
Tudo começou em 28 de junho de 1969: cansados de ser chantageados e espancados, homossexuais de Nova York frequentadores do bar Stonewall decidiram enfrentar os policiais. Lutaram, incendiaram um camburão, bateram e apanharam, mas conseguiram a vitória: a polícia parou a repressão.
A partir do ano seguinte, 28 de junho passou a ser celebrado nas principais cidades do mundo como o Dia do Orgulho Gay, hoje chamado de Orgulho LGBT – de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, também como Dia da Consciência Homossexual.
As Paradas Gays, como a de São Paulo, a maior do planeta, com mais de três milhões de participantes, lembram exatamente esse episódio: a luta por direitos iguais, nem menos, nem mais.
No Brasil foi o Grupo Gay da Bahia que inaugurou as celebrações do Dia do Orgulho Gay: fundado em 1980, já em 1981 o GGB fez sua primeira comemoração, com um show no Teatro Gregório de Mattos, com a presença da iniciante cantora Sarajane e como mestre de cerimônias Nilson Mendes, da Fundação Cultural. Em 1984 a Câmara de Salvador realizou a primeira sessão solene comemorativa do Dia do Orgulho Gay, iniciativa pioneira do vereador Raimundo Jorge, com a presença de 25 vereadores e distribuição de uma rosa vermelha a todos os participantes que lotaram o salão magno.
No dia seguinte, a imprensa baiana deu como manchete: “O dia que a Câmara desmunhecou…” Vivíamos os anos de chumbo da ditadura!
Em 2004, por iniciativa do vereador Gilmar Santiago, foi aprovada por unanimidade a Lei nº 6.498 instituindo o Dia Municipal do Orgulho Gay. A última lei acaba de ser publicada no Diário Oficial: deu-se o nome de “Esquina do Arco Íris” ao beco que liga a Rua Carlos Gomes ao Largo Dois de Julho.

Parada Gay 2008 em Salvador
A Parada Gay LGBT de Salvador, já em sua oitava edição, no ano passado reuniu atrás de sete trios mais de 400 mil participantes, tendo como destaques nos anos anteriores Ivete Sangalo, Edson Cordeiro, Mariene de Castro, a Reitora da UNEB, o cantor Jerônimo, entre outros vips.
Em toda a Bahia, realizam-se anualmente mais de 20 paradas, incluindo Feira de Santana, Ilhéus, Lauro de Freitas, Santo Amaro, Cruz das Almas, São Sebastião do Passé, etc.
Mais do que carnaval fora de época, as paradas gays são manifestações populares de visibilidade massiva, ocasião em que 10% da população representada por gays, travestis, transexuais, drag queens, bissexuais, lésbicas – e sobretudo 90% de simpatizantes, pessoas que não têm ódio e apóiam a livre orientação sexual – saem às ruas, para protestar contra a homofobia.

As fantasias irreverentes e a “desmunhecação” de certos gays têm uma mensagem política: queremos respeito, exigimos ser tratados como cidadãos, pois afinal das contas, cidadania não tem roupa certa!
E quem ainda acha que não precisamos de leis que punam severamente a homofobia, equiparando-a ao racismo, lá está o corpo estendido no chão do gay cozinheiro negro Marcelo Campos, morto a chutes na última parada de São Paulo.
Apesar da maior parada do mundo, o Brasil é o campeão mundial de assassinato de homossexuais: 190 “homocídios” em 2008! A Bahia disputa com Pernambuco a liderança deste triste massacre. Mata-se um gay no Brasil dia sim, dia não!
Por isto, estamos convidando o governador da Bahia e o prefeito de Salvador a abrirem neste segundo domingo de setembro a 8ª Parada Gay LGBT da Bahia. Para que em seus discursos digam em alto e bom som: Bahia não rima com homofobia!

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