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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Homossexualidade: Ser ou não Ser. Eis a questão.

ste talvez seja um dos assuntos mais delicados sobre o qual escrevi desde que comecei a assinar esta coluna sobre educação. Devo esclarecer que o descrevo como “delicado” não apenas pelas inúmeras controvérsias que o cerca, mas principalmente pelo preconceito arraigado que o condena à fragilidade e que nos exige a máxima sensibilidade e sutileza para abordá-lo.Em primeiro lugar, devemos lembrar que, a melhor forma de combate ao preconceito sempre foi a informação. Nesse caso, até mesmo o nome durante muito tempo utilizado, para denominar a pessoa que tem afinidade sexual somente com indivíduos do mesmo sexo é profundamente desfavorável, ou seja, o sufixo "ismo" é usado para terminologia de palavras associadas a doenças. Por isso, hoje não se usa mais a palavra homossexualismo. O correto é usar homossexualidade ou homoafetividade, esta última para não dar a conotação meramente sexual.
           Em segundo lugar, as principais organizações mundiais de saúde, incluindo muitas de Psicologia, não mais consideram a homossexualidade uma doença ou distúrbio ou perversão. Desde 1973, a homossexualidade deixou de ser classificada como tal pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975 a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo procedimento, deixando de considerar a homossexualidade uma doença. No Brasil, em 1985, o Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a homossexualidade um desvio sexual e, em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos em relação às questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e/ou cura da homossexualidade. No dia 17 de maior de 1990, a Assembléia-geral da Organização Mundial da Saúde (sigla OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação Internacional de Doenças (sigla CID). Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos.1
               De posse dessas informações, é imprescindível suprimir o preconceito interno e tentar desmitificar algumas opiniões formadas antes mesmo de ter os conhecimentos adequados. Ser gay ou ser lésbica não é questão de opção sexual. Ninguém escolhe “ser ou não ser” homossexual ou heterossexual. Em ambos os caso, o desejo é espontâneo e involuntário. Existem vários fatores que estabelecem esta orientação, os quais nada dependem da vontade das pessoas, por esse motivo não podem ser definidos como uma opção. Acredita-se que fatores genéticos, culturais e sociais influenciem. Entretanto, nem mesmo a ciência ou psicólogos chegaram a qualquer conclusão.
           Sabemos que para a grande maioria dos pais (e ainda mais para os filhos) é um verdadeiro dilema o processo de definição da homossexualidade. Os pais sentem-se frustrados, culpados e questionam-se: “onde erramos?” Os filhos, por sua vez, também se culpam de certa forma por não “corresponderem às expectativas” e relutam, sofrem, sentem-se confusos. Dependendo do ambiente em que vivem, sentem-se sufocados pelo preconceito, pelo temor da rejeição e pela angústia de ter que esconder esse segredo de todos e principalmente da família... Mas enfim, não existem culpados, nem inocentes nessa história. Ninguém é homossexual para torturar os pais ou rebelar-se contra a sociedade.
              Segundo Steve Bidduplh  (livro Criando Meninos da Editora Fundamento – pág 124)2: “Mesmo antes do nascimento no nosso filho, já fizemos um mapa para a vida dele. E os sonhos são sempre conservadores: carreira, casamento e netos para sentar no colo! Descobrir que o filho adolescente é homossexual destrói várias dessas esperanças tão queridas, substituindo-as por imagens que lhes parecem obscuras e lhes assustam. É natural sofrer e se preocupar.”
           Em meio a todos esse “tsunami” de decisões, receios, aceitações e aprendizados, se eu posso dar uma sugestão, seria : a regra geral é educar seus filhos para uma sexualidade sadia. Isso envolve esclarecimentos e, sobretudo saber ouvi-los.  A pergunta mais importante não deveria mais ser: “onde erramos?” e sim: "Como devo agir para que meu filho (a) seja verdadeiramente feliz?” (tanto pessoal como profissionalmente falando). Chegou o momento de aprender mais.Tentar se opor ou “remar contra a maré”, nesse caso, não é a estratégia mais aconselhável.
           Como diz o médico, Dr. Dráuzio Varella: “não vale a pena insistir em um debate tão antiquado, seria o mesmo que discutir se a música que ouvimos ao longe vem de um piano ou de um pianista. Por que é tão difícil aceitar a riqueza da biodiversidade sexual de nossa espécie? Por que insistir no preconceito contra um fato biológico inerente à condição humana ?”3
          Entendo que para os pais o processo é lento e doloroso, pois trata-se não apenas de vencer o preconceito em si, mas por saber das dificuldades que o filho (a) irá enfrentar nessa sociedade essencialmente heterossexual. Contudo, deve-se respeitar os direitos individuais de cada pessoa, deixando de lado os medos e dogmas. O amor não deve mudar por conta de uma orientação sexual. O vínculo amoroso deve ser capaz de vencer o preconceito.
            E finalmente, se acharem que necessitam de auxílio, não para reverter a situação, mas para aprender a lidar com esta, uma psicoterapia seria de grande ajuda.
 
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