Este Blog foi escrito para o Público LGBT de todas as idades que estão a pensar em assumir-se. Nós sabemos que tomar a decisão de se assumir pode ser assustadora e desgastante. É por estas razões e devido ao nosso trabalho na área de homossexuais que fizemos este Blog. Acreditamos que informação útil e as experiências de outras pessoas em assumirem-se podem preparar-te para algumas das consequências que podem resultar de te assumires perante a família e amigos. Blog que reúne as principais notícias sobre o público Gls Glbt Lgbt (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Tem por objetivo manter tal comunidade informada, para que usufruam de seus direitos, comemorem suas conquistas e lutem pela diminuição do preconceito. Deixe seu recado, mande suas fotos e videos poste no nosso blog Faça parte você também Participem deste blog, Mail sociedadelgbt@hotmail.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Parada Gay de São Paulo é tema de reportagens na imprensa nacional

A imprensa nacional publicou reportagens abordando diferentes enfoques da 14ª Parada do Orgulho LGBT, realizada ontem em São Paulo. Mais de 3 milhões de pessoas participaram do evento, cujo tema foi “Vote Contra a Homofobia”. Leia a seguir reportagens publicadas nos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e O Globo.

MANCHETES:
FOLHA DE SÃO PAULO
Menos cor no arco-íris

Em ano eleitoral, Parada Gay evitou colorido para defender projeto que torna homofobia crime; nenhum pré-candidato à Presidência apareceu

RICARDO WESTIN e MÁRCIO PINHO

Neste ano, a Parada Gay de São Paulo foi menos colorida que o habitual.
Encontrar as tradicionais bandeiras do arco-íris não foi tarefa fácil. As espalhafatosas drag queens estavam lá, porém em número escasso.

Pessoas fantasiadas -cueca de couro, peruca Tina Turner ou roupa apertada de oncinha-também eram vistas apenas aqui e acolá.

Não que a 14ª edição da Parada Gay tenha sido esvaziada ou desanimada.

Pelos cálculos dos organizadores, 3,5 milhões de pessoas encheram a avenida Paulista e a rua da Consolação dançando atrás de trios elétricos -400 mil a mais que no ano passado. A Polícia Militar não fez contagem.

Neste ano, a organização decidiu que os trios seriam monocromáticos. E pediu a gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, simpatizantes e curiosos que comparecessem sem cor.

Observada do alto, a marcha do orgulho gay poderia ser confundida com micareta ou festa de Ano Novo.

"Não deveríamos esconder a bandeira. É a nossa marca", reclamava a drag queen Samara Rios, 28, luxuosamente vestida como a Rainha Vermelha de "Alice no País das Maravilhas".

A razão da falta de cor foi política. A parada quer que os pré-candidatos à Presidência da República se comprometam com um projeto de lei, em tramitação no Congresso, que transforma a homofobia em crime, da mesma maneira que o racismo.

"Gente, vamos votar num candidato que apoie nossa luta", discursou um militante num dos trios elétricos.

Nenhum dos principais pré-candidatos apareceu.

Quem foi à festa creditou a falta de plumas e paetês ao excesso de "simpatizantes".

"Cheguei na menina, e ela disse que gosta de homem", queixava-se a atendente de bar Marisol Dionísio, 22.



Na parada, "vinho" tem açaí e maçã

Apesar de proibidos, ambulantes cobravam R$ 3 por uma garrafa da estranha bebida

O combustível que moveu a Parada Gay de São Paulo foi uma bebida anunciada como vinho, mas que não passava de "coquetel fermentado de maçã com extrato de açaí e suco de uva".

O suposto vinho era vendido em cada esquina, nas mãos de ambulantes, em garrafas plásticas de 880 ml e por preços que variavam de R$ 3 a R$ 10.

"É preço de suco de uva. Não dá para exigir muito", resignava-se uma adolescente, que preferiu não dizer o nome, enquanto virava o gargalo na boca da namorada.

Outros não se atentaram para o rótulo e compraram gato por lebre. "Entre a cerveja e o vinho, escolhi o vinho. É mais romântico", explicou o estudante Ítalo, 17, com as unhas coloridas.
Embora proibidos pela prefeitura, os ambulantes estavam em todos os lados. Alguns, com caixas de isopor na cabeça. Outros, mais discretos, com mochilas.

A GCM apreendeu 20 mil litros de bebidas irregulares.

Quem participou da Parada Gay viu inverno e verão. À sombra, um termômetro da av. Paulista marcava 19C. Sob o sol, outro na rua da Consolação apontava 25C. Homens musculosos sem camisa e rapazes de cachecol desfilaram lado a lado.

Drag queens e musculosos mal podiam se mover. A cada passo, alguém pedia pose para uma foto no celular. "Tirei foto com 40 pessoas, tanto homens como mulheres", estimava o personal trainner Adriano Molina, 34, sem camisa e com parte da cueca Calvin Klein de R$ 55 à vista.

Grupos de rapazes tentavam beijar meninas a todo custo. Numa Parada Gay? "Digo que sou a Lady Gaga [cantora adorada por gays]. Beijei 19 meninas assim", explicou o estudante Rafael Gonçalves, 19. "Elas gostam quando você mostra que não tem preconceito com gay."

Nos postos médicos, 320 pessoas foram socorridas por consumo excessivo de álcool. A transformista Rafaela Albuquerque, 32, gemia de dor enquanto lhe aplicavam a vacina antitetânica nas nádegas. "Cortei o pé num caco de vidro", explicou ela, saindo do posto, com pé enfaixado e fantasia de tigresa.

Sexo na praça

Apesar dos 900 banheiros químicos instalados pelo trajeto da parada, muitas pessoas preferiram urinar em postes ou muros, sem constrangimento, à luz do dia.

Para não serem vistas, duas amigas se ocultaram atrás de um guarda-chuva aberto e se aliviaram na parede de um edifício.

Bares cobravam R$ 2 pelo uso do banheiro. "Se for liberado, cria tumulto", disse o caixa do bar AJ Bela Cintra.

Dois homens foram presos suspeitos de furto. Ao todo, segundo a Polícia Militar, 11 ocorrências foram registradas. Houve três casos de roubos e dois de furtos de celulares, carteiras e bolsas.

No início da noite, a polícia expulsou cerca de 400 pessoas de uma área escura da praça da República. Segundo a PM, faziam sexo.

Para o coronel Renato Cerqueira, apesar de terem ocorrido seis brigas, o evento foi tranquilo. "Não houve problemas graves de violência."







Política, balada e beijos na Parada

A 14ª edição do evento condena homofobia e jovens "roubam selinho" por diversão
Filipe Vilicic, Paulo Sampaio

A 14ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo pregou ontem o voto contra a homofobia diante de mais de 3 milhões de pessoas. Ao longo do evento, encerrado por volta das 20h30, o repúdio a políticos que são contra os gays se misturou à onda dos que foram à Avenida Paulista e ao centro para badalar, beijar, ver e ser visto. Tudo registrado pelas câmeras digitais e celulares em um evento com poucas ocorrências policiais e apenas duas prisões.

"Este é o nosso Natal, um momento de visibilidade, em que discutimos questões vigentes, e de festa", afirma Franco Reinaudo, coordenador-geral da Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual da Prefeitura. "Neste ano, mostramos que devemos votar em quem tem um posicionamento à favor do movimento. Há muitos políticos evangélicos que são contra gays."

A mensagem cativou alguns, como o arquiteto Adriano Bombonatti, de 39 anos. Seu namorado destacou outro fim da Parada. "Aqui é onde todo mundo pode ser o que é", opina o assistente comercial Fernando Menezes, de 31 anos. "Não é fácil achar um lugar onde podemos nos soltar. Principalmente para quem vem de fora de São Paulo."

Beijaço. A maioria dos que estavam por lá tinham esse objetivo mesmo: se jogar, dançar. E beijar muito. Havia até quem dava bitocas só para chamar atenção, aparecer em fotos - e não estava nem aí para as pretensões políticas do evento.

Muitos (na maioria, jovens) se divertiam beijando "gente de todos os sexos" com o pretexto de fazer uma foto para recordação. E escolhiam, para aparecer, os que consideravam mais chamativos ou atraentes.

"Beijei os "boy", as "mina", as drag e até os "traveco"", conta a atendente de telemarketing Larissa de Cássia dos Santos, de 22 anos. Ela foi com um grupo de amigos de Santana, na zona norte, onde mora. Todos riem demais depois de beber "muita chapinha" (vinho barato).

Larissa mostra as fotos que fez, no visor da câmera, uma com a drag Teila Thompsom, "com h", que vestia uma roupa de "cristais" roxos e amarelos.

"Todo mundo gosta de fazer foto comigo, mas agora apareceram essas "descabeçadas" pedindo pra beijar. Deus me livre, ainda se fosse "um bofe maravilhoso"", diz a bancária Teila, que beijou Larissa e os amigos dela "só pra me deixarem em paz".

Um pouco acima, no sentido centro da Rua da Consolação, outro grupo se embola no chão às gargalhadas, enquanto tiram fotos de si mesmos em uma espécie de "beijo múltiplo". O estudante Cleber Matias, de 19 anos, se fotografa beijando todos os amigos e amigas do grupo, que inclui lésbicas, gays e heterossexuais.

A atendente Sabrina Oliveira, de 18 anos, conta em tom de façanha que beijou "até um bombeiro". No "portifólio" da balconista Cinthia Batista, de 18, ela aparece beijando "freiras", "marinheiros" e "motoqueiras". Naquele momento, ela não sabe dizer sua orientação sexual. "O que é isso, tio?"

Valentina Ribaudo

TRÊS PERGUNTAS PARA...

Bailarina italiana que dançou por cima do público da Parada, pendurada em um balão

1.Você não tem medo de dançar no ar?
Faço isso há 15 anos, em shows ao redor do mundo, e nunca tive receio. No alto, tenho a sensação de que sou um passarinho, leve e livre.

2.O ato de voar tem relação com a manifestação da Parada, que promove a diversidade?
Aqui eles batalham para poder se expressar suas opções sexuais. Eles querem a mesma liberdade que sinto voando. Só que a minha é só arte. Eles desejam algo mais real.

3.Qual é a sensação que sua performance desperta na plateia?
De que todos podem voar, como eu, e se sentir leves e livres.




Parada Gay faz apelo por voto contra homofobia

Milhões de pessoas saem às ruas em São Paulo; protestos contra a lentidão da legislação brasileira dão o tom


SÃO PAULO. Em ano eleitoral, a 14ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) de São Paulo fez festa pedindo que os homossexuais votem em candidatos que defendam o combate à homofobia. Com o tema "Vote contra a homofobia - defenda a cidadania!", o evento reuniu milhões de pessoas na tarde de ontem em vias importantes como a Avenida Paulista e a Rua da Consolação. A prefeitura esperava 3,2 milhões de pessoas na Parada, mas nem os organizadores nem a PM divulgaram projeções de público.

No alto de um dos 17 trios elétricos que tocavam techno e dance music e exibiam balões com as cores do arcoiacute;ris, um participante chamava a atenção para o tema da Parada, com um cartaz com os dizeres "Os evangélicos somam 9% do Congresso.

E nós? Vote certo. Vote contra a homofobia".

Pedida a aprovação de lei contra discriminação

Em vários postes da Avenida Paulista, cartazes cobravam a aprovação do projeto de lei 122, de 2006, que altera o Código Penal para punir a discriminação ou preconceito em relação a orientação sexual.

No início do evento, foi pedida uma vaia para políticos homofóbicos.

A legislação brasileira foi criticada por integrantes do evento, por restringir os direitos dos homossexuais.

Na opinião da psicóloga Monique Ladeira, de 29 anos, e da jornalista Sandra Pereira, de 39, que vivem juntas há cinco anos no Rio de Janeiro, as leis demoram muito para ser votadas.

- Estamos casadas há cinco anos. Se eu morrer, a Sandra não pode herdar nada, e não tem acesso ao seguro saúde pela minha empresa. O mínimo que se deveria fazer é tornar a homofobia crime, para, se você sofrer preconceito, poder ir até a delegacia sem ser alvo de chacota - disse Monique.

Sandra Pereira disse que descarta escolher a senadora Marina Silva, do PV, para a Presidência, devido às posições da précandidata, evangélica, contra o casamento de homossexuais.

- Todos os meus amigos estão discutindo isso: votar em quem defende as leis a favor da homoafetividade. A gente viu a Marina Silva falando abertamente que é contra. Não sei ainda qual é a posição da Dilma Rousseff nem a do (José) Serra. Mas na Marina Silva eu já descartei meu voto - afirmou Sandra.

O discurso contra a homofobia também estava na ponta da língua de pessoas que se fantasiaram especialmente para a Parada Gay, como Tamara Tâmara, de 44 anos, enfermeiro registrado com o nome de Edmar, de 44 anos, que foi vestido de noiva.

- Trouxemos o arquétipo da noiva, simbolizando o casamento.

Não buscamos o casamento, buscamos o reconhecimento dos direitos homossexuais - disse Tamara, ao lado do companheiro, com quem vive há três anos.

Famílias e curiosos misturados à multidão

Pré-candidatos ao Planalto, José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva foram convidados, mas não compareceram.

A petista Marta Suplicy, pré-candidata ao Senado, estava no penúltimo carro. A multidão era formada também por moradores da região, curiosos e famílias.

A professora Elizete Freitas, de 54 anos, foi passear com o marido e o cachorro para ver o "movimento".

- Venho há três anos. É uma realidade da sociedade, temos que lutar contra a homofobia.

Segundo a PM, a Parada Gay ocorreu de forma pacífica, sem ocorrências graves.
onclick='javascript:commentToggle("#blogger-comments");' title='Comentários no Blogger'> 0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem Vindos

Postagens populares