
Detentos conseguiram regalias como não precisar cortar o cabelo e ser chamado pelo "nome social"
A discriminação sofrida pelos LGBT na cadeia têm sido amainada na Paraíba. Já falamos aqui da iniciativa do Estado de abrir alas gays em três presídios por lá.
Agora, o jornalista Fernando Gabeira foi visitar um deles e mostra em
seu programa na Globo News, que vai ao ar nesta terça-feira, 01., às
21h30.
Na Penitenciária Modelo Desembargador Flósculo da Nóbrega, conhecida
como presídio do Róger, em João Pessoa, sete LGBT dividem esse espaço
arco-íris. Ali, conseguiram duas conquistas: são chamados pelo nome que
escolheram e não são obrigados a raspar o cabelo.“Na ala gay, a gente tem mais privilégio. Na ala masculina, muitos rapazes têm preconceito, querem exigir várias coisas. Por eu ser travesti, era obrigada a cozinhar, lavar pratos”, fala Luana Lucrécia.
A cabeleireira Danyelly relata o preconceito que sofria na ala comum. “Eles não queriam ficar sentados ao lado da gente, tomar água no mesmo copo ou dormir do lado de travesti ou homossexual. Entristecia. Agora, a gente está mais tranquilo”.
A ala diferenciada justifica-se. O secretário de Assuntos Penitenciários da Paraíba, Wallber Virgolino Silva, contou à reportagem que quando entrou no sistema prisional, soube do caso de uma travesti que tinha sido violentada por 20 homens em uma só noite.
“A gente sabe que a discriminação fora do cárcere é grande. Dentro, esse preconceito se acentua. Visando humanizar o sistema e também preservar a integridade física e psicológica da comunidade LGBT, criamos essa ala nos principais presídios da Paraíba”, afirma o delegado.