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segunda-feira, 14 de março de 2016

Intersexuais são 167 mil, mas ainda estão invisíveis

Eles são muito mais comuns do que podemos imaginar. Apesar de não haver dados precisos, estima-se que um em cada 1.200 nascidos vivos no Brasil tenha essa condição, um total estimado em aproximadamente 167 mil pessoas. Mesmo com esses números acachapantes, eles vivem em um limbo de invisibilidade e tabus. Essas pessoas são intersexuais.
“Diferentemente da transexualidade , a intersexualidade é uma marca corporal de nascença. O órgão reprodutivo não corresponde ao que a sociedade espera de um órgão que se diz ‘feminino’ ou ‘masculino’. Essas pessoas borram um pouco a definição linear do sexo”, explica a psicóloga Ana Karina Canguçu-Campinho, que é membro de um serviço de referência em intersexualidade no Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Os intersexuais são o que antigamente costumava-se chamar de “hermafrodita”. Segundo a literatura médica, são vários os fatores que determinam o sexo biológico de uma pessoa. No caso dos intersexo, esses fatores se apresentam “misturados”. Por conta dessas combinações, pode haver mais de 40 tipos de intersexualidade. Os mais comuns são quatro. No pseudo-hermafroditismo feminino, o bebê possui ovários, DNA feminino (cromossomos XX), genitália interna feminina (ovários e útero) e genitália externa – esta, no entanto, tem características tanto de vagina como de pênis.

Já no pseudo-hermafroditismo masculino, a criança possui testículos, cromossomos XY (masculinos) e genitália externa “feminina” ou ambígua. No caso da disgenesia gonadal mista, o bebê nasce com gônadas (órgãos que produzem as células reprodutivas – ovários, no caso das mulheres, e testículos, no caso dos homens) descaracterizadas. E no hermafroditismo verdadeiro, as crianças possuem tanto tecido ovariano como testículos.

O diagnóstico da intersexualidade pode ser dado no momento do nascimento, quando os médicos e a própria família reconhecem que há alguma coisa de diferente com os genitais do bebê. Quando o caso não é tão óbvio, a intersexualidade pode ser descoberta durante a puberdade. “Em alguns casos, a menina não menstrua. Quando vamos investigar o porquê, descobrimos que, em vez de ovários, ela tem testículos”, exemplifica a professora Ana Karina. Ou o diagnóstico pode vir ainda mais tarde.

No caso da ex-judoca brasileira Edinanci Silva, sua intersexualidade foi descoberta às vésperas de uma importante competição. Prestes a disputar as Olimpíadas de Atlanta, em 1996, ela descobriu que, em vez de ovários, ela tinha testículos.

Edinanci foi operada para a retirada dos órgãos internos. “Eles me disseram que eu corria o risco de desenvolver um câncer se não fizesse a cirurgia. Fiz por uma questão de saúde, porque, de resto, nunca me incomodou em nada”, contou ela em uma entrevista ao jornal “Correio Braziliense”, em 2009. No seu caso, a cirurgia aconteceu quando ela já era adulta e podia decidir sobre seu próprio corpo. Muitas vezes, porém, essas operações acontecem nas pessoas ainda bebês e deixam marcas para a vida toda.
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