Este Blog foi escrito para o Público LGBT de todas as idades que estão a pensar em assumir-se. Nós sabemos que tomar a decisão de se assumir pode ser assustadora e desgastante. É por estas razões e devido ao nosso trabalho na área de homossexuais que fizemos este Blog. Acreditamos que informação útil e as experiências de outras pessoas em assumirem-se podem preparar-te para algumas das consequências que podem resultar de te assumires perante a família e amigos. Blog que reúne as principais notícias sobre o público Gls Glbt Lgbt (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Tem por objetivo manter tal comunidade informada, para que usufruam de seus direitos, comemorem suas conquistas e lutem pela diminuição do preconceito. Deixe seu recado, mande suas fotos e videos poste no nosso blog Faça parte você também Participem deste blog, Mail sociedadelgbt@hotmail.com

segunda-feira, 11 de março de 2013

Mudança de sexo: o que acontece após a operação?



Quem não se lembra da mais famosa transex brasileira, Roberta Close? Sim, a moça ficou famosa ao estampar a capa de uma revista masculina em 1984. E agora, Ariadna Thalia Arantes, também famosa por ser ex-confinada do reality show global, repete o feito. Este mês a cabeleireira publica fotos mais que insinuantes, provando que depois da cirurgia de mudança de sexo que fez em 2001, está realizada e feliz com o corpo. “Operei na Tailândia com um médico indicado por uma amiga e assim que acordei da anestesia me lembro da alegria que senti ao conferir que tudo tinha sido feito mesmo (risos)”, revela.
A morena afirma que só faltava o procedimento para sentir-se mulher de verdade. “Mudou um pouco de tudo: minha personalidade, meus desejos e a forma de viver. Hoje tenho qualidade de vida e tudo se transformou para melhor”, confessa.
A carioca afirma que o procedimento e o pós-cirúrgico foram bem tranqüilos e ressalta que não sentiu dor. “Eu preferi me mudar. Morava em Madureira pouco antes da cirurgia, fui para o Realengo. Lá, ninguém me conhecia e a adaptação foi bem tranqüila”. A ex-BBB afirma que não teve nenhuma consequência após a operação. “Hoje, vou ao ginecologista como uma mulher normal, faço controle hormonal para ver se está tudo certo no canal vaginal e na uretra e minha vida depois da participação no programa está repleta de oportunidades, com novos trabalhos e o carinho do público que eu adoro”. Ariadna promete aproveitar o espaço e quer seguir carreira como modelo fotográfica e de passarela, além de fazer um curso de teatro mais pra frente.
A cirurgia no Brasil
Para o urologista Carlos Adib Cury, pioneiro em cirurgias de mudança de sexo no País, o Brasil vem evoluindo nessa área, embora esteja atrasado 50 anos em relação à Europa porque o procedimento era proibido por aqui até 1998. O médico que tem 40 anos de profissão e uma centena de cirurgias realizadas traz à tona a realidade nacional: “Há um transexual masculino para cada 30 mil homens e um transexual feminino para cada 100 mil mulheres. É preciso aceitar e respeitar o desejo de cada um. Embora muitos transexuais já tenham conseguido o novo registro civil com mais facilidade após o procedimento, ainda existe muito preconceito. Cerca de 10% da população brasileira é homossexual, bissexual ou travesti. Já os transexuais são raros. A diferença é que o travesti se veste de mulher, mas traz trejeitos masculinos, assim como uma agressividade típica, enquanto o transexual é mulher”, explica.
A partir do momento em que se resolve pela mudança de sexo, é preciso ter um diagnóstico bem estabelecido. “São dois anos de análise com psicólogo e psiquiatra, além da equipe multidisciplinar que é composta por um endocrinologista, assistente social e cirurgião”, alerta o médico.
A prevenção e acompanhamento constantes antes do procedimento é regra para que haja um resultado positivo. “É importante acompanharar a vivência no gênero, ou seja, se vestindo, se portando, usando outro nome, fazendo uso de hormônios,  enfim, levando o mesmo estilo de vida que vai ter após ser operado”, explica Alexandre Saadeh, psiquiatra coordenador do AMTIGOS - Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP.
Como a triagem e preparo antes da operação são maçantes, é praticamente impossível encontrarmos um caso de arrependimento pós-cirúrgico. “Uma das virtudes do nosso trabalho é que nenhuma paciente nossa se arrependeu da cirurgia. Eles se sentem muito confortáveis depois da mudança porque atribuem o seu complexo a genitália, já que se sentem plenamente mulheres”, lembra Adib.

Quanto ao prazer, o cirurgião afirma que o feixe vásculo nervoso do pênis é preservado em toda sua extensão, e transformado em um clitóris. “Colocamos a glande no fundo da vagina que está sendo construída, preservando assim toda a sensibilidade. No caso das mulheres, elas tomam hormônios masculinos que aumentam de volume o clitóris cerca de 4 a 5 cm e na cirurgia ele é solto da vagina, proporcionando e mantendo a sensibilidade e o prazer”.
Do reality para a vida real
Vivian Fantin tem 39 anos e é uma bióloga de sucesso. Fez a cirurgia em junho de 2010 e agora está realizando as cirurgias estéticas. Ela conversou com exclusividade conosco, durante sua visita ao consultório para a retirada de pontos da intervenção estética.
Qual a sensação de ter se tornado mulher?
Vivian Fantin: Muito grande, logo que acordei da anestesia eu fiz questão de colocar a mão (risos). Mas a sensação é inexplicável, pela primeira vez eu senti que era eu.
O que mudou na sua vida?
Vivian Fantin: Tudo. Antes eu tinha receio de entrar nos lugares, de ser discriminada. Hoje eu vou em qualquer lugar e gosto muito mais de mim e do meu corpo.
Como foi a primeira vez como mulher?
Vivian Fantin: Foi ótimo, esse sonho era mais meu que dele, mas foi muito bom. Nos conhecemos antes da cirurgia e ele é heterossexual e nos apaixonamos. Hoje tudo está melhor.
E quanto ao preconceito? Vc passou por isso? Como se sentiu?
Vivian Fantin: Olha eu sofri muito preconceito sim, principalmente dos travestis e homossexuais amigos meus que ficaram contra mim e a cirurgia. Muitos não falam mais comigo e acham que eu mutilei meu corpo. Perdi muitos amigos. Eles acham que depois de um tempo a gente enlouquece, o que não é verdade. Eu renasci.
Qual a sua relação com sua nova genitália?
Vivian Fantin: Muito boa (risos)! Tenho todas as sensações e já tive 3 orgasmos depois da operação, menina (risos).
Arrasando no exterior
Lea T, a primeira supermodelo transgênero do mundo anunciou sua operação para mudança de sexo. A bela morena de 28 anos assumiu sua condição aos 25, a duras penas. “Aos 12 anos eu já era um menino bem feminino. Tentei aceitar meu corpo de homem porque seria mais fácil, mas não consegui”. A modelo que ficou conhecida internacionalmente por campanhas de marcas famosas como a Givenchy, é autêntica. Em uma entrevista à Oprah, contou como esconde o órgão masculino para fotografar e desfilar por passarelas fashion. “É um trabalho árduo e doloroso, tenho que virá-lo todo para trás e é mais complicado quando tenho que me sentar para fotografar, por exemplo”, disse.
 A filha do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo fez questão de enfatizar que seu pai é amoroso e a apóia o tempo todo. Sua cirurgia acontece este mês em março, na Itália.

Turismo gay cresce 20% no Brasil ao ano

Segundo Heitor Ferreira Filho, da ABRATGLS, o turismo está com os olhos voltados para o exigente segmento LGBT.


Não basta colocar na frente do estabelecimento a bandeira colorida, é preciso capacitar os profissionais”, disse Heitor. “O grande segredo é atender de forma igual e natural; simples assim”.
Na prática, alguns cuidados devem ser tomados. Na reserva, por exemplo, o atendente não deve determinar por si só as acomodações com base nos nomes; o correto é dizer quais os tipos de quartos oferecidos e perguntar qual é o pretendido.

Cresce o número de igrejas gay-friendly no Brasil

Não é apenas nosso poder econômico que cresce, não. O número de igrejas inclusivas – ou gay-friendly – aumentou bastante. Reportagem da BBC Brasil revela que há ao menos dez congregações com mais de 40 missões e delegações espalhadas pelo país.
Elas somam mais de 10 mil fiéis (eram apenas 500 há dez anos), em sua maioria homens (70%). Segundo a pesquisadora Fátima Weiss, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que mapeia o setor desde 2008, havia apenas uma única igreja inclusiva com sede fixa no Brasil dez anos atrás.
“Com um discurso que prega a tolerância, essas igrejas permitem a manifestação da fé na tradição cristã independente da orientação sexual”, disse Weiss à BBC Brasil.

Mercado gay cresce 20% no País e anima empresas

Para atender o público homossexual já existe até shopping especializado
O mercado gay brasileiro cresce cerca de 20% ao ano, segundo a Associação de Empresários GLS do Brasil. Em busca de um público de grande poder aquisitivo, que não tem despesas com filhos e gosta de consumir, lojas dos mais diversos segmentos se especializam para atrair a comunidade homossexual e transexual. Nos Estados Unidos, a economia das empresas especializadas no atendimento do público GLS teve um crescimento de 7% em relação ao ano passado. O poder aquisitivo dos homossexuais norte-americanos é estimado em US$ 485 bilhões, segundo projeção da empresa Witeck Combs Communications. O valor é equivalente a cerca de 5% do PIB dos EUA. No Brasil, de acordo com a Associação dos Empresários GLS, a comunidade gay ¿ 16 milhões de habitantes ¿ movimenta R$ 215 milhões por ano no Brasil, o que representa 0,01% do PIB nacional. Em Brasília, desde maio, a operadora de turismo TKA criou o Mix Club, direcionado exclusivamente à organização de pacotes turísticos para homossexuais. Os roteiros turísticos incluem passeios, vida noturna e hospedagem em hotéis em que não há barreiras para a expressão da sexualidade dos turistas.
Em São Paulo, já existe uma loja de animais de estimação especializada no atendimento de homossexuais. 'Na verdade, atendemos todo tipo de público, mas fazemos questão de mostrar que na nossa loja não há preconceito algum em relação à opção sexual dos clientes', afirma Gustavo Bernardes, um dos sócios da empresa. Para as empresas que resolvem sair do armário, a decisão pode representar um bom negócio. 'Como público-alvo, é um segmento de mercado interessantíssimo', avalia Paulo Roberto Moura, consultor de marketing. Na opinião do consultor, as empresas que optam pelo atendimento ao público gay devem criar uma identidade e deixar a intenção bem clara para o público em geral. 'A princípio, isso pode distanciar alguns clientes, mas o diferencial do atendimento faz com que os homossexuais se identifiquem e passem a procurar apenas aquela empresa. Paulo acredita que gays, lésbicas, bissexuais e transexuais são um nicho de mercado em que há pouca saturação. Se a empresa for capaz de demonstrar que tem um diferencial e que não existe nenhum preconceito de ordem sexual, os clientes vão se sentir mais atraídos, porque o público GLS é muito carente de mercado', diz Paulo.

Parada Gay cresce a cada ano em São Paulo

O presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) de São Paulo, Roberto de Jesus, 39 anos, acredita que 300 mil pessoas compareçam neste domingo à tarde na avenida Paulista, para assistir a 6ª edição da manifestação de homossexuais. Em entrevista exclusiva ao Diário, Beto de Jesus, como ele prefere ser chamado, põe em dúvida o IBGE, que estima em 3 milhões o número de gays, lésbicas e bissexuais, que haveria no país. “É muito pouco”, afirma. Para ele, há pelo menos 17 milhões de brasileiros com opção não-heterossexual.
Ex-seminarista, bem articulado e incansável, Beto de Jesus organiza a Parada Gay desde 1997, quando reuniu cerca de 2 mil pessoas. Daquele ano para cá, os números sempre aumentaram: 8 mil em 1998; 35 mil em 1999; 120 mil em 2000; e a mais bem sucedida de todas – a de 2001 – quando compareceram 250 mil pessoas.
Beto de Jesus participou da entrega dos prêmios Cidadania e Respeito à Diversidade, na última segunda-feira, no Centro Cultural São Paulo. Às 23h30, acompanhado por um grupo de colaboradores, o presidente da Parada GLBT foi até o apartamento de um assessor. Bem acomodado em um sofá, e acompanhado de pizzas e refrigerantes, o presidente da maior Parada Gay da América Latina falou ao Diário sobre Aids, violência, cidadania e principalmente do direito de ser diferente:
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – o IBGE – divulgou recentemente os números de um levantamento, que afirma existirem no Brasil 3 milhões de homossexuais. É muito ou pouco?
É pouco. Essas pesquisas são feitas com base na assertiva da pessoa. Em um país com um grau muito
grande de discriminação, como o Brasil, muita gente prefere não se declarar gay ou lésbica. Com base no Relatório do Instituto Alfred Kinsey (de 1948), que estima que 10% da população seja homossexual, haveria então, no Brasil, cerca de 17 milhões de pessoas com orientação não-heterossexual.
Qual é a origem da Parada Gay?
No dia 28 de junho de 1969, houve um grande confronto entre gays e policiais em Nova York, no episódio que ficou conhecido como a Batalha de Stonewall. Havia esse bar, que era um reduto gay, o Stonewall (no bairro de Greenwich Village), que freqüentemente era ocupado pela polícia. Os gays apanhavam, eram revistados, até que eles decidiram que isso tinha de acabar. Naquela noite, quando houve nova batida (a segunda em uma mesma semana), os gays reagiram e o jornal Coming Out decretou essa jornada como a do Orgulho Gay. A partir daí, começaram a ser feitas passeatas.
Quando ocorreu no Brasil a primeira passeata de homossexuais?
Em 1995, ocorreu no Rio de Janeiro a 17ª reunião da Ilga (International Lesbian Gay Association). Havia mais de 60 países representados. Quando os trabalhos terminaram, os participantes saíram em passeata pela avenida Atlântica. Dois anos depois, aconteceu a 1ª Parada em São Paulo, com a participação de 2 mil pessoas.
Qual era a reação das pessoas na rua?
Nunca houve reação adversa. A cada ano temos mais participação de heterossexuais e sem nenhum tipo de situação de violência, de conflito ou qualquer ocorrência grave. A Parada é um tipo de fala. As pessoas falam com seus corpos, com sua sexualidade. É como se elas estivessem dizendo: eu não estou mais sozinha, há outras e muitas outras iguais a mim. É importante sentir esse espírito de corpo. É algo positivo na luta pela cidadania.
Se há esse desejo de integração, por que os jornais publicam muitos anúncios de gays que pedem parceiros que não freqüentem o meio?  São três solicitações que se vê geralmente: fora do meio, que não seja gordo, nem efeminado. Esses anúncios são minoritários, se comparados com a imensidão da comunidade homossexual. A pessoa quer alguém fora do meio, alguém não efeminado, para não se tornar visível. Nosso movimento caminha no sentido contrário. Nós queremos nos tornar visíveis. Nós temos auto-estima e isso nos garante contra nosso agressor. Sendo visível, é possível denunciar o agressor.
Qual foi a importância do presidente Fernando Henrique Cardoso ter empunhado a bandeira GLBT?
Todo apoio é bem-vindo. Eu vou fazer uma analogia: se você é um músico e apóia o movimento GLBT, você compõe uma música; se é um escultor, faz uma escultura. Quando o chefe do governo diz que é favorável, isso é ótimo, só que ele tem a caneta na mão e precisa aprovar aquele projeto dos direitos civis, de autoria da então deputada Marta Suplicy (PT), que está desde 1996 parado no Congresso. Ele que chame sua bancada de sustentação e aprove logo a matéria.
Qual é a importância desse projeto para a comunidade GLBT?
Esse projeto é importantíssimo para os homossexuais, porque encerra uma questão de juízo de valor. A legislação perante os heterossexuais é uma; e outra para os homossexuais. Não queremos juízo de valor, mas de direito. Quando me descontam do meu salário compulsoriamente INSS, IR e outros impostos, ninguém me pergunta qual é a minha orientação sexual. Agora, eu não posso colocar no plano de saúde o meu companheiro. Também não posso comprar um apartamento com ele. É um problema para transferir a pensão, herança. Se o projeto tivesse sido aprovado, não enfrentaríamos mais todas essas situações.
Na semana passada, as notícias sobre Aids eram boas. Houve 25% a menos de mortes de Aids, em 2001, em relação a 2000. Qual é a avaliação que você faz sobre o avanço ou recuo da doença?
A notícia boa é que na população homossexual acima de 35 anos, – a minha geração que viu a cara da doença – a Aids manteve-se estacionada. Isso mostra que as pessoas estão se protegendo. A notícia má é que a doença tem atingido mais a faixa dos 15 aos 23 anos, que é uma geração que não viu a cara da doença e se acha segura, por causa dos coquetéis. Eu insisto, em todas as entrevistas, que o melhor remédio contra a Aids continua sendo a prevenção, usar camisinha nas relações sexuais. Hoje a Aids não é mais uma doença de homossexuais, como chegou a ser classificada há 20 anos. É um mal que atinge todo mundo e atualmente se espalha mais entre mulheres heterossexuais.
Como seus pais reagiram, quando você assumiu a sua homossexualidade?
A princípio, houve uma situação de estranhamento. Havia um muro com informações incorretas, que nos distanciavam. Se você constrói um muro, não consegue enxergar as pessoas do outro lado. Consegui quebrar esse muro com ações positivas, com diálogo. Hoje minha família me apóia – meus pais, meus sobrinhos, meus irmãos. Eles têm orgulho do que sou. E isso me faz muito feliz.

Postagens populares