Este Blog foi escrito para o Público LGBT de todas as idades que estão a pensar em assumir-se. Nós sabemos que tomar a decisão de se assumir pode ser assustadora e desgastante. É por estas razões e devido ao nosso trabalho na área de homossexuais que fizemos este Blog. Acreditamos que informação útil e as experiências de outras pessoas em assumirem-se podem preparar-te para algumas das consequências que podem resultar de te assumires perante a família e amigos. Blog que reúne as principais notícias sobre o público Gls Glbt Lgbt (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Tem por objetivo manter tal comunidade informada, para que usufruam de seus direitos, comemorem suas conquistas e lutem pela diminuição do preconceito. Deixe seu recado, mande suas fotos e videos poste no nosso blog Faça parte você também Participem deste blog, Mail sociedadelgbt@hotmail.com

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Homem de saia, salto alto, batom e lingerie

CROSSDRESSERS: Heterossexuais que sentem prazer ao se vestir de mulher

Desde a infância, Roberto preferia estar no grupo das meninas, e olhava mais para vitrines femininas. Quando jovem, usava roupas da mãe ou da irmã, em segredo.

“Você repara mais em coisas que só mulheres reparam”, afirma. Ele não é homossexual, mas sente prazer em se vestir como mulher. Roberto é um crossdresser (CD) e Vanessa está incorporada à sua personalidade.

O crossdressing é um tipo de travestismo considerado Distúrbio de Identidade de Gênero – quando a pessoa não se adequa ao seu gênero físico. Segundo a psicanalista Eliane Kogut, cujo tema da tese de doutorado foi o crossdressing masculino, ele é um distúrbio principalmente do ponto de vista cultural, pois vai contra costumes e tradições vigentes. Ela acredita que, futuramente, o crossdressing deve ser visto de outra forma, como a homossexualidade, que deixou de ser considerada um distúrbio em 1974.

Segundo Roberto/Vanessa, o que os CDs sentem é a necessidade de vivenciar o sexo feminino. “Queremos nos vestir e nos portar como uma mulher. É assim como uma necessidade que se tem de fumar ou beber”, conta. Eliane concorda e diz que não se trata de uma escolha. “Se eles não se vestirem, a angústia vai a níveis muito elevados. É como uma droga, porque existe uma espécie de fissura”. Essa angústia oscila entre a vontade incontrolável de se vestir de mulher e a negação total do ato.

Os CDs normalmente começam a se travestir ainda na infância, antes da chegada da puberdade. Segundo a pesquisa de Eliane, a maioria começa entre quatro e seis anos de idade. Não há comprovação de que haja alguma relação com a carga genética, porém, acredita-se que o fator biológico e o cultural se complementam na formação de um crossdresser. “A influência cultural pode vir de uma mãe apagada, um pai mais agressivo, ou mais ausente, que seja alguém com quem o filho não queria se identificar”, explica a psicanalista.
Caricaturas de mulher
Eliane ressalta ainda que há grandes diferenças entre os travestis ‘normais’ e os CDs. Os travestis são homens com características femininas adquiridas por meio de hormônios ou plásticas, que agem e se vestem como uma mulher, e geralmente são homossexuais. “O CD é um travesti diferente, que tem a vida masculina estruturada também”, explica. A imagem que se tem dos travestis está muito associada à marginalidade. Os CDs são, na maioria, pessoas bem sucedidas, que trabalham e levam vidas relativamente normais.

Segundo Vanessa, eles não têm a pretensão de se tornarem mulheres perfeitas. “As mulheres já nascem prontas. Nós passamos por todo um aprendizado e chegamos a uma caricatura do que é uma mulher”. Muitos CDs, que são heterossexuais em sua maioria, brincam que gostam tanto de mulheres que resolveram tornar-se uma.

Se o CD é solteiro, pode formar seu guarda-roupa feminino com mais liberdade. Já quando é casado, contar para a esposa é um passo difícil. Muitas vezes, essa condição não é aceita pela mulher, o que pode inclusive acabar com relacionamentos. No entanto, muitas apóiam e, às vezes, até participam.

Vanessa foi casada por 20 anos, e sua esposa não aceitava a situação. Seus dois filhos não sabem que o pai é CD. “Eu viajava muito, aí levava as roupas e me satisfazia escondido”. Vanessa, no entanto, acredita que o principal não é a aceitação dos outros, mas a própria. “Várias vezes eu tentei negar isso. Mas até você descobrir quais são seus limites, é um caminho dolorido”, diz. Quando ainda não sabia o que era o crossdressing, achava que era homossexual. “Eu sabia que a sociedade não aceitaria, eu não queria ser gay! E, ao mesmo tempo, eu nunca me senti atraído por menino nenhum”, lembra.

Eliane diz que eles pensam que são aberrações até descobrirem que existem pessoas com o mesmo problema. A facilidade de encontrar informações na internet e organizações como o Brazilian Crossdresser Club (BCC) ajudam muito. O BCC realiza eventos para que os CDs possam conviver socialmente e aproveitem momentos de encontro para ficarem ‘montados’ (vestidos de mulher). Compartilhar as experiências com pessoas que passam por situações semelhantes é muito importante para eles, segundo Eliane.

Marido, pai e crossdresser
Atualmente, Vanessa diz que só se relacionaria com uma mulher que aceitasse e tivesse pleno conhecimento do crossdressing. “De que adianta amar uma pessoa, mas não compartilhar com ela minha totalidade? Não quero mais esconder, já chega o que escondo no trabalho e da família”, afirma. Como mora sozinha, Vanessa tem mais liberdade para guardar suas peças femininas. “Tenho um guarda roupa que qualquer mulher teria, e há muito tempo que só uso lingerie feminina”, revela.

Para os que têm a cumplicidade da esposa, fica mais fácil assumir o crossdressing. Reinaldo é casado, tem filhos e parte de sua família conhece seu outro lado. No escritório em que trabalha, onde também é o chefe, não esconde Kelly de seus funcionários. “Eu consegui transmitir para eles que o Reinaldo é o que é, um bom profissional, e é isso que importa”. Mas, quando está montado e encontra algum conhecido, a desculpa é sempre algo do tipo ‘perdi uma aposta, por isso estou assim’. O anonimato, segundo ele, é o ‘grande barato’ do crossdressing. Vanessa concorda: “Seu vizinho ou alguém da sua família pode ser um CD, e você, talvez, nunca saiba disso”.

Carlos/Patrícia é hétero convicto e nunca teve dúvidas sobre sua sexualidade. “Mulher põe roupa de homem e ninguém liga. Mas se um homem põe uma sandália, uma saia, é gay. Não posso fazer isso e continuar a ser heterossexual?”, questiona. No entanto, ele admite que o crossdressing não é considerado “normal” na sociedade, e respeita a visão de quem não entende. Ele acredita que por ter desenvolvido mais seu lado feminino consegue também entender melhor as mulheres. “Vou comprar roupa no shopping junto com a namorada, a gente dá opinião um pro outro, é uma relação diferente”, explica. Rafaela, sua namorada, completa: “É como se fosse a sua melhor amiga, mas é seu namorado ao mesmo tempo”.

Crossdressing não é fetiche
Segundo a tese de Eliane, uma parte dos CDs é bissexual e outra é heterossexual. Ela não conheceu, durante toda a pesquisa, um crossdresser que fosse homossexual. Quanto ao erotismo, que é aquilo que provoca e mantém a excitação, eles não se enquadram em nenhuma dessas opções. Para um homem homossexual, por exemplo, o objeto de desejo é outro homem. Para o heterossexual, é o sexo oposto. Mas, para os CDs, apesar de terem relações com os dois gêneros, o erotismo não está voltado para a outra pessoa, e sim para a própria figura feminina que eles constroem.

Essa figura não é uma personagem, porque não se trata de uma atuação. “São eles próprios”, diz Eliane. E também não é apenas um fetiche porque, no caso dos fetichistas, a relação com o vestuário feminino não está associada ao transtorno de gênero. É apenas um desvio do objeto de desejo sexual para peças específicas, como calcinhas ou sapatos de salto alto. “Esses que têm apenas o fetiche de botar uma calcinha e aparecer no Orkut ou numa webcam não são CDs de verdade”, explica Vanessa.

A grande diferença, de acordo com Eliane, é que os CDs têm alguns componentes femininos na personalidade. Mas a mulher que eles acreditam ser é criada do ponto de vista masculino, a partir do que eles acham que a mulher é e pensa. “As mulheres não sentem prazer em balançar os cabelos, com o ‘toc toc’ dos tamancos, ou em vestir uma meia calça, por exemplo. Mas, para eles, o prazer de ser mulher é vestir a roupa e balançar os cabelos”, exemplifica a psicanalista.

"Higiene Intima para sexo Anal"

Penetração anal... "Truques"!
Este post é para dar algumas dicas para a facilitação da penetração anal, sendo a informação válida tanto para homens como para mulheres. Lembro-me de na altura em que contei a algumas amigas minhas que era homossexual, elas terem de imediato feito perguntas acerca da penetração anal, da qual elas tinham algumas dúvidas e receios... Começo por dar o ponto crítico para a facilitacção de uma penetração anal: descontração e relaxamento, são a chave principal para que tudo corra bem. No entanto, e de modo a facilitar a penetração que por vezes poderá provocar alguma dor, temos alguns artigos que nos podem ajudar. Para além dos conhecidos e tradicionais lubrificantes, existem outros com (um ligeiro) efeito analgésico, como por exemplo o viscogel, a xilocaína e a lidocaína, à venda nas farmácias. Depois temos ainda a possibilidade de fazer um enema (termo científico), ou em inglês "Shower Shot", mostrado na figura. watersport2.jpg

Este aparelho, utilizado por questões de higiene (pois limpa o anus, evitando situações desagradáveis na penetração) deve ser usado hora e meia sensivelmente antes da penetração e consiste em ligar o tubo a uma torneira, colocando a outra extremidade do tubo no anus (com ou sem difusor). A água a usar deve ser morna, devido a ser a temperatura mais ajustada ao nosso organismo e portanto não provocará choque térmico, e também porque a água morna facilita o relaxamento dos músculos e a dilatação. O difusor, mostrado na figura em forma de pénis possibilita uma melhor e mais eficaz lavagem do canal, e pode também em simultâneo provocar prazer... Este aparelho não pode ser adquirido nas farmácias, mas talvez não seja difícil ser encontrado numa qualquer sex shop.

Dicas para crossdresser

O primeiro deles é nunca seja masculino. Uma Cdzinha depois de montada deve agir, falar e pensar como menina. Use roupas bem delicadas com babados, enfeitinhos, colares, brincos, e lingeries sexy. Se você não pode depilar o corpo inteiro então use roupas que tampem os pelos, por exemplo um vestido longo para tampar os pelos das pernas, e se usar uma saia curta coloque uma meia calça, na parte de cima coloque uma blusinha com manga assim esconde os braços masculinos. Se não tiver coragem de ir numa loja feminina para comprar roupas, vá em Supermercados grandes,
eles sempre tem o setor feminino onde você pode escolher a vontade as roupas e nenhuma vendedora
vai ficar te incomodando.

  1. MAQUIAGEM:
    1 - Remova o excesso de pelos faciais. Para garantir que a maquiagem seja facilmente aplicada, é importante remover todo o pelo facial antes de aplicar a maquiagem de crossdresser. Use uma lâmina de barbear para raspá-los. Fazer isso algumas horas antes de começar a aplicar sua maquiagem irá reduzir a probabilidade de uma potencial irritação da pele.
  2. 2 - Limpe, tonifique e hidrate o rosto. Uma vez que você tenha removido os pelos faciais, é importante limpar, tonificar e hidratar o rosto. O uso de um tônico é opcional. Deixe o hidratante ser absorvido pela sua pele, por pelo menos 10 minutos. Caso contrário, será difícil aplicar a base.
  3. 3 -Aplique a base, utilizando uma esponja, pincel de maquiagem ou a ponta dos seus dedos. Escolha uma base que combine com a cor da sua pele. Caso contrário, você ficará com uma marca de base óbvia. Certifique-se de passar a base no pescoço. Depois que a base for aplicada, finalize com o pó.
  4. 4 - Dê forma aos olhos. Dependendo do visual que deseja criar, você pode usar uma variedade de sombras diferentes. A maquiagem de crossdressing é um pouco mais sutil do que a de drag queen, então tome cuidado para não cometer excessos. Use uma sombra de tom médio para preencher a pálpebra. Aplique uma sombra em tom mais escuro no sulco da pálpebra, para criar a ilusão de um olho maior. Se desejar, pode aplicar um iluminador no osso da sobrancelha. Visuais noturnos podem ser feitos com cores mais ousadas.
  5. 5 - Termine a maquiagem dos olhos. Uma vez que tiver aplicado a sombra, é hora de delinear os olhos. Use delineador preto ou marrom para a linha dos olhos. O delineador preto é melhor para visuais noturnos, enquanto que o delineador marrom é melhor para os diurnos. Depois de ter delineado os olhos, use um modelador para ondular os cílios. Finalize com uma camada de rímel.
  6. 6 - Aplique batom e gloss. O batom ou gloss que você decidir usar vai depender se for de dia ou noite. Cores ousadas são mais adequadas para visuais noturnos, enquanto cores de aparência natural são melhores para o dia. Finalize os lábios com delineador de lábios e, em seguida, aplique seu batom ou gloss favorito.

Dicas crossdresser - acostumar com sexo anal

Use consolos finos e aos poucos vá aumentando o tamanho, mas antes de tudo, faça uma limpeza anal, no banho introduza a ponta da manguerinha do chuveiro no cuzinho deixe entrar um pouco de água, de preferencia que esteja morna, segure um pouco a água e solte tudo no vaso sanitario, repita mais algumas vezes até a agua sair limpinha. Pronto, agora que esta limpinha passe bastante lubrificante e comece introduzir seu brinquedinho, comece devagar e vá aumentando a velocidade aos poucos. A posição que gosto de usar meus brinquedinhos é com os joelhos no chão e sentando em cima do consolo, é uma delicia. Você tambem pode usar plugs anais como treinamento, introduza-o no seu cuzinho, coloque uma calcinha bem apertada para ajudar a segurar e fique com ele o dia inteiro, no começo vai ser incomodo, comece usando um plug durante alguns minutos, depois vai aumentando para horas até conseguir ficar o dia inteiro com ele e poder fazer suas coisas rotineiras sem tira-lo. Se não puder ou não quiser usa-lo direto,
use pelo menos um pouco todos os dias por alguns minutos, assim quando tranzar, sentirá só prazer.


Exercicios para ter um bumbum feminino

Se quiser tem um bumbum feminino vai algumas dicas de exercicios: O primeiro é ficar de 4, levante uma das pernas para trás no angulo de 90º, estique o joelho, em seguida flexione o joelho e volte o joelho no chão na posição de 4. Repita em 3 séries de 10 vezes cada, num total de 30 repetições com cada perna. O proximo é ficar deitada de lado, apoie a mão no rosto e o cotovelo no chão, deixe as pernas
uma em cima da outra com o joelho levemente flexionado, agora com o corpo deitado de lado, começe a levantar pra cima e pra baixo um das pernas em 3 séries de 10 repetições.
O terceiro exercicio é ainda deitada de lado, puxe o joelho até o torax e volte a perna, 3 séries de 10 repetições. O quarto exercicio é agachamento, em pé com os pés paralelos, mãos atrás da nuca e agache até o angulo de 90º nos joelhos
e suba de volta.
Cada um desses exercicios pode ser feito em 3 séries de 10 repetições cada ou 2 séries de 15 repetições cada.

Dicas crossdresser - como esconder o pênis

Mantenha os testículos dentro da cavidade abdominal e puxe o pênis para trás, firmando-o sobre os testículos já acomodados.
jeite as bordas do saco, segure firme todo o conjunto e pressione as coxas uma contra a outra.

Puxe a calcinha para cima e ajuste-a no lugar, a partir do meio das pernas e ajeite todo o conjunto para trás, no sentido cintura-nádegas. Se achar que não está suficientemente firme, basta usar uma segunda calcinha por cima da primeira.

como mostra figura abaixo:




outro metodo é como mostra as figuras abaixo, vc esconde os testiculos na cavidade abdominal, puxe bem o pênis e junte as laterais do saco colando com uma cola instantanea, só deixe a pontinha do pênis para fora assim vc poderá urinar normalmente sentada, pode ser um pouco dolorido no começo, mas o resultado vale a pena.









Homens de calcinha

Homens de calcinha e homens que gostam de vê-los são mais comuns do que se imagina - sem que isso signifique abrir mão da masculinidade

Era tarde de um sábado ensolarado quando Felipe Júnior (nome fictício), 29 anos, saiu de casa para um encontro sexual. Ele tinha um perfil ousado em um site de paquera e, dias antes, havia recebido uma mensagem do usuário Gustavo. Estava curioso - afinal, Gustavo se dizia hétero. Trocaram MSN e marcaram, mas não sem antes Gustavo fazer um "pedido exótico". Era a primeira vez que pediam aquilo a Felipe, mas ele atendeu. Por isso, a camiseta e o jeans escondiam um bumbum recém-depilado - e uma calcinha branca bem cavada, que ele havia "tomado emprestado" da irmã...

Calcinhas para todo mundo
Achou estranho? Pois homem de calcinha é um fetiche bem mais freqüente do que pensamos. Ocorre entre pessoas de todas as orientações sexuais, e há vários "níveis" de elaboração: enquanto, para alguns, só a calcinha basta, outros "turbinam" o look com sutiãs, meias-calças, camisolas e até com saias, blusinhas ou maquiagem (crossdresser).

Felipe conta que, depois da experiência, outros rapazes pediram a mesma coisa. Gustavo se identificava como hétero, daqueles "liberais" - mas nosso aventureiro também usou lingerie para um bissexual, três gays e, depois, para outro hétero. Também houve evolução no vestuário. Depois da calcinha branca roubada, que ele já devolveu, permitiu-se usar baby-doll, sutiã e até desfilar de meia-calça num sex club.

Hoje, o moço mantém uma pequena coleção de quatro calcinhas, uma das quais comprou com a consultoria de um amigo. Três, ele adquiriu de uma amiga que vende lingerie. Aliás, uma amiga que já ornamentou o próprio namorado com uma de suas peças.

Destacar as orientações sexuais e os tipos de relacionamento é importante para tentar responder as primeiras perguntas que vêm à cabeça: seriam esses homens travestis, transexuais, crossdressers (CDs)? Querem "virar mulher"? E os que pedem para usar, seriam enrustidos, com problemas em admitir que curtem outro cara? A resposta para todas elas é "não necessariamente!"

Homens de calcinhaPrimeiras calcinhas
O sociólogo Nando Tavares, 38 anos, é adepto das calcinhas: "Tive um namorado com quem fiquei oito anos. Ele era bi. Uma vez, pediu para eu usar. Na época, eu fazia análise lacaniana e estava tratando da minha relação com o feminino. Estava num ponto que descobri que podia brincar com essas categorias".

Tavares usa as calcinhas tanto para os parceiros quanto para si: "Eu curto usar, tanto que, às vezes, visto para trabalhar. Uso mesmo sem previsão de encontro". Para o sociólogo, trata-se de "uma categoria que está um passo antes da crossdresser".

Se for assim, Riccardo Navalha, 35, logo dará o próximo passo. Navalha ainda não usou calcinha, mas se exibe com meias 7/8 na internet, via webcam: "Estou num estágio evolutivo. Futuramente, quero virar Crossdresser, mas vai ser aquela coisa esporádica de balada. Quero ter a sensação de seduzir um homem como se fosse mulher".

Felipe Júnior, porém, discorda da comparação com as cdzinhas, pois a história dele é outra: "Eu, por mim mesmo, não curto usar calcinha. Para eu curtir, ela tem de estar num contexto - no caso, a submissão. É aí que vem o tesão, porque estou usando pro cara como uma forma de submissão, da mesma maneira que ser xingado, levar uns tapinhas na transa. Fora dali, não uso, nem tenho vontade. Do mesmo modo, se um cara me xingar em outro contexto, leva voadora", brinca.

Jogo de calcinhas
Essa questão da dominação-submissão foi uma das mais recorrentes nas entrevistas. O jornalista João Sampaio, 40, gay assumido, é um dos que curtem ver um homem de calcinha: "Acho excitante. Destrói o mito de que calcinha é coisa de mulher. Há um mix de excitação, tesão e submissão que me deixa louco".

Ué, mas calcinha não é coisa de mulher? "Não existe coisa de mulher, a não ser a vagina - e mesmo esta pode ser fabricada. Os homens não usam por gosto ou pressão social. A submissão não está em mudar a imagem, mas em fazer algo que está na contramão da cultura. É uma forma de revolução", diz o jornalista.

Para o psicólogo e professor de filosofia Renato Z. Hoffmann, 29, o jogo de dominação-submissão de fato pode estar presente: "Se considerarmos apenas uma leitura clínica de interpretação do inconsciente, poderia afirmar que sim. Na fantasia, é manifesta toda a submissão: é prazerosa e sofrível, é humilhante e compensatória, apropria-se de todo um tabu do proibido em relação à prática assumida e em relação ao papel da mulher".

Calcinhas & Cia
Dominação e submissão também aparecem na história de Paulo Silveira, 34, outro gay assumido, que tem um relacionamento aberto de longa duração. Silveira adora efeminados e o namorado até já se vestiu de "panterinha" para ele: "Gosto da produção completa: calcinha, meia, baby-doll, vestidinho... E tem de gemer, falar fininho, ganhar nome, fazer cara de mulher, boquinha, batom... Se o cara for lisinho ou depilado, melhor".

Quando perguntado se isso não seria desejar uma mulher, Silveira, que é preferencialmente ativo, respondeu que, de certa forma, se trata de um "fetiche-tabu, porque mexe naquele estigma de haver um ativo másculo, que tem o papel de macho; e um passivo biba, que é a mulherzinha", mas que existe a "fantasia da ambigüidade. Não que você esteja penetrando uma mulher. Você está penetrando um homem que pode ser feminino. É diferente. Tem também o lance da estética. Fica bonita uma calcinha num homem. Valoriza o bumbum".

Já o gestor de processos Antônio Trevisan, 38, gosta do contraste. Para ele, quanto mais másculo for o homem que usa a calcinha - e outras peças -, melhor: "Gosto de ver o parceiro, com pêlos, usando as peças. Se ele tiver um corpo feminino, não tem o mesmo sabor".

Adepto do BDSM e dominador, Trevisan também vê um sinal de submissão no uso da calcinha, embora com outros olhos: "Dá uma sensação de humilhação, porque não é o perfil do parceiro. Pra mim, humilhação é a sensação de que você está fazendo algo que não quer fazer, faz porque é submisso. A sensação é a de que a pessoa não queria usar. Usou pra mim. Gosto de sentir isso".

Calcinhas superpoderosas
No entanto, dominação e submissão podem se ajustar de outros modos. "A calcinha me dá mais poder. Estou usando algo que as mulheres pensam ser exclusivo delas, seduzindo, tendo o mesmo poder. Estou mostrando ao homem que ele não precisa de mulher, que sou melhor. Eu só finjo que sou submisso, porque sou eu quem está no comando", diz o sociólogo Nando Tavares, que, de calcinha, nunca saiu com "gay, gay mesmo".

Essa "dominação da lingerie" pode ir além. Riccardo Navalha, que quer virar cdzinha, assume-se preferencialmente passivo, mas curte dominar - e é em busca de parceiros ativos e submissos que ele vara noites na web. Até mesmo a suposta identificação "o que usa calcinha faz passivo", que podemos inferir a princípio, não é tão "certa" assim.
Homens de calcinha

Cirurgia de troca de sexo de mulheres permitida no Brasil

O Conselho Federal de Medicina divulgou nesta quinta-feira, dia 02 de setembro de 2010, a autorização das cirurgias para mudança de sexo em mulheres. A decisão, a ser publicada no Diário Oficial da União, foi feita nesta quarta-feira. Antes, o procedimento era permitido apenas como experiência.

A liberação determina a retirada de mamas, ovários e útero do corpo da mulher. A construção de um pênis no transexual feminino, porém, será realizada em caráter experimental, ainda.

A cirurgia de troca de sexo poderá ser feita em qualquer clínica capaz, podendo ser público ou privado.

Condições para fazer a cirurgia de troca de sexo:

Para que as mulheres transexuais sejam submetidas ao procedimento, um dos requisitos é o desconforto com o corpo original, de acordo com a decisão assinada pelo relator Edevard José de Araújo.

Outros critérios definidos por um conselho médico são o diagnóstico médico de transgenitalismo, condições físicas de passar pela operação e pacientes com mais de 21 anos. O texto diz ainda que o transexual pode sofrer um desvio psicológico que faz com que ele não se conforme com o corpo.

Para o Conselho Federal de Medicina, o desejo do paciente deve existir há pelo menos dois anos, com provação de acompanhamento médico.

Agora eu pergunto
Só agora liberaram?
Toda transexual tem o direito de fazer a cirurgia de troca de sexo, seja para transex homem ou mulher. Isso evita cirurgias clandestinas e dá o direito à pessoa ser o que ela realmente é. Bom, antes tarde do que nunca.

Escolher a lingerie de acordo com seu biotipo

Você crossdresser que gosta de seduzir seu homem com um belo conjunto de lingerie, toda perfumada e maquiada. As vezes você pensa que está arrasando mas a coisa não é tão simples assim. Há muito mais que gosto pessoal envolvido na escolha da roupa íntima. "Toda crossdresser, ao escolher uma lingerie, precisa levar em consideração a sua personalidade, além de, é claro, optar por peças que se moldem perfeitamente ao seu corpo fazendo com que ela se sinta o mais confortável possível", como mencionado em outra dica sobre como escolher lingeries.

Uma das grandes dúvidas na hora da compra é a escolha da cor:

* Para todas: branco e preto são apostas certas, já que essas cores valorizam qualquer tipo de mulher;
* Loiras podem apostar nestas cores: vinho, tons violáceos e azul;
* Morenas: verde, roxo e pink;
* Negras: amarelo, turquesa e vermelho.

Para aquelas que estão um pouco acima do peso, o corpete (com regulagens na parte traseira) molda a cintura e disfarça a barriguinha saliente. Além de ser uma peça eternizada nos anos 1940 e 1950 por musas do cinema como Marilyn Monroe e Brigitte Bardot.

Algumas dúvidas:

1) Se estou acima do peso, que cuidado devo ter ao comprar meu conjunto?
Os elásticos (da faixa da calcinha e das alças do sutiã) precisam ser firmes para que a peça dê sustentação. Porém, cuidado para que não sejam apertados demais: além de deformar o corpo, deixando-o deselegante, prejudica a circulação.

2) Calcinha e sutiã têm de combinar sempre?
A lingerie deve combinar com seu estilo. Se você é despojada e moderna, pode ousar usando peças que não sejam da mesma cor, mas que formem uma composição. Que tal experimentar uma calcinha roxa e um sutiã amarelo? Mas os conjuntos são sempre uma ótima saída, principalmente para as que não gostam muito de ousar.

3) Estampas de bichinhos podem ser usadas por crossdressers de qualquer idade?
As estampas de bichos do tipo onça e zebra deixaram de ser uma ousadia e se tornaram clássicos. Acho válido, mas como elas são mais sensuais, cuidado para não deixar à mostra um sutiã com estampa de onça durante sua reunião de trabalho mais séria. Se os “bichinhos” forem estampas de gatinho e cachorrinho, só para as meninas com menos de 18 anos.

4) Alcinha de silicone no sutiã nem pensar?
Esse tipo de alcinha já teve sua vez, agora não mais. Além de não deixar a pele respirar, tornando sua lingerie desconfortável e anti-higiênica, é uma grande ilusão achar que ela não aparece. Atualmente, temos uma variedade enorme de modelos de sutiã - tomara-que-caia e frente-única, por exemplo - para substituir a alcinha de silicone.

5) Posso usar um corpete como blusa?
O corpete tem um apelo sensual, então se a proposta é um look ousado, vale. Com um blazer, por exemplo, quebra a seriedade e se torna um look de festa. Escolha um corpete neutro, sem muita renda, mas com um corte impecável. 

 Escolher a lingerie de acordo com seu biotipo

Como escolher lingerie

As opções na hora de comprar lingerie são muitas.
Há sempre uma grande variedade de cores, modelos,
tecidos, com enchimentos, alças removíveis, costuras diferenciadas
e até mesmo peças sem costura. Os artifícios para chamar a atenção
das mulheres, crossdresser, travestis, transexuais são diversos, mas
 de nada adianta comprar uma lingerie bonita se ela não for muito bem escolhida.
A lingerie ideal precisa se moldar perfeitamente ao seu corpo e acima de
tudo, ser confortável. Além disso tudo, as peças precisam combinar com a sua
personalidade e com a ocasião. Existem peças de lingerie para se usar no dia-a-dia
como também as mais ousadas, ideais para ocasiões mais especiais.
Para acertar na hora de comprar lingerie, é preciso auto-conhecimento.
Sabendo exatamente as formas e medidas do seu corpo, a tarefa de encontrar um conjunto de lingerie fica mais fácil.
E não adianta tentar se enganar, comprar um número menor não vai te deixar mais
esbelta. Mesmo de você estiver com tudo em cima, usar calcinha e sutiã apertados
pode prejudicar a circulação. Sem falar nas marcas no corpo, que são super deselegantes
e deformam a silhueta, e ainda vão fazer você parecer gorda.
Os elásticos das calcinhas e da faixa que fica no tórax nos sutiãs precisam
ser firmes para que a peça fique aderente à pele, mas não a ponto de incomodar.
Se o elástico marcar, incomodar ou ficar enrolando, escolha um número maior. Elástico
a mostra também não é legal, a não ser que seja o propósito da peça.
Antes de comprar, verifique se a peça possui costuras macias e no caso das calcinhas,
se o fundilho não incomoda. Costuras ásperas são bastante desconfortáveis e ainda podem irritar a pele.
Para a lingerie do dia-a-dia, prefira as calcinhas de tecidos mais confortáveis, que
acompanhem os seus movimentos e facilitem a transpiração. Deixe as rendas e outros detalhes para ocasiões mais especiais.
Quanto ao sutiã, as alças não devem ficar nem muito frouxas, nem muito apertadas.
Se o sutiã não se ajustar corretamente ao corpo, pode prejudicar a coluna, causar
dores nos ombros e no pescoço. O bojo não pode faltar ou sobrar, os seios (ou próteses) devem ficar bem acomodados no sutiã.

Dica: Como escolher lingerieDica: Como escolher lingerie

Travestis, transexuais e cross-dressers: roupas sob medida para a diversidade

acne
Costuma-se dizer que uma das grandes barreiras da moda contemporânea é o limite entre os gêneros sexuais. Roupas femininas e masculinas rigidamente definidas. Como se fosse possível traçar uma linha precisa dividindo os dois grupos.
Numa tentativa de romper (ou pelo menos enfraquecer) esse paradigma, a marca de jeanswear Acne se uniu a primeira revista inteiramente voltada a celebração de travestis, transexuais e cross-dressers, a “Candy Magazine”, para uma colaboração 100% pró-diversidade. Trata-se de uma coleção de camisas criadas por Luis Venegas, criador e editor da publicação, com proporções e detalhes pensados para o melhor caimento possível, seja lá qual for o sexo.
Inspiradas no estilo western americano, as camisas tem diferentes lavagens de jeans, além de versões em seda e crepe, e chegam às lojas da marca em outubro. No mesmo mês a 2ª edição da “Candy” entra em circulação com ensaio fotografado todo em torno da coleção.

Dicas para quem quer se transformar em travesti

Ola hoje vou dar umas dicas para aquelas pessoas q sente q tem essa essencia feminina e querem virar lindas bonecas....
Primeira dica q eu dou:vc realmente tem q ter a certeza d q e isso q quer...nao vire travesti por modinha,nem pq vc acha bonitinho..vire para adequar seu psicologico com seu corpo....
Tendo a certeza d que e isso q vc quer..e tendo a consciencia d que nao sera facil pq a sociedade realmente e muito preconceituosa quando o assunto e travesti e tendo a consciencia d q vc ira pagar o preço d suas escolhas assim como eu pago o preço...c vc esta decidida entao la vai...

Preimeiramente monte um guarda roupa femininino e aos poucos use por exemplo uma blusinha feminina com uma outra peça de roupa masculina para a sociedade nao ir percebendo....foi o q eu fiz e deu certo..
Segundo:comesse a se hormonizar..uma coisa q eu digo qualquer pilula ou injeçao d hormonios da efeito....quando eu tomava hormonio tomava 3 comprimidos por dia e so!nunca fiz receitas e coqueteis mirabolantes para ter uma imagem feminina ...nao precisa so com 3 comprimidinhos de ciclo 21 ainda consegui meus seios e varias outras coisitas mais...mais hje eu parei d tomar hormonios por causa do alto indice d cancer e outras doenças q a pilula tras(fiquei com medooorsrsssr)

Terceiro:o cabelo e o grande trunfo da travesti quando mais comprido tiver mais disfarça os traços masculinos...fora q modela o rosto..portanto deixe seu cabelo crescer hein mocinha?!
Quarto:maquiagem tbm e o grande trunfo das travestis base,po,corretivo..sao essenciais(eu nao saio sem ta de base e po)aconselho a vc nao ezagerar na maquiagem pois c exagerar vai ficar muito em evidencia q e travesti pq os traços masculinos por si só ja sao meio exagerados entao nada d make d drag hein..maquiagem discreta!
Quarto:outro trunfo das bonecas e o silicone avantajado que alem d super feminino..desvia a atençao(assim como o cabelo)e disfarça mais ainda q vc nao e mulher...quanto mais seu corpo ficar modelado como mulher +vc vai passar batida nos lugares...
Quinto trunfo:roupas bonitas elegantes e nada muito extravagante pq a imagem d travesti ja passa uma imagem pesada imagina com um vestidinho rosa choque de latex?nao da ne?ficaria muito em evidencia q somos travesti..nada aver...
Aconselho usar roupas mais sobrias como as propias garotas usam.shorts jeans.blusinha basica...acessorios bacanas como brincos de argola pulseiras emfim....
Ou seja quando somos travestis..principalmente na sociedade precisamos estar discretas nada d dar uma d bixa escandalosa...pq ai ja viw ficamos mais visadas ainda do q ja somos...entao e isso nem essas sao as dicas principais.....
Espero ter ajudado aquelas q realmente querem dar esse passo em suas vidas...
E igual eu falei nao e facil..mais nois temos q correr atras de nossa felicidade ne?bjxxxxx


Tenho Tido Vontade de Sair com um Travesti. Será que Sou Gay?

Tenho 32 anos e sempre namorei com mulheres, nunca tinha tido dúvidas sobre minha orientação sexual até então. Mas de uns tempos para cá, tenho fantasiado com travestis e estou com muita vontade de fazer sexo com um deles. Mas é claro que venho reprimindo esse desejo, pois tenho medo do que as pessoas possam achar e tenho medo que isso possa indicar que sou gay. Me ajudem, por favor.

 Se existe algo que ainda é um tabu gigantesco na sociedade, são as travestis. Nem me refiro ainda ao sexo com elas, me refiro a invisibilidade na qual elas são submetidas. Falamos  sobre isso em um outro texto:

“Além de terem nascido em um corpo que não corresponde com sua mente, as travestis são, talvez, as maiores representantes da classe dos invisíveis existentes na sociedade – o que chega a ser irônico, dada a aparência excêntrica delas. Ninguém fala sobre a situação de discriminação que elas vivem. Travesti já nasce sem oportunidade – ou vai trabalhar em salão de cabeleireiro ou vai pra ruas. Nem casas noturnas costumam as aceitar, quem dirá os outros estabelecimentos. Pense bem, quantas travestis você conhece que trabalham em lugares que não sejam esses dois citados? E não venha me dizer que não conhece porque provavelmente existem poucos travestis no mundo – basta dar uma voltinha pelos seus pontos de encontro que com certeza irá mudar de opinião. E aí, como fica? O que acontece com as travestis que não querem ser prostitutas e nem cabeleireiros? Essa situação deveria ser caso de cotas, como as de deficientes – todo estabelecimento responsável deveria ser obrigado a contratar uma porcentagem de funcionárias travestis. Seria um tapa lindo na cara dos preconceituosos e traria de volta a dignidade dessas pessoas.”
Ou seja, o tabu é tão grande que mal se pode falar sobre a existência delas, quem dirá falar que sente tesão por elas. Isso nos leva de volta à questão já muitas vezes abordada aqui no Casal Sem Vergonha, sobre a intrigante mania que as pessoas têm de precisar definir tudo. Queremos dividir bilhões de seres humanos únicos em categorias limitadas – gay, hétero ou bi. Mas existe muita gente que não se enquadra e nenhuma dessas categorias – e passa a vida sendo convencido de que deveria se encaixar em alguma delas.
Um exemplo clássico são homens que, como você, sentem desejo por travestis. Durante muito tempo da minha vida, tentei entender em qual categoria essas pessoas se enquadravam. Nunca consegui uma resposta concreta, porque não acreditava que apenas gostar de sexo anal, por exemplo, pudesse transformar um homem em gay – já que ser gay implica em uma outra série de desejos e comportamentos, não tem nada a ver com sentir prazer em uma parte específica do corpo. Até que um dia, ao entrevistarmos o psicólogo e sexólogo Cláudio Picazio, perguntamos quais os motivos para um homem querer sair com um travesti. E ele respondeu da forma mais simples e esclarecedora que eu poderia esperar:
“Muito simples. Porque ele gosta de um travesti. Um cara que sai com um travesti não é um gay incubado, porque é mais fácil sair com outro homem. Alguém se encontrar com um homem no carro, é mais fácil – “Esse aqui é meu amigo lá do futebol”. E é mais fácil também sair com uma mulher. Então, ele sente tesão por um travesti. Por essa mulher com pênis. Ele tem tesão em ser penetrado sim, mas por um homem? Não. Por uma mulher. Ele não é gay – ele deseja uma mulher com pinto. Tem mulheres que usam um pênis de borracha e comem seus maridos. Ok. Provavelmente se isso não acontecesse, eles irias procurar travestis. Ele sente prazer com penetração anal, mas ele não quer um cara. Ele quer uma mulher.”

Concurso elege a transexual e travesti mais bonita de Minas Gerais

O Miss Pantera Transsex 2013 faz parte dos eventos do Dia Sem Preconceito
 
Um concurso escolheu a transexual e travesti mais elegante e bonita de Minas Gerais na noite desta sexta-feira (27), em um shopping de Belo Horizonte. O Miss Pantera Transex 2013 faz parte das ações da segunda edição do festival Dia Sem Preconceito.

Foram 10 candidatas que desfilaram em maiôs, shortes e camiseta e vestidas para baile de gala. Entre cada desfile, apresentações artísticas animaram o público no local. Além da Miss Pantera, também foram eleitas a mais carismática, mais fotogênica e mais elegante.

A ação busca também promover o respeito e se afirmar contra a violência das transexuais e travesis. Para uma das organizadoras do evento, Luiza Pheiffer, o preconceito diminuiu, mas ainda há muito pelo o que lutar

— É preciso mostrar para a sociedade que somos gente como qualquer pessoa. Estão matando muitas travestis, muitas transexuais, precisamos parar com isso.

Uma das participantes do concurso, a transexual Clara Gouveia, de 25 anos, conta que saiu da casa dos pais com 18 anos, para evitar mais constrangimentos com a família. Quando conseguiu seu primeiro emprego, ela foi alvo do preconceito de colegas de trabalho.

— Fizeram um abaixo assinado para que eu usasse o banheiro masculino. Minha surpevisora me disse que eu não precisava ficar preocupada, porque eles me contrataram sabendo o que eu era e que era opcional para mim usar o banheiro masculino ou feminino.

O dono do shopping onde foi realizado o concurso, Elias Tergiline, afirma que a iniciativa é essencial para as empresas que querem ser pioneiras na luta pelo preconceito.

— A gente vê o mundo empresarial colocando o preconceito acima dos lucros. Todas as empresas deviam fazer esse tipo de evento.

A vencedora do Miss Pantera Transsex 2012, Gabi Campbel, participou desta edição como jurada. Ela conta que toda a produção não sai barato e que as candidatas precisam se esforçar serem vencedoras.

— Um título é sempre o título. Eu brinco, dizendo que eu vim aqui passar a coroa, mas o título eu vou ter para sempre.A vencedora do Miss Pantera Transsex 2013 foi transexual Ashley Kathy. Ela ficou emocionada e desfilou novamente, com faixa e coroa, para os jurados. Ela afirma que o concurso é muito importante na valorização da comunidade transex.

— As travestis estão precisando se mostrar para o povo, não na avenida. Elas precisam se mostrar ao público. A sociedade precisa ver nós todas.

Carteira com nome social para travestis é lançada em Belém

Documento será emitido pela Polícia Civil no mesmo papel do RG.
Carteira substitui o RG nos órgãos e entidades do poder executivo do Pará.

Carteira de identidade social é lançada em Belém. travestis (Foto: Cláudio Santos/ Ag. Pará )

Começam a ser emitidas nesta quinta-feira (3), em Belém, as primeiras carteiras com nome social para travestis e transexuais, que permitirá o reconhecimento das pessoas pelo nome com o qual se identificam. O documento será lançado às 17h, em uma cerimônia no Hangar – Centro de Convenções e Feira da Amazônia. Às 15h iniciará a emissão da carteira para as pessoas que estão cadastradas junto a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) por meio do programa Oportuniza Pará, de promoção à cidadania LGBT.
A carteira de nome social será emitida pela Polícia Civil, em papel cédula, com ícones de segurança, assim como é com o RG. O documento é válido nos órgãos e entidades do poder executivo do Pará. O direito foi assegurado pelo Decreto 726/ 13, publicado em maio no Diário Oficial do Estado.
O segmento homossexual do Pará comemora a conquista, resultado de anos de luta dos movimentos sociais. Graziella Bittencourt, 18 anos, sempre se sentia constrangida quando era chamada de Mateus. O nome masculino já não a representava socialmente. Como 5% da população paraense, ela é uma das travestis que, agora, podem ser chamadas pelo nome com que são reconhecidas socialmente.
Com a carteira de nome social, Graziella não passará mais por situações de constrangimento. Integrante do Grupo de Resistência de Travestis e Transexuais da Amazônia (Greta), ela diz sentir-se incluída e reconhecida socialmente a partir da oficialização da mais nova identificação.
 coordenadora da Livre Orientação Sexual da Secretaria de Estado de Justiça de Direitos Humanos (Sejudh), Bruna Lorrane. (Foto: Cláudio Santos/ Ag. Pará ) “A carteira com nome social vem após uma grande luta das meninas, principalmente do grupo de que faço parte, o Greta, então, para mim, o documento é uma resposta do governo do Estado, dizendo que está olhando e trabalhando por nós. A presença de uma representante do segmento na Sejudh reforça este retorno, pois ela sabe dos nossos problemas e atua de forma a combater os pontos críticos”, reconhece Graziela, referindo-se à coordenadora de Livre Orientação Sexual da Sejudh, Bruna Lorrane.
De acordo com a diretora de Atendimento a Grupos Vulneráveis da Polícia Civil, delegada Simone Machado, o primeiro Estado brasileiro a adotar a carteira de nome social para travestis e transexuais foi o Rio Grande do Sul, mas apenas como documento auxiliar ao registro geral (RG). O Pará, assim, é pioneiro ao assegurar no documento os dados civis. “Substituímos o RG pela carteira de nome social, ao contrário do Rio Grande do Sul, onde ela é valida apenas mediante a apresentação da carteira de identidade”, frisa.
Bruna Lorrane, que também é militante de movimentos sociais, afirma que o documento é uma resposta do governo à população travesti e transexual do Pará. “A carteira de nome social era uma ânsia, uma necessidade desta comunidade, que há muito tempo, principalmente no que diz respeito à população trans, luta para garantir”, destaca.
“Em todas as instituições do governo do Estado, o documento terá validade de identificação social. Nas escolas, hospitais e órgãos de segurança, servidores estarão capacitados a receber a carteira. Portanto, em toda prestação de serviço público estadual deve ser aceita”, reforça a coordenadora.
Serviço: Lançamento da carteira com nome social, nesta quinta-feira (3), no Hangar, em Belém. As interessadas em adquirir o documento devem declarar-se travesti ou transexual em entrevista a psicólogos e assistentes sociais da Sejudh, que fica na Rua 28 de Setembro, 339. Somente a partir daí, podem ir à Delegacia Geral, na av. Magalhães Barata, portando duas fotos 3x4, o RG original e um comprovante de residência atualizado.

Os medos do homem: desemprego, tamanho do pênis, ficar sozinho e traição

O que eles levam para o divã? Quatro psicólogos falam sobre os temores mais comuns do sexo masculino. Achar que o pênis poderia ser maior, ser criticado e ter a relação terminada pela parceira são alguns deles.
Medo de perder o emprego e ficar pobre é comum entre homens, dizem especialistas
“Não é o tipo de coisa que eles falam socialmente, entre os amigos, mas na conversa surge”, diz Marisa de Abreu, psicóloga clínica, sobre um dos medos dos homens que costuma atender: o de ter muitas mulheres e não conseguir um relacionamento sério com nenhuma.
Aos ouvidos de muitos caras, este medo pode parecer uma piada e ir de encontro à imagem daquele “macho alfa” rodeado de mulheres, mas Marisa afirma que embora eles dificilmente admitam isso em uma mesa de bar, ele existe. “É o medo de ter muitas garotas e não se apaixonar por nenhuma, ou seja, de que a quantidade não ofereça uma pessoa com quem ele possa manter um relacionamento de qualidade.” No fundo, soa mais como o medo de ficar só.
E quando se trata de ficar sozinho, a situação pode ser extremamente grave, segundo o psicólogo Antonio Carlos Alves de Araújo, com 25 anos de experiência. “As relações estão cada vez mais efêmeras, não aliviam a angústia. A rede social é um passatempo, não vai eliminar o efeito da solidão porque não tem base consistente, não é um amigo com história. Você vai eliminar o medo quando tem uma história”, afirma.
Em seu consultório, Araújo revela que boa parte de seus pacientes é do sexo masculino, opinião compartilhada por outros dois especialistas, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, mas no caso de Marisa, isso não ocorre. “Não, a maioria aqui é de mulheres. A proporção já foi bem maior há uns 15 anos, mas elas são maioria. Às vezes tem aquela coisa machista de homem que é homem resolveu seus problemas sozinhos.”
“Antigamente não tinha tanto homem. Hoje em dia tem bastante, eu diria que é de igual para igual, e tem crescido o número de adolescentes, entre 18 e 25 anos”, revela Amaury Mendes, professor e médico do ambulatório de sexologia da UFRJ. Ailton Amélio da Silva, psicólogo e professor da USP, acredita que eles tendem a procurar por profissionais do mesmo gênero porque se sentem mais à vontade: “Sendo outro homem, eles imaginam que serão compreendidos, melhor acolhidos”.
Marisa pode ter menos pacientes do sexo masculino que Antonio, Ailton e Amaury, mas ao serem questionados sobre quais são os maiores medos que eles observam nos homens, os quatro traçam panoramas parecidos – curiosamente, nem sempre eles envolvem doença ou morte – que se complementam quando colocados lado a lado. Veja quais são abaixo:
NU COM A MÃO NO BOLSO
“O homem é ligado à identidade profissional dele. Na nossa cultura a identidade masculina é muito definida pelo sucesso, e o grande medo deles é o fracasso na área profissional. A autoestima vai para o brejo. Se a pessoa perde o emprego e fica muito tempo sem, já começa a se deteriorar”, avalia Ailton. “O maior medo não é nem doença e morte, é a pobreza, perder o emprego, ficar em dívida, não pagar. É importante entender que as pessoas adquiriram um padrão de vida que, comparado ao século passado, não se imaginava. Isso traz um medo da perda”, completa Antonio.
SOLIDÃO
Autor de estudos sobre a solidão, Antonio Carlos diz que um dos grandes temores do homem – e possivelmente das pessoas em geral – é ficar sozinho. “As pessoas já não querem casar tanto, não querem união estável. O pessoal quer ficar, e, ao mesmo tempo, tem medo da solidão que bate. O maior índice de suicídios acontece entre sexta e domingo, os dias em que há uma pressão social para que você esteja com alguém. É um levantamento do Estado que apenas profissionais têm acesso.”
TIMIDEZ E NÃO PODER FALAR “NÃO”
Para Marisa, a timidez costuma ser um dos obstáculos para o homem na hora de tomar a iniciativa em uma conversa com uma mulher. “Pega o homem para burro, principalmente entre os mais jovens. A sociedade cobra aquele que não toma iniciativa, que é menos proativo”, diz Ailton.
No entanto, quando elas tomam a iniciativa, outro medo pode aparecer, de acordo com o professor da USP, o de não poder “não”. “Existe um mito de que o homem tem que estar sempre pronto, não pode falhar, tem que corresponder as expectativas sociais. Ele se cobra, sente que não está funcionando, que não é tão macho. Não pode.”
“Para alguns homens pode ser extremamente incômodo porque eles acham que não podem recusar. O homem generaliza, acha que mulher é mulher e acabou. Acha que não pode recusar, que ela chegou, cantou, tem que comer. Mexe muito com a questão da masculinidade, ele pensa que se recusar vão achar que ele é gay”, analisa Amaury. No cenário levantado pelo especialista, eles se sentem desconfortáveis ao serem abordados por elas, e vale aqui uma reflexão que nada tem a ver com os medos masculinos e foi levantada recentemente pelo site Olga e a campanha “Chega de Fiu Fiu”: quantas mulheres não se sentiram incomodadas com a cantada que pode ter sido, na verdade, um assédio da nossa parte? Pense um pouco nisso antes de seguir a leitura.
FIM DA RELAÇÃO
“O homem é mais dependente do relacionamento que as mulheres. Nessa linha quem mais me liga aos finais de semana é o homem, não as mulheres”, conta Ailton, que diz manter um celular ligado o tempo todo caso os pacientes, quase sempre do sexo masculino, se encontrem em situações de emergência. “Quem mais faz uso são eles, ao contrário daquela imagem de durão. Com o terapeuta eles sofrem.” O psicólogo afirma ainda que começa a sair com várias mulheres após o fim de um relacionamento não é a solução: “Não é sinal de força, é de fraqueza. Ele não suporta o vazio, essa porção de encontros não preenche o vazio. Em 87% dos casos, segundo o IBGE, o homem também perde a guarda dos filhos”.
E A TRAIÇÃO
“Com a independência feminina o medo de ser traído também surge forte, pois antigamente a sociedade repressora garantia a fidelidade da mulher”, analisa Marisa. Além da “traição convencional”, Araújo ressalta que agora há também a pulada de cerca no campo virtual.
“Cerca de 90% dos casos de terapia de casal aqui são de infidelidade, e nem precisa ser no plano real. O cara às vezes nunca transou com outra mulher, mas trocou e-mails maliciosos. É um fenômeno moderno, de três anos para cá. O homem tem esse medo, esse pânico porque é muito fácil hoje em dia. O engraçado é que eles reclamam desses aplicativos, como Facebook e Tinder, mas não saem deles”, diz Araújo. “Eu ria no começo. O pessoal fazia terapia por causa de um e-mail. É para tanto? Quem está regulando a vida social das pessoas é o Facebook.”
MEDO DA CRÍTICA
Na análise de Antonio Carlos, as pessoas – ele não faz distinção de gêneros aqui – têm muito medo de não serem aceitas no mundo corporativo ou social, trocam de carro – no caso dos homens – a cada dois anos para agradar, e em alguns casos chegam a ter um complexo de inferioridade. “Pessoas que podem ser ricas, têm automóveis importados e não se julgam merecedores. Elas se sentem culpadas por ter uma boa casa, apartamento, veículo, e passam esse sentimento para quem está em volta, têm medo da crítica”, explica.
O psicólogo cita um exemplo do meio artístico para exemplificar sua fala. “Pega a Karen Carpenter (cantora dos anos 60 e 70). Eles eram certinhos, o Nixon os convidou para tocar na Casa Branca, era um grande sucesso. Um dia disseram que ela estava meio gorda, ela entrou em uma anorexia nervosa, morrendo em 1983. Opinião alheia tem um peso muito importante na autoestima. Aquela eugenia de [Adolf] Hitler está aí. Quem não consegue corresponder a um certo padrão dança. Pode ser famoso, rica, não tem aparato de autoestima. Medo é questão do inconsciente, não vem de fatores externos. Tem que trabalhar seu lado psicológico.”
“ISSO NUNCA ACONTECEU ANTES”
Segundo Amaury Mendes, não importa a idade, o medo de falhar na hora H aflige todos os homens, com uma tendência maior entre os jovens. “A gente tem visto uma geração de meninos criados muito dentro de casa, com essa coisa do vídeo (pornografia), a masturbação sendo uma prática constante. É masturbar e gozar. Com isso os meninos acham que é sexo rápido ali, na festa, no carro, em pé, rapidinho. Isso está fazendo com que muitos tenham ejaculação precoce e disfunção erétil.”
“Quando a mulher era submissa, duas gerações atrás, ela nem ousava dizer para o homem que queria sexo oral ou anal. Hoje grande parte dos homens têm medo quando ela diz isso, quando pede uma posição nova, eles pensam que ela já fez isso, que ela está querendo que ele mostre o quanto ele é potente”, completa o especialista.
TAMANHO É DOCUMENTO?
“O tamanho do pênis está sempre presente. Está vinculado a ter uma maior ou menor masculinidade”, diz Mendes. Segundo o ginecologista, “o grande valor do homem é o documento”, a ponto de muitos darem nomes para os seus. “O Chico Buarque comenta no filme ‘Vinicius’ que um pouco antes da morte do Vinicius, o próprio Vinicius diz que se pudesse voltar da morte, voltaria exatamente igual, mas com o pênis um pouco maior. Essa sensação [de achar que o pênis não é grande o suficiente] de certa forma estimula uma inadequação no momento do sexo. O homem fica pensando no pênis dele e que a companheira também está pensando nisso.”

Prefeito gay inicia mandato em perigosa cidade mexicana

Não é fácil ser homossexual no México. O país é o segundo no ranking dos crimes de motivação homofóbica na América Latina – o primeiro é o Brasil
Benjamín Medrano Quezada (foto: AP)
Cidade mexicana assolada por cartéis tem novo prefeito, que assumiu homossexualidade
Também não é fácil ser prefeito em alguns Estados do norte, como Zacatecas, objeto de uma furiosa disputa por parte dos Zetas e do Cartel do Golfo
E que tal ser as duas coisas de uma só vez?
Foi isso que aconteceu neste domingo com Benjamín Medrano Quezada, que se tornou o primeiro prefeito abertamente gay de Fresnillo, o município mais importante de Zacatecas.

Menino artista

Falando por um telefone celular de um carro em movimento, Medrano Quezada conta à BBC Mundo os feitos de uma vida colorida.
Relata que em 1972, aos seis anos de idade, viajou com o irmão de sua cidade natal em Zacatecas para os Estados Unidos, onde se integraram a uma caravana artística.
"Éramos os assistentes dos artistas e depois pedíamos dinheiro ao público", disse. Dessa forma, os irmãos viveram três anos e meio, enviando dinheiro para o sustento de sua família.
"Não havia telefone, nos comunicávamos por uma carta que demorava 30 dias para chegar. E nessa carta mandávamos US$ 60 (RS$ 136) por mês."
Essa experiência marcaria para sempre sua existência: "viver sozinho, sem meus pais, com muitas necessidades, mas em cidades onde as pessoas pensam diferente, onde têm uma forma de vida diferente da que temos no México, principalmente falando de respeito. E não apenas em relação à sexualidade, mas ao ambiente, ao não fumar, ao não jogar lixo. Creio que isso foi parte da minha formação".
Ele voltou ao México onde terminou seus estudos básicos e logo cursou direito. Ao mesmo tempo continuou sua carreria de cantor – "animando bares e festas" – e se integrou ao sindicato dos artistas. Lá, ao se transformar em secretário, se lançou na política.
Todo esse tempo ele viveu sua sexualidade livremente, mas sem torná-la assunto público.

Homofobia

No México – assim como quase em todo mundo – as estatísticas de crimes homofóbicos não são claras.
Em maio, no Dia Internacional contra Homofobia e Transfobia, o diretor de uma ONG indicou que o número de assassinatos cometidos contra homossexuais entre 1995 e março de 2013 era de 798.
Um deputado de esquerda, por sua vez, disse que os crimes cometidos entre 1995 e 2007 eram 627.
Mas no que todos parecem estar de acordo é que o México ocupa o segundo lugar, depois do Brasil, no ranking desse tipo de crime na América Latina: só em 2012, uma organização ligada ao governo brasileiro registrou 336 crimes considerados homofóbicos no Brasil.
Os números mexicanos não englobam todos os Estados. Segundo analistas, poderiam ser o triplo. E debaixo dos números visíveis de assassinatos se esconde, como um iceberg, uma realidade cotidiana de descriminação e abusos.
Foi essa realidade que fez Benjamín Medrano "sair do armário".

Campanha negra

Uma parada. A chamada telefônica caiu justo no momento em que o novo prefeito de Fresnillo contava sobre a violência que sentiu na própria pele. Como, durante a campanha eleitoral, começaram a circular rumores de que havia abusado de menores de idade.
Na nova chamada, ele retoma a conversação com a BBC Mundo.
"Invenções irresponsáveis sobre o mau que poderia ser feito a um povo ser governado por uma pessoa de minha orientação sexual. Disseram isso publicamente e contrataram uma empresa de telemarketing para telefonar todos os dias para as casas das pessoas de Fresnillo para falar mal”.
Essa campanha negra fez Medrano Quezada assumir sua sexualidade de maneira pública.
E para a surpresa de muitos, em uma área com reputação de ser conservadora e machista, o candidato que aceitou publicamente ser gay ganhou por uma margem ampla a prefeitura para o Partido institucional Revolucionário (PRI), no qual milita.
"Para as pessoas o que menos importa é com quem você dorme ou o que faz de sua vida privada. O que eles precisam é de resultados de seus governantes, pessoas que não fiquem ricas. Eu creio que a orientação sexual, apesar de ser o que provoca mais curiosidade mórbida, é o de menos".

Sem agenda gay

O que mais Benjamín Medrano ressalta em cada uma de suas entrevistas é que não possui uma agenda marcada por sua sexualidade.
"Minha agenda é baseada no desenvolvimento social e humano de todos que vivemos em Fresnillo, independente de sua orientação sexual", afirma.
Paradoxalmente, alguns dos ataques e críticas pós-eleitorais sugiram de pessoas que dizem acreditar que ele não está suficientemente comprometido com a causa gay.
Uma de suas declarações causou polêmica ao ser interpretada como contrária ao casamento homossexual.
"O que eu disse é que não depende de um prefeito promover ou não o casamento gay. Essa é uma tarefa exclusiva dos deputado, especialmente dos federais".
"Nunca disse que não sou favorável, serei um promotor dos direitos que temos, mas não serei o impulsor (do casamento gay), porque eu não o faria em Fresnillo. Inclusive eu disse que não me casaria", afirmou.

Guerra de cartéis

Mas em Fresnillo, município com população de 230 mil habitantes, há temas mais urgentes. Nenhum deles é maior que a segurança.
Há alguns anos, o Estado de Zacatecas se converteu em um objeto de disputa entre os Zetas e o Cartel do Golfo, já que é uma das principais rotas de tráfico de drogas entre a costa do Pacífico e o nordeste do país.
E Fresnillo está no centro das linhas de disputa. Homicídios, extorsões e desaparecimentos estão aumentando.
Em fevereiro deste ano cerca de dois mil pessoas realizaram uma marcha pela paz nas ruas do município. Muitos dos participantes tinham uma história dolorosa para contar.
Diante desse panorama, o que pode fazer o novo prefeito de Fresnillo?
"Naturalmente não é fácil. O que pretendemos fazer é, primeiro, equipar a nossa polícia, certificá-la. Fazer com que a polícia passe por controles de qualidade e dar a ela melhores salários para evitar que sejam cúmplices dos grupos armados."
Desde 15 de setembro o debate sobre sua sexualidade deve deixar de prevalecer no cotidiano de Quezada e será substituído por um outro, sobre a efetividade de sua gestão.
Durante a entrevista com a BBC surgem muitas palavras sobre o que pode ocorrer daqui por diante: pressão, expectativas, temor, transparência. Mas nem uma vez foi mencionada a palavra medo.
 

Postagens populares