Este Blog foi escrito para o Público LGBT de todas as idades que estão a pensar em assumir-se. Nós sabemos que tomar a decisão de se assumir pode ser assustadora e desgastante. É por estas razões e devido ao nosso trabalho na área de homossexuais que fizemos este Blog. Acreditamos que informação útil e as experiências de outras pessoas em assumirem-se podem preparar-te para algumas das consequências que podem resultar de te assumires perante a família e amigos. Blog que reúne as principais notícias sobre o público Gls Glbt Lgbt (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Tem por objetivo manter tal comunidade informada, para que usufruam de seus direitos, comemorem suas conquistas e lutem pela diminuição do preconceito. Deixe seu recado, mande suas fotos e videos poste no nosso blog Faça parte você também Participem deste blog, Mail sociedadelgbt@hotmail.com

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cirurgia não trouxe felicidade, diz Lea T. após troca de sexo

Modelo falou com exclusividade para o Fantástico como se sente após a operação de mudança de sexo.Dois anos atrás, a modelo internacional Lea T., filha do jogador de futebol Toninho Cerezo, falou ao Fantástico sobre a dor de ser uma transexual, ou seja, de ter nascido em um corpo de homem, mas se sentir uma mulher.

Fantástico: existe um lado bom em ser transexual?
Lea: “Não. Eu não vejo um lado bom em ser transexual. Sou penalizada em tudo”, disse ela na época.
Depois dessa entrevista, Lea T. fez a cirurgia de troca de sexo. Será que ela está feliz? A modelo falou com exclusividade para o Fantástico
Ceribelli: A Lea T. fez a cirurgia de troca de sexo em março de 2012, mas só agora, quase um ano depois, ela se sente à vontade para falar sobre o assunto. Por quê?
Lea: Porque a cirurgia é uma cirurgia complicada, não é uma cirurgia simples. É uma coisa muito íntima. Estou meio sensível, estou meio voada em algumas coisas, tentando entender algumas coisas. Mas eu acho que agora eu to começando a conseguir falar a respeito dessa cirurgia, a respeito dessa pequena e grande mudança que eu fiz.
Ceribelli: A cirurgia ocorreu tudo bem?
Lea: Hoje já ta tudo certinho. Mas é uma cirurgia demorada. Não é cirurgia que você acorda. Não é um peito. È muito diferente de tudo isso. Você não consegue andar, você tem que ficar deitada numa cama. É muito complicado. 
Ceribelli: Quanto tempo você ficou no hospital?
Lea: Eu fiquei no hospital um mês e meio.
Ceribelli: Em algum momento você falou: ah, eu não devia ter feito isso?
Lea: Eu fiquei um mês, sentindo dor, pensando nisso. Eu não aconselho essa cirurgia pra ninguém.    
Não é só por causa  da dor física de sua recuperação que ela parece um pouco "arrependida" do que fez. Depois de conseguir com a cirurgia, o corpo feminino que tanto desejava, Lea percebe que emocionalmente, nem tudo mudou.
Lea: Eu achava que a minha felicidade era embasada na cirurgia. Mas, não foi. Não é isso.
Ceribelli: Você não ficou mais feliz depois da cirurgia?
Lea: Eu fiquei mais à vontade. É diferente. A felicidade não é não é um pênis, uma vagina que traz felicidade a ninguém.
Ceribelli: Me lembro da nossa entrevista, bem antes de você fazer a cirurgia, você dizia que não se sentia uma mulher completa sendo uma mulher no corpo de homem. Depois da cirurgia, hoje você já diz: eu sou uma mulher completa?
Lea : Não, não!
Ceribelli: Você hoje é 100% mulher?
Lea: Não. Eu nunca vou ser cem por 100% mulher.
Ceribelli: Você continua com o seu lado masculino?
Lea: Eu continuo.eu tenho minha parte masculina. Eu calço 42. Eu tenho uma mão enorme, eu tenho o ombro largo. Eu tenho umas coisas masculinas no corpo.        
Ceribelli: Mas você não via antes da cirurgia. Por que você falava: não, eu sou uma mulher num corpo de homem?
Lea: Eu queria reprimir, eu reprimia muito. Quando, do momento que eu fiz a minha cirurgia e que eu fiquei um mês deitada na cama, eu entendi que isso tudo é uma bobeira.
Ceribelli: e quando você se olhou no espelho e não era o mesmo corpo?
Lea: Era o mesmo corpo. Mudou só um detalhe.
Ceribelli: Lea, você é mais mulher ou mais homem?
Lea: Eu sou eu. Eu diria que eu sou eu.
Lea sabe que, mesmo depois de operada, o preconceito ainda não vai parar. Mas se sente preparada pra isso.
Lea: Vai ter sempre a pessoa que vai te jogar na cara que você é homem. Ou que vê você andando na rua e fala que você é um homem. E depois que você sofre de uma cirurgia dessas, se você não tiver pronta, se você não tiver...é como uma facada no coração.
Ceribelli- E os homens hoje? Eles já te vêem como uma mulher?
Lea: Depende. Depende do momento.  Pra o que eles querem. Em relação a uma relação sexual, ai você é uma mulher.  Mas em relação a ter uma historia com você, ai você é uma transexual. Você é um homem.
Ceribelli:Mas dá pra mentir?
Lea: No meu caso absolutamente não. Todo mundo sabe, mas para uma transexual. Eu conheço algumas que são casadas há anos e o marido nunca soube.
Ceribelli- O medo que muitas transexuais têm é de perder o prazer na relação sexual depois da cirurgia. Este era um medo seu?
Lea: Eu estava tão focada em fazer esta cirurgia que eu nem pensava nisso.
Ceribelli: Afetou o prazer sexual?
Lea: Não. É a coisa que eu fiquei mais impressionada. É a coisa que mais me chocou. Realmente eu não acreditava.
Com senso de humor, Lea conta que ainda está aprendendo alguns "detalhes" da rotina de vida de uma mulher. Ir a um banheiro público por exemplo.
Lea: Eu tinha medo de não conseguir segurar com a perna pra não encostar no vaso.Todas conseguem e eu vou conseguir. Eu vou agachar. Não deu outra. Eu cai. Sujou o vestido todo. Eu ficava impressionada que vocês conseguem fazer xixi agachada com salto.
Novos desejos também estão surgindo na vida de Lea.
Ceribelli: Você quer ser mãe?
Lea: Eu gostaria. Eu acho que é uma das coisas que eu posso te dizer que eu notei em mim, que é feminino. Muito feminino. Que é esta coisa da maternidade. Dessa coisa de querer ser mãe. Talvez muito mais que ter um príncipe encantado. Acho muito mais importante.
Ceribelli- Se você fosse adotar hoje você adotaria um homem ou uma mulher?
Lea: Indiferente.
Toninho Cerezo apóia escolha de Lea T e dá conselhos à filha
“A Lea é minha terceira filha, né. Estou contente. Vejo as coisas com naturalidade. No momento, quando explodiu tudo foi um alvoroço. Porque, queiram ou não, a Lea levantou uma bandeira. Levantou uma bandeira e, você sabe, o Cerezo é um jogador, vive num ambiente de machões”, comenta Cerezo.
Ele conta como reagiu quando soube que a filha faria a operação de mudança de sexo: “Quando eu fiquei sabendo e me falaram, eu acho até que a própria família ficou surpresa com a minha reação, porque, além de tudo, é minha filha e eu quero mais é que todos possam ser felizes, porque eu sou um cara muito feliz”.      
No final da entrevista, Toninho Cerezo deu um conselho para Lea.
“É mocinha, só tenha cuidado você é uma mulher inteligente. Você é uma modelo, imagina, você é uma modelo que desfila em Paris. Olha a sua importância e a sua importância para várias, várias e várias mulheres e pessoas que se sentem acuadas, que se sentem com vontade de explodir ou procurar essa felicidade que você está procurando e não têm coragem. Você que vive as dificuldades de fazer uma cirurgia como você fez, de lutar nesse mundo cheio de preconceitos. E saber que, realmente, você vai encontrar muita gente que vai pisar no seu pé, vai pisar no seu calo, mas você pode passar por cima. Com uma, duas, três palavras de doçura você vai superar tudo”.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Brasil comemora Dia de Visibilidade das Travestis Atividades alusivas à igualdade e aos direitos serão realizadas por todo o país

O Dia de Visibilidade das Travestis surgiu de uma campanha, em 2004, criada pelo Ministério da Saúde em parceria com o movimento brasileiro de travestis. Foi um passo no reconhecimento dos direitos dessas cidadãs. A inclusão social contribui para a redução das situações de vulnerabilidade e aproxima esse público da Saúde. A data será lembrada pelo governo federal por meio de evento promovido pelo Ministério da Saúde, em parceria com as Secretarias de Saúde do Estado e Município de São Paulo, na sexta-feira (28/01), no espaço cultural Casa das Rosas, em São Paulo.
Por meio da divulgação do resultado do concurso literário Vidas em Crônica – travestis, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais pretende conscientizar a sociedade sobre o reconhecimento dos direitos dessas cidadãs. A iniciativa permite a elas contar a própria história para a sociedade. O objetivo é dar visibilidade às dificuldades e à superação dessas pessoas, além de conscientizar sobre a importância de enfrentar a transfobia. Nesse sentido, os relatos servirão de subsídio para os gestores pensarem em políticas públicas mais eficazes para elas.
A luta contra violência e pela dignidade está em vias de completar duas décadas. Além do evento na capital paulista, o dia será marcado por manifestações em todo Brasil. Confira o cronograma:
AC – Rio Branco – 30/01 – Movimentos sociais e governo farão o ato “Olhe, olhe de novo, e Veja além do Preconceito”, em comemoração ao dia 29 de janeiro, com leitura do manifesto alusivo a data, distribuição de material informativo, e a exibição do documentário da oficina de construção da campanha “Sou Travesti, Tenho direito de ser quem eu Sou”, realizada pelo Ministério da Saúde e o movimento social de Travestis e Transexuais do Brasil. A ação será às 17h, no calçadão do Mercado Novo.
AL – Maceió – 28/01 – Seminário do Dia da Visibilidade de Travestis em Alagoas, às 9h, no auditório da Superintendência de Direitos Humanos de Alagoas (antigo Hotel Beiriz). Na programação, mesa redonda com a participação da Secretária de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Kátia Born, o Gerente da Diversidade Sexual de Alagoas, Rafael Gomes, a Coordenadora de Travestis e Transexuais de Alagoas, Jade Soares, e a Fundadora do Movimento de Travestis de Alagoas, Fabíola Silva.
BA – Salvador – 28/01 – manifestação em celebração do Dia Nacional de Visibilidade de Travestis e Transexuais. Local: Praça da Sé, ao lado da fonte luminosa, às 15hs.
CE – Fortaleza – 29/01 – a Prefeitura de Fortaleza realizará e apoiará atividades alusivas ao Dia Municipal da Visibilidade de Travestis e Transexuais. Coordenadoria de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual: Tel.: (85) 3452-2349 / 3452-2345
DF – Brasília – 28/01 – Grupo Elos LGBT-DF & ANAV-Trans realizam o 3º Seminário da Visibilidade de Travestis e Transexuais do Distrito Federal e Entorno, às 19h, no auditório da CUT-DF. Mais informações: www.eloslgbt.org.br | www.anavtrans.blogspot.com
ES – Vitória – 28/01 – O movimento LGBT de Vitória vai realizar ato público para chamar a atenção do secretário estadual de Segurança, Henrique Geaquinto Herkenhoff, para pedir medidas contra a homofobia no Espírito Santo. O ato “Travestis: Pelo Direito de Existir! Cidadania Já!” tem concentração marcada às 13h30, enfrente a Secretaria Estadual de Segurança Pública.
MG – Belo Horizonte – 29/01 – Núcleo de Direitos Humanos LGBT/UFMG, junto à Anyky do CELLOS/TRANS, vai levar para as áreas visitadas de campo a importância da data da visibilidade Trans na região da Pampulha, Pedro II, Av. Afonso Pena e Santos Dumont, no Centro de Belo Horizonte, onde as trans profissionais do sexo trabalham. Também será montando um blog das Trans BH e realizado um ciclo de debate com Anyky do CELLOS e Grupo Solidariedade/MG.
31/01 – Haverá vídeos, depoimentos e debates sobre o tema Direitos Humanos e Cidadania Trans: Acessando Políticas Públicas. Será às 18h, no auditório do Conselho Regional de Psicologia. Rua Timbiras, 1532, 6o. Andar, Lourdes, BH, MG
MG – Contagem – 29/01 – Para celebrar o Dia Nacional da Visibilidade Travesti e Transexual, o Movimento Organizado de Combate à Homofobia (MOOCAH) realizará um ato público na Praça do Iria Diniz, das 9h às 19h. O intuito é mostrar para população que Contagem tem travestis e transexuais e que são necessárias a inclusão e a ampliação dos direitos dessas pessoas para que exerçam com dignidade sua cidadania. Durante o ato, militantes do Movimento LGBT irão realizar pesquisas e abordagens com entrega de preservativos visando a informação e prevenção das DST e aids.
MG – Uberlândia – 28/01 – A comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais de Uberlândia e região vai promover diversas atividades com distribuição de folhetos informativos e preservativos para a população geral. Os participantes e coordenadores vão realizar manifestação no Terminal Central, das 13h às 19h. A Triângulo Trans coordena as atividades.
MS – Campo Grande – 29/01 – Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul (ATMS) e Comitê Estadual de Sub-registro realizam, das 13h às 18h, o Transcidadania. Serão oferecidos serviços de documentação básica (RG, CPF e Carteira de Trabalho) e orientação jurídica aos LGBT, feita por Defensores Públicos.
Local: Casa de Assistência Social e da Cidadania. Rua: Marechal Rondon,713 – Centro. Informações: (67) 3324-0763 (Leonardo ou Tete).

PA – Belém – 28/01 – Ato público, às 9h, em frente à Secretaria de Estado de Segurança Pública, com o tema “Segurança é um direito de todos, inclusive delas”. Os organizadores pretendem colocar 80 pessoas vestidas de preto segurando cruzes para representar o número de travestis mortas em 2010, segundo relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB).
29/01 – O CRP10  realizará a palestra, seguida de debate, “Transgeneridade: Contribuições da Psicologia”, com a psicóloga Daniela Murta Amaral, mestre em Saúde Coletiva do Instituto de Medicina Social da UERJ, doutoranda e pesquisadora da transexual idade. O evento será às 9h no Conselho Regional de Psicologia (10ªRegião), Av. Generalíssimo Deodoro, 511, Belém/PA.
30/01 – A militância se reúne a partir das 8h30, na Praça da República. A realização é do Instituto ELOS em parceria com o site Pará Diversidade e a Coordenação Municipal de DST/AIDS e HIV de Belém. Entidades interessadas em participar devem mandar um e-mail para cezarnogueira@hotmail.com até a noite da próxima quinta-feira, 27.
PR – Curitiba – 29/01 –: Transgrupo Marcela Prado fará ações de visibilidade, prevenção e manifesto contra violência às pessoas trans, com uma tenda expositora no centro da cidade. Haverá com cartazes, momentos de manifestação com textos, palavras de ordem em pedido de segurança para todas (os), e dramatização cenográfica.
PR – Foz do Iguaçu – 24 a 28/01 – O Núcleo de Referência LGBT realizará a II Semana da Visibilidade Trans. Serão visitadas as unidades básicas de saúde para divulgação da campanha do Ministério da Saúde  “Olhe, olhe de novo e veja além do preconceito”. O objetivo é sensibilizar os trabalhadores da área da saúde sobre a importância de um atendimento humanizado para travestis e transexuais, quando elas procurarem atendimento médico, inclusive chamando-as pelo seu nome social ao invés do seu nome civil. O Núcleo de referência LGBT também realizará uma atividade na praça do metrô, no dia 28/01, das 14h às 17h, com propostas de sensibilizar a população da importância de se respeitar a identidade de gênero. Mais informações: (45) 3521-1847 / 9143-0047 / 9915-9397 (Samyra). samyratrans@hotmail.com
PI –Teresina – 27/01 – ATRAPI irá comemorar o Dia Nacional do Orgulho de Travestis e Transexual das 8h às 16h, na Praça da Liberdade (conhecida como Praça de São Benedito). Tema: Sou Travestis, Sou Cidadã. Contato: Monique Alves – (86) 8806-6434.
RN – Natal – 28 e 29/01 – Associação das Travestis Reencontrando a Vida (ATREVIDA/RN), vai realizar, dia 28/01, solenidade em prol do Dia Municipal de Visibilidade Trans, na Câmara dos Vereadores de Natal. No dia 29/01, na Praia do Meio, haverá apresentações a partir das 14h.
RS – Porto Alegre – 29/01 – A Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul (Igualdade RS), com o apoio das secretarias municipais de Saúde e de Direitos Humanos e Segurança Urbana - SMDH, de Porto Alegre, fará intervenção junto ao público, com montagem de tenda no Parque da Redenção, exposição de banners e distribuição de materiais da campanha “Sou Travesti, tenho direito de ser quem eu sou” e do folder “Tenho Direito”, bem como de esclarecimentos à população sobre o combate à transfobia, homofobia e prevenção de DST/aids.
RJ – Cabo Frio – 27/01 – Grupo Iguais de Conscientização contra o Preconceito e Inclusão Social fará sessão do Cine Pipoca com Diversidade, às 20h, com o tema “Travesti, Entenda!”, seguido de debate. Local: Casa dos 500 anos de Cultura de Cabo Frio
RJ – Cabo Frio – 27/01 – Para comemora o Dia Nacional da Visibilidade Trans, o Grupo Cabo Free exibirá, na Praia do Forte, às 19h30, uma reportagem especial sobre crianças trans produzida pelo Programa “Meu eu Secreto” da Rede ABC americana, apresentado por Barbara Walters. A matéria revela em entrevistas com crianças transgêneros e seus pais, a difícil realidade de quem vive aprisionada em um corpo que não condiz com a sua verdadeira sexualidade. Três famílias abrem corações, casas e vidas para ajudar as pessoas a entenderem o universo Trans. Após a exibição da reportagem haverá uma roda de conversa sobre o tema com a participação de militantes, médicos e jornalistas. Local: Gayosque Bambu, Praia do Forte – Cabo Frio/RJ.
RJ – Rio de Janeiro – 28/01 – O Programa Rio sem Homofobia lançará materiais informativos sobre os direitos civis de travestis e transexuais, que circularão pela web, bares e locais de convivência deste público e também por delegacias, postos de saúde, escolas e outros órgãos.
RO – Porto Velho – 29/01 – O Grupo Beija-Flor de Vilhena vai lançar a Campanha Nacional “Olhe, olhe de novo e veja além do preconceito” com apresentação cultural, colocação de banners em 16 unidades de saúde sobre os direitos da população trans.
RR – Boa Vista – 28/01 – Grupo Diversidade fará o 1º Colóquio de Atendimento, Defesa e Responsabilização nos Crimes de Violação Homofóbicas. O evento que será realizado no auditório do SESC Roraima, a partir das 8h, tem programação durante todo dia. O objetivo é reunir autoridades locais, travestis e transexuais, além de toda comunidade LGBTT para um grande debate e discussão sobre políticas sociais, para fazer com que o crime contra as Trans deixe de ser invisível.
29/01 –Travestis e Transexuais irão para o semáforo em frente à Assembleia Legislativa do Estado de Roraima ou da Igreja Catedral, no centro da cidade de Boa Vista, às 16h30, para entregar panfletos informativos sobre Travestis e Transexuais e as respectivas profissões do setor, bem como a divulgação da norma que garante o uso do nome social em unidades de saúde. O tema da ação é “Travesti e Transexual Tem Profissão como Você”.

SC
– Florianópolis – 28/01 – ADEH Nostro Mundo lançará a campanha “Olhe, Olhe novamente e veja além do preconceito”. Trata-se do lançamento de material audiovisual e cartazes produzidos a partir do Projeto TRANSpondo Barreiras, utilizando o tema desenvolvido pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, para dar visibilidade ao segmento de Travestis. O evento será às 10h, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, Av. Henrique Fontes, nº 6100. Trindade, Florianópolis/SC.

SP – Piracicaba – 28/01 – E-jovem fará o lançamento web do vídeo “Porque o LGBT merece respeito”, que enfoca o respeito às travestis, e a campanha “Sou Travesti, tenho Direito de Ser Quem Sou + Respeito + Cidadania”, que produziu materiais (cartazes e folders) que serão distribuídos em todo o estado. A grande festa da campanha será dia também no dia 28/01, na boate Nove, com a presença da presidenta do E - jovem, Lohren Beauty, a partir das 23h59.
SP – Campinas – 29/01 – Será distribuído material na Praça Rui Barbosa e na Rua 13 de Maio. Também haverá apresentação, às 14h, do espetáculo de dança Stonewall, que conta com bailarinas travestis e relata a história de um romance trans.
SE – Aracaju – 29/01 – A ASTRA vai divulgar a Lei 183/2010 que garante o direito de identificação do nome social para Travestis e Transexuais em todos os órgãos da administração do município de Aracaju. A campanha terá cartazes, folder e banners. O material contém ainda recomendações para área da Saúde e Educação de como tratar travestis e transexuais respeitando os direitos dessas pessoas. A campanha será lançada no auditório do Teatro Lourival Batista.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Direito à Identidade: Viva seu nome !

O nome é um direito de tod@s. No Brasil, 29 de janeiro é o Dia da Visibilidade Trans.

 

Para celebrarmos o Dia Nacional da Visibilidade Trans, a Igualdade-RS, o grupo G8-Generalizando/SAJU – UFRGS e o NUPSEX/UFRGS promovem um mutirão de ações judiciais com o objetivo de conquistar um direito que não é assegurado para travestis e transexuais.Nessa data, será realizado um ato público em prol da legitimidade dos indivíduos viverem de acordo com o nome que se identificam, e serão entregues diversos processos de Retificação de Registro Civil no Foro Central da cidade de Porto Alegre. O evento servirá para colocar em debate a importância de que o Estado ofereça os recursos necessários para que a realização desse tipo de processo ocorra sem os custos, por vezes exorbitantes, e o desgaste excessivo que travestis e transexuais tem tido que arcar para teu seu nome reconhecido, pois hoje em dia isto só é possível ser feito por meio de processo judicial. Também servirá para chamar a atenção do Supremo Tribunal Federal e do Poder Legislativo para esse problema, pois desde 2010 que a ADIn 4275 tramita no STF, sem perspectiva de julgamento próximo, e temos vários projetos de Lei tramitando no Congresso Nacional, novos e antigos, sem a perspectiva de aprovação. Enquanto isso, o Brasil vai ficando para trás em relação a países como Espanha, Argentina e Uruguai, onde já é possível que travestis e transexuais possam alterar seus nomes diretamente em cartório, sem a necessidade de recorrer ao Judiciário. Finalmente, o G8-Generalizando, a Igualdade-RS e o NUPSEX se propõem, para além do dia 29 de janeiro, a continuar realizando o processo de troca de nome de maneira gratuita para a população de travestis e transexuais e debatendo o assunto em outras instâncias, marcando nosso desejo por uma sociedade sem preconceitos, na qual cada indivíduo tenha autonomia para realizar as escolhas de como viver sua própria vida. É através do nome que nós nos identificamos e legitimamos nossas vidas em sociedade. Somos recorrentemente remetidos a nossa identidade civil e é através dela que garantimos nosso acesso aos diversos ambientes e exercemos nossa cidadania.Ter um nome é segurança de pertencimento no mundo. No caso específico da população de travestis e transexuais, é da negação desse direito e da obrigatoriedade de usar um nome que não corresponde à nossa verdadeira identidade, que decorrem diversas outras formas de discriminação. Por isso, quando nós não nos encontramos representad@s pelo próprio nome e escolhemos viver através de outra designação, é essencial que o Estado reconheça seu direito à identidade, devido ao enorme constrangimento causado a quem é constantemente chamado por um nome com o qual não se identifica. Aqui fica nosso convite a tod@s para que vivam esse dia conosco, celebrando todos os nomes que amamos e que nos fazem ser quem somos!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Meu filho é gay. O que fazer?

Quando se descobre que o filho é gay, a primeira certeza que todos os pais devem buscar é a clareza de que homossexualidade é espontânea.
Não existe de forma alguma a opção ou escolha de ser gay e esse conceito é bastante errado. Os filhos não escolhem serem gays e não existem elementos externos suficientes que possam nos influenciar a tomar esse tipo de decisão. Não se decide ser gay. Decide-se se assumir ou não.
Não nos tornamos gays se convivemos com gays, mas andamos com gays porque em alguma medida nos identificamos. O que não quer dizer, de forma alguma que, se o seu filho anda com alguns amigos gays, ele seja. A juventude de hoje está cada vez mais disponível à diversidade e esse conceito é bastante louvável. Evoluído, melhor dizendo.
No momento que o filho se assume gay ou os pais descobrem a real sexualidade do filho, o mais importante é batalhar pela absorção desses conceitos, novos conceitos. Em paralelo, é fundamental entender que não existe culpa dos pais pois não existe uma fórmula de educação, trato ou comportamento durante o processo de vida e socialização que levem o filho a se tornar gay. Não existe o “tornar-se gay”. Existe o revelar, se encontrar ou se aceitar.
Muitos pais de filhos gays ficam horrorizados quando a verdade vem à tona. Alguns sugerem que o filho “seja gay mas não se relacione com nenhum outro homem” – a exemplo do meu pai no começo. Outros ameaçam, rejeitam e ao mesmo tempo se punem com o velho pensamento: “Aonde foi que eu errei?”. Outros pais buscam pesquisas e estudos a respeito enquanto as mães vivem entristecidas, deprimidas, procurando por uma luz emocional que não vem. Esperam uma luz de fora, mas a luz – na realidade – virá de dentro. E claro que hoje há aqueles pais que absorvem essa realidade de maneira mais digna com todos os envolvidos, incluindo eles mesmos.
A melhor dica para os pais de filhos gays é que peguem todos valores e tentem se desprender do que a sociedade diz ou do que o próximo pode dizer. O fundamental, nesse processo de aceitação e clareza entre filhos gays e seus pais, é rever os próprios valores.
Lembra da piada que fizeram sobre gays outro dia? Pois é, esse hábito pode continuar mas precisa mudar de sentido. Lembra do filho do amigo que se falava “pelas costas”? Olha aí mais um hábito para se mudar!
Lembra que pais idealizam nos filhos seus sonhos e expectativas? As idealizações podem continuar mas não será exatamente do jeito que se espera. Aliás, quando é exatamente como se espera? Eis um ponto importante: sabemos que os filhos esperam bastante dos pais e essa necessidade é até bem clara na relação familiar. Já os pais também esperam algo dos filhos, não é verdade?
Bem ou mal, certo ou errado, os pais também são “vítimas” de uma sociedade historicamente heterossexualizada. Heterossexualidade é o que se chama de padrão, é o modelo dito como correto, da retidão religiosa, do machismo ou da tradição familiar. Mas no momento em que se descobre que o filho é gay, são essas reflexões que devem ser levantadas: “afinal de contas por que heterossexualidade é o correto?”. Não existe uma linha restritamente correta quando o assunto é sexualidade e quem disse que há, basta olhar para o mundo e, se não vê, está cego ou voltado para dentro.
A religião nos impõe doutrinas, regras firmes e quase absolutas e, nessa toada, diz que homossexualidade é pecado. A tradição familiar fala da questão dos descendentes, da importância de herdar valores de pais para filhos e seguir por uma linha de conduta. E quem disse que homossexualidade está a parte da conduta? A avó, a bisavó, o imaginário da tradição familiar?
Essa linha nada mais é do que o apego por regras e padrões. Regras e padrões duram para sempre?
Como seguir essa “linha” se, novamente, a homossexualidade é espontânea? Das duas uma: brigar e impor uma postura rígida (em vão) porque o filho pode até se submeter à força da tradição (ou de ameaças), assumir uma vida heterossexual, ter uma esposa e filhos, mas em sua essência – em sua intimidade – sempre vai morar o desejo pelo outro do mesmo sexo e você, pai e mãe, que impõem condições pela tradição terão que assumir pelo resto da vida (ou pelo tempo que o filho viver no padrão de conduta esperado) o egoísmo, a frieza e até a amargura por ter priorizado a ideia de que “filho meu não pode ser gay”. Priorizar os valores do ego desse jeito, com a intolerância, são coisas de pessoas cujos adjetivos não são dos melhores. Para vocês que são pais e pensam assim, sinto em dizer que aprenderão sobre a tolerância vivendo e sofrendo muito da intolerância. Esse caminho tende a armagurar. Mas quem sou eu para dizer como PAIS devem fazer?
Ou, como segunda opção (e isso sim é uma escolha), romper com a rigidez da tradição. As vezes nem se pensa ou se entende de onde vem a tradição familiar. Por que se faz tanta questão com a tradição referenciada na sexualidade? Talvez nem você saiba direito a resposta e dizer “porque ter um filho bicha é inconcebível” é o mesmo que uma criança imperativa pedindo por bala!
Quebrar paradigmas, reatribuir valores na relação de pais e filhos e perceber que para a homossexualidade deve existir a tolerância – se o objetivo é que seu filho seja realizado – são as oportunidades que a vida traz a todos, pais e filhos, de viver sem fardas, hipocrisia e imaturidade. Porque poupar a si da realidade homossexual de filhos, sinto muito, não é amor. Querer que filhos sigam doutrinas e valores tradicionais não é amor. Cadê a tão comentada “compreensão” que exigimos, inclusive, de nossos próprios filhos no processo de educação?
(Pais viram crianças quando se descobre que o filho é gay, não é isso? Muitos viram! Porque a mim essa coisa de intolerância é deveras infantil!).
Devemos aceitar a espontaneidade das pessoas mesmo que essa espontaneidade seja diferente do rigor do que, para pais, lhes foram ensinado. Aliás, pais rigorosos seguem por regras da tradição por escolha, mas a escolha nem sempre quer dizer uma consciência da mesma. Lembrando que pessoas amadurecidas e capazes, hoje em dia, se desprendem de valores herdados com muito mais flexibilidade para a conquista dos próprios valores. Temos que ser cada vez mais capazes e mais adaptáveis. Não é isso que, inclusive, os pais esperam dos filhos?
“Capacidade de adaptação” – tão lógico e claro quando os pais se referem ao desenvolvimento profissional ou até mesmo humano dos filhos. Tão obscuro quando o assunto tange a homossexualidade. Tradição, no meu sincero ponto de vista, não pode ser o efeito de um muro, mas sim a base para que filhos se fortaleçam e vivam o hoje com segurança.
Naturalmente, os “bons filhos gays”, muito preocupados por essa “deficência social” buscam compensar de outras maneiras mesmo que inconscientemente. E os bons pais que se deparam com essa “deficência social”? Onde colocam suas virtudes nesse momento de aceitação?
Mais uma vez, queridos pais, a homossexualidade é espontânea e não se opta. Opção vocês têm de viver com o sofrimento ou com a plenitude de poder amar seus filhos sem barreiras. Pais normalmente mal entendem porque são intolerantes com a homossexualidade e, tal qual crianças, despejam autoritarismo em cima dos filhos quando o assunto é homossexualidade!
“Porque filho meu tem que ser macho”. “Porque não aceito um filho viado”. “Porque essa coisa de ser gay é falta de vergonha na cara!”. Estou para ver pais que lancem essas frases ao ar diante dos seus filhos gays e saibam explicar essas ideias de maneira clara como se espera de pais.

Minha filha é lésbica!

“Levei um susto! Foi uma total surpresa para mim, mas diferente da maioria, o que me veio à cabeça naquele momento foi imaginar o sofrimento da minha menina desde os 12 anos, idade em que se descobriu lésbica, antes disso, ela só sabia que era diferente”.
O depoimento é de Angela Moysés, mãe de Thaís, de 21 anos. A jovem assumiu ser lésbica aos 16 anos. Antes de saber o que estava acontecendo de fato, Angela observava um comportamento estranho da filha - sempre calada, chorando a toa e usando a desculpa que estava estressada pelo excesso de atividades, que na verdade se tratava de uma válvula de escape.
“Um dia, após chegarmos do cursinho, eu disse a ela que enquanto não me contasse qual era o problema não levantaríamos da mesa. E foi aí que ela me relatou que gostava de meninas e não de meninos”. Na mesma hora, a mãe fez a seguinte pergunta: "Filha, você tem idéia de que seu caminho será muito sofrido?" E ela respondeu: "mãe, se fosse opção você acha que teria escolhido o caminho mais difícil para viver?"
A partir daí, Angela começou a ler sobre o assunto, além de se preparar para falar com o seu marido e sua filha mais nova, Tatiana, que na época tinha 13 anos. Para a sua surpresa, ele encarou a situação normalmente. “Inclusive ele disse que iria entrar no mundo gay pela porta da frente, de mãos dadas com ela e que não era necessário continuar vivendo uma vida dupla. Nós queríamos conhecer as pessoas com quem ela estava andando, e assim foi. Sabíamos que essa nossa postura traria problemas - já sofremos com o preconceito - mas enfrentamos tudo juntos”.
Angela passou a convidar amigos gays e lésbicas da filha para a sua casa e percebeu que grande parte deles tinha histórias tristes para contar. Certo dia, a filha trouxe uma cartilha do Grupo de Pais de Homossexuais (GPH), ONG que promove reuniões presenciais ou virtuais e conta com o apoio de psicólogos. Edith Modesto, a fundadora do grupo, compilou alguns depoimentos e os reuniu no livro "Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais", lançado este mês.
“Foi um grande passo participar da ONG. Queria mostrar a eles que é possível sim ter um filho ou filha homossexual e ser feliz. É extremamente gratificante, principalmente quando conseguimos ajudar um pouquinho aquela mãe que está um farrapo, destroçada, e que passa a enxergar uma luz no fim do túnel!”, diz.
Sobre a falta de leis que reconheça a união de homossexuais Angela é enfática: “Eles trabalham, pagam impostos, vivem toda uma vida juntos e na hora que um deles morre, não há direito a pensão e nem a herança. Isso é injusto. Temos que reconhecer de direito o que já existe de fato!
 

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