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segunda-feira, 30 de maio de 2016

4% dos homens gostam de se vestir de mulher; assumidos ou não

A questão da semana é o caso é o caso do internauta que é casado, tem duas filhas, sente tesão por mulheres, mas gosta de usar calcinha, sutiã e meias de seda. Ele não está sozinho. O relato abaixo me foi feito por um crossdresser.

“Meu nome é Carlos; sou advogado de uma empresa importante em São Paulo até o entardecer das sextas-feiras. Nesses dias saio do escritório, tiro o terno e sou conhecido por Samantha.

Sou crossdresser e não homossexual. Meu prazer é me vestir como uma mulher, ou “montar-me”, como dizemos. Somos cinco amigos que, após lenta e custosa operação nos transformamos, aparentemente, em mulheres.

Os primeiros impulsos de travestir-me surgiram na infância. As calcinhas de minha irmã, no box do banheiro, foram a isca. O atrativo daquela peça íntima, sempre mais enfeitada e alegre do que o seu correspondente masculino, foi o início.

Cada etapa chama a seguinte: calcinha, sutiã, uma sainha ou vestido, sapato alto, maquiagem, e, finalmente, a peruca.

Quando sou Samantha chamo ao advogado Carlos de meu alter-ego. Admito que o crossdresser (CD, para os íntimos) carrega uma dupla personalidade. Samantha chega com força todas às sextas-feiras e quer ser vista e admirada.

Carlos, que Samantha chama de seu alter-ego, leva uma vida normal para os padrões burgueses. Casado há quinze anos, tem três filhos e diariamente vai da casa para o escritório, fazendo o percurso contrário no fim do dia.

Menos às sextas-feiras: aí é Samantha quem reina absoluta. Segundo estatísticas americanas, 4% dos homens são crossdressers, assumidos ou não.”

***

A internet veio contribuir para que os CDs se reconheçam em todo o mundo. Foi através dela que Carlos mostrou para a mulher que ele não era uma anomalia monstruosa, como ele próprio supunha.

A grande vitrine virtual fez com que Samantha encontrasse seus pares. Com quatro outros CDs, Carlos alugou um apartamento onde eles e os amigos podem, com tranquilidade, executar as alquimias do gênero.

Um dos raros especialistas no tema no país é o psiquiatra e psicoterapeuta paulista Ronaldo Pamplona, autor do livro Os Onze Sexos. Ele faz a seguinte formulação: “O corpo diz se é macho, o psiquismo se é masculino e o social se é homem. A integração e o funcionamento desses três aspectos transformará crianças em adultos saudáveis do ponto de vista sexual”. A seguir, trecho da entrevista que Ronaldo Pamplona me concedeu, há alguns anos, em seu consultório em São Paulo.

— O que você entende por crossdressing?

— Acho interessante. É o mesmo que travesti, que é um termo francês, crossdresser é americano. Mas, a bem da verdade, para nossa definição, no Brasil o travesti é completamente diferente do crossdresser. Em meu livro só citei, em uma linha ou duas, que existiam travestis heterossexuais. Isto é, homens que se travestem, mas são hétero.

Depois tive três pacientes que, por conta do tema, me fizeram tomar contato com vários psicólogos que têm pacientes hétero que se travestem. Acabei tendo algum conhecimento a respeito disso. Tive um paciente, alto executivo de 50 anos, que havia sido casado e tem três filhos. Ele tinha essa necessidade desde pequeno. Achava que poderia ser a expressão de uma homossexualidade; foi atrás e percebeu que não tinha nada a ver com isso.

Ele então comprou um apartamento onde se travestia e ficava sozinho. Disse que isso lhe trazia uma sensação de paz profunda. A sua mulher descobriu, se separaram. Anos depois ele conheceu outra mulher e logo fez questão de que ela soubesse. Essa então aceitou a sua condição.

Um homem que gosta de se sentir como uma mulher


Uso terno, gravata e todos os adereços necessários para me fazer um homem respeitável no ambiente corporativo.

A minha calça social esconde, porém, algo sobre mim que não poderia ser revelado aos meus colegas de trabalho. Gosto de usar calcinha e absorvente. Troco o protetor íntimo até quatro vezes no dia, mesmo sabendo que nenhuma gota de sangue pingará – preciso sentir que estou limpo.

Como uma mulher, também não gosto de usá-lo todos os dias – jamais o coloquei sob a calcinha por mais de quatro dias seguidos. Gosto do ritual, porque simboliza algo que escondo e me incomoda, me fragiliza. Não quero parecer que estou com absorvente, quero até tirá-lo. Mas passar por isso me fortalece.
O processo de troca é sempre muito custoso – morro de medo de ser descoberto. Sempre tenho de ir ao banheiro corporativo e abrir a embalagem cuidadosamente para que nenhum barulho denuncie o meu segredo. Às vezes, espero ansioso o final do expediente, aproveito o escritório vazio e faço a troca com mais calma.

Tenho preferência por modelos com camadas grossas de proteção e procuro encomendar marcas não mais vendidas no Brasil – são mais caras, mas são as que mais satisfazem o meu desejo.

As calcinhas também devem ser escolhidas criteriosamente. Pesquisei modelos para não marcar a calça. Minha mulher ajudou na escolha. Devo muito da minha aceitação a ela, que sempre respeitou o meu ritual.

Gosto de me sentir feminina, mas a conexão com esse meu outro lado, no que diz respeito a vestimenta, se limita ao uso do absorvente e da calcinha. Não tenho vontade de me travestir de mulher.

Está muito além de me imaginar como uma mulher. Mas de sentir. Gosto de sentir o que uma mulher sente. De ser tocado com o absorvente. O elo com o feminino é poderoso. Com a menstruação, a menina se torna mulher.

Descobri recentemente que posso ser um homem lésbico. Na cama, com minha esposa, interpretamos vários papéis. Além das posições habituais “heterossexuais”, em algumas relações, interpreto uma mulher. Fazemos amor como se fôssemos duas lésbicas. A sensação é maravilhosa. Não que os homens não possam fazer preliminares. Sempre fui um homem de preliminares. Mas me imaginar como uma mulher parece intensificar essa troca com minha esposa.

Ela não só aceita, como às vezes abandona a troca lésbica e coloca para fora o seu “lado masculino”. E então trocamos os papéis impostos pela heteronormatividade.

É libertador ter uma parceria com quem posso trocar todos os meus desejos e sensações. Nem sempre vivenciei o meu eu de forma positiva. Essas vontades surgiram na adolescência, período em que foi impossível lidar bem com meus anseios. Fugi de casa por duas semanas. Morei na rua, usei drogas.

Foi horrível para um menino adolescente descobrir que gostava de usar absorvente. Iriam me chamar de bizarro, ninguém entenderia. Aos poucos fui percebendo que meus desejos não eram parte de uma anormalidade. Eram apenas uma maneira de me conectar com minha feminilidade.

A busca pela compreensão levou a minha autodescoberta a tentar transitar pela famosa Escala Kinsey. Eu seria gay? Uma pessoa disposta a viver com tal intensidade o lado feminino necessariamente seria gay? Olhava, olhava, olhava e, apesar de ter atração por alguns deles, não me apaixonava. Namorei muitas mulheres, tive vários casos e dentre elas uma ganhou grande destaque. Acabei me apaixonando perdidamente por aquela a quem chamo hoje de esposa. Risquei a homossexualidade da lista.

A atração por homens, no entanto, nunca foi deixada de lado. Às vezes penso se poderia ser bissexual. Sinceramente ainda não sei. Talvez, essa possa ser a minha próxima descoberta agregadora.

A verdade é que rótulos não importam tanto quando nos tornamos homens e mulheres mais maduros. E só estamos maduros quando não temos mais medo de nos conhecer profundamente.

Crossdresser

O crossdressing poderia ser encaixado em qualquer um desses temas, porém, não o é e já explicamos o porquê.

        Geralmente, o termo está ligado aos homens, heterossexuais, que gostam de usar roupas de mulher, seja durante o sexo ou até mesmo para sair na rua.

        Agora vocês devem estar se perguntando, mas então qual é a diferença entre um crossdresser e um transsexual, por exemplo?

        A pessoa transsexual, seja o homem que deseja ser mulher ou a mulher que deseja ser homem, tem um desgosto diretamente ligado a sua questão de gênero, ou seja, ao fato de  ter nascido com o sexo e órgão sexual diferente do que deseja ou da forma que se enxerga no espelho.

        Já o crossdresser é diferente justamente por isso.

Os homens que gostam de se vestir de mulher dizem que é puramente por conta das roupas e da imagem feminina, porém, a orientação sexual, em sua maioria das vezes, é hétero, ou seja, apesar de gostar de se vestir de mulher, ainda gostam de mulher.

Isso, é claro, não exclui que há crossdressers que podem ser bissexuais ou até mesmo gays, porém, não é sua maioria como todo mundo poderia imaginar devido ao gosto pelas roupas femininas.

Diferenças básicas:

Travesti/trans: gosta de ser mulher e harmoniza isso com plásticas e roupas

Drag Queen: mais ligadas aos shows, ao exagero espalhafatoso e divertido, porém, apesar de serem femininas, todas podem perceber que são homens vestidos de mulher.

Crossdresser: já os crossdresser querem curtir seu lado feminino, nem que seja no anonimato, sem abrir mão de sua vida masculina, quer o melhor dos dois mundos.

Os crossdressers são aqueles homens que durante o dia vão ao trabalho engravatados ou com roupas masculinas, porém, que quando tem um minuto de liberdade, em casa, por exemplo, aproveita para usar uma calcinha de algodão, vestido, meia calça e maquiagem, e isso não os torna gays.

Muitos deles são casados com mulheres e, depois de criada a intimidade com a esposa o suficiente para não assustá-las por serem diferentes dos estereótipos mais comuns, contam do gosto pelas roupas femininas e sugerem essa nova fantasia.

Depois do baque que pode acontecer, para a mulher entender que esse fato de se vestir de mulher não o torna gay, é só provar através de suas atitudes na cama (seja “vestido” de homem ou de mulher) o quanto a deseja, essa a maior dica que podemos dar desse universo novo.

O crossdresser está diretamente ligado também ao fato da submissão e do desejo. Os homens que praticam isso afirmam, que durante o sexo, é muito bom se sentir desejado como desejam a própria mulher.

Muitas das mulheres de crossdressers já se acostumaram com a ideia de uma vez ou outra fazer sexo com seu marido vestido de mulher, com suas roupas e até mesmo suas maquiagens, mas também apontam alguns dos pontos positivos nessa relação: os caras passam a entender o quanto demora para uma mulher se arrumar, assim como o quanto é ruim andar rápido de santo alto e passam a ter mais paciência com elas, coisa que muitos nunca o tiveram.
A pena é que muitos deles, por conta do preconceito, acabam não podendo contar para ninguém essa sua fantasia, até mesmo para suas mulheres, guardado-as para si, e é claro, todos sabemos, isso não faz bem.

Afinal, ainda é complicado viver diante de uma sociedade que se diz liberal em relação ao sexo, mas vê muitos tabus no que está diretamente ligado a qualquer relação LGBT ou de gênero, raça, vestimenta.

Crossdresser

Experiência pré-transexual
Apesar de ter uma vivência de se vestir de mulher apenas em lugares reservados, Carla diz que não se considera uma crossdresser. “Eu me considero uma transexual que ainda não pode viver do jeito que gostaria. Tenho um pouco de vergonha e medo de que as pessoas não me entendam. Principalmente a minha família, acho que a gente sempre depende desse apoio”, explica. Atualmente, se veste diariamente como Carla. “Quando chego do trabalho, fico à vontade. Faço maquiagem, coloco uma peruca e escolho as roupas que tenho vontade de usar, uma minissaia e uma blusa. Espero viver algum dia isso em toda sua plenitude, mas não sei se estou preparada. As pessoas mais próximas sabem do meu desejo sexual por homens, mas não comento sobre a questão de gênero. Acho que o meu maior receio é ser marginalizada, não sei como serei vista no meu ambiente de trabalho. Não quero jogar fora meus estudos, minha carreira”, afirma.
Ela conta que começou a se vestir como Carla há cerca de dez anos, incentivada por um parceiro. “Ele me deu um fio dental. Lembro que fiquei com vontade de vestir na hora, mas fiquei sem graça de admitir. Existe um processo de aceitação. Foi importante ele ter tomado a iniciativa de propor”, recorda, destacando que hoje se considera alguém que espera iniciar esse processo de feminização. “Mas não é algo simples. Cheguei a ir algumas vezes de biquíni para a praia. Escolhi uma mais afastada, com poucas pessoas, e fui sozinha. Fui com uma bermuda e, quando vi que estava em segurança, tirei e fiquei tomando sol.”
uso de hormônios femininos, mas garante que não pensa em levar o processo de feminização mais adiante. “Uso para ser uma crossdresser mais ‘top’, como os homens costumam falar”, diz ela, que interrompe o uso dos hormônios femininos por dois meses quando percebe que as mudanças em seu corpo estão muito acentuadas. Bruna afirma ter começado o uso desses produtos tarde, aos 23 anos, mas destaca os resultados rápidos. “O contorno do rosto e da cintura mudam, a pele fica mais fina, por isso, vou administrando com cuidado para não despertar muita atenção, mas os seios estão fazendo sucesso”, comenta. Ela diz que as interrupções são importantes também para que ela não perca a ereção. “Gozar é muito bom”, diz.

Crossdresser'As Menininhas em Segredo' (Homens que usam calcinha)

Na maior parte do tempo, eles se comportam como homens héteros. São até casados. De vez em quando, porém, gostam de usar calcinha e serem tratadas como fêmeas. As "menininhas  , como são chamadas, violam os limites da orientação sexual e da identidade de gênero. "Sou um cara estranho com fetiches estranhos", diz Paulo, "No dia-a-dia sou um cara normal, trabalho com roupa social, um cara super sério. Mas na realidade, amo de paixão usar calcinhas. Como sou casado, pego as da minha esposa, escondido. Digo que é para ficar lembrando dela, mas acabo vestindo eu mesmo. Também adoro brincar com vibradores e plugs anais".
Perguntados se são heteros, gays ou bissexuais, tantos as menininhas quanto os homens que gostam de sair com elas não sabem o que responder. A maioria diz gostar de suas esposas e de, também, fazer sexo com mulheres.
Quem falou mais detalhadamente sobre o assunto, foi um jovem executivo de São Paulo, simpático, bem apessoado, bem sucedido profissionalmente. “Tenho esse fetiche, usar calcinha. Sou discreto, sou casado, e sinto o maior tesão quando estou usando, afirmou
Minha esposa não sabe e nem imagina que eu uso calcinha, então eu as pego escondido e costumo usar durante as horas que estou na empresa. Gosto de sentir a calcinha toda enfiada entre as nádegas, roçando meu reguinho, esfregando meu cuzinho.”
“Me excito usando as bem apertadas, que chegam a arder o reguinho da bunda e quando vou tirar, a calcinha está toda melada com o liquido que saiu de meu pênis, tanto é meu tesão enquanto uso. Minha preferência é por aquelas bem pequenas e apertadas, bem cavadas, enterradas na bunda. Adoro olhar-me no espelho e quando tiro a calcinha, fica aquela marquinha na pele da bunda. É uma delicia. Tem dia que chego a gozar abaixando a calcinha sem a tirar, sem mesmo tocar meu pau.
Femininas às escondidas, crossdressers relatam medos e prazeres de vida dupla
Homens que se vestem como mulheres na intimidade chegam a relatar diferenças de suas personalidades femininas em relação às masculinas do dia a dia, mas preferem viver no anonimato por temerem a incompreensão e o preconceito da sociedade
Um corpo dividido entre duas personalidades diferentes, uma masculina e outra feminina, é a forma que Cléo usa para explicar a sua coexistência com sua personalidade masculina. A diferenciação, para ela, começa ao atender a ligação no celular. Sai a voz notadamente de um homem que atendeu a chamada e volta outra bem mais identificável como de uma mulher. Cléo, cujo nome foi dado por conta de uma fantasia de Cleópatra, existe há pouco mais de um ano e surgiu quando um parceiro sexual sugeriu que vestisse uma calcinha e meia-calça durante o sexo. Segundo ela, essa personalidade foi se desenvolvendo assim como os figurinos e as montagens (maneira como elas tratam o ato de se vestir de mulher). “Em dado momento, me surpreendi com meus gostos femininos, não só na hora de escolher as roupas, mas nas minhas preferências também. Como Cléo, gosto de homens gordinhos, por exemplo, que é algo que não me atrai normalmente. Outra novidade foi quando percebi que, além do sexo, eu sentia a necessidade de receber carinho também quando estou como mulher”, conta.
Apesar de sua preferência sexual por homens ser comum às duas personalidades, Cléo mantém segredo sobre a existência desse lado feminino. Ela tem um blog na internet e um perfil nas redes sociais dedicado a contar suas experiências e também a buscar parceiros. “Geralmente, tenho em torno de duas horas para me vestir como mulher, manter esse encontro, que tem finalidade sexual, e depois retirar todos os vestígios de feminilidade do meu corpo”, explica. Como homem, mantém uma relação estável com outro rapaz há quatro anos. “Meu namorado não sabe que tenho outros relacionamentos, tampouco que me visto como mulher para eles. Em casa, eu sou o homem, apenas ativo, e talvez tenha surgido daí essa minha necessidade de extravasar”, conta.

ORIENTAÇÕES GERAIS

Existe uma grande diferença entre a orientação sexual de um indivíduo e a sua identidade sexual (identidade de gênero).  Veja um homem. Ele pode ser masculino em seu núcleo de identidade e ter uma orientação homossexual, ou seja, ele pode ter atração por pessoas do seu sexo. Isso também pode acontecer como uma mulher, que sendo feminina em seu núcleo de identidade, também pode ter uma orientação homossexual. Essa orientação pode ser ainda Heterossexual ou Bissexual.

Heterossexual é a pessoa que tem seus desejos voltados para pessoas do sexo oposto ao seu.

Bissexual, é a pessoa que não tem uma orientação sexual exclusiva, portanto, sente-se igualmente atraída por pessoas de ambos os sexos.

O que vamos tentar explanar aqui, não tem nada a ver com a orientação sexual de cada indivíduo. Apenas queremos falar sobre a identidade de cada um e em termos bem gerais, sem a pretensão  de ser um discurso científico.

Em qualquer desses casos abaixo descritos, a orientação sexual do indivíduo não o exclui de seu estado transgenérico. Melhor dizendo, qualquer uma dessas pessoas pode ser homossexual, heterossexual ou bissexual, independentemente de ser TG, TS, TV, CD ou S/O.

O que segue não é uma explicação técnica em relação aos significados. É antes de qualquer coisa, o que parece ser um consenso das pessoas envolvidas com transgenerismo no mais abrangente modo de se ver. Repetimos que a única verdade que está nesse relato, é que ele é uma fotografia do que se pode apurar nos bastidores desse universo. Considere, então, como se este fosse um relato jornalístico, antes de sequer pensar na possibilidade de ser técnico, pois está muito longe disso.

TG é transgender (transgênero)
S/O é supportive opposite (supportive other)
TV é travesti
TS é transexual
CD é crossdresser

Transgender (transgênero) (TG)

Com exceção da S/O, todos os casos acima são TGs. Devendo ser ainda incluídas nesse grupo as pessoas que nasceram com algum tipo de anomalia em suas características sexuais anatômicas, como os casos de hermafroditismo por exemplo (na verdade, seriam intersexos e não TG). Devemos entender também que ser TG não é exclusividade de apenas um sexo, mas atinge a ambos. Em qualquer dos sexos pode haver um tipo de transgenerismo.

S/O (Supportive Opposite)

Seria a companheira de um TG, que sabe de sua peculiaridade, o apóia e ainda aceita outras pessoas que sejam transgenéricas no seu convívio social. Devemos entender a palavra apoio, no seu sentido mais amplo, pois a S/O não reprime o estado transgenérico do parceiro e, ao contrário, geralmente convive bem com essa peculiaridade. Os casos mais comuns são as esposas de crossdressers, dos quais falaremos por último.

 Travesti ( TV )

Parece que o único consenso neste caso é que  a travesti é um homem  (ou melhor, alguém que nasceu num corpo masculino) com todas as características secundárias de uma mulher (conseguidas através de hormônios e de cirurgias plásticas), com exceção da genitália. É pessoa que anda, veste-se e age socialmente como uma mulher. No sentido pejorativo, fica a impressão cultural de que a travesti é uma profissional da prostituição, o que nem sempre é verdade.

Transexual ( TS )

Também parece que o único consenso neste caso é que transexuais (TS) são muito semelhantes às travestis A única diferença é que transexuais se utilizam da cirurgia de conversão sexual ou estão a caminho dela, aqui incluídos os casos de transexualismo FtM (de mulher para homem). Estes também usam de meios cirúrgicos e tratamentos hormonais para se tornarem homens fisicamente, pois psicologicamente já o são.

Crossdresser (CD)

O consenso neste caso parece ser que CD é, como nos outros casos citados, um indivíduo que sendo de um sexo, veste-se e age como os do sexo oposto. A diferença é que CDs não assumem publicamente uma identidade social feminina. Portanto, geralmente não faz uso de hormônios e não faz cirurgias corretivas em seu corpo, pois em sua rotina diária, tem uma vida social masculina. É possível até que use hormônios ou tenha se submetido a pequenas cirurgias, mas até o limite em que sua identidade social e seu aspecto geral não sejam afetados.

Cross-dressing

Cross-dressing é um termo que se refere a pessoas que vestem roupa ou usam objectos associados ao sexo oposto, como por exemplo: joias, perucas, perfumes, maquiagens, por qualquer uma de muitas razões, desde vivenciar uma faceta feminina (para os homens), masculina (para as mulheres), motivos profissionais, para obter gratificação sexual, ou outras.

Vivenciar a experiência do parceiro ou da parceira é considerado normal e uma ampliação do universo emocional por casais que praticam cross-dressing. Não se trata apenas de uma experiência sexual, mas de uma experiência humana mais profunda. Algo como querer "ser" em lugar de querer "ter" ou de se apropriar dos atributos do outro através das formas usuais usadas pelos casais para se apossar do outro "chamamos isso de uma visão mais ampla sexual" "ser para ter prazer" tornando essa forma fisiológica um tanto mais prazerosa .


O crossdressing (ou travestismo, no Português Europeu, e frequentemente abreviado para "CD"), não está relacionado com a orientação sexual, e um crossdresser pode ser heterossexual, homossexual, bissexual ou assexual. O crossdressing também não está relacionado com a transexualidade.

Os crossdressers tipicamente não modificam o seu corpo, através da terapia hormonal ou cirurgias, mas tal acontece alguns casos, como o de Stu Rasmussen, político americano e presidente da câmara municipal da cidade de Oregon.

As pessoas que praticam o crossdressing podem também ter qualquer profissão ou ocupar qualquer nível sócio-económico, tal como, aliás, qualquer uma das diversas identidades que tipicamente compõem a sigla LGBT.

Os transformistas fazem parte da população crossdresser, mas a sua motivação está relacionada apenas com motivos profissionais, como espectáculos de transformismo. A expressão "drag-queen" (de DRAG, "Dressed As a Girl"), em inglês, é equivalente a transformista, mas quando utilizada no português, por vezes refere-se aos crossdressers com um visual mais exageradamente feminino.

Para Jaqueline Gomes de Jesus, crossdressers é um termo variante de travesti, utilizado para "homens heterossexuais, comumente casados, que não buscam reconhecimento e tratamento de gênero (não são transgêneros), mas, apesar de vivenciarem diferentes papéis de gênero, tendo prazer ao se vestirem como mulheres, sentem-se como pertencentes ao gênero que lhes foi atribuído ao nascimento, e não se consideram travestis. A vivência do crossdresser geralmente é doméstica, com ou sem o apoio de suas companheiras, têm satisfação emocional ou sexual momentânea em se vestirem como mulheres, diferentemente das travestis, que vivem integralmente de forma feminina".

O crossdressers são apenas um fetiche, motivo ao qual, muitos não procuram relacionamentos como tal, porque seus parceiros de relações momentâneas, têm a dificuldade de assimilação entre o individuo crossdressers e o individuo de vida comum, ou seja, no seu dia a dia, vida social.

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