Consumo em torno dos gays é grande, mas no comportamento eles são bem fechados.
Nas ruas, não se vê um casal homossexual demonstrar intimidade.
Nas ruas, não se vê um casal homossexual demonstrar intimidade.
Andar
de mãos dadas? Nem pensar! Beijar em público então… No Japão, nem
casais heteros têm coragem de demonstrar o carinho à vista dos outros, e
se mostram recebem olhares de desaprovação. Que dirá de um casal gay.
Então, apesar de algumas cidades serem o que chamam de ‘gay friendly’,
expor a sexualidade só mesmo dentro de quatro paredes.
Já o
mercado de compras e diversões para os gays é visto a olho nu,
principalmente em Tóquio. E é um mercado rico, onde se gasta muito.
Os
japoneses, no geral, adoram usar roupas da moda, se preocupam com o
corpo, com a alimentação, usam produtos de beleza, adoram a cor rosa,
carregam bolsa a tiracolo e não se incomodam de prender as longas
madeixas com presilhas ou tiaras. Agora, imagine um japonês gay.
Bar com hostess garotos, que podem ser escolhidos na porta, através do cartaz.
Pois
é. A indústria voltada a esse mercado não é boba nem nada e hoje fatura
horrores com produtos e serviços exclusivos para os gays japoneses. Há
de tudo que se possa imaginar somente na capital: salões de beleza,
spas, lojas de roupas, de acessórios e, é claro, a indústria
pornográfica. Essa sim, a que mais fatura.
Há
empresas especializadas em satisfazer o fetiche do cliente (e
convenhamos, os japoneses são os reis das fantasias eróticas): há filmes
somente com meninos colegiais, com surfistas, gordinhos, musculosos,
personagens de animê, samurais etc.
Na
vida real, os bares e casas noturnas também não ficam no
conservadorismo. Há casas especializadas em todo tipo de cliente: os que
têm tara por homens de terno e gravata, por cuecas brancas (o cliente
tira a roupa na entrada do bar e, se não tiver com a peça em questão, a
casa trata de emprestar uma), por sadomasoquismo, estrangeiros, jovens,
velhos e tudo o mais que a imaginação permitir.
Vida gay em Tóquio
Na
capital, há três bairros que concentram o comércio gay. Shinjuku Nichome
(leia-se nityome) é o mais famoso. Próximo aos 300 metros da rua Naka
encontram-se cerca de 480 estabelecimentos como bares, clubes e sex
shops. O movimento é diário, mas o pico, claro, é nos finais de semana.
Os
outros bairros são Shinbashi, antigo distrito de gueishas e preferido
hoje dos assalariados japoneses de meia idade, e Ueno. Neste último,
além de bares voltados para o público urso e da terceira idade, é lá que
está a maior sauna do Japão, a 24 Kaikan (há uma filial da casa em
Shinjuku também).
Comunidade gay brasileira
Os
brasileiros gays usufruem de tudo isso e alguns aproveitam para ganhar
dinheiro também. “A mais famosa drag queen do Japão era uma brasileira,
sem contar os go-go-boys”, conta Juvenal Shintaku, que era freqüentador
regular das melhores baladas da capital. “Outro dia fui a uma festa gay e
pelo menos 50% do público era brasileiro, talvez porque a DJ era uma
brasileira”, fala.
Fora da capital, o agito acontece em cidades com grande concentração de brasileiros. Hamamatsu, na província de Shizuoka, e Nagoya, em Aichi, são sempre palco de festas para o público gay. Sérgio Murata, de 43 anos, de Toyota, é um dos que promove os eventos em Aichi. Há alguns meses ele passou a investir também no público gay e, periodicamente, é o arco-íris que enfeita os convites e a casa. “No começo pensávamos que não iria ter público, mas cada evento chega a receber até 300 pessoas”, finaliza ele.
Fora da capital, o agito acontece em cidades com grande concentração de brasileiros. Hamamatsu, na província de Shizuoka, e Nagoya, em Aichi, são sempre palco de festas para o público gay. Sérgio Murata, de 43 anos, de Toyota, é um dos que promove os eventos em Aichi. Há alguns meses ele passou a investir também no público gay e, periodicamente, é o arco-íris que enfeita os convites e a casa. “No começo pensávamos que não iria ter público, mas cada evento chega a receber até 300 pessoas”, finaliza ele.