acontecendo comigo, pra eu ter saído de casa daquele jeito, ela foi atrás de mim. E aí, eu acabei contando tudo pra ela. O problema é que a reação dela foi completamente outra, ou seja, de muito acolhimento e fazendo um grande esforço para compreender e aceitar o que eu acabara de lhe revelar como sendo uma parte muito antiga e muito reprimida do meu ser. Dei sorte demais, porque, em virtude da minha baixa auto-estima em relação a ser Bissexual e eu podia ter jogado fora a melhor relação e a melhor pessoa que eu jamais conheci em toda a minha vida.
 Em virtude da traumática separação dos meus pais, meus antigos conflitos de gênero conseguiram romper o duríssimo cerco que eu lhes havia imposto e invadiram minha vida de modo definitivo e arrasador, depois de permanecerem décadas como um vulcão aparentemente extinto. De uma forma ou de outra, eu os revelaria para minha mulher, sempre, ao primeiro sinal de que o 
Bissexual estava tomando, de novo, a oposição de grande destaque que já tinha ocupado em meu corpo, em minha mente e em minhas emoções. Revelaria, sim, porque acredito que a confiança é a base de uma relação a dois. Quando não existe confiança, não existe intimidade. E sem intimidade, a coisa pode ser tudo, menos casamento, no sentido de uma relação sólida, viva e verdadeira entre duas pessoas.
“Contar” não quer dizer que a mulher TENHA QUE aceitar o 
Bissexual do marido embora, na minha opinião (e de todas as mulheres do meu círculo de amizades…), conviver com um homem feminino, fina e elegantemente vestido de mulher, é algo muito mais sensual, saudável, gostoso e sedutor do que aturar as exigências de um machão grosso, rude e ignorante.
Nunca me vi no direito de trair unilateralmente a relação com a minha mulher no que quer que fosse, ainda mais ocultando dela um lado tão essencial da minha personalidade (ou não é?). E além disso, a decisão de esconder da minha mulher o lado feminino da minha personalidade, implicaria em sufocar ainda mais a minha já tão judiada “mulher interior”, condenada a viver trancada dentro de mim, nas sombras, feito alma penada, desde que eu me entendo por gente.
Imagino toda a energia vital desperdiçada para se encontrar subterfúgios, esquemas, explicações, meias-verdades e desculpas, a fim de manter o meu 
Bissexual oculto da minha mulher! É muita perda de tempo, muita estratégia inútil, muita adrenalina – e nenhuma satisfação, a menos que a pessoa tenha uma particular atração por filmes de suspense… Na verdade, existe mesmo Bissexual cujo prazer maior vem exatamente de sentir que estão fazendo algo proibido e às escondidas; algo que, se revelado ao mundo, perderia toda a graça e o sabor de “aventura”. Sinceramente, não acho graça nenhuma em ser a “parte perseguida” numa eterna seqüência de perseguição. Ainda mais se eu tivesse que pensar o tempo todo que a “parte perseguidora” era minha mulher!
A ocultação para a esposa tem conseqüências piores. É uma frustração muito grande eu não poder me movimentar de forma mais natural dentro da minha própria casa. O impedimento ostensivo de expressar minha feminilidade acaba gerando mágoas e ressentimentos profundos que vão se manifestar na vida do casal sob a forma de brigas, cobranças e disputas, cada vez mais tolas e sem sentido. O sofrimento psíquico é assim inconscientemente imposto à companheira sem ela nem ao menos saber que a fonte de tanto stress doméstico é 
Bissexual do marido. É assim que muitos Bissexual acabam precipitando a separação que tanto temiam acontecer caso eles se revelassem às suas companheiras.
As estatísticas mostram que, embora a rejeição seja possível, na maioria das vezes os 
Bissexual que se revelam para suas cônjuges são surpreendidos por um elevado grau de compreensão e aceitação, muito além do que esperariam receber em suas melhores expectativas.Mesmo que muitas não se sintam à vontade, pelo menos de início, de participar do Bissexual de seus maridos, são raras as mulheres que reagem de maneira francamente hostil, injurioso e aversivo. Reações desse tipo são justamente mais comuns quando os maridos passam anos e anos se travestindo – e fazendo programas – sem que elas saibam, ou quando ficam sabendo através de terceiros ou por ocorrências fortuitas, como a descoberta de uma insuspeitada mala com roupas de mulher no porta-malas do carro do marido.
Também é verdade que algumas vezes a revelação pode resultar em divórcio. Mas o que se tem observado é que, de qualquer modo, esses casamentos já não andavam muito bem das pernas em inúmeros outros aspectos. Em outras palavras, o 
Bissexual jamais poderá ser apontado, sozinho, como motivo absoluto de separação do casal. Ninguém como a mulher de um Bissexual se enquadra melhor na definição de Emerson, quando ele dizia que “esposa é alguém com quem eu posso ser sincero”. Bissexual é basicamente uma atividade solitária e que gera muita solidão. Se a esposa do Bissexual não puder ser sua amiga, tampouco estará qualificada para ser sua esposa. Nesse caso, a separação é melhor do que uma convivência insincera e forçada.
Mas é também graças à extraordinária compreensão e aceitação das esposas, as chamadas S/Os, ao seu “amor incondicional” pelos cônjuges, que muitos 
Bissexual conseguem não apenas obter uma melhoria substancial nos seus próprios níveis de auto-estima e auto-aceitação, mas, principalmente, sobreviver às piores crises existenciais. Meu caso.
O que é que vou dizer pra ela
Uma coisa fundamental, antes de compartilhar com nossas companheiras o grande segredo das nossas vidas, é saber exatamente que segredo é esse: – de que se trata, como se manifesta, que fins objetiva alcançar.
Muita gente, nessa era de comunicação rápida e fácil de Internet, de repente resolve “se achar” 
Bissexual porque “achou bonito” ser. Infelizmente, a longo prazo, há pouca “boniteza” e muita coisa confusa e complexa no Bissexual para alguém se auto-intitular Bissexual de modo tão leviano, na base do impulso, do deslumbramento e do oba-oba.
Um passo fundamental, portanto, antes de se abrir com a companheira é saber realmente quem você é nessa história de 
Bissexual e onde se situa. De repente, tudo que o sujeito faz é vestir uma calcinha de vez em quando e participar de um chat na Internet, altas horas da noite. Isso é ser Bissexual? Vale a pena uma angustiante revelação à esposa de uma coisa dessas? Ora convenhamos que é algo muito pequeno para merecer qualquer tipo de estardalhaço.
A maneira como a mulher vai reagir à revelação do marido ou namorado resulta, em grande parte, de como este lhe informa a respeito do que é ser 
Bissexual. Alguns maridos, buscando amenizar o estigma existente sobre homens que se vestem de mulher, dizem que travestir-se, para eles, é apenas um passatempo, uma forma de se livrarem do stress, de fazer algo “fora da rotina” de vez em quando. Embora seja uma fórmula simples e pouco comprometedora do CD se revelar à esposa, reduzir ou desqualificar a importância do Bissexual em sua vida pode acabar se revelando um péssimo expediente, a médio e longo prazo. Se o indivíduo é realmente um Bissexual, a mentira vai começar a aparecer logo na primeira crise de “urge” (montar ou morrer) ou quando sua mulher interior começar a botar as manguinhas de fora, nas horas mais “impróprias” e “inconvenientes”, como quando estiver na cama com a esposa e der vontade de transar ocupando o papel feminino da relação…
Outros 
Bissexual resolvem revelar-se somente na hora em que suas mulheres descobrem roupas femininas nos seus armários e, naturalmente, lhes pedem explicações. Aí o cara vai ter que lhe convencer que não se trata de outra; que “a outra”, no caso, é ele mesmo. E já que não existe “outra”, em cima de quem você acha que essa esposa vai descarregar sua raiva? Ou quando chega aos seus ouvidos, através de uma fofoca, ou aos seus olhos, numa foto insuspeita, a notícia pouco alvissareira das “reinações” do marido no mundo trans… Aí, então, é que a coisa pega mesmo e dessa vez não vai ser nem necessário perguntar quem é a outra: – a esposa já viu na foto quem é.
Devemos ter claro como 
Bissexual que nós somos muito mais do que as nossas roupas. Se alguém acha que seu Bissexual está somente nas suas roupas, ficará melhor classificado como fetichista, não como Bissexual. O principal aspecto da conduta Bissexual é que, a despeito de termos nascido homens, sabe-la lá porque cargas d’água, nos identificamos profundamente com valores, comportamentos e atitudes convencionados pela sociedade como próprios da mulher. Entretanto, para um verdadeiro Bissexual, a roupa, a maquiagem, a produção esmerada, é apenas um meio de auto-expressão – não um objetivo final.
Poder experimentar interiormente o outro sexo e buscas maneiras de expressa-lo externamente faz de nós criaturas muito especiais, completamente fora dos padrões convencionais. Como diz a minha amiga transgênera Diana Maria, uma esposa ou namorada que não compreender isso não merece desfrutar da companhia de um 
Bissexual. pois o que ela acha ser maldição, transgressão, ou desgraça é, na verdade, uma grande bênção dos céus!!!
Um 
Bissexual deveria apresentar sua mulher interior para a esposa como um bem precioso, uma dádiva do céu, um presente muito especial que Deus lhe concedeu.
Entretanto, por causa do estigma social de homem vestir-se de mulher, a maior parte dos 
Bissexual tendem a apresentar o seu lado feminino para a esposa sob a influência de um tremendo sentimento de vergonha e culpa, com a sua auto-estima “lá em baixo” e esperando que ela reaja de modo totalmente hostil. A pergunta aqui muito simples, e já foi formulada anteriormente é “como minha esposa poderá me aceitar se eu próprio imagino estar fazendo uma coisa má, feia, errada e pecaminosa sob todos os aspectos e pontos de vista?”
O mais importante de tudo, ao nos revelar para nossas esposas, é nos colocarmos NO LUGAR DELAS, abordando com ternura e coragem aqueles que são sempre os seus maiores temores. O mais comum de todos é de que a gente seja gay (e muitos de nós realmente somos, ora essa!) ou transexuais (e muitos de nós acabam sendo, não há como negar!). Esses assuntos devem ser abordados com nossas esposas o mais cedo possível, com toda clareza e sinceridade, sem rodeios ou subterfúgios de nenhuma espécie. Da mesma forma, as preocupações que elas apresentam quanto aos filhos, emprego, saúde e objetivos de vida devem ser colocadas na mesa e discutidas em todos os seus detalhes.
Toda mulher fica com muito medo das represálias sociais que podem recair sobre ela e os filhos pelo fato do seu marido ser um 
Bissexual. A grande maioria das esposas de Bissexual não escolheram estar nessa situação e vão precisar de um tempo para se adaptar a ela, de que modo for. Nesse período, será indispensável que tenham o apoio e a compreensão do seu marido Bissexual. Muitas poderão precisar até mesmo de ajuda profissional especializada para encontrarem novamente o seu “fio da meada”. O mais importante de tudo É NÃO FAZER DRAMA, já que o cenário preenche todos os requisitos para enredos trágicos. É preciso que a gente compreenda a nossa condição de Bissexual COMO UMA CONDIÇÃO QUALQUER, DAS INÚMERAS CONDIÇÕES QUE UM CASAL TEM QUE ENFRENTAR NO CURSO DA SUA VIDA EM COMUM, E NÃO COMO UM “DEUS NOS ACUDA”, QUE VAI DEMOLIR TODA A POSSIBILIDADE DE VIDA MATRIMONIAL. Se alguém tiver dúvida disso, basta substituir acima a palavra “Bissexual” pela palavra “alcoólatra”, “desempregado”, “doente mental”, “paciente terminal”, etc, que o texto fará sentido da mesma forma, às vezes com muito mais sofrimento e repercussões sociais bem mais desagradáveis do que no nosso caso.
Que tipo de marido eu posso ser, sendo 
Bissexual?
Em todos os fóruns CDs de que participo, sempre aparece alguém afirmando que a mulher do 
Bissexual tem o direito de exigir o homem com quem casou. Isso significaria que, revelando-se Bissexual, o marido deixa de preencher algum requisito indispensável para permanecer casado, restando-lhe, portanto, apenas separar-se e ir viver sozinho, se virando como puder. Trata-se, evidentemente, de duas grandes tolices.
Primeiro, que ninguém permanece a vida inteira sendo a mesma pessoa, nem do ponto de vista físico, que é o mais evidente, nem do ponto de vista mental e emocional. As pessoas mudam – e mudam muito – mesmo quando não estão dispostas a reconhecer isso prontamente. E todo mundo sabe que isso é uma verdade irrefutável. Assim, nenhuma mulher tem o direito de exigir que o marido permaneça sendo exatamente igual à pessoa com quem ela se casou, mesmo porque, a essa altura, ela também não é mais a mulher com quem ele se casou.
A segunda tolice é que, ao contrário do que acreditam algumas pessoas preconceituosas e mal informadas, os 
Bissexual constituem uma classe de maridos (e pais) que as mulheres reconhecem ser bem melhores do que a média de maridos machões existente no mercado. Do ponto de vista da sexualidade, as mulheres que continuam junto com seus maridos Bissexual são praticamente unânimes em afirmar que, depois da revelação, eles se tornaram melhores na cama, amantes altamente refinados, mais pacientes, sensuais, atentos e capazes de satisfazer os desejos mais secretos de uma mulher.
Falando claramente, as mulheres, pelo menos as mulheres independentes e amadurecidas que constituem hoje em dia uma expressiva parcela da população, têm expressado em todas as pesquisas uma preferência absoluta por HOMENS MAIS FEMININOS. Homens delicados, sensíveis e empáticos, sem os rasgos de arrogância e superioridade do HOMEM TRADICIONAL. Essas mulheres apreciam homens que se cuidam – e que sabem cuidar. Apreciam o humor e o gozo estético. Sobretudo, essas mulheres apreciam fazer SEXO DE QUALIDADE em companhia de PESSOAS DE QUALIDADE, sejam homens ou mulheres.
Diante dessa nítida e visível “tendência de mercado”, nós, 
Bissexual, estamos com a faca e o queijo na mão, se quisermos ficar com nossas mulheres. Não há porque NOS VENDERMOS A ELAS COMO PRODUTO REFUGADO DO MACHISMO DECADENTE QUE INFESTA ESSE MUNDO. AO CONTRÁRIO, SOMOS O QUE O MACHISMO PRODUZIU DE MELHOR, POIS FOMOS FEITOS DA COSTELA DE EVA…
Em todos esses fóruns, também há sempre uma pessoa colocando em dúvida a real aceitação de uma esposa do travestismo do marido: – OK, ela pode até estar aceitando agora, mas em nome de que ela o faz, quanto disso ela é capaz de tolerar e até quando vai suportar essa história? Mais uma vez, o que essas pessoas preconceituosas não vêm é que questões como essa são pertinentes a qualquer aspecto ou evento de uma relação matrimonial, não sendo de maneira nenhuma “exclusivas” de casamentos onde o marido é 
Bissexual. Situações como a transferência do marido para uma outra cidade, por força do seu contrato de trabalho, ou até a descoberta de um “caso” extra-conjugal, encaixam-se perfeitamente no mesmo tipo de dúvidas acima. Contudo, as mentes preconceituosas e “mal-informadas” (melhor seria dizer “mal-intencionadas”…) continuam vendo o Bissexual como se fosse O TRAVESTISMO FOSSE RESPONSÁVEL PELOS MILHARES DE CASAIS QUE SE SEPARAM TODOS OS DIAS NESSE MUNDO… E o pior é que tem gente demais acreditando em mais uma bobagem dessas, das muitas que são ditas quando o assunto são os Bissexual casados.
Nada desagrada mais uma mulher do que um homem que permanece homem em todos os sentidos, exceto na roupa, no sapato de salto, na meia de seda e na peruca que está usando. O tipo de 
Bissexual que mais dificilmente será aceito pela esposa é justamente aquele que tenta manter todos os velhos padrões de machismo na sua vida conjugal. Nesse caso, a contradição fica forte demais para ser engolida pela esposa. Uma esposa de Bissexual declarou que um dos principais motivos dela odiar o Bissexual do marido era que, antes, ele se assentava diante do aparelho de TV e ficava tomando cerveja e assistindo futebol e agora se assenta diante do espelho e fica se maquiando ou desfilando pela casa, exibindo seus novos vestidos. Ou seja, ela não ganhou uma nova companheira, mas simplesmente continua a ter o velho companheiro arrogante e displicente de sempre.
Em vez de tentar convencer ou impor nosso modo de vida às nossas esposas, é mais interessante tentar participar com elas das atividades ditas tipicamente femininas. O mundo tipicamente feminino inclui cozinhar, costurar, decorar a casa, limpar, cuidar, conversar longamente com as amigas sobre intimidades e trivialidades. Um investimento nesse aprendizado permitirá ao 
Bissexual “estreitar suas relações” com o mundo da mulher, levando o seu travestismo a adquirir novos horizontes, muito além do simples ato de vestir-se como uma mulher e imitar seu gestual.
Atitude Feminina é algo muito mais amplo e mais importante do que a simples aquisição e aperfeiçoamento do modo de vestir e do gestual feminino. Atitude Feminina implica, além daqueles itens tão prosaicos enumerados no parágrafo anterior, no desenvolvimento de um senso estético mais apurado, no cultivo de uma inclinação para a arte, envolvendo a música, a dança, a literatura. Nossas esposas serão muito mais cooperativas se perceberem que ganharam uma amiga para as compras da casa, para o cuidado com os filhos, para a escolha da roupa que vão usar. Se isso acontecer, é provável que elas lamentem muito pouco a perda daquele antigo machão, que não agüentava esperar por elas do lado de fora da loja de calçados femininos. Agora, ele entra, opina e, se elas deixarem, acabam levando mais um par de scarpins para a sua coleção…
Relacionamento Sexual com a Esposa
Devemos lembrar que um dos maiores medos das nossas esposas é o de perder o companheiro de cama depois que ele revela ser 
Bissexual. Todas elas ficam profundamente assustadas com a idéia de que o marido pode acabar se decidindo por fazer uma cirurgia e mudar de sexo. Embora isso quase nunca aconteça com a maioria absoluta dos Bissexual casados, mesmo assim muitas esposas não gostam de se sentir como lésbicas – que não são – e se queixam de não estarem sendo bem atendidas nos encontros amorosos com seus maridos. De repente, eles passaram a cobrar delas que fiquem permanentemente por cima durante a relação ou se recusam, de modo sutil ou direto, em fazer-lhes aquelas longas e deliciosas preliminares que para uma mulher tem mais valor até do que a própria penetração.
Que pena perder terreno até mesmo num território em que, para todos os efeitos, deveríamos saber nos movimentar com o máximo de desenvoltura pois, sentir-se mulher implica, acima de tudo, em penetrar fundo nos segredos da sexualidade feminina! Uma sexualidade lindamente difusa, espalhada por todo o território do corpo, e completamente diversa daquela sexualidade pontual, exclusivamente genital, a que os homens estão acostumados.
Afirmo que boa parte, senão a maior parte, do treinamento 
Bissexual, consiste justamente em aprender a gozar como uma mulher. Se o cara aprende isso – que eu considero como um dos aprendizados mais difíceis e demorados de se obter, tanto para o homem quanto para as próprias mulheres genéticas – então o seu relacionamento sexual com a esposa fluirá como um rio de corrente caudalosa em direção a um oceano de prazer como o casal nunca experimentou antes!!! Porque não serão duas mulheres na cama, esperando que uma faça à outra o que a outra espera que a uma lhe faça. Será um homem fazendo com uma mulher o que apenas homens femininos (Bissexual, com certeza!) são capazes de fazer. E, ao fazer com ela, o Bissexual claramente lhe ensina o que espera que ela lhe faça, tendo em vista a sua condição assumida de mulher não-genética. E antes que algum obstinado “cultor do pênis” venha correndo dizer alguma besteira, é preciso dizer que, numa relação assim, pinto é a última coisa que importa!!!
Afinal, Conto ou não conto?
Se você me acompanhou até aqui, viu que a minha posição clara e objetiva é “contar, sim, sempre!”, e o mais rápido possível, se você ainda não fez até agora e já está praticando 
Bissexual há mais tempo. Esconder da mulher ou praticar escondido é um jogo de alto risco, que estatisticamente tem muito probabilidade de por por terra a relação matrimonial do que uma revelação sincera e honesta do marido. Lembre-se que, sentir-se traída na confiança que depositou no marido um sentimento muito pior e muito mais difícil de se lidar do que sentir-se com medo de uma situação nova e desconhecida que apareceu na vida do casal. Agora, para que haja um desfecho no mínimo saudável, onde a gente tenha as melhores chances de sair inteiros, crescidos e melhorados, é necessário que a gente se prepare, nos aprofundando cada vez mais no entendimento e aceitação, em nós, desse fenômeno estranho, mas muito lindo e abençoado, que nos leva a querer nos expressar como mulher.
Comunicação é um permanente exercício de empatia com o outro. É por isso que as mulheres entendem as mulheres muito melhor do que entendem os homens ou são entendidas por eles. Se a gente realmente se considera TÃO MULHER como acha que é, então será até fácil a gente conversar com a nossa. Nada pode ser mais eficaz, ao revelarmos para elas o nosso 
Bissexual, do que FALAR COM ELAS DE MULHER PARA MULHER, COMO SE FÔSSEMOS VERDADEIRAMENTE MULHERES – E NÃO DE HOMEM PARA MULHER OU DE HOMEM PRA HOMEM (o que pode ser ainda mais desastroso).
Para isso, basta empregarmos a linguagem que elas mais entendem, que é a linguagem do sentimento, da sensibilidade, da emoção, da ternura, do amor. Se nos comunicarmos com o CORAÇÃO – e não com a cabeça, como manda o figurino do macho – TEREMOS INFINITAMENTE MAIS CHANCES DE QUE ELAS NOS COMPREENDAM, AINDA QUE NÃO NOS ACEITEM (embora, acredito eu, seja muito difícil elas não nos aceitarem, nem que seja um pouquinho, se agirmos dessa forma).
Picasso, duas mulheres correndo na praia
Sendo honestos, verdadeiros e amorosos, sem apelarmos para o papel de vítima ou nos envaidecermos com fantasias impossíveis de que agora somos mulher e pronto, podemos ter a certeza de caminhar para desfechos muito menos dolorosos e mesquinhos no nosso relacionamento conjugal. Melhor é impossível pois, se continuarmos na relação, será com incríveis ganhos adicionais para ambos os cônjuges e, se sairmos dela, não será cheios de culpa, feito criminosos, de cabeça baixa e coração ferido, profundamente “mexidos” e frustrados. Será de cabeça erguida, como verdadeiros vencedores, que souberam respeitar suas próprias escolhas e as escolhas das suas esposas.

Sexo anal além do mito o orgasmo anal

Antes de carinhosamente introduzir esse assunto, gostaria de fazer um parênteses: como é que, com o tempo, nós pudemos regredir tanto no quesito sexual? Sexual relacionado ao sexo em si, não ao machismo das civilizações… Quando se trata de sexo, tinha-se uma naturalidade muito maior nas civilizações antigas.
Na Mesopotâmia, por exemplo, os assírios faziam sexo anal até em cultos religiosos. Na Roma Antiga, na noite de núpcias, muitos maridos preferiam o sexo anal a tirar logo a virgindade da esposa. Na Grécia Antiga, onde já começavam muito bem por não julgar a sexualidade de ninguém, a prática era bem comum quando o intuito era o prazer, não a reprodução. Depois, não preciso nem dizer, né? Veio a Inquisição e resolveu queimar todo mundo que fizesse sexo como se deve…
Bem, aula de história à parte, vamos ao que interessa.
Por que os homens gostam tanto de sexo anal?Além de a contração da região retal ser involuntária, causando maior pressão no pênis, existe todo o psicológico da coisa. O fato é que colocaram o anus num pedestal. Por isso essa obsessão.
Por que as mulheres têm tanto medo de sexo anal?
Porque não conhecem bem o assunto. Você já leu “A Casa das Budas Ditosos”, do João Ubaldo Ribeiro? Se não leu, compre agora esse santo livro pela internet e aguarde o sagrado dia em que ele chegará a sua casa, pois sua vida sexual nunca mais será a mesma.
Trata-se da história de uma mulher que experimentou uma vida sexual pra lá de intensa. Sem nenhuma hipocrisia, fez tudo o que teve vontade. E foi com ela, e só com ela, que descobri o bendito segredo dessa arte. Segue trecho do livro:
“Primeira coisa: no começo, na iniciação, por assim dizer, tem que ser de quatro, requisito absoluto para a grande maioria. Segunda coisa: tem que dizer a ele que venha devagar. Ou, melhor ainda, dizer a ele que espere a gente ir chegando de ré devagar, sempre devagar. Terceira e mais importante de todas: relaxar, relaxar, mas relaxar de verdade, soltar os músculos, esperar de braços abertos, digamos. É um milagre. Foi um milagre, na primeira vez em que eu segui essa orientação simples. Daí para gozar analmente – não sei nem se é gozo propriamente anal, só sei que é um gozo intensíssimo – foi só mais um pouco de vivência, with a little help from my friends, ha- ha”.
Entenderam? Por isso que as mulheres têm medo: não sabem que o músculo deve estar completamente relaxado pra não doer. E se vão tentar com ele minimamente tenso, ficam traumatizadas. E pensar no anal sem pensar em trabalhar outras regiões simultaneamente também é pouco. Cadê a criatividade, meu povo? Assim não dá mesmo! Ah, não posso deixar de citar: outro fator que impede que grande parte das mulheres tenha intimidade com o assunto é o intestino preso. Se não estiver tudo bem regulado, não tem como ter confiança. Infelizmente, está tudo relacionado.”
Segredos, mitos e verdadesExistem dois segredinhos que contribuem para maior segurança e tranquilidade no sexo anal: o primeiro é lavar a região (com soro fisiológico ou água) uma hora antes do ato. O outro é usar um bom lubrificante na hora, pois a região não tem lubrificação natural. Um mito muito comum no qual você não deve acreditar é que sexo anal causa hemorróidas. Ele pode agravar a situação se você já estiver com a área inflamada. Agora uma verdade: sexo anal exige caminisinha sempre. A região anal é super irrigada e pode haver o contágio de DSTs. E quando for migrar do sexo anal para a vagina, a camisinha deve ser trocada sim, para que as bactérias daquela região não sejam trazidas para essa, mais sensível, causando possíveis infecções.
Caro colega, espero que este texto tenha ajudado a clarear sua visão sobre o sexo anal, que, como qualquer outra prática, se feita com carinho e entrosamento, tem tudo para fazer bem a ambas as partes.
O assunto é meio polêmico mas há um monte de gente que chega ao extremo do prazer com o sexo anal. Gozar pelo ânus é possível. Mas a maioria confunde com o ejacular sem se masturbar. Não há secreção de nada, na verdade, o certo seria dizer orgasmo anal, mas o pessoal chama de gozo mesmo. As sensações deste momento ápice do prazer são arrepio, pernas bambas, visão embaralhada, taquicardia, sensação de leveza, entre outras, muito parecidas com as do orgasmo convencional e podem variar. A diferença é que não existe a estimulação frontal e é muito mais intenso. É possível também gozar pelo ânus e pelo pênis ao mesmo tempo, com a diferença de que a libido passa logo depois da ejaculação.
Quem já experimentou diz que não há nada melhor. Difícil foi achar quem tivesse passado por tal experiência, ou que assumisse que passou por ela. A medicina explica que a estimulação da próstata, nos homens, gera uma sensação ímpar. Mas e as mulheres que também afirmam sentir prazer a ponto de atingir o orgasmo no sexo anal? As terminações nervosas da região do ânus e dos esfíncteres são os responsáveis por boa parte do prazer naquela zona tida como super erógena.
Seria lenda ou verdade? Quem já passou pela experiência afirma que a sensação é rara e é preciso um parceiro que saiba o que está fazendo. Agora, atenção! É possível algo que aos homens é quase impossível pelo pênis: atingir orgasmos múltiplos. Calma, se você já está curioso ou desesperado por nunca ter tido uma experiência tão forte assim, as pessoas que passaram por ela afirmam que não acontece sempre, mas em sua maioria já tiveram mais de uma vez a mesma experiência.
O nível de excitação e satisfação precisa estar bem alto, pelo menos assim que descreveram a situação aqueles que conseguiram o tal feito. Há posições que facilitam tal resultado, como a de frango assado e a de quatro. A estimulação da região nas chamadas preliminares também é fundamental. Por isso, uma das dicas, é dedicar bastante tempo para esta prática.
Alguns fatores são observados como comuns a quem conseguiu atingir o orgasmo anal. A grossura do pênis do parceiro parece ser importante, o tamanho nem tanto. É preciso atingir um ponto específico, que muitos descreveram como sendo o ponto G masculino, que pesquisas indicam ser a própria próstata este tal ponto. A estimulação da região entre o ânus e o escroto também ajuda no aumento do prazer. Beijos, carícias nos mamilos e orelhas também facilitam a chegada ao ápice. Há aqueles que se excitam com palavreados sujos ou sexo violento. É preciso conhecer o parceiro.
O importante é os dois chegarem juntos e se amarem intensamente. O orgasmo anal é uma experiência única. Se você já viveu esta experiência, que tal compartilhar com os outros leitores, deixando um comentário?

Transexuais e Travestis: Qual a diferença?

De uns tempos pra cá, uma palavrinha apareceu nas siglas de movimento gay, que deixaram de usar o comercial GLS, para uma sigla mais de luta, de reinvindicação – GLBT, GLTTB, GLT2, à escolha do freguês... A novidade em todas elas é o T, que acabou na prática juntando num mesmo saco duas coisas totalmente diferentes e trazendo mais confusão para um assunto que muito gente já achava complicado. A palavrinha é Transgêneros.
E não, não estou falando de soja.
Transgêneros surgiu para englobar Transexuais e Travestis. E, cá entre nós, prestou só um desserviço. Porque muita gente que não tem contato com o meio gay (e MUITAS que tem!) acaba achando que os dois são a mesma coisa – e não são.
E pra explicar isso, vou me apropriar aqui de algumas definições do Dr. Cláudio Picazio, sexólogo, que conseguiu isolar os quatro pilares da sexualidade humana e explicar como que esses pilares se combinam, formando as mais diferentes variações de gênero, identidades, papéis e orientações sexuais.
Gênero é o seu sexo biológico. É o que o médico vê quando você nasce. Biluzinho ou potoquinha. São dois: Homem e Mulher.
Orientação Sexual tem a ver com desejo, com atração. Com quem você quer ir pra cama? Com alguém do seu sexo? Com alguém do sexo oposto? Tanto faz? São três, respectivamente: Homossexual, Heterossexual e Bissexual.
Papel Sexual tem a ver com comportamento. Você é mais masculino ou mais feminino? Uma mulher caminhoneira está num papel masculino. Um homem que pinta as unhas está num papel feminino. Note que Papel Sexual não tem nada a ver a com Orientação Sexual – ou seja, um homem efeminado ou uma mulher masculinizada não necessariamente são homossexuais. Assim como um cara todo machinho não é necessariamente hetero. Papéis sexuais são grande fonte de discriminação, uma vez que é exatamente como a sociedade percebe você. E se esse papel não está em acordo com o que se espera do seu Gênero, o povo se escandaliza.
Ou inventa coisas como os metrossexuais, por exemplo, pra poder absorver homens em papéis mais delicados.
Mas o mais complicado dos pilares é o da Identidade Sexual. E é exatamente ele o responsável pelos travestis e transexuais, ainda que de forma diferente. Identidade Sexual é como você se percebe. Alguns chamam de sexo cerebral. Na sua cabeça, você acha que é o que? Homem ou Mulher? Um menino hetero típico tem gênero masculino, papel masculino, orientação heterossexual e identidade é masculina. Ponto. Mas um e-jovem típico, enrustido, tem gênero masculino, papel masculino, orientação homossexual e uma identidade também masculina. Ele não quer ser mulher, ele só curte outros garotos. A única diferença entre um menino gay e um hetero é sua orientação sexual. E o mesmo vale pras meninas hetero e lésbicas e entre todos estes e os bissexuais.
No caso das transexuais, porém, a identidade sexual não está de acordo com o seu sexo biológico. Independente do gênero (podem nascer homens ou mulheres), papel (tem os mais masculinos até os bem efeminados) e orientação (existem transexuais hetero e transexuais homo), o que define o transexual é que seu corpo é de um sexo, mas seu cérebro é de outro. São mulheres presas num corpo de homem, ou vice versa.
Imagine você um belo dia acordando, indo pro banheiro, e de repente seu sexo foi trocado! Você ainda é você, pensa como você pensa, mas seu peito está diferente e ali, no meio das suas pernas... NÃOOOOOOOOO!!! Por isso que as transexuais tem repulsa ao seu corpo. Simplesmente não é o corpo delas. Elas não se identificam com NADA ali. Tudo o que querem é mudar tudo, cortar fora aquela coisa balançando, sumir com aqueles pelos, sentir seus peitos crescendo, como deveriam crescer...
Se uma pessoa procura ou anseia por uma operação de mudança de sexo, onde o pênis é totalmente removido, pode ter certeza: Trata-se de um transexual.
Já com os travestis, a coisa é um pouco diferente, mas num nível fundamental. Não se sabe ainda como, nem por quê, mas os travestis não tem uma identidade só, masculina ou feminina. Eles têm as duas. Eles se sentem homem e mulher, os dois conceitos se misturando dentro deles como ingredientes num liquidificador. Ora eles se sentem mais femininos, ora mais masculinos, mas ambas estão sempre presentes e eles não têm o desejo de anular nenhum dos dois lados. Infelizmente, seus corpos nascem com apenas um sexo – homens ou mulheres. O que eles fazem então? Adaptam o seu corpo para alcançar, o máximo possível, essa outra metade da essência deles que veio faltando. Os que nascem homens, a maioria, querem por peitos e quadril, etc...
Mas não cortam o pau fora.
Por quê o fariam? Eles são homem e mulher ao mesmo tempo. O que eles querem é ter peitos e pênis, só assim eles se sentem completos.
Quem começa a pensar um pouco sobre isso, vai vendo o quanto é complicado definir orientação sexual quando falamos de transgêneros. Uma trans que curte mulher é o quê? Hetero? Afinal, ela nasceu homem... Mas sua identidade é feminina, então cabe mais dizer que ela é lésbica. E, portanto, as transexuais que namoram e casam com homens (como a mais famosa delas, Roberta Close), não são homossexuais, são hetero. Afinal, elas sempre foram garotas – só tinham um pequeno problema...
E os travestis? Com relação a travestis, essa definição de hetero e homossexual perde totalmente o sentido... O que podemos dizer é que existem travestis que gostam de homem, travestis que gostam de mulheres e os que gostam dos dois. Mas eles não se encaixam nessas definições de orientação sexual existentes. O mesmo se diz das pessoas que gostam de travestis – elas não são hetero e não são gays, são simplesmente pessoas que gostam de travestis. E ponto. Até criou-se um nome para eles: T-lovers. "Amo travestis mesmo"
“Sim, amo travestis mesmo, já namorei uma durante quatro anos e fiquei casado com outra durante um ano, morei na mesma casa. Estou iniciando uma nova relação, espero que dê certo.” O depoimento é de Paulinho Cazé, 30 anos, que, ao contrário de outros t-lovers [designação usada, principalmente na internet, para quem gosta de manter relações com as travestis, também chamadas de t-gatas], não tem medo de demonstrar sua afeição publicamente. “Digo que sou um amante de travestis, assumo elas em qualquer lugar, isso na minha vida superou fronteiras, a ponto de minha família e amigosde infância aceitarem minha condição.”
Cazé tem um blogue, o SampaTrans , onde divulga as entrevistas que faz com travestis. “As meninas só querem ser respeitadas, nada mais, já os ‘amantes de travestis’ querem saber sobre como é a primeira experiência, pedem pra indicar uma transa... Perguntam se são gays ou não por que saem com travestis, essas coisas de quem está iniciando uma etapa na vida”, conta.
A pesquisadora Larissa Pelucio formou na rede de relacionamentos Orkut a comunidade “Homens que gostam de Travestis” (hoje com 5.056 membros), o que facilitou o seu contato com os t-lovers para realizar sua tese de doutorado. Vários dos perfis na comunidade não têm fotos de rostos, mas apenas de partes do corpo. Segundo ela, grande parte pertence à classe média, e são profissionais liberais, na maioria com idade entre 25 e 40 anos. São casados com mulheres, que costumam chamar de genetic girls. 

Na internet, as travestis reivindicam que seus parceiros façam como Paulinho Cazé e assumam sua orientação sexual, o que ajudaria a diminuir o preconceito. No mesmo Orkut, uma das travestis explica que “todos os namorados que tive eram homens heterossexuais que se apaixonaram por mim, e depois que nosso namoro acabou eles voltaram a namorar ou casar com mulheres. Mas enquanto estivemos juntos, eles me assumiram totalmente diante de suas famílias e amigos. Já com os t-lovers, eu tive casos fortuitos e às escondidas. Hoje, que tenho mais consciência política, me nego a ter um namorado que não me assuma. Para mim, isso passou a ser um defeito grave, por mais belo que seja o cara”. E prossegue: “Um verdadeiro t-lover é um homem que se realiza não só sexualmente, mas afetivamente, com uma trans, além de assumi-la diante de todos.”

 “virar” uma mulherzinha entre 4 paredes. Existem muitos homens que tem essa fantasia de ser feminizado pela travesti e dominado por ela.
Muitos homens tem essa fantasia de virar mulherzinha de travesti, pois o cara curte ser passivo de trans e para dar um “ar” a mais de tesão gosta de ser submisso atravesti e virar uma putinha na cama, usando calcinha, meias 7/8 e todos os acessórios de mulher. Durante o dia-a-dia este homem se veste normalmente e age como homem normal, mas durante a noite este mesmo homem gosta de ser uma femea na cama.
Já li vários relatos de homens que fazem programas com travestis e pedem para elas transformarem eles numa boneca e penetrar neles. Esses caras vão atrás das travestis porque muitas das vezes não conseguem realizar esta fantasia com suas esposas que não aceitam esse tipo de atitude então eles procuram uma travesti para realizar esta fantasia deles.
Na internet existem vários filmes específicos sobre isso, um deles é o Shemale Sissification onde a travesti feminiza o cara e desempenha o papel de ativa com ele, já postei um desses filmes que é com a Nicolly Navarro, veja o post que coloquei aqui. Realmente eu não entendo qual a necessidade do homem querer ser uma femea na cama e tudo mais. Mas existem diversos homens com esta fantasia.
Talvez estes homens gostem de ser submissos e uma forma de ser submisso é ser feminizado por uma travesti e ser passivinha delas. Muitos homens que curtem inversão de papeis procuram as travestis porque a sua esposa ou namorada não aceita realizar esta fantasia com eles. Mas mesmo assim a mulher/esposa fazendo a inversão alguns desses homens vai à procura das travestis, pois eles querem uma mulher que tenha aquele membro de verdade.
É claro que esses homens vão atrás de programa, porque pelo que eu sei e vejo as travestis/trans gostam de um homem de verdade (Não diminuindo a masculinidade de quem curte essa fantasia), mas me refiro homem de verdade é aquele homem ativo e que faça a travesti uma mulher realizada entre 4 paredes e as assumam como mulheres.
Mas cada pessoa tem um tipo de fantasia sexual na qual sente mais prazer realizando este tipo de fantasia, mas o importante é você ter uma vida sexual saudável e com prazer não importa a sua fantasia, o negócio é ser feliz do jeito que acha melhor e conseguir uma parceira liberal quanto a este tipo de fantasias.
E você? Gosta de ser feminizado por uma travesti?

ABGLT Vocês já ouviram Falar ?

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais – e organizações
aliadas repudiam os cortes homofóbicos na campanha de
prevenção de aids do Governo Federal
No dia 02 de fevereiro, no Rio de Janeiro, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
lançou a campanha de prevenção à Aids do Carnaval 2012. Segundo informações do
Ministério, a campanha seria direcionada, prioritariamente, para jovens gays,
continuando o tema da campanha do Dia Mundial de Combate à Aids de 2011.
Tal iniciativa se justifica pelos elevados índices de infecção por HIV encontrados em
jovens gays, de 15 a 24 anos. O Boletim Epidemiológico sobre a Aids, lançado no dia
28 de novembro de 2011, mostra que a epidemia tem crescido nessa população nos
últimos anos. De 1998 a 2010, o percentual de casos na população heterossexual de 15 a
24 anos caiu 20,1%. Entre os gays da mesma faixa etária, no entanto, houve aumento de
10,1% (Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde).
É importante observar que a Lei 8080/90 estabelece que os dados epidemiológicos
devem ser utilizados pelo SUS - Sistema Único de Saúde “para o estabelecimento de
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática” (conforme Art. 7º,
inciso VIII).
Segundo relatório do Programa das Nações Unidas sobre HIV e Aids - UNAIDS
(2006), a epidemia e a resposta a ela mostraram uma relação direta entre a proteção da
saúde e a proteção dos direitos humanos ou, inversamente, entre piores índices de saúde
e violação dos direitos humanos. Nesse sentido, podemos entender como o cenário da
homofobia no Brasil, apontado por diversas pesquisas ao longo dos últimos anos, tem
estruturado a maior vulnerabilidade de jovens gays à epidemia de HIV/Aids.
Diversas diretrizes do UNAIDS apontam para necessidade de responder à epidemia de
HIV com base nos dados epidemiológicos (direcionando as ações para as populações
sob maior risco de infecção), entre elas pode-se citar o documento “Chegando a Zero:
Estratégia para 2011 a 2015”, que faz as seguintes considerações, entre várias:
Programas de prevenção também permanecem inaceitavelmente deficientes
para as pessoas sob maior risco de infecção, como as pessoas que usam drogas
injetáveis, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e profissionais do
sexo femininos, masculinos e trans e seus clientes (p. 35, grifos nossos).
Não se pode mais negar que há normas sociais, sexuais e de gênero que são
prejudicais e impulsionam a vulnerabilidade: a exclusão social de determinados
grupos; a recusa em admitir a existência dos homens que fazem sexo com
homens (p. 36, grifos nossos).
Ainda em junho de 2011, os Países-Membros das Nações Unidas, inclusive o Brasil,
que foi aplaudido na ocasião, renovaram seus compromissos com o enfrentamento da
epidemia, por meio de uma nova Declaração Política sobre HIV/Aids, que estabelece o
ano de 2015 como prazo para a redução da transmissão sexual do HIV em 50 por cento
(item 62). Também é pertinente a seguinte observação contida na Declaração:
29. Observamos que muitas estratégias nacionais de prevenção do HIV têm
enfoque inadequado em populações que segundo as evidências epidemiológicas
estão sob maior risco, especificamente os homens que fazem sexo com homens...
(grifos nossos).
O Programa Brasileiro de Aids já foi considerado referência para o mundo, por ter se
pautado pelo enfoque na promoção dos direitos humanos e na priorização das
populações mais vulneráveis e mais afetadas pela infecção pelo HIV.
Hoje o Governo Federal responde ao crescimento alarmante do número de casos de
homofobia com corte de recursos financeiros para as políticas da área. Os comitês e
grupos de trabalho vêm sendo desmobilizados e pouco aproveitados. Os canais de
interlocução existentes mostram-se ineficientes e improdutivos.
Nesse cenário, o Ministério da Saúde lançou, no dia 02 de fevereiro, a campanha de
prevenção à Aids do Carnaval 2012. Press release enviado pelo Ministério informou que
todo o material da campanha foi apresentado na ocasião. O mesmo foi divulgado dias
antes, no site do próprio Departamento http://www.Aids.gov.br/pagina/2012/50791. A
campanha, conforme divulgado, foi aprovada pela Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República (SECOM).
Entre as peças, três vídeos, com jovens gays, travestis e heterossexuais,
respectivamente, fizeram parte dos materiais divulgados na ocasião. Em seguida, os
vídeos foram retirados do ar. Também foram retirados da relação de materiais da
campanha disponível no site do Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites
Virais. Após diversos questionamentos, inclusive através do Ofício nº 018/2012 da
ABGLT, o Ministério da Saúde informou que os vídeos foram retirados para edição e
que seriam disponibilizados depois.
Posteriormente, em nova informação que contradizia o informe divulgado em 02 de
fevereiro, o Ministério informou que os vídeos apresentados no lançamento da
campanha não foram produzidos para divulgação em TV aberta, e que outro material
seria produzido com essa finalidade. Esse novo vídeo seria apresentado no dia 12 de
fevereiro.
O novo vídeo, já alvo de diversas críticas, traz dois jovens atores, um homem e uma
mulher, informando dados estatísticos. Esse novo material prova que as políticas de
saúde pública também se tornaram alvo da higienização moralista que vem ganhando
espaço no Governo Federal, que se acovarda perante os ataques do fundamentalismo
religioso que ameaçam diuturnamente a laicidade como princípio básico do Estado
brasileiro. Organizações fundamentalistas se reivindicam como responsáveis pela
retirada e pela substituição do material da campanha.
Diante desses fatos, o Governo optou por apresentar contradições ou silenciar-se. Tais
atitudes são constantes em governos antidemocráticos, que não respeitam a sociedade
nem a construção coletiva das políticas públicas. Omitir informações, negar e silenciar
são práticas de governos conservadores, que não têm compromisso com os movimentos
sociais.
A presidenta Dilma não recebe o Movimento LGBT, mas já recebeu duas vezes a
bancada fundamentalista. Relembramos a afirmação que fez no discurso da posse: “Não
haverá de minha parte e do meu governo discriminação, privilégios ou compadrio”.
Não queremos privilégios ou cargos. Queremos políticas publicas baseadas na
Constituição Federal, que diz que todos e todas são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, assim como fez o Supremo Tribunal Federal, no dia 5 de maio de
2011, ao reconhecer a igualdade de direitos.
Se a campanha foi elaborada pelo Ministério da Saúde e aprovada pela SECOM, o que
fez o Ministério da Saúde retirá-la do ar e elaborar novos materiais? Segundo o jornal
Folha de São Paulo, em edição de 14 de fevereiro, o veto partiu da presidência da
república.
A Presidenta Dilma Rousseff não veio a público se explicar sobre o caso.
O Ministério da Saúde não divulgou quem foi o responsável pela modificação da
campanha e pelo veto ao material anterior.
A lealdade do Governo Federal com os religiosos fundamentalistas já havia levado levou ao veto dos materiais didáticos-pedagógicos do Projeto Escola sem Homofobia.
Na ocasião, o veto ao material foi utilizado para barganhar a blindagem do Ministro
Antônio Palocci. Quem está sendo blindado agora? Trata-se de novo acordo da
Presidência da República com a bancada fundamentalista no Congresso Nacional?
Desde então há um silêncio por parte das autoridades competentes.
Até hoje o material ainda não foi liberado, em nenhum formato. Pela liberação imediata
dos materiais para combater a homofobia que assola nossas escolas!
É urgente que as diretrizes para o combate à homofobia discutidas na II Conferência
Nacional LGBT que ocorreu em dezembro de 2011 saiam do papel. Para isso, além de
recursos orçamentários será necessária vontade política e empenho do Governo Federal.
Se a interferência das bancadas fundamentalistas religiosas se mantiver, será impossível
avançar nas políticas públicas de promoção dos direitos LGBT.
Juntamo-nos aos diversos movimentos que questionam o tipo de governabilidade
escolhido por esse governo. Que tipo de governo se pauta pela troca dos direitos de
segmentos de sua população pelo apoio de fundamentalistas religiosos? Quantas
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais brasileiros precisam morrer
vitimizados pela homofobia e pela aids para esse Governo entender que governar com a
religião fere direitos constitucionais e a laicidade do Estado, além de elevar a violência
contra populações vulnerabilizadas.
A maioria das lideranças do movimento LGBT organizado votou e trabalhou para a
eleição da presidenta Dilma Rousseff, pela continuidade das políticas implementadas no
governo Lula. Infelizmente, até agora, a expectativa de avanços tem sido frustrada.
A ABGLT, Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais, expressa seu repúdio à homofobia institucional que vem se manifestando
em determinadas ações do Governo Federal e convoca todas as entidades de direitos
humanos, suas instituições afiliadas, organizadoras das mais de 200 Paradas do Orgulho
LGBT a combater a homofobia no Brasil.
A ABGLT tomará as medidas necessárias para denunciar a influência do
fundamentalismo religioso junto ao Governo Brasileiro. Recorreremos ao Ministério
Público Federal, à Organização dos Estados Americanos e à Organização das Nações
Unidas, principalmente o Conselho de Direitos Humanos, bem como outros organismos
internacionais.
A ABGLT pede também para se manifestarem formalmente: o Conselho Nacional de
Saúde; o Conselho Nacional LGBT; a Sociedade Brasileira de Infectologia; a Sociedade
Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis; a Comissão da Diversidade do
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; o Conselho Federal de
Psicologia; o Conselho Federal de Serviço Social; a Frente Parlamentar Mista pela
Cidadania LGBT; a Frente Parlamentar Nacional em HIV/Aids; entre outros atores e
atrizes do movimento social brasileiro. Desde já convidamos todos e todas para participarem da III Marcha Contra Homofobia,
em Brasília no dia 16 de maio, com o lema “Homofobia tem cura: educação e
criminalização”, na frente do Ministério da Saúde, do Ministério da Educação e do
Palácio do Planalto.
Como já disse um ex-ministro da saúde, “O Ministério da Saúde deve cuidar do corpo, e
as Religiões da alma”.
14 de fevereiro de 2012
Assinam as 257 organizações afiliadas (lista baixo) da ABGLT - Associação
Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E
TRANSEXUAIS
Categoria: Organizações Associadas
Associação de Homossexuais do Acre - Rio Branco - AC
Sohmos Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de Arapiraca - AL
Grupo de Gays, Lésbicas da Cidade de Delmiro Gouveia – GLAD - Delmiro Gouveia -
AL
Afinidades – GLSTAL – Maceió - AL
Associação de Homossexuais de Complexo Benedito Bentes – AHCBB – Maceió - AL
Associação de Jovens GLBTs de Alagoas – ARTJOVEM – Maceió - AL
Filhos do Axé – Maceió - AL
Grupo Gay de Alagoas – Maceió - AL
Grupo Gay de Maceió - AL
Pró-Vida – LGBT – Maceió - AL
Grupo Enfrentar – Viçosa - AL
Grupo Direito à Vida - AL
MGLTM - Movimento de Gays, Lésbicas e Transgêneros de Manacapuru - AM
Associação Amazonense de GLT – Manaus - AM
Associação das Travestis do Amazonas – ATRAAM – Manaus - AM
Associação Homossexual do Estado do Amazonas – Manaus - AM
Associação Orquídeas GLBT – Manaus - AM
Grupo Ghata - Grupo das Homossexuais Thildes do Amapá – Macapá - AP
Organização Homossexual Geral de Alagoinhas – OHGA – Alagoinhas - BA
Grupo Gay de Camaçari – Camaçari - BA
Fund e Assoc de Ação Social e DH GLBT de Canavieiras e Região – Canavieiras - BA
Grupo Gay de Dias D'Ávila - BA
Grupo Liberdade, Igualdade e Cidadania Homossexual – GLICH - Feira de Santana -
BA
Transfêmea - Feira de Santana - BA
Eros – Grupo de Apoio e Luta pela Livre Orientação Sexual do Sul da Bahia – Ilhéus -
BA
Grupo Humanus – Itabuna - BA
Grupo Gay de Lauro de Freitas - Lauro de Freitas - BA
Associação da Parada do Orgulho LGBT de Mata de São João – GRITTE - Mata de São
João - BA
Movimento de Articulação Homossexual de Paulo Afonso - Paulo Afonso - BA
Grupo Fênix - Movimento em Defesa da Cidadania LGBT de Pojuca - BA
Associação Beco das Cores - Educação, Cultura e Cidadania LGBT (ABC-LGBT) –
Salvador - BA
Associação das Travestis de Salvador – ATRÁS – Salvador - BA
Associação de Defesa e Proteção dos Direitos de Homossexuais - PRO HOMO –
Salvador - BA
Grupo Felipa de Sousa - Salvador - BA
Grupo Gay da Bahia – Salvador - BA
Grupo Homossexual da Periferia – Salvador - BA
Grupo Licoria Ilione – Salvador - BA
Quimbanda Dudu – Salvador - BA
Grupo de Resistência Flor de Mandacaru – Caucaia - CE
Associação de Travestis do Ceará – ATRAC – Fortaleza - CE
Grupo de Resistência Asa Branca – GRAB – Fortaleza - CE
Movimento Arco-Iris da Sociedade Horizontina – MAISH – Horizonte - CE
GALOSC – Grupo de Apoio à Livre Orientação Sexual do Cariri - Juazeiro do Norte -
CE
Grupo de Amor e Prevenção pela Vida - GAP - Pela Vida – Maracanaú - CE
Ações Cidadãs em Orientação Sexual – Brasília - DF
Estruturação – Grupo d Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Trans de Brasília - DF
ELOS - Grupo de Lésbicas, Gays, Travestis e Trans. do Dist. Federal e Entorno –
Sobradinho - DF
GOLD - Grupo Ogulho Liberdade e Dignidade – Colatina - ES
Associação Gabrielense de Apoio à Homossexualidade – AGAH - São Gabriel da Palha
- ES
Associação das Travestis do Espírito Santo – ASTRAES - São Mateus - ES
AGTLA - Associação de Gays, Transgêneros e Lésbicas de Anápolis – Anápolis - GO
Sociedade Oasis – Anápolis - GO
AGLST-RAQ - Associação de Gays, Lésbicas e Transgêneros da Região Águas
Quentes - Caldas Novas - GO
MCDH-CAT – Movimento por Cidadania e Direitos Humanos LGBT de Catalão/GO e
Região - GO
Associação Desportiva de Gays, Lésbicas, Travestis e Transgêneros de Goiás – Goiânia
- GO
Associação Goiana de Gays, Lésbicas e Transgêneros – AGLT – Goiânia - GO
Associação Ipê Rosa –Goiânia - GO
ASTRAL-GO – Goiânia - GO
Fórum de Transexuais do Goiás – Goiânia - GO
Grupo Eles por Eles – Goiânia - GO
Grupo Lésbico de Goiás – Goiânia - GO
Grupo Oxumaré- Direitos Humanos Negritude e Homossexualidade – Goiânia - GO
Associação Jataiense de Direitos Humanos - Nova Mente – Jataí – GO
ACDHRio – Associação por Cidadania e Direitos Humanos LGBT de Rio Verde/GO e
Região - GO
Grupo Flor de Bacaba – Bacabal - MA
Associação Gay de Imperatriz e Região – Imperatriz - MA
GAPDST - Grupo de Apoio e Prevenção – Imperatriz - MA
Grupo Passo Livre - Paço do Lumiar - MA
Grupo Solidário Lilás - São José de Ribamar - MA
Grupo Expressão - São Luis - MA
Grupo Gayvota - São Luis - MA
Grupo Lema - São Luis - MA
Organização dos Direito e Cidadania de Homossexuais do Estado do Maranhão - São
Luis - MA
Movimento Gay e Alfenas e Região Sul de Minas – Alfenas - MG
Movimento Gay de Barbacena – MGB – Barbacena - MG
ALEM - Associação Lésbica de Minas - Belo Horizonte - MG
Associação de Transexuais e Travestis de Belo Horizonte – ASSTRAV - Belo
Horizonte - MG
Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual – CELLOS - Belo Horizonte - MG
Instituto Horizontes da Paz - Belo Horizonte – MG
Libertos Comunicação - Belo Horizonte – MG
Movimento Gay de Betim - MG
Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Contagem- CELLOS – Contagem - MG
MGD - Movimento Gay de Divinópolis – Divinópolis - MG
MGS - Movimento Gay e Simpatizantes do Vale do Aço – Ipatinga - MG
GALDIUM - Grupo de Apoio Luta e Defesa dos Interesses das Minorias – Itaúna - MG
MGM - Movimento Gay de Minas - Juiz de Fora - MG
MGG - Movimento Gay dos Gerais - Montes Claros - MG
Movimento Gay de Nanuque – MGN – Nanuque - MG
Movimento Gay da Região das Vertentes – MGRV - São João Del Rei - MG
Shama - Associação Homossexual de Ajuda Mútua – Uberlândia - MG
MOOCAH - MG
Associação das Travestis e Transexuais do Mato Grosso do Sul - Campo Grande - MS
Grupo Iguais - Campo Grande - MS
Movimento de Emancipação Sexual, Cidadania, Liberdade e Ativismo do MS - Campo
Grande - MS
MESCLA - MS
Associação de Gays, Lésbicas e Travestis de Cáceres – Cáceres - MT
GRADELOS - Grupo Afro-descendente de Livre Orientação Sexual – Cuiabá - MT
Grupo Livre-Mente – Cuiabá - MT
LIBLES - Associação de Direitos Humanos e Sexualidade Liberdade Lésbica – Cuiabá -
MT
Associação GLS- Vida Ativa – Rondonópolis - MT
Associação das Travestis do Mato Grosso – ASTRAMT - Várzea Grande - MT
APOLO - Grupo Pela Livre Orientação Sexual – Belém - PA
Cidadania, Orgulho e Respeito – COR – Belém - PA
Grupo Homossexual do Pará – Belém - PA
Movimento Homossexual de Belém – Belém - PA
Associação LGBT de Tucuruí - PA
LesbiPará - PA
Associação dos Homossexuais de Campina Grande, Estado da Paraíba - AHCG/PB -
Campina Grande - PB
Gayrreiros do Vale do Paraíba – GVP – Itabaiana - PB
Associação das Travestis da Paraíba – ASTRAPA - João Pessoa - PB
Movimento do Espírito Lilás – MEL - João Pessoa - PB
TABIRAH - Associação de Homossexuais, Lésbicas, Travestis... – Tabira - PE
Grupo Homossexual do Cabo - Cabo Santo Agostinho - PE
Articulação e Movimento Homossexual de Recife – AMHOR – Jaboatão - PE
SHUDO - Associação de Articulação de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos –
Olinda - PE
Grupo Gay de Pernambuco – Recife - PE
Movimento Gay Leões do Norte – Recife - PE
Satyricon- Grupo de Apoio e Defesa da Orientação Sexual – Recife - PE
Atos de Cidadania - São Lourenço da Mata - PE
Grupo Unificado de Apoio à Diversidade Sexual de Parnaíba – O GUARÁ – Parnaíba -
PI
Associação de Travestis do Piauí – ATRAPI – Teresina - PI
GGLOS LGBT - PI
Grupo Expressões - direitos humanos, cultura e cidadania – Cascavel - PR
Associação Paranaense da Parada da Diversidade – APPAD – Curitiba - PR
Dom da Terra – Curitiba - PR
Grupo Dignidade – Curitiba - PR
Grupo Esperança – Curitiba - PR
Inpar 28 de Junho- Instituto Paranaense 28 de Junho – Curitiba - PR
Transgrupo Marcela Prado – Curitiba - PR
Grupo Renascer - Ponta Grossa - PR
Grupo União pela Vida – Umuarama - PR
Grupo Arraial Free - Araial do Cabo - RJ
Grupo Triângulo Rosa - Belford Roxo - RJ
Grupo Cabo Free de Conscientização Homossexual - Cabo Frio - RJ
Grupo Iguais - Conscientização Contra o Preconceito - Cabo Frio - RJ

HOMOSSEXUAL DIFICULDADES

A homofobia é penetrante demais para ser banida da nossa consciência com facilidade, sejamos homossexuais ou heterossexuais. Enquanto houver homofobia na nossa sociedade, qualquer homossexual e qualquer pai ou mãe ou irmão ou amigo de um homossexual terá alguns medos e preocupações bastante legítimos e reais.A orientação sexual homossexual não é limitada a um tipo particular de pessoa. Homossexuais pertencem a todas as idades, classes sociais, culturais, raças, religiões e nacionalidades. Trabalham em todas as profissões. Moram em todos os lugares do país. São bilhões de pessoas e estão em toda parte.Muitos cientistas acreditam que a Orientação Sexual seja moldada, na maioria das pessoas, nos primeiros anos de vida, através de complexas interações de fatores biológicos, psicológicos e sociais, variando de uma cultura para outra.Cientistas descartam os fatores hormonais, genéticos ou congênitos, além de experiências vivenciais durante a infância. Estas interpretações e teorias científicas eram baseadas em medos, tabus e preconceitos.Para a maioria das pessoas, a orientação sexual emerge no início da adolescência, antes mesmo de qualquer experiência sexual. Algumas pessoas relatam ter tentado, durante muitos anos, mudar a sua orientação sexual de homossexual para heterossexual, sem sucesso.A orientação sexual não é uma escolha. Por estas razões, os psicólogos não consideram que, para a maioria das pessoas, a orientação sexual seja uma escolha consciente, que possa ser voluntariamente mudada. Por isso, não se deve falar em “opção” ou “escolha sexual”, mas em “orientação sexual”.O preconceito pelo homossexual baseia-se em esteriótipos preconcebidos, na ignorância ou em fundamentações religiosas homofóbicas.Os esteriótipos nascem da ignorância e do preconceito.As pessoas geralmente temem aquilo que não entendem, e odeiam aquilo que temem. Esta é a base do preconceito e, quando este preconceito é direcionado aos homossexuais, é chamado de “homofobia”.Aprender o máximo que for possível sobre homossexualidade e ajudar a trazer esta discursão mais à tona em nossa sociedade é uma forma de apoiar o homossexual (o qual pode ser aquele que está bem próximo a você e você nem perceba: seu pai, sua mãe ou um de seus irmãos ou um amigo seu etc.). É o mascaramento da homossexualidade e o complô do silêncio que permitem que o preconceito e a discriminação sobrevivam.Orientação Sexual é diferente de comportamento sexual, porque Orientação Sexual se refere a sentimentos e auto-identificação.A Orientação Sexual é um componente da sexualidade humana complexo, indo além do comportamento sexual. A Orientação Sexual engloba sentimentos sexuais, sentimentos românticos, sentimentos emocionais, identidade social e identidade de gênero.Nossa sociedade tem uma “pré-suposição heterossexual”. Nós somos educados – pela nossa família, pelas escolas, pelas religiões e pela imprensa – a achar que todo mundo é heterossexual, e nós somos freqüentemente influenciados a discriminar aqueles que não são. Esta “pré-suposição” somente agora começa a mudar.Devido a esta “pré-suposição” e preconceito, muitas pessoas não começam a entender sua Orientação Sexual até chegarem à adolescência ou mesmo à idade adulta – e isso pode ser muito confuso.Não é fácil uma pessoa descobrir se ela mesma é homossexual. O preconceito que existe na nossa sociedade pode fazer com que a própria pessoa queira esconder o que sente, até mesmo de si própria. E isso pode fazer com que a pessoa se sinta isolada e completamente sozinha.Ninguém sabe exatamente de que forma é determinada a Orientação Sexual humana: por que alguns preferem o mesmo sexo, o oposto ou os dois. Muitos cientistas acham que é uma questão genética, biológica ou psicológica: a Orientação Sexual de uma pessoa pode ser estabelecida antes do nascimento ou nos primeiros anos da infância.Ser homossexual não é apenas natural: é tão saudável quanto ser heterossexual.Não há motivo de se interrogar por que uma pessoa é homossexual. Simplesmente, algumas pessoas são homossexuais e algumas pessoas são heterossexuais, da mesma forma como algumas pessoas têm olhos azuis e outras têm olhos castanhos. Não é algo que uma pessoa pode escolher ser ou não ser. É simplesmente mais uma parte do que a pessoa é.

Olha a Postura

Gente gostaria de compartilhar com vocês alguns pensamentos que considero muito importantes principalmente para a classe LGBT e a todos aqueles que lutam por respeito, dignidade e igualdade. Meu objetivo aqui através dessa publicação é manifestar meus pensamentos relativos as Paradas Gays que acontecem por todo país.
Depois de analisar essas imagens respondam: É assim que pretendemos lutar por respeito e igualdade? É esse o caminho? Será que atitudes como essas não só fazem manchar ainda mais nossa imagem, e atribuir de certo modo nossa sexualidade a algum promiscuo e vulgar? E olhem que essas fotos são das mais leves que encontrei, existem coisas piores, muitas vezes até uma falta de respeito a símbolos religiosos extrema! É através de atitudes como essas que buscamos o respeito da sociedade? Onde estão nossos princípios? Onde esta nossa moral? Pra que enfim Parada Gay? O objetivo é esse que vemos nas fotos?

Gente, nossa imagem, é nosso cartão de visita, se desejamos ser bem vistos, é necessário que esse cartão de visita esteja apresentável, não quero aqui criticar aqueles que fazem a Parada Gay, cada um faz de sua vida o que bem entender, só não consigo encontrar em ações como essas algum que favoreça a categoria, muito pelo contraria, até eu que sou homossexual me envergonho em ver cenas como essas, a impressão que tenho, é que as Paradas Gays deixaram de ser um evento em combate a violência e a homofobia ( se é que alguma vez já foram ) para se tornar uma festa, onde gays e cia se reúnem para afirmar a sociedade que somos isso que vemos nas fotos, não preciso nem descrever, quero que cada um reflita se o que digo não faz sentido...


O combate ao preconceito e a homofobia somente terá expressão real e verdadeira quando os membros da comunidade LGBT desenvolverem suas qualidades a beneficio do grupo, e pararem de promover eventos que só mancham mais ainda nossa imagem como pessoas. Precisamos rever nossos conceitos, precisamos de pessoas com postura, princípios, visão e acima de tudo seriedade para que enfim possamos alcançar aquilo que mais almejamos: Liberdade, dignidade, respeito e igualdade. Mais isso só vai acontecer, se deixarmos de brincar, e levarmos as coisas a serio. Fica aqui minha critica a organização das Paradas Gays de todo Brasil.

Sou Gay e estou sendo Discriminado. E agora?

Por Saiba como usar a lei contra a homofobia
Freqüentemente ouvimos notícias de casos de discriminação contra lésbicas, gays, travestis, transexuais e bissexuais em decorrência de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero. Os locais variam: o espaço familiar, a escola, o ambiente de trabalho, bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais em geral.
Se nunca fomos discriminados, é comum que consideremos esses problemas como algo distante de nós – mas, de repente, quando menos esperamos, acontece conosco. No fim das contas, também é problema nosso. E agora? O que se deve fazer em um caso desses? A discriminação por orientação sexual é crime no Brasil? Há alguma medida que se deva adotar em ocorrências desse tipo?
Neste artigo, tentaremos esclarecer algumas dúvidas e apontar os melhores caminhos para se denunciar a prática de discriminação contra homossexuais sempre que ela acontecer. Por motivos de força maior, enfocaremos, a princípio, o Estado de São Paulo.
1) Discriminar alguém por ser homossexual é crime no Brasil?
Infelizmente, ao contrário do racismo e da discriminação por gênero, a homofobia (aversão, discriminação a homossexuais) ainda não é legalmente caracterizada como crime no Brasil. A Constituição Federal prevê, em seu artigo 5º, XLI, que "a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais", mas isso ainda não foi regulamentado por meio de lei ordinária.
Atualmente, até existe um projeto de lei em andamento na Câmara dos Deputados contemplando os GLBTs, mas ainda não há garantias de que a discriminação contra homossexuais seja reconhecida como crime.
2) Se homofobia não é crime, não se pode fazer nada?
Não é bem assim. Em estados como Alagoas, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal e de uma série de municípios nesses mesmos estados e em alguns outros da federação, já existem legislações que punem condutas homofóbicas por parte de pessoas e estabelecimentos.
A diferença é que essas leis, de âmbito local, punem administrativamente, em geral por meio de multas significativas e, no caso de estabelecimentos, até cassação de alvarás. Elas não são restritivas da liberdade porque, como dissemos, a homofobia ainda não é crime – e só no âmbito federal poderia ser incluída no nosso Código Penal, que trata de punições desse tipo.
3) No Estado de São Paulo, há lei antidiscriminatória?
O Estado de São Paulo, a partir da promulgação, pelo governador, da Lei nº 10.948, em 5 de novembro de 2001, passou a contar com uma legislação que prevê punições em caso de discriminação contra cidadãos homossexuais, bissexuais ou transgêneros (travestis e transexuais).
A autoria do projeto foi do deputado Renato Simões (PT/SP), e estão previstas penalidades que vão da advertência até a cassação da licença de funcionamento, passando por multas de 1.000 UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo) ou 3.000 UFESPs e suspensão da referida licença por 30 dias.
A Lei 10.948/2001 foi regulamentada pelo secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania por meio da Resolução nº 088, de 19 de agosto de 2002, e, embora a regulamentação por meio de um decreto emitido pelo governador nos parecesse a forma mais adequada, já é possível fazer valer os direitos previstos nesta lei, bem como a aplicação de suas punições.
4) E o que é discriminação nos termos da Lei 10.948/2001?
O artigo 2º da Lei 10.948/2001 dispõe que são considerados "atos atentatórios e discriminatórios dos direitos individuais e coletivos dos cidadãos homossexuais, bissexuais ou transgêneros, para os efeitos desta lei:
I - praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica;
II - proibir o ingresso ou permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao público;
III - praticar atendimento selecionado que não esteja devidamente determinado em lei;
IV - preterir, sobretaxar ou impedir a hospedagem em hotéis, motéis, pensões ou similares;
V - preterir, sobretaxar ou impedir a locação, compra, aquisição, arrendamento ou empréstimo de bens móveis ou imóveis de qualquer finalidade;
VI - praticar o empregador, ou seu preposto, atos de demissão direta ou indireta, em função da orientação sexual do empregado;
VII - inibir ou proibir a admissão ou o acesso profissional em qualquer estabelecimento público ou privado em função da orientação sexual do profissional;
VIII - proibir a livre expressão e manifestação de afetividade, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos".
O artigo 3º estabelece que "são passíveis de punição o cidadão, inclusive os detentores de função pública, civil ou militar, e toda organização social ou empresa, com ou sem fins lucrativos, de caráter privado ou público, instaladas neste Estado, que intentarem contra o que dispõe esta lei".
5) Se alguém discriminar, quais são as penalidades?
Pelo artigo 6º, verificamos que "as penalidades aplicáveis aos que praticarem atos de discriminação ou qualquer outro ato atentatório aos direitos e garantias fundamentais da pessoa humana serão as seguintes:
I - advertência;
II - multa de 1.000 (um mil) UFESPs - Unidades Fiscais do Estado de São Paulo;
III - multa de 3.000 (três mil) UFESPs - Unidades Fiscais do Estado de São Paulo, em caso de reincidência;
IV - suspensão da licença estadual para funcionamento por 30 (trinta) dias;
V - cassação da licença estadual para funcionamento".
O mesmo artigo, em seu parágrafo 1º, estabelece que "as penas mencionadas nos incisos II a V deste artigo não se aplicam aos órgãos e empresas públicas, cujos responsáveis serão punidos na forma do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado – Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968", enquanto o parágrafo 2º diz que "os valores das multas poderão ser elevados em até 10 (dez) vezes quando for verificado que, em razão do porte do estabelecimento, resultarão inócuas".
Já o artigo 7º prevê algo muito importante: a responsabilidade dos funcionários públicos do Estado, civis ou militares, na garantia do cumprimento da lei. Confira: "aos servidores públicos que, no exercício de suas funções e/ou em repartição pública, por ação ou omissão, deixarem de cumprir os dispositivos da presente lei, serão aplicadas as penalidades cabíveis nos termos do Estatuto dos Funcionários Públicos".
6) Tudo bem. Mas, se a discriminação acontecer, como eu utilizo a lei na prática?
A Lei 10.948/2001 já define como as denúncias podem ser apresentadas e encaminhadas. O artigo 4º estabelece que "a prática dos atos discriminatórios a que se refere esta lei será apurada em processo administrativo, que terá início mediante:
I - reclamação do ofendido;
II - ato ou ofício de autoridade competente;
III - comunicado de organizações não-governamentais de defesa da cidadania e direitos humanos".
Portanto, o processo administrativo contra a pessoa ou o estabelecimento que praticar discriminação pode ser iniciado tanto em decorrência de reclamação direta da pessoa ofendida quanto por iniciativa de autoridade competente ou ainda por meio da denúncia de organizações não-governamentais de defesa da cidadania e direitos humanos.
Como veremos a seguir, isso significa que, no que diz respeito a você, é possível tanto acionar, por conta própria, a Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania quanto procurar um grupo de defesa dos direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros ou de direitos humanos.
7) É preciso ser militante ou ter advogado para denunciar?
O artigo 5º prevê que "o cidadão homossexual, bissexual ou transgênero que for vítima dos atos discriminatórios poderá apresentar sua denúncia pessoalmente ou por carta, telegrama, telex, via Internet ou fac-símile ao órgão estadual competente e/ou a organizações não-governamentais de defesa da cidadania e direitos humanos".
O parágrafo 1º do mesmo artigo estabelece que "a denúncia deverá ser fundamentada por meio da descrição do fato ou ato discriminatório, seguida da identificação de quem faz a denúncia, garantindo-se, na forma da lei, o sigilo do denunciante".
Finalmente, o parágrafo 2º diz que "recebida a denúncia, competirá à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania promover a instauração do processo administrativo devido para apuração e imposição das penalidades cabíveis".
Não há, portanto, obrigatoriedade de se constituir advogado para encaminhar a denúncia, embora a assistência de um profissional dessa área possa qualificá-la, aumentando as possibilidades de vitória.
Da mesma forma, não é preciso ser militante, embora muitas vezes o apoio de militantes para encaminhar a denúncia possa ser proveitoso.
8) E como funciona o processo?
Depois de encaminhada a denúncia, a Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania, por meio de sua Comissão Processante Permanente (CPP) – composta por três servidores públicos –, envia uma notificação, via postal, ao denunciado, para que ele se manifeste sobre a denúncia.
Depois do prazo para essa defesa, o processo volta ao presidente da Comissão, que determina, se for necessária, a realização de uma audiência para ouvir testemunhas.
Depois disso, o processo pode ir a julgamento, e, da decisão da CPP, aplicando ou não alguma penalidade, cabe recurso ao secretário de Justiça e Defesa da Cidadania.
9) Existe algum gasto para abrir o processo?
Não. O processo é gratuito. O que podem acarretar despesas é, no caso das pessoas do interior do Estado, protocolar a denúncia na Secretaria, que fica na capital e não tem estrutura descentralizada pelo interior de SP, e arcar com os custos de transporte das testemunhas para a audiência em que serão ouvidas.
10) E, no momento da discriminação, qual a atitude a ser tomada?
Tente argumentar com a pessoa que está discriminando, mas não exagere na tensão, pois isso pode piorar o clima e acarretar algo pior, como uma agressão ou coisa do gênero.
Veja se existem outras pessoas presenciando o fato e verifique se algumas delas se dispõem a ser suas testemunhas. Anote ao menos os nomes e os telefones, para depois pegar os dados completos, inclusive os endereços.
11) É necessário fazer Boletim de Ocorrência?
O Boletim de Ocorrência (B.O.) é o equivalente ao que o Código de Processo Penal define como "notitia criminis", expressão em latim que corresponde a "notícia do crime".
Como já afirmamos anteriormente, o ato em si de discriminar por homofobia não caracteriza crime no Brasil. Portanto, para fazer a denúncia prevista na Lei 10.948/2001, a lavratura de Boletim de Ocorrência não é um pré-requisito indispensável.
Entretanto, fazer um B.O. pode ajudar no sentido de já se ter logo registrado por um órgão público a situação de discriminação – mas atenção: quando a homofobia não estiver associada a uma atitude efetivamente prevista como crime, seja no Código Penal ou em legislação penal esparsa, a autoridade policial poderá recusar-se a redigi-lo, sem que isso signifique que ela está incorreta ou que também o está discriminando.
No entanto, se, além da discriminação, acontecer qualquer atitude que possa ser enquadrada como criminosa, desde os crimes contra a honra – calúnia, injúria e difamação – até lesões corporais, fazer o Boletim Ocorrência é absolutamente necessário, especialmente nos casos de agressão física: O B.O. é o meio mais rápido para se obter a requisição para o exame de corpo de delito, que é feito pelo Instituto Médico Legal.
12) E se eu for agredido e o Instituto Médico Legal não estiver aberto?
Se o IML de sua cidade não funcionar 24 horas, não espere pelo dia em que ele estará aberto, pois, dependendo das lesões ocasionadas – leves, médias ou graves –, as seqüelas podem desaparecer.
Para que isso não ocorra, a vítima deve se dirigir a um hospital para ser atendida e assim garantir que seja feito um relatório médico em que sejam devidamente registradas as lesões.
13) O processo pela Lei 10.948/2001 é o único a ser aberto?
A denúncia com base na Lei 10.948/2001 é fundamental para que seja iniciado um processo que caracterize a homofobia, mas outras medidas processuais também podem ser tomadas.
Se a cidade onde ocorreu a discriminação tiver uma lei municipal antidiscriminatória – como são os casos de Campinas e São José do Rio Preto no Estado de São Paulo, por exemplo –, pode ser aberto ao mesmo tempo um processo no âmbito municipal, funcionando como mais um instrumento de pressão.
Ademais, se, além do ato discriminatório, acontecer alguma atitude que possa ser enquadrada como criminosa (calúnia, injúria e difamação, ameaça, constrangimento ilegal, lesão corporal, entre outras), a vítima pode tomar as providências para que seja aberto um processo criminal.
Se for um crime contra a honra – calúnia, injúria e difamação –, a ação penal é privada, ou seja, é preciso que a vítima constitua um advogado para ingressar com a queixa-crime diretamente perante o Judiciário.
Se for algum dos outros crimes que citamos, a vítima pode comparecer diante do Ministério Público para encaminhar a representação com ou sem advogado, e, a partir daí, se entender que há indício de conduta criminosa, a promotoria encaminhará ofício à autoridade policial (delegado), determinando a abertura de Inquérito Policial – que, ao final, poderá resultar na abertura do Processo Criminal por denúncia do próprio Ministério Público.
Além disso, se a vítima, com a assistência do advogado, entender que sofreu danos morais em decorrência da atitude discriminatória praticada, poderá também ingressar com uma ação indenizatória, pleiteando uma reparação pelos danos morais sofridos.
14) A única reação à homofobia é a abertura de processos?
Os processos são importantes e necessários, pois as penalidades aplicadas a determinados casos, especialmente aqueles que se tornam mais emblemáticos, podem atuar de maneira pedagógica sobre a sociedade.
Já imaginou, por exemplo, o efeito de uma condenação – em processo administrativo, criminal, civil ou qualquer outro possível – contra um notório homófobo, do tipo desses deputados evangélicos que saem por aí propondo projetos de lei de apoio à "cura" da homossexualidade? Pense na repercussão que isso teria e como alguns destes intolerantes pensariam duas vezes antes de nos ofender...
Podemos também – e penso que, sempre que possível, devemos tentar – realizar manifestações públicas (ações diretas) contra estabelecimentos que discriminem cidadãs ou cidadãos por serem lésbicas, gays, travestis, transexuais e bissexuais.
Isso tem impacto junto à opinião pública e pode servir para, junto com as medidas processuais, advertir os homófobos de que estamos atentos e não aceitaremos qualquer forma de discriminação, seja por orientação sexual e/ou identidade de gênero, seja por que motivo for.

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